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APLICAÇÃO DE CONCEITOS DE ENGENHARIA DE MÉTODOS EM UM RESTAURANTE DE COMIDA JAPONESA Thaymara Amintas Barbosa (UEPA) barbosathaymara@gmail.com juliana oliveira dos santos (UEPA) Santosjuliana52@gmail.com Natalia Karolina Lobato do Nascimento (UEPA) nkln_natalia@hotmail.com.br Juliana Lima De Araujo (UEPA) araujolimajuliana@gmail.com Kamila Costa Ribeiro (UEPA) kamila.ribeiro_@hotmail.com Este artigo aborda a definição da Engenharia de Métodos e a importância da sua aplicação em setores produtivos, para determinar padrões de produção nas organizações, buscando identificar os possíveis problemas e propor melhorias para eles. O objetivo deste trabalho foi estudar os tempos e métodos de uma empresa que produz comidas japonesas, onde se aplicaram técnicas da Engenharia de Métodos para obter melhoria no seu processo produtivo do temaki. Para isso, fez-se necessário acompanhar a rotina da empresa e compreender o processo realizado, para que assim fosse possível modificá-lo de modo simplificar as operações e aumentar a capacidade produtiva. Desta forma, tornou-se possível identificar a partir dos XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 2 dados fornecidos a dificuldade de se produzir com rapidez no restaurante de comidas japonesas, visto que, este problema está relacionado com o layout de onde são produzidos os temakis. Para tal problema, sugeriu-se a reordenação do espaço físico da empresa quanto à disposição dos materiais, de modo a garantir a rapidez no processo produtivo de comidas, assim como o aumento da eficiência na linha de produção do restaurante. Palavras-chave: Engenharia de Métodos, Estudo de Tempos, Estudo de Movimentos XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 3 1. Introdução Segundo Contador et al. (1998), o estudo de tempos e movimentos é o estudo sistêmico de trabalho, que tem por objetivo projetar a melhor forma de trabalho, a que resulte em menor custo, padronize e determine o tempo gasto por alguém qualificado para realizar as atividades produtivas. O presente trabalho tem por objetivo o estudo da capacidade produtiva de um restaurante de comidas japonesas, fundada em 2012 e localizado no município de Ananindeua/PA. No referido estabelecimento, são produzidos vários pratos típicos do Japão, entretanto, o produto abordado no estudo foi o temaki, escolhido devido à elevada demanda deste, por noites de funcionamento do estabelecimento. O objetivo principal deste trabalho foi à aplicação do estudo de tempos e movimentos, tendo como foco a possibilidade do aumento da capacidade produtiva do estabelecimento através de tempos sintéticos e ajuda para a empresa melhor organizar seu arranjo físico através do estudo de micro movimentos, por meio dos resultados obtidos. 2. Fundamentação teórica 2.1. Engenharia de métodos Atividade dedicada à melhoria e desenvolvimento de equipamentos de conformação e processos de produção para suportar a fabricação. Preocupa-se em estabelecer o método de trabalho mais eficiente, ou seja, procura otimizar o local de trabalho com relação a ajuste de máquinas, manuseio e movimentação de materiais, leiaute, ferramentas e dispositivos específicos, medição de tempos e racionalização de movimentos. Também é chamada de engenharia industrial, engenharia de processo ou engenharia de manufatura. (PEINADO; GRAEML, 2007) Para Barnes (1977) apud Milhomem et al. (2015), Engenharia de Métodos é o estudo sistemático do trabalho, buscando alcançar através de análises o melhor método para executar uma operação, padronizando e determinando o tempo que deve ser gasto por uma pessoa XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 4 devidamente treinada realizar uma tarefa de forma eficiente visando a redução de custos e produção de outputs com qualidade. Certamente são inúmeras as vantagens que a Engenharia de Métodos traz para o sistema produtivo da organização, pois seleciona os melhores métodos para a organização e distribuição do trabalho eliminando movimentos desnecessários, reduzindo custos e automatizando alguns processos. A engenharia de métodos abrange o trabalho de maneira sistemática com o propósito de criar métodos práticos e eficazes tendo em vista a padronização das operações. O campo da engenharia de métodos inclui a concepção de melhor organização, melhor método de produção, dos processos, das ferramentas, dos equipamentos, das competências para produzir o produto na empresa. Com a instalação desse método pretende-se garantir um melhor resultado em qualidade do serviço, redução do tempo para o mercado e maior facilidade e economia dos meios na fase de industrialização e de produção (JUNIOR, 2014). 