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Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda Práticas do Inspetor no contexto Escolar Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 1 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda APRESENTAÇÃO Este material instrucional contém legislação de ensino, selecionadas, visando aplicações práticas em suas atividades de inspeção escolar nas unidades de ensino, seja ela pública ou privado. A Inspeção Escolar é uma área de atuação para a qual o profissional deve apresentar capacidade de investigação, observação, análise e compreensão global e especifica de processos envolvidos em situações de organização e gestão escolar. Portanto, é necessário conhecimento e diretrizes teóricas, que possam viabilizar a compreensão do funcionamento, desenvolvimento e necessidade. Espera-se, no entanto, que você utilize os conhecimentos aqui oferecidos em reformulações pessoais e profissionais acreditando na análise imprescindível do que lhe é oferecido, antes de meramente colocá-los em execução. Que sua utilidade possa ser constatada, é o nosso desejo. SUMÁRIO Unidade I: Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 2 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 1. Organização Curricular e Funcionamento Escolar......................................................................06 1.1. Calendário Escolar......................................................................................................................09 1.2. O Que é Dia Letivo? E Dia Escolar ?.........................................................................................10 1.3. Orientações Gerais para elaboração do Calendário Escolar........................................................14 1.4. Atividade de conclusão da Unidade I..........................................................................................23 Unidade II: 2. Organização Curricular: Conceito, Limites, Possibilidades..........................................................25 2.1. O Ensino Religioso no Currículo Escolar....................................................................................30 2.2. O Ensino Religioso nas Escolas Confessionais............................................................................32 2.3. Filosofia e Sociologia: Disciplinas Obrigatórias no Ensino Médio.............................................34 2.4. Atividade de Conclusão da Unidade II.........................................................................................35 Unidade III: 3. A Carga Horária Mínima da Educação Básica: Horas Relógio? Ou Horas Aula?......................36 3.1. Recreio Escolar: Efetivo Trabalho Escolar.................................................................................38 3.2. Orientações e Cálculos da Carga Horária Anual.........................................................................41 3.3. Orientações e Cálculos da Carga Horária por aula......................................................................42 3.4. Atividade de Conclusão da Unidade III......................................................................................43 Unidade IV: 4. Frequência Escolar e o Diário de Classe......................................................................................45 4.1. Frequência Faltas e Alguns Apontamentos da Legislação...........................................................49 4.2. Tratamento Especial para os alunos portadores de afecções – Decreto Federal nº 1.044/1969...52 4.3. Atividades de Conclusão da Unidade IV......................................................................................56 Unidade V: 5. Organização e Regularização de Vida Escolar do Aluno.............................................................57 5.1. Classificação e Reclassificação...................................................................................................58 5.2. Equivalência de Estudos - Ensino Fundamental e Médio...........................................................59 5.3. Progressão Parcial........................................................................................................................61 5.4. Aceleração e Aproveitamento de Estudos....................................................................................65 5.5. Aproveitamento de Estudos em Curso de Eja ou Exames Supletivos.........................................66 5.6. Atividades Avaliativas .................................................................................................................67 Ficha técnica do módulo: Práticas do Inspetor no Contexto Escolar Ementa: é proporcionar ao profissional da educação o aperfeiçoamento das práticas de inspeção escolar. Para tanto busca atualizar o profissional em relação à legislação do ensino, em particular, no que tange às diretrizes curriculares para a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; propiciar momentos de reflexão sobre os principais desafios dos inspetores escolares; apresentando subsídios que possibilitem aos profissionais em educação a compreensão da organização e funcionamento dos sistemas de ensino em todas as esferas administrativas e pedagógicas. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 3 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda Objetivos: • Capacitar profissionais para atuar em, inspeção escolar • Contribuir e oferecer subsídios teórico-metodológicos para desenvolvimento de competências administrativas, técnicas, políticas e pedagógicas para o exercício das funções de Inspetor Escolar, na implementação das políticas e diretrizes da Educação Nacional e Estadual de Educação. Metodologia: O curso será desenvolvido através de aulas expositivas, dinâmicas, discussão em grupos, possibilitando ao aluno o contato com textos para leitura, reflexões e discussões, resolução de exercícios ao final de cada unidade e ao final do livro Bibliografia Básica: BARBOSA, Maria Rita Leal da Silveira. Inspeção Escolar: Um olhar crítico.Uberlândia.2008 CANEN, A.; MOREIRA, A.F.B. “Reflexões sobre o multiculturalismo na escola e na formação docente”. In: (Orgs.), Ênfases e omissões no currículo, Campinas: Papirus, 2001, p.15-44. GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Educação. Constituinte Escolar, caderno temático nº 8, Porto Alegre, maio/2000, p. 13. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. FONSECA, Marília (org.). As Dimensões do Projeto Político- Pedagógico: Novos desafios para a escola. Campinas, S.P.: Papirus, 2001. VEIGA, Ilma Passos da. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, Ilma Passos da (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1998. p.11-35. Bibliografia Complementar: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases Educação Nacional. Lei n. 9394/96, MEC. BRASIL.Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.MEC/SEF,1997BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Ministério da Educação.Portaria nº 501, de 14 de maio de 1952. Autoriza e Determina os Dias Letivos e Escolares das Escolas Públicas e Privadas.. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 4/2010 BRASIL.Conselho Nacional de Educação. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 09 Anos. Resolução CNE/CEB nº 7/2010 Textosextraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 4 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda BRASIL.Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educaçao Básica. Aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Parecer CNE/CEB n° 4/98 BRASIL.Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educaçao Básica. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Parecer CNE/CEB n° 2/98 BRASIL.Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educaçao Básica. Esclarece Dúvidas sobre a Lei nº 9.394/96. Parecer CNE/CEB n° 12/97 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 4.024/61. BRASIL. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Lei nº 5.692/71 BRASIL. Altera dispositivos da Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, referentes a profissionalização do ensino de 2º grau. Lei n. Lei nº 7.044/82 BRASIL. Dispõe sobre o ensino da língua espanhola. Lei nº 11.161/2005 BRASIL. Altera o art. 36 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio. Lei nº 11.684 de 02.06.2008 BRASIL. Altera o art. 12 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, determinando às instituições de ensino obrigatoriedade no envio de informações escolares aos pais, conviventes ou não com seus filhos. Lei n. 12.013/2009 SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Orienta as escolas na elaboração do Calendário Escolar para o ano de 2013. Resolução SEE nº 2.233 de 11 de Dezembro de 2012. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Orienta as instituições pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino referente ao Calendário Escolar para o ano de 2013. Resolução 017/2012 – Governo do Estado do Paraná UNIDADE I 1. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E FUNCIONAMENTO ESCOLAR A educação é como um espelho fiel que nos reproduz com clareza o que uma sociedade é, o que ela deseja fazer de si e o que ela afirma desejar. (VALE, Lilian do. A escola imaginária. Rio de Janeiro DO&A Editora, pag. 8, 1997) Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 5 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/128525/lei-de-diretrizes-e-base-de-1971-lei-5692-71 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda As discussões e orientações aqui abordadas estão fundamentadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9.394/1996), nas Resoluções e Pareceres e procedimentos definidos da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para o funcionamento e organização da educação básica no Brasil. Cada estado brasileiro, possui o Conselho Estadual de Educação e as Secretarias de Estado de Educação, que são órgãos governamentais, que acatam as instruções do Conselho Nacional de Educação com as respectivas regulamentações da LDBEN nº 9.394/96 e suas respectivas regulamentações, buscando orientar, auxiliar e instrumentalizar as escolas públicas e privadas, pontuando em especial aspectos relevantes sobre a matrícula e estrumação, organização curricular e avaliação para as etapas da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A Educação Básica compreende: • Educação Infantil para o atendimento das crianças em Creches e Pré-Escolas, • Ensino Fundamental para o atendimento das crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos • Ensino Médio para o atendimento dos adolescentes, jovens, adultos e idosos, nos espaços escolares públicos ou privados. É importante considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, de forma a recuperar a sua centralidade, que é o estudante, indivíduo em formação na sua essência humana (Art. 6º, Resolução CNE/CEB nº 4/2010). O direito à Educação Básica é dever da família e do estado assegurado pela emenda constitucional nº 59/2009 e pela LDB nº 9.394/1996, que em seu artigo 4º trata da garantia de: I – ensino fundamental gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - universalização do ensino médio gratuito; III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 6 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola; VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem; X - vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência frequentar a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. Universalizar o ensino significa afirmar que todas as pessoas em idade escolar ou não, devem a escola ou, pelo menos, ter a garantia de uma vaga ofertada pelo poder público estadual e/ou municipal, levando em consideração a proximidade do domicílio. Para a garantia efetiva dos direitos mencionados, o Estado e os Municípios deverão firmar um regime de colaboração para viabilizar o acesso ao ensino público gratuito e de qualidade para todos. Sendo assim caro aluno(a), algumas ações são necessárias para o conhecimento e prática do inspetor escolar que: • O Sistema Estadual de Ensino deve, junto aos Conselhos Estaduais de Educação, organizar a Educação Básica de acordo com a legislação em vigor; • O Sistema Estadual de Ensino (órgão responsável pelas de escolas de um estado – SEE/SME), de acordo com a legislação nacional e estadual, deve buscar, em todo o tempo, a melhor adequação possível às necessidades dos estudantes e à garantia do direito pleno à educação e à escolarização; • O Sistema Estadual de Ensino deve discutir a definição de uma proposta de unificação dos calendários escolares, acompanhando e monitorando a ação educativa, objetivando que os resultados previstos possam ser alcançados; Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 7 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda LEITURA OBRIGATÓRIA: Para ampliar seu conhecimento a respeito da organização curricular no Brasil, sugerimos a leitura da Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica – Resolução CNE/CEB 04/2001. Fonte: portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf 1.1. CALENDÁRIO ESCOLAR O calendário escolar é de extrema importância, pois ele é um elemento constitutivo da organização do currículo escolar. Através do calendário escolar é possível verificação do tempo escolar que será utilizado para aprendizagem bem como a quantidade de horas que os professores de cada matéria terão para usar em sala de aula, as avaliações, cursos, os feriados, as férias, períodos em que o ano se divide, os dias letivos, as atividades extracurriculares (como campeonatosinter-classe, festa junina, entre outros) e as atividades pedagógicas (como trabalho coletivo na escola, conselho de classe e paradas pedagógicas). Além disso, essa organização do tempo escolar de cada escola deve levar em consideração a realidade, a região e a estrutura de cada instituição e dos alunos. Por exemplo, em regiões onde a maioria da população, o que engloba os alunos, trabalha na área rural, o calendário escolar deve levar em conta as épocas de safra e entressafra. O calendário escolar deve ser elaborado pela Escola, em acordo com os parâmetros definidos em norma específica, publicada anualmente pelas Secretarias de Educação. As escolas públicas e unidades escolares em regime privado receberão as instruções para elaboração do calendário escolar. