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Chikungunya
Transmissão e vetor
➥ Vetor: pela picada da femea do aedes aegypti e aedes albopictus.
➥ Pode ocorrer transmissão vertical no intraparto de gestantes contaminadas causando infeção neonatal grave.
➥ Período de incubação: em média, 3-7 dias, sendo que a viremia pode durar até 10 dias
Manifestações clínicas
➥ febre de início agudo >38,5C
➥ Dores articulares e musculares
➥ Cefaleia
➥ Náusea
➥ Fadiga
➥ Exantema (pode ter prurido)
➥ Dor nas articulações associadas a edema.
A doença pode iniciar com uma fase aguda, após 14 dias, se persistirem os sintomas a doença entra em uma fase subaguda que pode durar até 3 meses. Ao passar de 3 meses a doença entra em fase crônica.
Fase aguda
Pontos principais: febre de início súbito e poliartralgia + rash cutâneo + cefaleia e fadiga. Sintomas com duração de 7 dias.
➥ A febre pode ser contínua, intermitente ou bifásica.
➥ Poliartralgia é bilateral e simétrica, normalmente.
Outros sintomas relatados são: dor retro-ocular, calafrios, conjuntivite sem secreção, faringite, náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e neurite. Pode ter linfoadenomegalias cervical, retroauricular, inguinal.
Fase subaguda
➥ Não há presença de febre, normalmente, mas pode ter.
➥ Pode ter persistência ou agravamento de artralgia, com exacerbação da dor articular nas regiões previamente acometidas
➥ Tenossinovite hipertrófica subaguda nas mãos
➥ Síndrome do túnel do carpo
➥ Edema nas articulações.
Fase crônica
➥ Predominância da persistência de dor articular e musculoesquelética e neuropática.
➥ Tem caráter flutuante
Manifestações atípicas graves
➥ São sintomas que não necessariamente apresentam dor articular e febre, mas apresentam algum dos seguintes sintomas:
➥ Pode ter a necessidade de tratamento intensivo, de acordo com os sinais clínicos e exames laboratoriais apresentados.
➥ É mais frequente em pacientes que apresentam comorbidades.
Diagnóstico
➥ RT-PCR, qRT-PCR, sorologia para identificar os Ac, ELISA, POC (imunocromatografia)
Em exames laboratoriais, nada muito específico, pode apresentar:
➥ Leucopenia com linfopenia, trombocitopenia, 
➥ VHS e PCR elevada.
➥ Elevação discreta da creatinina, enzimas hepáticas e CPK.
Na fase subaguda pedir: ureia, creatinina, TGO e TGP, glicemia em jejum e hemograma.
Na fase crônica: AgHBs, HBsAg, anti-HCV, anti-HIV, anti-CVM, toxoplasmose, Raio-X de tórax e outros.
Tratamento
➥ Não tem tratamento específico, apenas sintomático, hidratação e repouso.
Diagnóstico diferencial
➥ Malária, leptospirose, febre reumática, artrite séptica, zika, mayaro, 
Zika
É uma doença viral, importante epidemiologicamente, que no brasil o primeiro caso foi registrado em 2015.
Transmissão e Vetores
➥ Vetor: pela picada da fêmea do aedes aegypti e aedes albopictus.
➥ Transmissão vetorial por sangue, urina, sêmen, saliva, líquidos amnióticos e leite materno (porém não há contraindicação de amamentação).
➥ Período de incubação: estimado de 2-14 dias
Manifestações clínicas
Apenas 20% dos infectados apresentam sintomas, a grande maioria dos pacientes tem a forma assintomática da doença.
➥ Febre baixa entre 37,8ºC e 38,5ºC
➥ Rash cutâneo/exantema e prurido
➥ Artralgia (principalmente mãos e pés)
➥ Conjuntivite não purulenta
➥ Mialgia, cefaleia, dor retro orbitária, astenia, edema periarticular, linfodomegalia, úlceras orais, dor abdominais, náuseas e vômitos e diarreia.
Pelo MS, a definição de caso suspeito é: pacientes que apresentam exantema maculopapular pruriginoso acompanhado ou não de febre baixa.
Exames complementares
Os exames complementares apresentam-se normais.
RT-PCR para diagnóstico até o 5º dia de sintoma, no sangue
Na urina pode identificar até o 30º dia 
A partir do 7º dia, pode identificar o IgM
Complicações
➥ Síndrome de guillan-barré (15-20/60 dias depois dos sintomas), encefalite, meningoencefalite, mielite, paralisias flácidas agudas, encefalomielite disseminada aguda
➥ Microencefalia – deve ser feito investigação durante pré-natal
– A microcefalia também pode ser causada por: chikungunya, sífilis, toxoplasmose, infecção por parvovírus, rubéola, CMV
Diagnóstico diferencial
➥ Outras arboviroses, parovírus, rubéola, sarampo, riquetsioses, malária, leptospirose.
Tratamento
➥ Na dúvida de arbovirose, sempre conduzir o caso como dengue!
➥ A maior parte dos pacientes apresentam evolução espontânea em 2-14 dias após a picada do mosquito.
➥ Para o prurido pode usar antialérgico para melhorar, de preferência loratadina ou desloratadina.
➥ NÃO fazer anti-inflamatório nos primeiros 5 dias.