2.2. Estudo de tempos O estudo de tempos introduzido por Taylor foi usado principalmente na determinação de tempos padrão em processos e o estudo de movimento desenvolvido pelo casal Gilbreth, foi empregado na melhoria de métodos de trabalho. Só em 1930 foi realizado um estudo para determinar métodos mais simples e rápidos de execução de uma tarefa. Foi então a união do estudo de tempos e de movimentos, um complementando o outro, visando determinar um método ideal ou que mais se aproximasse do ideal para ser usado de forma prática. (BARNES, 1977 apud SANTOS et al., 2015). Sobre a questão da relevância desses dois estudos, percebeu-se que: Durante muito tempo houve discussões relativas ao que era mais importante: estudo de tempos ou de movimentos. Atualmente, percebe-se que não há distinção, porém complementaridade. O que se indica é a realização do estudo de movimentos antes do estudo de tempos, onde movimentos planejados levam a um melhor resultado em tempo. Esses princípios são fundamentados pela engenharia de produção (JUNIOR, 2014). XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 5 Milhomem et al. (2015 , p. 5) descreve: “O estudo de tempos e movimentos aborda técnicas que levam a uma precisa análise de determinada atividade com o objetivo de eliminar todo item desnecessário e encontrar o melhor e mais eficiente modo de executá-la”. 2.3. Cronoanálise O método mais comum de se medir o trabalho humano é a cronometragem, dividindo a operação a ser estudada em elementos e cronometrando cada um deles. Para a obtenção de um tempo padrão final e mais preciso para a operação, é necessário levar em consideração também tolerâncias para necessidades pessoais, fadiga e esperas. A operação total, cujo tempo padrão se deseja calcular é dividida em elementos para que o método de trabalho tenha uma medida precisa. É utilizado cronômetro, prancheta e filmadora para se obter o tempo preciso na realização de cada elemento, para assim determinar o tempo padrão da operação por completo. O termo "cronoanálise" é usado para designar o processo deestudo, mensuração e determinação dos tempos padrão em uma operação (SANTOS et al., 2015). Para Peinado e Graeml (2007), a divisão da operação é dada em elementos: em primeiro lugar, a operação total cujo tempo padrão se deseja determinar deve ser dividida em partes para que o método de trabalho possa ter uma medida precisa, deve-se tomar o cuidado de não dividir a operação em exageradamente muitos ou demasiadamente poucos elementos. Algumas regras gerais para este desdobramento são: Separar o trabalho em partes, de maneira que sejam mais curtas possíveis, mas longas o suficiente para que possam ser medidas com o cronômetro. A prática obtida, na realização de inúmeros processos de cronoanálise em várias empresas indica que o tempo mínimo a ser medido deve ser superior a cinco segundos; As ações do operador, quando independentes das ações da máquina, devem ser medidas em separado. Em outras palavras, o trabalho do operador é do operador e o trabalho da máquina é da máquina; Definir o atraso ocasionado pelo operador e pelo equipamento separadamente. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 6 2.3.1. Tabelas de coeficientes Os valores típicos dos coeficientes Z e d2 utilizados nos cálculos são apresentados na Tabela 1 e na Tabela 2, respectivamente. Tabela 1 – Coeficientes de distribuição normal Fonte: Peinado e Graeml (2007) Tabela 2 – Coeficiente d2 para o número de cronometragens iniciais Fonte: Peinado e Graeml (2007) 3. Métodos de pesquisa Segundo Gil (2010), do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, uma vez que consiste no estudo profundo e exaustivo do objeto de estudo, permitindo seu extensivo e detalhado conhecimento. Visando desenvolver o objetivo proposto, realizou-se como procedimento inicial uma revisão bibliográfica, o qual buscou obter o conhecimento sobre o estudo de tempos e movimentos usados para avaliar o desempenho dos tempos padrões de produção de uma determinada