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 8 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda As pessoas mais indicadas para a organização desse tempo escolar são os próprios professores, gestores e supervisores escolares, por conhecerem as necessidades e a realidade da sala de aula, que será amplamente discutido e aprovado pelo Conselho Escolar ou Colegiado da Escola (que são instituições representativas dentro da Escola – composta por: segmentos professores, pais, alunos e comunidade local). Cabe a Inspeção Escolar, orientar, auxiliar os gestores na elaboração do calendário, compete também ao inspetor escolar supervisionar o cumprimento das atividades nele previstas . A LDEN 9.394/96, preconiza a elaboração do calendário escolar, sendo garantidos no Calendário Escolar, os mínimos de 200 (duzentos) dias letivos e carga horária de 800 horas, para os anos iniciais, e de 833 horas e os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. A jornada escolar escolar é de no mínimo 4 horas de trabalho diário, excluído o tempo destinado ao recreio. A Organização do tempo escolar no Ensino Fundamental e Ensino Médio, deve assegurar a duração da semana letiva de 05 (cinco) dias. LEITURA OBRIGATÓRIA: Para ampliar seu conhecimento para a elaboração e inspeção do cumprimento do Calendário Escolar, sugerimos a leitura da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9.394/96 Arts. 23 e 24) 1.2. O QUE É DIA LETIVO? E DIA ESCOLAR? Em se tratando de calendário escolar, no cumprimento dos 200 dias letivos, e com atividades escolares, ainda surgem dúvidas na elaboração e até mesmo na homologação do calendário escolar. Buscando esclarecer aos Inspetores Escolares, trazemos aqui uma breve discussão sobre o que é dia letivo e dia escolar nas unidades escolares no Brasil. Veja abaixo o Art. 34 da LDBEN nº 9.394/96: “Art. 34 - a jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo, progressivamente ampliado, o período de permanência na escola.” Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 9 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda E aqui se trata de horas relógio de 60 minutos, pois quando a Lei se refere a horas-aula, o diz expressamente, como se lê no art. 12, inciso III, art. 13, inciso V e art. 24, inciso I. Os termos não mudaram de legislação para legislação e o significado de dia letivo é o mesmo. A Portaria nº 501, de 14 de maio de 1952, do Ministério da Educação, determinava no art. 14, § 3º: “nos períodos letivos, haverá trabalhos escolares, excluídos os dias festivos”. A Lei nº 4024, de 20 de dezembro de 1961, referindo-se à duração mínima do período letivo determinava no art. 38: “cento e oitenta dias de trabalho escolar efetivo, excluindo o tempo reservado a provas e exames”. Com o advento da Lei nº 5692/71, de 11 de agosto de 1971, ficou estabelecimento no art. 11. “ o ano e o semestre letivo terão, no mínimo, 180 e 90 dias, respectivamente, de trabalho escolar efetivo”. A Lei nº 7044/82, desobrigando as escolas da profissionalização, fixou no art. 12: “ a duração do (então) 2º grau em 2.200 horas de trabalho escolar efetivo.” A Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, atualmente vigente, estabelece no art. 24, inciso I, que: “ a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluindo o tempo reservado aos exames finais, quando houver”. Para o cumprimento dessa exigência, determina: • À Escola - “assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas” (no art. 12, inciso III); • Aos docentes - “ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidas” (art. 13, inciso V); Observe-se que, tanto na legislação atual como na anterior, as expressões são praticamente as mesmas: trabalho escolar, na Portaria nº 501, trabalho escolar efetivo nas Leis nºs. 4024/61, 5692/71 e 7044/82 e efetivo trabalho escolar” na Lei vigente nº 9394/96 (grifos nossos). Entende-se, portanto, por trabalho escolar efetivo como o conjunto de atividades inerentes à finalidade da escola. A escola foi instituída para educar e a educação envolve dois momentos importantes e inseparáveis: a instrução e a formação, ambas atuando diretamente sobre as duas faculdades superiores do homem: a inteligência e a vontade. Pela inteligência aprende-se, sabe-se, conhece-se e, pela vontade, se deseja, se quer, se realiza. Com a transmissão de conhecimentos, enriquece-se a inteligência e, com a orientação e prática de bons princípios, forma-se a vontade. Portanto, todas as atividades voltadas ou à transmissão de conhecimentos aos alunos ou à formação de suas personalidades, se constituem trabalho escolar efetivo. Dessa maneira, são trabalhos escolares efetivos para definirem um dia letivo, aulas, palestras, conferências, pesquisas, seminários, Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 10 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda semana cultural, semana pedagógica, semana esportiva, projeção de filmes, visitas a instituições, monumentos, excursões instrutivas e muitos outros de caráter educativo, sempre envolvendo professor e aluno. Então, atividade escolar não se realiza só em sala de aula, entre quatro paredes, diante de um quadro negro ou verde e de um professor. É o processo em que alunos, sob a orientação de um professor buscam a aprendizagem, isto é, um momento de enriquecimento da inteligência e/ou um estímulo à formação da vontade. Dias letivos se fazem com professores e alunos e são momentos que se integram na construção de saberes plurais, fazendo da escola um legítimo espaço de intercâmbio de experiências e aprendizagem. Nessa perspectiva, todo intervalo de tempo em que a busca do conhecimento é vivenciada na escola, intermediada por educadores e educandos em situações formais e não-formais, com objetivos claros e atividades pedagógicas acontecendo, efetiva-se como dia letivo. Em resumo, pode-se definir Dia Letivo, como aquele que: • tenha sido previsto pela escola em seu calendário e proposta pedagógica como letivo; • que nele haja atividades letivas com freqüência exigível dos alunos; • que nessas atividades haja efetiva orientação de professores; • que essas atividades se prolonguem por tempo razoável, com duração mínima, para os alunos do ensino fundamental, de 240 minutos. Atividades que podem ser consideradas letivas 1. Reunião de pais e mestres – Pode ser considerada atividade letiva nas seguintes condições: a) Se a escola promover para os alunos, sob a orientação de um ou mais professores, outra atividade na ocasião; b) Se a escola reservar apenas um período da jornada escolar diária para realizar a reunião. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 11 Biblioteca online - sem valor comercial,proibida a reprodução e venda 2. Sábados com manhãs esportivas - pode ser considerada atividade letiva quando envolver alunos e contar com a presença de professor no desenvolvimento das atividades esportivas. 3. Celebrações da 1ª Eucaristia, missa das mães, missa de Páscoa, encontros ecumênicos, encontros de divulgação das normas da escola - O principio é o mesmo. As atividades deverão ter objetivos educacionais claros, comparecimento de alunos e professores. 4. Sábados de reposição de aulas – esta ocorrência envolve duas situações: a primeira, seria reposição de aulas para todos os alunos, no caso, por exemplo, de greve de professores, e a segunda, seria reposição de aulas, para algum professor que faltou. As duas ocorrências são consideradas como dias letivos. 5. Seminários e oficinas com alunos e/ou pais – a atividade poderá ser considerada letiva se contar com a participação de alunos, ou de alunos e pais, sob a orientação de professor Não se considera dia letivo, no entanto, se contar apenas com a participação dos pais e/ou pais e alunos; 6. Encontros de estudos dos professores e planejamento de atividades dos professores – pode ser considerado dia letivo, se a escola observar as condições explicitadas anteriormente: participação de alunos em outras atividades pedagógicas, sob a orientação de professor, e que tenham objetivos educacionais claros. Em caso contrário, não é dia letivo. 7. Festas juninas e de comemoração do dia do estudante, o dia das crianças – os princípios são os mesmos já citados: participação de alunos sob a orientação de professor, e que tenham objetivos educacionais claros. Outras Leis que devem ser consideradas na elaboração e aprovação do Calendário Escolar - Leis trabalhistas - Leis federais, estaduais e municipais que divulgam/aprovam o calendário de feriados e pontos facultativos ou datas importantes para o ano em questão. Previsões . 200 dias letivos . férias regulamentares dos profissionais da educação . feriados e recessos . dias escolares, estudos, assembleias (conselho de classe, conselho escolar) . sábados letivos (referências a quais recessos) Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 12 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda . avaliações finais, quando houver . reclassificação . início e término do ano/semestre letivo e escolar . datas significativas :projetos da escola, Dia Nacional da Consciência Negra, Aniversário da Escola, período de provas e entrega de resultados Durante o período compreendido de 27 de outubro a 04 de dezembro as Secretaria de Educação ou Diretorias de Ensino, divulgam as instruções normativas para elaboração do calendário escolar. E o Inspetor Escolar, cabe orientar as unidades de ensino para a elaboração e consequentemente aprovação. 1.3. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR Estabelece, para a Rede Pública Estadual de Educação Básica, Calendário Escolar para o ano de 2013. Resolução SEE nº 2233 de 11 de dezembro de 2012. A SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, considerando o disposto na Lei nº 9.394/96, na Resolução SEE nº 2.197/2012 e tendo em vista a necessidade de organização e funcionamento das escolas estaduais em 2013, RESOLVE: Art. 1º. O Calendário Escolar, respeitadas as normas legais, deve ser elaborado pela escola, discutido e aprovado pelo Colegiado e amplamente divulgado, cabendo ao Serviço de Inspeção Escolar supervisionar o cumprimento das atividades nele previstas, de acordo com as normas da Secretaria de Estado de Educação. Art. 2º. O Calendário Escolar em 2013 prevê 200 (duzentos) dias letivos e carga horária de 800 (oitocentas) horas para os anos iniciais e 833 (oitocentas e trinta e três) horas e 20 (vinte) minutos para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio e inclui as seguintes datas e programações: Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 13 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda I- Início do ano letivo: 04 de fevereiro. II- Término do ano letivo: 17 de dezembro. III - Recessos escolares comuns: - 11 e 13 de fevereiro - 28 de março - 31 de maio - 22 de julho a 02 de agosto - 14 a 18 de outubro - 20 a 24, 26 e 27, 30 e 31 de dezembro IV - Feriados e dias santos: - 01 de janeiro - 12 fevereiro - 29 de março - 21 de abril - 01 de maio - 30 de maio - 07 de setembro - 12 de outubro - 02 de novembro - 15 de novembro - 25 de dezembro V – 06 (seis) dias escolares para planejamento e formação continuada dos profissionais da educação: - 1º de fevereiro - 18 e19 de dezembro - 03 (três) dias a serem definidos pela Escola em conjunto com a Superintendência Regional de Ensino. § 1º. Para as Escolas do Projeto Reinventando o Ensino Médio são previstos 200 (duzentos) dias letivos e a carga horária de 1.000 (mil) horas. § 2º. Os dias previstos no inciso V deste artigo serão destinados a reuniões coletivas da equipe pedagógica e formação continuada dos profissionais da educação, conforme planejamento conjunto da Superintendência Regional de Ensino e Escola. § 3º. Nos dias 17/06 e 26/06 não haverá atividades letivas nas Escolas Estaduais da Capital, devido à realização dos jogos da Copa das Confederações. § 4º. O dia 12/06 e o dia 15/06 (sábado), serão destinados às atividades do Dia D “Toda Escola Deve Fazer a Diferença” e “Toda a Comunidade Participando”. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 14 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda Art. 3º Havendo necessidade de compatibilização da programação com eventos municipais ou por motivos extraordinários e relevantes, as escolas poderão alterar seus calendários, resguardando o cumprimento da exigência mínima de dias letivos e carga horária. § 1º. Nas situações previstas no caput, as Escolas poderão utilizar o limite máximo de 05 (cinco) sábados na composição do calendário, desde que esteja assegurado o transporte dos alunos oriundos da área rural. § 2º. A duração do ano letivo poderá, nos casos previstos no artigo, extrapolar o ano civil. § 3º. As alterações no Calendário Escolar, para atender ao disposto no artigo, deverão também ser discutidas e aprovadas pelo Colegiado e supervisionadas pelo Serviço de Inspeção Escolar da Superintendência Regional de Ensino. Art. 4º. As Escolas do Campo, Indígenas e Quilombolas, poderão elaborar proposta de calendário diferenciado, observando o disposto nesta Resolução e as peculiaridades da vida no campo e de cada região. Art. 5º. No desenvolvimento das atividades letivas programadas, ocorrendo qualquer interrupção, independentemente do motivo, deverá ser providenciada a imediata reposição, tanto em termos de carga horária quanto em números de dias letivos, a fim de atender os mínimos estabelecidos em lei. Parágrafo único. As Escolas deverão encaminhar as propostas de reposição dos dias letivos e carga horária à Superintendência Regional de Ensino para análise, aprovação e acompanhamento do efetivo cumprimento do Calendário Escolar. Art. 6º. É de responsabilidade do Diretor da Escola fazer cumprir o Calendário Escolar no que se refere aos dias letivos e à carga horária. Art. 7º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, em Belo Horizonte, aos______ de de 2012. ANA LÚCIA ALMEIDA GAZZOLA Secretária de Estado Educação Fonte: Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais – www.educacao.mg.gov.br Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 15 http://www.educacao.mg.gov.br/ Biblioteca online - sem valor comercial,proibida a reprodução e venda As Escolas que possuírem Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental e Médio, organizado em series semestrais, haverá o cumprimento de 200 dias letivos, ou seja, duas séries ao ano, deverá ter um Calendário Escolar em especial a esse alunado, obedecendo as mesmas particularidades e instruções para a elaboração do Calendário Escolar. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO INSTRUÇÃO N° 017/2012 – SEED/SUED Assunto: Calendário Escolar 2013 A Superintendente da Educação, no uso de suas atribuições, e considerando: • a Lei n° 9394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e suas alterações; • a Deliberação n° 002/02–CEE, que incluiu, no período letivo, dias destinados às atividades pedagógicas; • a Resolução n° 7102/2012-GS/SEED, que definiu o Calendário Escolar – 2013, para a rede pública estadual e conveniada; • e a necessidade de orientar as instituições pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino, resolve: 1. O Calendário Escolar aprovado, para o ano de 2013, pela Resolução n° 7102/2012- GS/SEED, embasado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9394/96, a qual determina o mínimo de oitocentas horas, distribuídas, no mínimo, em duzentos dias de efetivo trabalho escolar, deverá ser cumprido pelas instituições de ensino da rede pública estadual de Educação Básica e rede conveniada, observando que, os Cursos da Educação Profissional Técnica de nível médio deverão cumprir a carga horária prevista na Matriz Curricular. 2. O Calendário Escolar da rede estadual e conveniada fica assim definido: I. atividades escolares para os professores: a) semana pedagógica: 04/02 a 06/02; 25/07 e 26/07; Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 16 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda b) planejamento: 07/02 e 08/02; c) replanejamento: 01 (um) dia a ser definido pela instituição de ensino, preferencialmente até o final do 1º trimestre letivo; d) formação continuada: 02 (dois) dias, 01 (um) em cada semestre, a ser definido pelo Núcleo Regional de Educação; II. início das aulas: 14/02; III. término do 1º semestre: 10/07; IV. início das aulas do 2º semestre: 29/07; V. período de férias para os alunos: 1°/01 a 13/02; 11/07 a 28/07; 19/12 a 31/12; VI. período de férias para os professores: 1º/01 a 30/01; VII. recesso remunerado para os professores: 31/01; 01/02; 31/05; 11/07 a 24/07; 19/12 a 31/12; VIII. feriado municipal: 01 (um) dia; IX. término do ano letivo: 18/12; X. a Secretaria de Estado da Educação e os Núcleos Regionais de Educação deverão definir 02 (dois) dias, em cada semestre, para realizar semana pedagógica com os professores que atuam nessas unidades. 3. O calendário das instituições de ensino da rede privada e da rede municipal que integram o Sistema Estadual de Ensino deve contemplar o mínimo de 800 (oitocentas) horas distribuídas em um mínimo de 200 (duzentos) dias letivos e demais peculiaridades para cada rede. 4. A Deliberação n° 002/200 – CEE, em seus Artigos 2° e 3°, dispõe para o Sistema Estadual de Ensino: “Art. 2º – São consideradas como efetivo trabalho escolar as reuniões pedagógicas, organizadas, estruturadas a partir da proposta pedagógica do estabelecimento e inseridas no seu planejamento anual. Art. 3º – Pode o estabelecimento considerar, como dias de efetivo trabalho escolar, os dedicados ao trabalho docente organizado, também em função do seu aperfeiçoamento, conquanto não ultrapassem cinco por cento (5%) do total de dias letivos estabelecidos em lei, ou seja, dez (10) dias no decorrer do ano letivo. Parágrafo único – O estabelecimento deverá organizar o ano letivo de modo que os alunos tenham garantidas as oitocentas (800) horas de efetivo trabalho escolar previstas em lei”. (sem grifo no original) 5. De acordo com o Parecer n° 631/97–CEE, o trabalho escolar dos docentes, relativo às atividades de reflexão acerca de sua prática pedagógica não pode ser contado como “horas letivas”, pois estas exigem a presença física dos alunos. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 17 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 6. Para fins de garantia das oitocentas horas são consideradas as atividades de cunho pedagógico, desde que incluídas no Projeto Político-Pedagógico da instituição de ensino e exijam frequência dos alunos sob efetiva orientação dos professores, podendo ser realizadas em sala de aula e/ou outros locais pedagogicamente adequados ao processo ensino-aprendizagem. 7. É de responsabilidade das instituições pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino garantir, para todos os seus alunos, em todos os turnos de funcionamento, o mínimo de oitocentas horas anuais. 8. Para a rede estadual e conveniada são computados como dias letivos, porém, sem carga horária para o aluno, os dias destinados para: a) semana pedagógica: 04/02 a 06/02; 25/07 e 26/07; b) planejamento: 07/02 e 08/02; c) replanejamento: 01 (um) dia; d) formação continuada: 02 (dois) dias. 9. Para considerar como dias letivos os destinados para reunião pedagógica/semana pedagógica/formação continuada (até 5%), as instituições pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino deverão observar o atendimento da oferta das 800 (oitocentas) horas. Nos casos em que houver prejuízo de carga horária, deverá ser realizada a devida complementação de carga horária para os alunos, a fim de garantir o cumprimento da lei quanto à carga horária. 10. Os dias em que são desenvolvidas atividades pedagógicas, contempladas no Projeto Político- Pedagógico, com os alunos e com a presença dos respectivos professores, são considerados letivos, e a carga horária será a correspondente à duração da atividade. 11. Para efeito de complementação da carga horária e/ou reposição de dias letivos serão consideradas, para as instituições do Sistema Estadual de Ensino, as atividades definidas no Projeto Político-Pedagógico da instituição de ensino. 12. As instituições da rede estadual que ofertam o Ensino Médio organizado por Blocos de Disciplinas semestrais, devem garantir o cumprimento de 400 (quatrocentas) horas distribuídas em um mínimo de 100 (cem) dias letivos em cada semestre. 13. As instituições de ensino da rede privada que ofertam Educação Profissional Técnica de nível médio deverão observar o cumprimento da carga horária e período mínimo de integralização constante no Plano de Curso aprovado pelo Conselho Estadual de Educação. 