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Por Victória Schimit Bastonetes Entéricos Bactérias G- Vibrios > Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae Cocos > Neisseria meningitidis, N. gonorrhoeae Cocobacilos > Haemophylus influenzae, Pasteurella sp., Brucella sp., Bordetella pertussis Bacilos Oxidase + : Pseudomonas sp., Acinetobacter sp.; Oxidase - e glicose + : Família Enterobacteriaceae; subdividindo-se quando a fermentação da lactose. Os rápidos fermentadores da lactose são Klebsiella sp. (pneumoniae), E. colli, Enterobacter; os lentos são Ci- trobacter sp, Serratia e outros. De outro modo, os não fermentadores são Shigella, Salmonella, Proteus, Providência, Morganella e Yersinia Patógenos primários > organismos capazes de causar doenças sempre Patógenos oportunistas > organismos que podem causar doenças dependendo das condições do hospedeiro Família Enterobacteriaceae: Bacilos gram - 40 gêneros e + de 150 espécies Colonizam o intestino delgado ou o grosso: micro-organismos enté- ricos Poucas espécies > infeções em humanos 30 - 35% de todos casos de septicemia Mais de 70% das ITU Muitos infecções intestinais Morfologia e Fisiologia: Ubiquitários, não formadores de esporos Anaeróbios facultativos Fermentadores da glicose Reduzem os nitratos NO3 a NO2 ou diretamente a N e N2 Oxidase negativa Catalase positiva Flagelos peritríqueos > m.o móveis Exceto gêneros Yersínia, Shigella e Klebsiella Podem apresentar cápsula, fímbrias comuns e fímbrias conjugativas Estruturas antigênicas: Importantes para classificação e estudos epidemiológicos de várias espécies: Antígeno K: polissacarídeo capsular Antígeno H: proteínas flagelares de espécies móveis; usadas para tipagem (ausente em m.o imóveis) Antígeno O: LPS > cadeia polissacarídica, usado para tipagem Principais enterobactérias de importância médica: A maior parte dos representantes da família são patógenos oportu- nistas ou estão associados com infecções secundárias em lesões no trato urinário, respiratório e sistema circulatório São elas, Escherichia, Salmonella, Shigella, Proteus, Citrobacter, Mor ganella, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Yersinia Fatores de Virulência: Endotoxina: Lipídio A > importante fator de virulência; parte do LPS, causa febre para gram - Cápsula: proteção anti-fagocitária Variação antigênica: estas bactérias podem ou nao expressar an- tígenos K ou H e portanto, evitar o SI do hospedeiro Sequestro de fatores nutricionais, principalmente ferro, pela produção de sideróforos que são quelantes de ferro extracelulares Fatores de virulência específicos: adesinas - responsáveis pelas ITU’s; exotoxinas - enterotoxinas, tais como a toxina shiga Presença de elementos genéticos extra-comossomais, que con- ferem resistência aos antimicrobianos Manifestações Clínicas: Alguns representantes das enterobactérias são patógenos obri- gatórios Salmonella spp. Shigella spp. Yersinia spp Linhagens de Escherichia coli: ETEC= enterotoxinogênica EIEC= enteroinvasiva EPEC= enteropatogênica EHEC= enterohemorrágica EAEC= enteroagregativa UPEC= uropatogênica DAEC= difusamente agregativa Sepse por G- Apresenta alto risco de vida ao hospedeiro Usualmente relacionada com infecção hospitalar Comumente causada por E. coli Infecções do Trato Urinário: Maior incidência em indivíduos jovens e mulheres adultas; a in- cidência aumenta com a idade Comumente causada por E. coli Capacidade de produzir adesinas que se ligam a células de re- vestimento da bexiga e trato urinário superior > impedindo a eli- minação das bactérias durante a micção Pneumonia: Associado a infecção hospitalar; disseminada por pessoal e arti- gos médico-hospitalares Frequentemente causada por Klebsiella peneumoniae Grupo de risco: idosos com histórico de alcoolismo e pacientes com ventilação mecânica Endocardite: Principalmente cocos G+, mais de 1 - 3% causadas por bastone- tes G- entéricos bastonetes entericos Por Victória Schimit Meningite Neonatal: Associada a infecções hospitalares Frequentemente causada por E. coli e estreptococos do grupo B Peritonite Bacteriana: Comumente causada por E. coli, mas também pode ser causada por