empresa. A partir disso, aplicaram-se as medidas correspondentes a este estudo em um restaurante de sushi, no qual a produção estudada foi de temaki e foi realizada uma entrevista com o dono da empresa, para conseguir informações mais precisas referentes às etapas de preparação dos alimentos produzidos no restaurante. Posteriormente, durante cinco dias e por cinco vezes, os tempos de produção foram cronometrados, utilizando-se de uma filmadora como equipamento de auxílio, em seguida, para verificar se o número de cronometragens era suficiente, calculou- XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 7 se o NC, possibilitando, sequencialmente a construção de um gráfico para confirmar se todas as cronometragens e os dias eram válidos. Além disso, o cálculo do tempo normal, fator de tolerância, tempo padrão e capacidade produtiva também foram feitos, respectivamente. Essas etapas de pesquisa são sintetizadas conforme a figura 1. Figura 1 – Etapas de pesquisa Fonte: Autores (2017) 4. Resultados e discussões 4.1. Gráfico do fluxo do processo Segundo Tardin et al. (2013), o fluxograma em geral é uma ferramenta de representação gráfica do trabalho realizado em empresas, é a sequência normal de qualquer trabalho na organização. São usados símbolos que geralmente tem pouca variação. Os símbolos utilizados colocam em evidência a origem, processamento e o destino da informação e tem por objetivo facilitar a visualização do processo e identificar atividades críticas. O gráfico do fluxo do processo apresenta a distância percorrida para realizar operações, transportes, inspeção, espera Levantamento bibliográfico Entrevista com o dono da empresa Realização das cronometragens Cálculo do NC Construção do gráfico Cálculo do TN Cálculo do FT Cálculo do TP e Cálculo da Capacidade Produtiva Análise dos dados obtidos. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 8 e estoque utilizados em cada etapa do processo. Como mostra o gráfico abaixo, analisando a produção de temaki. O processo escolhido para mostrar a aplicabilidade da engenharia de métodos foi a produção de temaki. O processo inicia-se no preparo das matérias-prima (arroz e recheio) e na compra das algas. Após a seleção da matéria-prima, os ingredientes são levados para o setor de preparo e neste local são preparados e colocados em recipientes individuais. Em seguida, os recipientes são levadas para o setor de produção, onde apenas um operador realizar a montagem do temaki. O processo da montagem, que é o objeto de estudo deste artigo, começa com o operador pegando a alga e o arroz que ficam em uma bancada e coloca-se o arroz na alga, pega-se o recheio que está disposto em outra bancada e é colocado por cima do arroz, feito isso, a alga é enrolada envolvendo-os e deixando-os no formato de cone, para finalizar é acrescentado mais recheio na parte superior do temaki. Estes processos são representados na figura 2 no o fluxograma dos processos. Figura 2 - Fluxograma dos processos da produção de temaki Descrição Distância (m) O p er aç ão T ra n sp o rt e In sp eç ão E sp er a E st o q u e Pegar Alga 0,3 Pegar Arroz 1,8 Posicionar Arroz Pegar Recheio 1,8 Posicionar Recheio Enrolar Finalizar Fonte: Autores (2017) XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 9 4.2. Determinação do número de ciclos A preparação do prato foi dividida em 3 etapas principais: posicionamento do arroz, posicionamento do recheio e finalização. Anterior à essas etapas citadas, há um pré-preparo dos ingredientes, entretanto, ele ocorre antes de abrir o restaurante, sendo assim, não foi considerado neste estudo de tempos e movimentos. Para a realização do estudo em questão, a princípio seria necessário cronometrar a produção do temaki 5 vezes, em 5 dias diferentes, totalizando 25 cronometragens. A partir dos dados obtidos, foi calculado o NC, que corresponde ao número de cronometragens suficientes, e caso o resultado obtido for maior que 5, há a necessidade de fazer as cronometragens restantes. Os quadros abaixo apresentam os resultados obtidos. Quadro 1- Tempos cronometrados do dia 1 Dia 1 Operação Tempos Cronometrados (seg) 1 2 3 4 5 Posicionar Arroz 29 31 36 26 28 Posicionar Recheio 20 23 29 20 15 Finalizar 46 43 42 32 20 Total 95 97 107 78 63 Fonte: Autores (2017) Calcula-se a média do total dos tempos cronometrados: (95+97+107+78+63)/5 = 