14. As instituições de ensino da rede pública que ofertam Educação Profissional Técnica de nível médio deverão cumprir a carga horária prevista na Matriz Curricular e o período mínimo de integralização do curso, constantes no Plano de Curso aprovado pelo Conselho Estadual de Educação, dentro de, no mínimo, 200 dias letivos para cursos de matrícula anual e 100 dias para os cursos de matrícula semestral. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 18 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 15. As instituições de ensino da rede estadual e conveniada, que ofertam Educação de Jovens e Adultos, devem garantir os 200 dias letivos anuais e a carga horária das disciplinas determinadas na Proposta Pedagógica aprovada pelo Conselho Estadual de Educação. 16. A oferta da Educação de Jovens e Adultos na rede municipal e na rede privada deverá garantir a carga horária determinada na Deliberação n° 05/10-CEE. 17. As instituições de ensino da rede estadual, que se encontram nas situações amparadas pelo Art. 23, §2° e Art. 28, da Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional n° 9394/96, tais como, localizados na zona rural, escolas docampo, escolas indígenas, escolas das ilhas, escolas quilombolas e escolas itinerantes, poderão elaborar proposta de calendário diferenciado, ao aprovado pela Resolução n° 7102/2012-GS/SEED, respeitando as peculiaridades de cada região, encaminhando ao Núcleo Regional de Educação, até 17/12/2012, o qual, após análise e emissão de parecer, o remeterá à Superintendência da Educação, para a devida homologação. 18. Cabe à instituição de ensino, da rede estadual e conveniada, prever no Calendário Escolar: a) um dia para replanejamento (considerado letivo, porém sem carga horária para o aluno); b) dias destinados às reuniões pedagógicas (não considerados como dias letivos); c) Semana de Integração Escola/Comunidade: em caso do município sediar os Jogos Oficiais do Estado do Paraná, a Semana de Integração Escola/Comunidade das instituições de ensino deste município deverá coincidir com as datas do referido evento; e, na rede conveniada, coincidir com a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla (considerar dias e horas letivas); d) um dia para o feriado municipal; e) no município em que for instituído mais de um feriado, este poderá ser contemplado, porém, desde que garantida a oferta do mínimo de 200 dias e 800 horas; f) dias para Conselhos de Classe, em contra-turno ou aos sábados (não considerados como dias letivos). Este item (e) não se aplica à Educação de Jovens e Adultos. 19. Cabe à instituição de ensino da rede privada prever, no Calendário Escolar, os dias dos exames finais, caso haja esta oferta. 20. Para qualquer interrupção no desenvolvimento do ano letivo programado, independentemente da razão, na rede estadual, conveniada, municipal e privada, deverá ser providenciada a devida reposição, tanto em termos de carga horária (mínimo de 800 horas) quanto em número de dias letivos (mínimo de 200 dias). A instituição de ensino deverá comunicar o fato ao Núcleo Regional de Educação e encaminhar proposta de reposição do(s) dia(s) não trabalhado(s), a fim de atender os mínimos estabelecidos em lei. 21. A reposição deverá ser presencial, isto é, com a presença física do aluno e do professor. 22. Atividades realizadas pelos alunos sem a presença do professor não são consideradas como dias letivos, nem computada a sua carga horária. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 19 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 23. O Calendário Escolar da rede estadual, após aprovado pelo Conselho Escolar, e os calendários das redes municipais e privadas, deverão ser encaminhados ao Núcleo Regional de Educação para homologação, até o dia 17/12/2012. 24. O Calendário proposto pela instituição de ensino da rede estadual e conveniada, após aprovado e homologado pelo Núcleo Regional de Educação, não poderá sofrer alterações, salvo em casos excepcionais e com autorização da Superintendência da Educação. 25. O Calendário proposto por instituição de ensino da rede privada e da rede municipal, que sofrer alteração após homologação, deverá ser encaminhada nova proposta com justificativa para o Núcleo Regional de Educação. 26. Quanto ao preenchimento do Livro Registro de Classe da rede estadual e conveniada: a) iniciar os registros a partir do dia 04/02; b) nos dias 04/02 a 06/02; 25/07 e 26/07, no campo de conteúdos, registrar Semana Pedagógica; 07/02 e 08/02, no campo de conteúdos, registrar Planejamento; no dia definido pela instituição para o Replanejamento, registrar no campo de conteúdos, Replanejamento nos 02(dois) dias definidos pelo NRE, no campo conteúdos, registrar, Formação Continuada; no campo destinado à frequência, anular os espaços, e, no campo Observações, registrar: amparo legal Deliberação n° 002/02-CEE. 27. Compete ao Núcleo Regional de Educação: a) enviar às instituições de ensino da rede estadual e conveniada, de sua jurisdição, a presente Instrução e a Resolução n° 7102/2012 – GS/SEED, com o modelo de Calendário Escolar anexo; b) enviar às instituições de ensino da rede municipal e privada, de sua jurisdição, a presente Instrução; c) orientar as instituições de ensino das redes estadual, municipal e privada, que integram o Sistema Estadual de Ensino, na elaboração dos Calendários Escolares; d) solicitar, da rede privada, cópia(s) da(s) Matriz(es) Curricular(es) vigente(s) para o ano de 2013, para auxiliar na análise do Calendário Escolar; e) aprovar e homologar os Calendários Escolares. 28. Nas instituições de ensino da rede estadual, conveniada, municipal e privada, somente poderá ser considerado encerrado o ano letivo após o cumprimento integral do Calendário Escolar homologado. 29. É de responsabilidade da equipe diretiva, pedagógica e docentes da instituição de ensino fazer cumprir o Calendário Escolar no que se refere aos dias letivos e à carga horária. 30. Os casos omissos serão resolvidos pela Superintendência da Educação. Curitiba, 27 de novembro de 2012. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 20 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda Meroujy Giacomassi Cavet/Superintendente da Educação Fonte: Secretaria de Educação do Estado do Paraná – www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br Em seu material você possui duas instruções para orientação, elaboração, inspeção, aprovação do Calendário Escolar, sendo uma do Estado de Minas Gerais e outra do Estado do Paraná para o ano letivo de 2013. Para ampliar os seus conhecimentos a cerca do Calendário Escolar, verifique em sua cidade as instruções para elaboração do calendário escolar do ano Letivo de 2013, seja ela da escola pública ou privada. • As Escolas que possuírem Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental e Médio, suplência, organizado em series semestrais, haverá o cumprimento de 200 dias letivos, ou seja, duas séries ao ano, o Calendário Escolar em especial a esse alunado, deve contemplar 100 (cem) dias para um período ou série e 100 (cem) dias para a serie ou período subsequente, obedecendo as mesmas particularidades e instruções para a elaboração do Calendário Escolar do ensino regular quanto a recessos, feriados, férias regulamentares. 