anaeróbios e CGP Infecções abdominais e do TGI: Causada por microrganismos da microbiota gastrointestinal: gas- troenterites, disenterias, diarreias Algumas vezes, essas infecções são usualmente poli microbianas, envolvendo nesse caso anaeróbios Sítios de infeções comuns da família Enterobacteriaceae por ordem de prevalência Escherichia coli.: Habitat normal é o intestino humano Bacilo G- mais comum isolado em paciente com sepse Responsável por mais de 80% de todas as ITU’s comunitárias e hospitalares Causadora relevante de gastroenterite Maioria das infecções é endógena Exceção: meningite e gastroenterite Presença de E. coli nos alimentos e água > supõem contamina- ções microbianas de origem fecal = condições higiênicas insatis- fatórias Linhagens de Escherichia coli: E. coli ETEC= enterotoxinogênica > diarreia dos viajantes; aco- mete crianças e adultos em países em desenvolvimento Inóculo alto > adquirida pelo consumo de água e alimentos contaminados com fezes (após 1 ou 2 dias de incubação) Liberam muito LT-termolábil e ST termoestáveis, aumentando AMPc e GMPc; haja vista que aumenta secreção de íons e água, o que provoca um quadro de diarreia aquosa Raramente náuseas e vômitos EIEC= enteroinvasiva > rara em países desenvolvidos. Alguns pacientes desenvolvem diarreia aquosa, com sangue e leucócitos nas fezes (disenteria); esse quadro é muito similar ao causado pe- lo gênero Shigella Invadem e destroem o epitélio do cólon - muco nas fezes Os mecanismos patogênicos se dão pela invasão (via plasmídeo) da mucosa do cólon, multiplicação no citoplasma da célula, des- truição do epitélio intestinal com infiltração inflamatória; esse quadro pode levar a uma ulceração do cólon Intestino grosso E. coli EPEC= enteropatogênica > principal causa de diarreia infantil em países pobres, conhecida como diarreia do RN Pode ocorrer transmissão pessoa-pessoa Aderem à membrana citoplasmática do enterócito, destruindo seus microvilos pela condensação da actina - esse evento diminui a absorção e amenta a secreção de íons e água, provocando diar- reia aquosa sem sangue, febre e vômito Provoca má absorção Intestino delgado E. coli EHEC= enterohemorrágica > inoculo de mais de 100 bactérias; ocorre transmissão de pessoa-pessoa Maior parte das infeções ocorrem pelo consumo de carne mal cozida Destruição do epitélio e microvilosidades E. coli 0157:H7 - Stx: idêntica a toxina shiga; Stx-2 E. coli EAEC= enteroagregativa > Diarreia aquosa persistente (14 dias) em crianças de países em desenvolvimento e seus via- jantes A sua aderência à superfície do intestino leva a secreção de muco e formação de um biofilme espesso que libera toxinas que induzem a secreção de fluídos Esses eventos levam o paciente a um quadro de diarreia aquo- sa, febre e vômito Salmonella Na taxonomia completa existem mais de 2500 sorotipos, na prática clínica se separam em Salmonella typhi e Salmonella não- typhi; atualmente é o mais envolvido em surtos de origem ali- mentar A dose infectante de Salmonella sp. é de 106 - 108 bactérias A sintomatologia varia de acordo com a virulência da linhagem e ainda, o numero de bactérias ingeridas Se os produtos alimentares não forem adequadamente estoca- dos, essa classe pode se multiplicar até altas quantidades Incidência e Fontes de Salmoneloses: Homem: Único reservatório de S. typhi > alimentos contaminados por contaminados durante o feitio e manipulação Salmonela não-tifoide: Ocorre por ingestão de água, leite e derivados - crus ou com pasteurização inadequada, ovos crus, maionese caseira e alimen- tos contaminados por fezes humanas ou de animais - aves do- mésticas e répteis, principais fontes de salmonelose em humanos Patogenia da Salmonella: Ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas > penetração Por Victória Schimit da mucosa intestinal(multiplicação local) > Disseminação via lin- fática e corrente sanguínea (gasometria/febre entérica ou tifoide) Tipos Clínicos de Infecção por Salmonella: Gastroenterite Forma mais comum da salmonelose. Geralmente aparecem de 6h a 48h após o consumo do alimento/água contaminado; náu- seas, vômitos e diarreia sem sangue O quadro geralmente se