88 segundos. Calcula-se a amplitude, utilizando a diferença do maior tempo com o menor tempo: 107 - 63 = 44 segundos. Para calcular o NC, foi utilizada a fórmula: XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 10 NC = ((Z×R)/(Er×d2×X))² Sendo:Z = 1,28 , considerando uma distribuição normal de 90%; R = Amplitude; Er = 0,1, considerando a distribuição normal de 90%; d2 = 2,326 , considerando 5 cronometragens preliminares; X = Média Aplicando aos dados do dia 1, temos: NC1 = ((1,28×44)/(0,1×2,326×88))² NC1 = 7,57 Neste caso o resultado obtido foi maior que 5, o que significa que as 5 cronometragens preliminares não foram suficientes e há a necessidade de realizar mais 3. Os resultados após mais 3 cronometragens constam no Quadro 2. Quadro 2- Tempos cronometrados do dia 1.1 Dia 1.1 Operação Tempos Cronometrados (seg) 1 2 3 4 5 6 7 8 Posicionar Arroz 29 31 36 26 28 30 32 34 Posicionar Recheio 20 23 29 20 15 21 23 20 Finalizar 46 43 42 32 20 40 39 41 Total 95 97 107 78 63 91 94 95 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 11 Fonte: Autores (2017) Após esta nova cronometragem, denominada de 1.1, aplica-se novamente na fórmula usada anteriormente, observando que a média mudou para 90 segundos e a amplitude continuou 44 segundos, referente ao dia 1. O Quadro 3 apresenta os tempos cronometrados no dia 2. Quadro 3- Tempos cronometrados do dia 2 Dia 2 Operação Tempos Cronometrados (seg) 1 2 3 4 5 Posicionar Arroz 30 34 31 31 38 Posicionar Recheio 18 19 23 17 17 Finalizar 42 45 35 32 40 Total 90 97 89 80 95 Fonte: Autores (2017) Calcula-se a média do total dos tempos cronometrados: (90+97+89+80+95)/5 = 90,2 segundos. Calcula-se a amplitude, utilizando a diferença do maior tempo com o menor tempo: 97 – 80 = 17 segundos. Aplicando os dados do dia 2 na fórmula do NC, temos: NC2 = ((1,28×17)/(0,1×2,326×90,2))² NC2 = 1,08 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 12 Dessa forma, as cronometragens preliminares foram suficientes e a média e amplitude continuaram as mesmas. Os tempos cronometrados no dia 3 estão no quadro 4. Quadro 4 - Tempos cronometrados do dia 3 Fonte: Autores (2017) Calcula-se a média do total dos tempos cronometrados: (90+94+96+87+93)/5 = 92 segundos. Calcula-se a amplitude, utilizando a diferença do maior tempo com o menor tempo: 96 - 87 = 9 segundos. Aplicando os dados do Dia 3 na fórmula do NC, temos: NC3 = ((1,28×9)/(0,1×2,326×92))² NC3 = 0,29 Dessa forma, as cronometragens preliminares foram suficientes e a média e amplitude continuaram as mesmas. As cronometragens do dia 4, estão apresentadas no Quadro 5. Dia 3 Operação Tempos Cronometrados (seg) 1 2 3 4 5 Posicionar Arroz 29 32 38 31 31 Posicionar Recheio 21 18 24 17 20 Finalizar 40 44 34 39 42 Total 90 94 96 87 93 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 13 Quadro 5- Tempos cronometrados do dia 4 Dia 4 Operação Tempos Cronometrados (seg) 1 2 3 4 5 Posicionar Arroz 30 34 28 32 37 Posicionar Recheio 20 23 22 22 17 Finalizar 41 47 39 44 40 Total 91 104 89 98 94 Fonte: Autores (2017) Calcula-se a média do total dos tempos cronometrados: (91+104+89+98+94)/5 = 95,2 segundos. Calcula-se a amplitude, utilizando a diferença do maior tempo com o menor tempo: 104 - 89 = 15 segundos. Aplicando os dados do dia 4 na fórmula do NC, temos: NC4 = ((1,28×15)/(0,1×2,326×95,2))² NC4 = 0,75 Com este resultado, as cronometragens preliminares foram suficientes e a média e amplitude continuaram as mesmas. O Quadro 6, mostra as cronometragens do dia 5. Quadro 6- Tempos Cronometrados do dia 5 Dia 5 Operação Tempos Cronometrados (seg) XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 14 1 2 3 4 5 Posicionar Arroz 35 25 32 30 33 Posicionar Recheio 20 24 22 18 21 Finalizar 45 38 41 30 42 Total 100 87 95 78 96 Fonte: Autores (2017) Calcula-se a média do total dos tempos cronometrados: (100+87+95+78+96)/5 = 91,2 segundos. Calcula-se a amplitude, utilizando a diferença do maior tempo com o menor tempo: 100 - 78 = 22 segundos. Aplicando os dados do dia 5 na fórmula do NC, temos: NC5 = ((1,28×22)/(0,1×2,326×91,2))² NC5 = 1,76 Dessa forma, as cronometragens preliminares foram suficientes e a média e amplitude continuaram as mesmas. 