Dengue
➥ Vetor: pela picada da fêmea do aedes aegypti e aedes albopictus.
➥ Epidemiologiamente, é mais frequente nos períodos de chuva
➥ A dengue é uma doença urbana
➥ DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4
➥ Período de incubação: 15 dias em média
Manifestações clínicas
Definição de caso suspeito: “paciente com febre máxima de 7 dias, acompanhada de pelo menos 2 dos seguintes sintomas: cefaleia, dor retrorbitária, mialgia, artralgia, prostração, exantema e com exposição à área com transmissão de dengue ou com presença do mosquito nos últimos 15 dias.”
➥ Febre alta é o principal sintoma. Aparece do 2º até o 7º dia. Tem início abrupto, associado à cafaléia, adinamia (fraqueza muscular), mialgias, artralgias e dor retroorbitária.
➥ Pode apresentar exantema predominantemente maculo-papular, mas também pode atingir face, membros e troncos.
➥ Importante definir em qual grupo o paciente com dengue se encontra:
– A: sem sinal de alarme, sem risco social e sem comorbidades
– B: sem sinal de alarme, com condição especial ou com risco social e com comorbidades
– C: dengue com sinal de alarme presente internação
– D: dengue grave: extravasamento, sangramento ou comprometimento de órgãos internação
– Sinais de alarme da dengue –
➥ Dor abdominal
➥ Vômitos persistentes
➥ Acúmulo de líquidos – ascite, derrame pleural, derrame pericárdico
➥ Diminuição de diurese.
➥ Hipotensão postural e/ou lipotimia (síncope)
➥ Hepatomegalia maior que 2cm do rebordo costal
➥ Sangramento de mucosas plaquetas >50.000 também interna
➥ Letargia ou irritabilidade
➥ Aumento progressivo do hematócrito (exame mais relevante para dengue).
➥ Outras comorbidades prévias ou gestação
A forma grave da dengue aparece após o 5º dia de doença, onde pode começar a fase de choque.
– Hidratação –
➥ Hematócrito (hemoconcentração desidratação) 
Nos casos de alarme da doença deve manter o paciente em ambiente hospitalar e iniciar a hidratação intravenosa:
– Hidratação fase de ataque: 20ml/kg/hora por 4 horas e repete o hemograma. Melhorou? Entra na fase de manutenção. Se continuar hemoconcentrado repete o hemograma. 
– Fase de manutenção: 25ml/kg por 6 horas
➥ Deixar o paciente em repouso para evitar extravasamento para a cavidade pleural, abdominal, etc.
➥ Caso o paciente entre em insuficiência respiratória: fazer raio-x pois ocorreu um extravasamento do líquido para cavidades.
➥ Após hidratação reavaliar hematócrito e só dá alta para o paciente após 48 horas sem sintomas e com o hematócrito dentro dos parâmetros normais. 
➥ Pacientes que apresentam uma diminuição de plaquetas persistente após o fim do ciclo da dengue podem estar apresentando uma púrpura idiopática causada pelo vírus encaminhar para o hematologista ou administrar corticoide para regularizar a situação.
 
Diagnóstico diferencial
➥ Síndrome febril: enteroviroses, influenza e outras viroses respiratórias, hepatites virais, malária, febre tifoide, chikungunya e outras arboviroses.
➥ Síndrome exantemática febril: rubéola, sarampo, escarlatina, eritema infeccioso, exantema súbito, enterovirose, mononucleose infecciosa, parovirose, CMV, outras arboviroses, farmacodermias, doença de Kawasaki, doença de Henoch-Schonlein, etc.
➥ Síndrome hemorrágica febril: hantavirose, febre amarela, leptospirose, malária grave, riquetsioses e púrpuras
➥ Síndrome dolorosa abdominal: apendicite, obstrução intestinal, abscesso hepático, abdome agudo, pneumonia, infecção urinária, colecistite aguda, etc 
➥ Síndrome do choque: meningococcemia, septicemia, meningitepor influenza tipo B, febre purpúrica brasileira, síndrome do choque tóxico e choque cardiogênico (miocardites
➥ Síndrome meníngea: meningites virais, meningite bacteriana e encefalite.
Lembrando que:
➥ Diferença entre exantema e petéquias: o exantema some após digito-pressão, a petéquia não.
➥ A dengue é uma doença que NÃO apresenta icterícia nos primeiros 7 dias.
➥ Se a febre persiste por mais de 8 dias, não é dengue. 
➥ Para diferenciar de meningocociocomia, as lesões maiores e mais enegrecidas - sufusões hemorrágicas.
➥ Pode apresentar também uma hipoalbuminemia (VN 35,-5,2) extravasamento.
Diagnóstico
➥ Sorologia (IgG e IgM), a partir do 6º dia
➥ NS1 até o 3º dia após início dos sintomas
➥ Isolamento viral até o 5º dia após início dos sintomas
Tratamento
➥ EVITAR AINES, diclofenato, aas, aspirina e outros.
➥ Usar dipirona e reposição de líquidos. Para os casos de prurido usar um antialérgico como a loratadina.
➥ Hidratação!!
➥ Para sinais de choque: plasma, plaqueta, vitamina K. apenas se apresentar algum sangramento importante ou sinal de hipotensão.
@brunapvilla