resolve espontaneamente entre 2 dias a uma semana > sem a necessidade do uso de antibióticos Febre Entérica ou Tifóide 14 dias após a ingestão das bactérias começam as manifesta- ções clínicas como dores de cabeça, febre crescente, mialgia, mal estar geral + sintomas de gastroenterite; esse quadro tem persis- tência de uma semana ou mais Ainda, podem colonizar a vesícula biliar e trazer constantes re- infecções ao intestino Colonização Assintomática Caracterizado pelo estado do portador que excreta o microrga- nismo mesmo após um ano de remissão dos sintomas; esse qua- dro se dá geralmente por infecção de Salmonella typhi. Shigella S. sonnei, S.flexneri, S. dysenteriae > infecções mais graves, S. Boydii > rara. A doença associada a esse microrganismo é a shigelose, que tem como quadro clínico dores estomacais e diarreia; sua trans- missão é por água e alimentos contaminados e via orofecal O inóculo do microrganismo é pequeno, 102, pois é altamente infeccioso Os humanos são como reservatórios naturais Infecção por Shigella: Devido a invasão da mucosa intestinal os sitomas iniciais são febre, diarreia aquosa com cólicas, mialgias generalizadas, perda de eletrólitos e líquidos devido a ação da toxina Shiga sobre as células do intestino. Após 2 a 3 dias, a movimentação intestinal se torna menos fre- quente, no entanto, a presença de muco e sangue nas fezes e o tenesmo (pressão ao evacuar) idicam a fase disentérica da doen- ça; ademais, esse quadro sugere a que ocorreu a penetração da bactéria no intestino. A infecção por shigella deve ser sempre suspeitada onde ocor- ram surtos comunitários de enfermidade diarreica que afete, des- proporcionalmente, indivíduos da primeira infância - geralmente os surtos ocorrem em qualquer época do ano, principalmente no verão. Klebisiella K. pneumoniae e K. oxytoca Esse grupo tem um aumento da virulência por ter uma cápsula proeminente A pneumonia causada por esses microrganismos frequentemen- te necrosa os espações alveolares, contem formação de cavidades e produção de escarro com sangue Esse gênero pode causar feridas e infecção de tecidos moles e ITU Grande importância médica Enterobacter Estudos recentes mostram números crescentes de infecção uri- nária, septicemia e bacteremias associadas a esse grupo; pouco comum em indivíduos imunocompetentes Mais comum em infecções hospitalares em RN e imunocompro- metido A terapia antibiótica geralmente não é muito efetiva pois as li- nhagens são resistentes a vários antibióticos; são resistentes aos de amplo espectro > lactâmicos Seus principais fatores de virulência são adesinas e fímbrias Cresce bem em ágar-sangue não seletivo e no MacConkey Fazem uso de ágar diferencial para fermentadores de lactose caso a cultura esteja contaminada, como nas fezes Serratia S. marcescens > geralmente oportunista, normalmente em pa- cientes com câncer, causando septicemia e pneumonia Usado como marcador de poluição ambiental devido a coloração vermelha de algumas linhagens o que torna de fácil visualização em meios de cultura Proteus, Providencia e Morganella Associado a ITUs; tanto em aquisição na comunidade quanto em pacientes hospitalizados Estão presentes no cólon humano, uretra - principalmente em mulheres, solo e na água Providencia stuartii > patógenos oportunistas e podem causar ITU, principalmente usuários de sondas ou com queimaduras ex- tensas Morganella morganii > infecção oportunista no TR, TU e é capaz de infectar feridas em humanos Proteus: Essa classe tem motilidade característica, em forma de ondas em toda superfície, ao longo da vida e no meio de cultura > véu de Proteus É capaz de produzir 6+ tipos diferentes de fímbrias associada com a capacidade de disseminação e aderência ao TU P. mirabilis é a espécie isolada em infecções urinárias e feri- das; essa espécie produz uma grande quantidade de urease que quebra ureia em CO2 e NH3 > ↓ pH da urina, o que facilita a preci- pitação de cristais de Mg (estruvita) e Ca (apatita). Esse quadro leva a formação de cálculos renais, ademais, a alcalinidade uriná- ria é toxica ao uropitélio Yersinia Anaeróbio facultativo, fermentadores, oxidase-negativa Y. enterocolitica