4.3. Gráficos de controle 4.3.1. Gráfico de médias Os gráficos de médias utilizam as médias obtidas das cronometragens para descartar cronometragens muito dispersas. Para construir esses gráficos são utilizadas as seguintes fórmulas: LIC = X + a × R XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 15 LSC = X – a × R Onde, LIC = Limite inferior calculado; LSC = Limite superior calculado; X = Média; a= Variável dependente do número de cronometragens; R= Amplitude. Caso haja alguma cronometragem fora desse intervalo, esse tempo é excluído do cálculo de tempo padrão. Substituindo os dados obtidos do dia 1 nas fórmulas do LIC e LSC, temos: LSC1= 90 + 0,373 × 44 LSC1= 106,4 LIC1 = 90 – 0,377 × 44 LIC1 = 73,59 Gráfico 1 – Médias do dia 1 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 16 Fonte: Autores (2017) Levando em consideração os dados obtidos, foi possível observar que as cronometragens 3 e 5 devem ser descartadas. Substituindo os dados obtidos do dia 2 nas fórmulas do LIC e LSC, temos: LSC2 = 90 + 0,577 × 17 LSC2 = 99,7 LIC2= 90 – 0,577 × 17 LIC2= 80,7 Gráfico 2 – Médias do dia 2 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Te m p o ( s) Cronometragens Dia 1 LIC= 73,59 LSC=106,4 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 17 Fonte: Autores (2017) Levando em consideração os resultados obtidos, foi possível observar que a cronometragem 4 precisa ser descartada. Substituindo os dados obtidos do dia 3 nas fórmulas do LIC e LSC, temos: LSC3= 90 + 0,577 × 9 LSC3= 97 LIC3= 90 – 0,577 × 9 LIC3= 86,9 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 Te m p o ( s) Cronometragens Dia 2 LIC= 80,7 LSC= 99,7 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 18 Gráfico 3 – Médias do dia 3 Fonte: Autores (2017) No dia 3, não foi necessário excluir nenhuma cronometragem. Substituindo os dados obtidos do dia 4 nas fórmulas do LIC e LSC, temos: LSC4= 90 + 0,577 × 15 LSC4= 103,86 LIC4= 90 – 0,577 × 15 LIC4= 86,56 Gráfico 4 – Médias do dia 4 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 Te m p o ( s) CronometragensDia 3 LIC= 86,9 LSC= 97 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 19 Fonte: Autores (2017) Levando em consideração os dados obtidos, foi possível observar que a cronometragem 2 precisa ser descartada. Substituindo os dados obtidos do dia 5 nas fórmulas do LIC e LSC, temos: LSC5 = 90 + 0,577 × 22 LSC5 = 103,9 LIC5= 90 – 0,577 × 22 LIC5 = 78,5 Gráfico 5 – Médias do dia 5 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 Te m p o ( s) Cronometragens Dia 4 LSC= 103,86 LIC= 86,56 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 20 Fonte: Autores (2017) Com os resultados obtidos, foi possível observar que a cronometragem 4 precisa ser descartada. 4.4. Fator de tolerância De acordo com Machado (2012), não é possível esperar que uma pessoa trabalhe sem interrupções o dia inteiro, assim, devem ser previstas interrupções no trabalho para que sejam atendidas as denominadas necessidades pessoais e para proporcionar um descanso, aliviando os efeitos da fadiga no trabalho. Este autor ainda informa que geralmente, adota-se uma tolerância variando entre 15% e 20% do tempo (fator de tolerância entre 1,15 e 1,20) para trabalhos normais realizados em um ambiente normal, para as empresas industriais. Trabalhos em escritórios o fator de tolerância situa-se em torno de 1,05. O fator de tolerância pode ser calculado em função do tempo de permissão que a empresa se dispõe a conceder ao trabalhador. Nesse método determina-se a porcentagem de tempo p concedida em relação ao tempo de trabalho diário e calcula-se o fator de tolerância como sendo: 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 Te m p o ( s) Cronometragens Dia 5 LSC= 103,9 LIC= 78,5 XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 21 FT = 1/(1-p) Sendo p o tempo de intervalo dado dividido pelo tempo de trabalho. Na empresa em estudo, a produção ocorre durante 4 horas, e é concedido ao funcionário 10 minutos de descanso. Ao substituir na fórmula, obtemos: FT = 1,04 Obtendo assim, uma tolerância de descanso de 4% ao trabalhador, em uma produção de 4 horas. 