Y. pseudotuberculosis > causadora de infecções alimentares, sobretudo em lactantes em áreas mais frias. Sobrevi- ve a temperatura de geladeira; geralmente associada a surtos de infecções por leite contaminado Basicamente é entérico, pouco comuns e pouco encontrados em cultura de sangue Gastroenterite > diarreia aquosa aguda ou crônica / em crian- ças pode apresentar nódulos linfáticos mesentéricos aumentados; doença parecida com apendicite aguda Sepse > relacionado à transfusão Y. pestis é um patógeno altamente virulento, causador de doen- ças sistêmicas fecais conhecida como peste bubônica e pulmonar - possui cápsula proteica Por Victória Schimit Vibrios Família Vibrionaceae, bastonete curvo G-, fermentador, anaeróbio facultativo, requer sal para o crescimento Oxidase + e flagelo polar V. cholerae, V. parahaemolyticus e V. vulnificus V. cholerae Ag. etiológico da cólera Microrganismo pode se multiplicar livremente na água; ademais, o nível de contaminação bacteriana aumenta durante meses quentes/ contaminação fecal (água e alimentos) Reservatórios são frutos do mar > ostras e camarão A dose infecciosa é de 106 > bactéria sensível ao HCl 140 tipos com sorotipos Os diferentes, no entanto o 01 e o 0139 são os mais tóxicos; o primeiro, foi responsável pelas principais pandemias com mortalidade significante em países em desenvolvimento, ainda, o 0139 pode causar doenças similares Produção da toxina colérica > a toxina é produzida a partir do geno- ma bacteriano vindo de bacteriófagos lisogenizados (conversão lisogê- nica) O fago injeta o material genético que é incorporado ao DNA bac- teriano, e assim passa a produzir a toxina > enzima mucinase: dissove a capa protetora de células intestinais, permitindo a aderência Sua patogenia provem da adesão das bactérias nos enterócitos do duodeno > proliferação, secreção da toxina colérica > diarreia secretora Diarreia água de arroz não hemorrágica leva a desidratação; essa perda de água pode lesar sistemas como renal e cardíaco O período de incubação varia de horas a 5 dias Diarreia leve ou moderada > vômitos, incomumente: dor abdominal e febre são incomuns. Alguns indivíduos < 10%, existe e forma mais gra- ve; que se mostra como um início súbito de vômito e diarreia aquosa profusa - sem muco e sem sangue Pode ocorrer perda rápida de líquidos, 1 a 2L/hora, e eletrólitos, le- vando a uma desidratação acentuada > sede intensa, prostração e per- da de peso Demanda internação urgente V. parahaemolyticus Provoca, quando sintomático, diarréia autolimitadas Produção de hemolisina direta termoestável Encontrado em estuários de todo mundo Associado ao consumo de frutos do mar crus Associado mais comum a gastoenterite bacterina na Asia e de fru- tos do mar nos EUA Campylobacter Bacilo fino e curvo, G-, microaerófilos A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune causada por reatividade antigênica cruzada entre olissacarídeos da cápsu- la bacteriana e glicoesfigolípidios da superfície dos tecidos neu- rais C. jejuni* e E. coli * + comum, gastroenterite, Guillain-Barré, artrite reativa Infecções zoonóticas - cabras, galinhas e cachorros Transmissão via oral-fecal; consumo de água e alimentos conta- mina-los > o inóculo necessita de ser alto, pois o microrganismo é sensível aos ácidos gástricos Causa frequente de gastroenterite, principalmente em crianças (SI em formação) e em lactentes > classe autolimitada A patogenia tem poucosestudos, portanto são poucos definidos Inicialmente diarreia aquosa, seguida de sangue e fortes dores abdominais Helicobacter H. pylori Flagelo polar, morfologia semelhante a Campylobacter 85% das úlceras gástricas e 95% das úlceras duodenais Gastrite do tipo B - inflamação crônica ao final do piloro Transmissão em geral se dá na infância por membros da famí- lia Produção de urease e motilidade diferenciada para a fuga do sugo gástrico A produção dessa enzima é rara em helicobactérias intesti- nais e assim, é utilizada para diagnóstico diferencial A H. pylori pode causar gastrite aguda e crônica, úlcera péptica, adenocarcinoma gástrico e linfoma de MALT A bactéria se acopla às células secretoras de muco da mucosa