4.5. Tempo padrão e capacidade produtiva A determinação do tempo padrão de uma tarefa oferece pelo menos duas grandes utilidades, afirma Moreira (1993) apud Adriano (2011), a primeira é de que ele serve para estudos posteriores que visem determinar o custo industrial associado a um produto. Já o segundo benefício consiste na possibilidade de se poder avaliar, pela redução ou não do tempo padrão, se houve melhoria no método de trabalho quando é feito um estudo de métodos. A determinação do tempo padrão da produção de um produto é dada pelo produto do tempo normal e do fator de tolerância, sendo o tempo normal a média dos tempos válidos, tendo em vista que alguns tempos foram retirados pela análise do gráfico das médias, sendo assim, a nova média dos dias 1, 2, 4, 5, são respectivamente: 91,6; 92,75; 93 e 94,5 segundos, como no dia 3 não foi retirado nenhum tempo cronometrado, permaneceu a média de 92 segundos. Calculando a nova média destes 5 dias, resultou em 92,8 segundos como o tempo de produção do temaki, considerando o ritmo de produção de 100%. Desse modo, o tempo normal calculado é igual a 92,8 segundos. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 22 Fazendo o produto TN × FT, obtemos que o tempo padrão da produção de um temaki é igual a 96,5 segundos. No cálculo da capacidade produtiva, considerara-se o tempo padrão da atividade, com o tempo, neste caso, de 240 minutos diários e o número de máquinas ou operadores para a produção. Dividindo-se o limitante de tempo pelo tempo padrão do processo, tem-se a capacidade de produção do temaki em uma determinada máquina ou de um operário, no restaurante em questão, há apenas um operário. Logo, multiplicando-se esse valor pela quantidade de máquinas ou de trabalhadores de uma operação, tem-se a capacidade total de produção de cada processo (ADRIANO, 2011). Com base nesses dados obtidos e sabendo que a produção neste restaurante ocorre no período de 19h à 23h, é possível saber a capacidade produtiva do mesmo, fazendo a razão de 14.400 segundos diários e o tempo padrão de produzir um temaki de 96,5 segundos, portanto, o restaurante possui a capacidade produtiva de 149 temaki por noite, com um operador. Esta capacidade produtiva poderia ser maior se o operador tivesse à sua disposição todos os produtos na mesma bancada, haja visto que há um tempo gasto para que ele alcance-os, já que alguns ficam em bancadas diferentes, esse tempo utilizado para a movimentação eliminado, poderia resultar em uma maior capacidade produtiva. 5. Conclusão Associando com teóricos da área, foi possível observar com base na análise do processo atual que, o estudo dos tempos e movimentos se apresentou como uma técnica essencial para se conhecer as problemáticas, definir a capacidade produtiva e posteriormente conhecer o nível de eficiência da mesma. Por conseguinte, diante dos dados encontrados foi possível observar que na linha de produção do restaurante de comidas japonesas a problemática da produção é o layout de onde são produzidos os temaki. Pois o arroz e a alga ficam dispostos em uma bancada atrás da qual o XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 23 funcionário realiza todo o procedimento, gerando uma perda de tempo pelo excesso de movimentação para alcançar estes outros recursos. Para tal, sugere-se que seja revisto o espaço físico da empresa quanto à disposição dos materiais, colocando todos eles na mesma bancada, visando à rapidez no processo e o aumento da eficiência da linha de produção. Espera-se que este trabalho possa auxiliar a empresa analisada nas novas tomadas de decisões, visando à formação do aumento da capacidade produtiva, da lucratividade da mesma e no aumento da eficiência da sua linha de produção. Propõe-se como trabalhos futuros o estudo de tempos e movimentos da produção total da empresa, ou seja, de todas as linhas de produção, visando o conhecimento e a definição da eficiência da unidade de cada setor produtivo. Por fim, conclui-se que o tratamento da problemática será um diferencial na busca pela manutenção e aumento da capacidade produtiva e consequentemente no aumento da eficiência produtiva da mesma. REFERÊNCIAS ADRIANO, F. F., RODRIGUES, M. V., HOSSN, C. A. A. E., MOREIRA, M. L. S. & TABOSA, C. D. M. Determinação da capacidade produtiva de uma confecção de pequeno porte através do estudo de tempos sob o enfoque da teoria das restrições. XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO- ENEGEP. 2011. CONTADOR, J. C. et al. Gestão de operações, a engenharia de produção a serviço da modernização dá empresa. 2 Ed. São Paulo: Edgar Blücher, 1998. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 184p. JUNIOR, A. H. R. 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