gástrica; produz amônia, que neutraliza a acidez estomacal e in- duz a resposta inflamatória - danando a mucosa Perda da capa mucosa protetora provoca gastrite e úlceras gástricas > dores abdominais recorrentes podendo ser acompa- nhada por sangramentos Sem bacteremia ou disseminação da doença > patologia locali- zada O diagnóstico é feito por esfregaços de biópsia da mucosa co- Por Victória Schimit rada pelo gram, cultura e sorologia Pseudomonas Família Pseudomonadaceae Bastonetes G-, aeróbios estritos e não fermentadores; alguns produzem pigmento hidrossolúveis Encontradas amplamente no solo, água, nas plantas e animais Capazes de crescer em água contendo apenas traços de nu- trientes, o que favorece a persistência em ambientes hospitalares O principal grupo patógeno desse grupo são as P. aeruginosa, que geralmente é encontrada na microbiota intestinal e cutânea – pequeno grupo Ubíquos > exigência nutricional simples P. aeruginosas Patógeno oportunista > só provoca dano em áreas desprovidas de defesa orgânica Encontrada em pares ou cadeias curtas > colônias redondas, lisas e esverdeadas florescentes Sua cultura às vezes produz um odor adocicado ou semelhante a uva; algumas colônias tem são capazes de hemólise São oxidase +; cresce bem a 37 -42ºC Septicemia, pneumonia, infecções do TGU e feridas, pés diabéti- cos > queimados, produz pus azul-esverdeado Causa de 10 a 20% das infecções hospitalares – resistência na- tural a um grande numero de antibióticos e antissépticos Na patogenia, o lipopolissacarídeo tem papel direto em febre, choque, oligúria, leucocitose e leucopenia, coagulação intravascular disseminada e síndrome respiratória do adulto Em lactentes e pacientes debilitados, pode invadir a corrente e resultar em sepse fatal > ocasionalmente, pode-se detectar a pre- sença de verdoglobina -produto da degradação da hemoglobina, ou pigmento fluorescente em feridas/queimaduras e urina através de fluorescência com ultravioleta O diagnóstico é rápido e em meios comuns: caracterização da colônia (beta-hemólise, pioverdina - pigmento que confere o as- pecto esverdeado ao ágar- e o aroma de uva) e provas bioquími- cas simples como oxidase e utilização de carboidratos por via oxi- dativa Acinetobacter spp. Cocobacilos G-, arredondados (coco-bacilar), podem se asseme- lhar a Neisseria pois nos líquidos orgânicos e meios sólidos for- mam diplococos Podem apresentar forma de bastonete e ocasionalmente apa- rentar ser G+ Esse cenário pode acarretar dúvidas no patógeno de meningi- tes e ITG feminino, no entanto, a Neisseria sp. produz oxidase di- ferente desse grupo Não fermentador Patógenos oportunistas, ITU, ITR, feridas e septicemia Aeróbios estritos, oxidase Ubíquos, difícil de erradicação Dois grandes grupos: Oxidam a glicose: A. baumanni – maioria das infecções humanas, + comum na região Já foi isolada em sangue, escarro, pele, líquido pleural, urina > geralmente causando infecções associadas a dispositivos Não oxidam a glicose: A. lowffi Deve-se sempre solicitar antibiograma para melhor escolha anti- biótica, no entanto, o grupo responde bem à gentamicina, amica- cina, penicilinas e cefalosporina mais recentes Normalmente, comensal Clostridiun Bastonete G+ Formador de esporos > vivem no ambiente por anos em situa- ções adversas Nessa forma, o metabolismo é basal devido a falta de nutrien- tes Ubíquos Clostridiun perfringens causa a gangrena gasosa e o Clostridiun difficile causa colite pseudomembranosa Rápido crescimento > meio rico e sem O2 Produção de toxinas histológicas, enterotoxinas e neurotoxinas Clostridiun tetani Ubíquo, são encontrados majoritariamente no solo e podem colo- nizar o TGI de humanos Provoca o tétano > caracterizado por espasmos musculares/con- tração convulsiva tônica dos músculos voluntários > resulta em es- pasmos tônicos e envolvimento do SNA Paralisia estática > muscular Paciente consiente e dor intensa; qualquer estímulo externo po- de precipitar uma convulsão tetânica Material cirúrgico pode transferir, caso haja erro na autoclava- ção Fator de virulência se dá pela liberação da potente neurotoxina produzida por essa bactéria, a tetanospasmina, causadora dos es- pasmos musculares Bloqueia a liberação de neurotransmissores > GABA: paralisia espástica A porta de entrada dessa bactéria geralmente são ferimentos infectados, cirurgias, úlceras crônicas de perna; em até 20% dos casos não se encontra o local de contaminação > traumas míni- mos. lesões já cicatrizadas ou ainda, pessoas com dificuldade de cicatrização, ex: pé diabético Toxina tetânica é produzida no local e é transportada ao SNC pelo transporte axônico retrógrado ou pela corrente sanguinea Já no SNC, fixa-se rapidamente ao troncoe na medula espinhal O período de incubação é varia de 5 dias a várias semanas A germinação dos esporos é favorecida pelo tecido necrosado (úlcera) e pelo suprimento de sangue Opistótono: violenta contração dos músculos do pescoço e tron- co, levando o paciente a uma posição arqueada Trismo: contração dos músculos maxilares > impede o paciente de abrir a boca, o que o leva ao chamado riso sardônico A tetanospasmina inibe a liberação de acetilcolina > interfere na transmissão neuromuscular. Esse quadro inibe neurônios medu- lares pós-sinápticos ao bloquear a liberação de um mediador ini- bidor, resultando em espasmos generalizados, hiporreflexias e convulsões Por Victória Schimit Clostridium botulinum Responsável pelo botulismo > intoxicação alimentar causada pela ingestão de alimentos contendo neurotoxinas O esporo desse microrganismo suporta até 100º C; geralmente encontrado em enlatados. Embutidos ou embalados a vácuo sem esterilização adequada > os esporos sobrevivem e germinam, isto é, o C. botulinum cresce e produz sua toxina no ambiente anaeró- bio e o humano a ingere ao consumir determinados alimentos O período de incubação é de 4h a 36h > proporcional a quanti- dade de toxina ingerida Ingestão > TGI (toxina não é degradada; formação de complexos com outras proteínas) > absorção ID > transporte a nervos susce- tíveis (pela corrente sanguínea até sinapses nervosas periféricas) > bloqueio dos neurotransmissores (bloqueia a liberação de acetil- colina) A manifestações clinicas surgem com distúrbios visuais -incoor- denação dos músculos oculares, causando visão dupla + incapaci- dade de deglutir e controle de língua e dificuldade de falar Fadiga e fraqueza muscular, secura da boca Os sinais de paralisias bulbar são progressivos > morte por pa- ralisia respiratória ou parada cardíaca Não ocorre febre e o paciente permanece totalmente consciente até pouco antes da morte Ademais, os pacientes que se recuperam não desenvolvem anti- toxina no sangue Em laboratório a toxina pode ser isolada no sangue ou em ali- mentos Botulismo infantil: associado ao consumo de alimentos contami- nados com esporos botulínicos e a ingestão de solo e poeiras com essa forma de vida Botulismo por inalação: bioterrorismo – a absorção por inalação tem início rápido e mortalidade elevada O botulismo por ferida é raro Bebês de menos 1 mês tem intestino imaturo; através da inges- tão de mel, os esporos do C. botulinum germinam e colonizam es- se intestino. Nesse quadro, as bactérias produzem as toxinas e provocam a doençaEsses lactentes podem se recuperar com terapia de suporte ou podem evoluir a morte pela síndrome da morte súbita em lac- tentes O tratamento é feito pela remoção de parte do TGI onde con- tem toxina não absorvida – neutralização da toxina com antitoxina e traqueostomia ou ventilação Tratamento e Prevenção A terapia antibiótica para infecção por enterobactérias deve ser guiada por resultados de testes de suscetibilidade in vitro Difícil prevenção, grande parte da microbiota saudável Fatores de risco devem ser evitados, como por exemplo o uso ir- racional de antibióticos que podem selecionar bactérias resisten- tes, realização de procedimentos que traumatizam barreiras mu- cosas (cirurgia odontológica) sem a cobertura antibiótica profiláti- ca e o uso de cateteres urinários Deve haver uma rigorosa lavagem das mãos assepsia, esteriliza- ção dos equipamentos, desinfecção adequada (também de am- bientes) e restrição de terapia intravenosa, haja vista que é uma incisão > porta de entrada para microrganismos
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