1.4. Atividade de conclusão da Unidade I: Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 21 http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/ Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda Janeiro/2013 Fevereiro/2013 Março/2013 D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 1 2 1 2 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9 3 4 5 6 7 8 9 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 10 11 12 13 14 15 16 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23 17 18 19 20 21 22 23 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 24/ 31 25 26 27 28 29 30 1 – Confraternização Universal 12 - Carnaval 29 – Paixão / 31 - Páscoa Abril/2013 Maio/2013 Junho/2013 D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 1 7 8 9 10 11 12 13 5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8 14 15 16 17 18 19 20 12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22 28 29 30 26 27 28 29 30 31 23/ 30 24 25 26 27 28 29 21 - Tiradentes 1 – Dia do Trabalho / 30 - Corpus Christi Outubro/2013 Novembro/2013 Dezembro/2013 D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 1 2 1 2 3 4 5 6 7 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9 8 9 10 11 12 13 14 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 15 16 17 18 19 20 21 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23 22 23 24 25 26 27 28 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30 29 30 31 12 – Nossa Sr.ª Aparecida 15 –Dia do Professor 02 – Finados 15 – Proclamaçãoda República 25 – Natal Início do período letivo Recesso somente para alunos Atividade Pedagógica Início das aulas Feriado ou Dia Santo Término das aulas Dias Letivo s Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. 1.º sem. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 2.º sem. Total 200 Alertamos para o seguinte: 1 - Não estão previstos os feriados municipais – Verifique os feriados de sua CIDADE Julho/2013 Agosto/2013 Setembro/2013 D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 31 29 30 7 – Independência do Brasil Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 22 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 2 - O Dia 20 de novembro “Dia Nacional da Consciência Negra, em alguns Estados já é Feriado por Lei, em outros Estados é dia letivo. Verifique em seu Estado antes de orientar e homologar o Calendário Escolar 01 – Elaborar o Calendário Escolar, de acordo com as orientações propostas nas páginas anteriores. 02- O ideal é que cada aluno elabore um Calendário de acordo com as orientações propostas ou de acordo com as instruções para elaboração do calendário de seu Estado/Município. 03- Socialização do conhecimento adquirido para aprovação e homologação do Calendário Escolar entre os colegas da turma. Bom Trabalho!! UNIDADE II Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 23 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 2. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: CONCEITO, LIMITES, POSSIBILIDADES A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, ao ser promulgada, trouxe muitas inovações que já estavam incorporadas à estrutura curricular e à dinâmica do ensino- aprendizagem, como resultantes de discussões em diversos momentos pedagógicos. A partir de uma visão crítica no campo do currículo, os educadores e as regulamentações da LDBEN nº 9.394/96, vem propondo algumas discussões referente a constituição do conhecimento escolar através da análise de como se processa a apropriação dos diferentes saberes, transformando-os em saberes escolares, discutem-se também os mecanismos utilizados para produção/construção dos saberes. Conforme Veiga (1995, apud SEC, caderno temático, p.13) “currículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar. Currículo implica, necessariamente, a interação entre sujeitos que têm um mesmo objetivo e a opção por um referencial teórico que o sustente”. Ainda esclarece dizendo: Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito. Neste sentido, o currículo refere-se à organização do conhecimento escolar. (VEIGA, 1995 apud SEC, caderno temático, p.13). O conhecimento escolar é dinâmico, envolve a cultura, a educação, sujeitos em movimento em um constante processo de ensino e aprendizagem. A escola expressa no chamado conhecimento escolar ou o currículo escolar que se adequa à faixa etária dos alunos conforme as Diretrizes e Orientações do Conselho Nacional de Educação. Na organização curricular é preciso considerar alguns pontos básicos. O primeiro é o de que o currículo não é um Instrumento neutro. O currículo passa ideologia, e a escola precisa identificar e desvelar os componentes ideológicos do conhecimento escolar que a classe dominante utiliza para e manutenção de privilégios. A determinação do conhecimento escolar, portanto, Implica uma análise interpretativa e critica, tanto da cultura dominante, quanto da cultura popular. O currículo expressa uma cultura. (VEIGA, 1998, p.11-35). O segundo ponto é o de que o currículo não pode ser separado do contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente determinado. O terceiro ponto diz respeito ao tipo de organização currículo que a escola deve adotar. Em geral, nossas instituições têm sido orientadas para e organização hierárquica e fragmentada do conhecimento escolar. (VEIGA, 1998, p.11-35). Com base em Bernstein (1989), chamo a atenção para o fato de que a escola deve buscar novas formas de organização curricular, em que o conhecimento escolar (conteúdo/disciplinas) estabeleçam Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 24 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda uma relação aberta e Inter - relacione-se em torno de uma idéia integradora. A esse tipo de organização curricular, podemos pensar em um currículo integrado que busque reduzir o isolamento e o distanciamento entre as diferentes disciplinas curriculares, procurando agrupa-lás num currículo mais abrangente, o que diferentes autores chamam de um currículo multicultural. (CANEN, 2001, p.15-44). Currículo Escolar - Formação Básica e Parte Diversificada As diretrizes para inclusão de uma base nacional comum na composição curricular do ensino fundamental e médio serão definidas pelo Conselho Nacional de Educação. A lei 9.394/96, nos seus artigos 26 e 27, destacam alguns componentes da base nacional comum e da parte diversificada ensino fundamental, tais como: A base nacional comum na Educação Básica constitui-se de conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercício da cidadania; e nos movimentos sociais. (CNE, Resolução nº 04/2010). As disciplinas que integram a base nacional comum nacional: a) a Língua Portuguesa; b) a Matemática; c) o conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e política, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da História e das Culturas Afro-Brasileira e Indígena, d) a Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo-se a música; e) a Educação Física , na forma do § 3º, do Art. 26, deverá estar integrada à proposta pedagógica da escola, ajustar-se-á às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. f) o Ensino Religioso, de matrícula facultativa para os alunos, constitui disciplina obrigatória dos horários das escolas públicas de ensino fundamental e é parte integrante da formação básica do Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 25 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda cidadão, assegurando o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, podendo as escolas confessionais organizá-lo segundo sua orientação religiosa; As disciplinas da base nacional comum não são mais importantes que as da parte diversificada, as duas trazem um equilíbrio. A parte diversificada surge como um enriquecimento e um complemento da base nacional comum, o que valoriza as características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da comunidade escolar, perpassando todos os tempos e espaços curriculares constituintes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso à escola. A parte diversificada, nocurrículo escolar é organizada de acordo com os interesses e particularidades de cada localidade, configurando-se, na forma de eixos temáticos, selecionados colegiadamente pelos sistemas educativos ou pela unidade escolar. A LDBEN nº 9.394/96, inclui o estudo de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, cabendo sua escolha à comunidade escolar, dentro das possibilidades da escola, que deve considerar o atendimento das características locais, regionais, nacionais e transnacionais, tendo em vista as demandas do mundo do trabalho e da internacionalização de toda ordem de relações. A parte diversificada do currículo tem por objetivo permitir que em cada região fosse possível incorporar estudos de interesse da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. (LDBEN). Em se tratando de uma língua moderna estrangeira na parte diversificada do currículo, temos mais uma novidade que é Lei nº 11.161/2005, que torna obrigatório a oferta no Ensino Médio da Língua Espanhola, embora facultativa para o estudante, bem como possibilitada no Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano , de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro de suas possibilidades, tornando mais um expoente de aprendizagem para os nossos alunos. O currículo oficial das escolas brasileiras trazem os temas transversais ou transversalidade – que a escola deve considerar relacionadas aos “aspectos essenciais da vida do cidadão”, como ética, saúde, meio-ambiente, sexualidade, pluralidade cultural, vida familiar e social. A grande novidade no currículo do ensino fundamental é a inclusão desses novos temas, a serem trabalhados, associados às áreas convencionais, conforme recomendam os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (MEC,1997), que dizem: “A escola deve abrir a oportunidade para que os alunos aprendam sobre temas normalmente excluídos e deve atuar propositalmente na formação de valores e atitudes”. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 26 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda Os Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC,1997), não é um currículo formal, ele é apenas um instrumento legal, elaborado por uma equipe técnica do Ministério da Educação, com o objetivo de orientar os Estados e Municípios de parâmetros curriculares para elaborarem os currículos ou a proposta pedagógica dos Estados e Municípios, em conformidade com a LDBEN nº 9.394/96 - Art. 12: Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; A Língua Espanhola no Currículo Escolar. Por quê? A linguagem é o meio pelo qual as relações se expressam e é indiscutível o papel que ela desempenha na compreensão mútua, na promoção de relações políticas e comerciais, e, no desenvolvimento de recursos humanos. Em um mundo globalizado é fundamental poder se comunicar, e para entender e ser entendido é preciso comunicar-se na mesma linguagem. Utilizar-se dos mesmos sinais e símbolos daquele com quem se fala. (SEF/MEC,1999). A aprendizagem de uma língua estrangeira, juntamente com a língua materna, é um direito de todo o cidadão, conforme expresso na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.396/96 e na Declaração Universal dos Direitos Lingüísticos, (OLIVEIRA,2003). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, incorpora esta alternativa de novos conhecimentos quando em seus artigos 26, § 5º e 36, III obriga o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, a partir da 5ª série, no Ensino Fundamental e, uma obrigatória, e outra, optativa, no Ensino Médio, prudentemente, escolhidas pela comunidade escolar em consonância com as disponibilidades das instituições. Ao não definir qual a língua estrangeira que será obrigatória ou optativa, a LDBEN está remetendo para os sistemas de ensino dos Estados e dos Municípios a decisão de escolher o que melhor lhes convém e complementam a aprendizagem dos seus alunos. Plano Curricular – matriz Curricular Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 27 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda O plano curricular (quadro curricular) do ensino fundamental e do ensino médio será a expressão formal da concepção de currículo da escola, decorrente de sua proposta pedagógica e conterá, na forma do Ar. 26 da LDBEN nº 9.394/96, uma base nacional comum e uma parte complementar, diversificada, em cada estabelecimento de ensino. O Plano Curricular ou a Matriz Curricular, são expressos em um mapa significativo contendo o nome das disciplinas, carga horária e o número de aulas semanais que conterá em cada modalidade e níveis de ensino. Aqui também retratamos a flexibilidade da LDBEN nº 9.394/96 – Artigo 13, a autonomia dos estabelecimentos de ensino públicos e privados, assim não recebem mais uma matriz curricular pronta e básica para todo o País, com os nomes das disciplinas e número de horas/aulas. Todo estabelecimento de ensino público ou privado possui autonomia de elaborar e executar sua matriz curricular dentro dos padrões mínimos de orientação do Conselho Nacional de Educação e dos Conselhos Estaduais de Educação dos Estados, que repassam as diretrizes curriculares básicas às escolas. LEITURA OBRIGATÓRIA: Para ampliar seu conhecimento sobre a implementação da língua espanhola no currículo escolar, sugerimos a leitura da LEI Nº 11.161, DE 5 DE AGOSTO DE 2005, disponível no www.planalto.gov.br Que bom que você esteja apreciando as leituras. O importante também é você conhecer a legislação sobre a importância e implementação da Língua Espanhola no Currículo Escolar em uma das series do Ensino Médio, sendo de caráter opcional, que poderá ser oferecido em um sexto horário ou no contra-turno, por professores habilitados. Oriente a Gestão da Escola e a Secretária Escolar para que no ato da matrícula no Ensino Médio, os pais ou responsáveis dos alunos tenham o direito de fazer a opção para o oferecimento durante o ano letivo. 2.1. O ENSINO RELIGIOSO NO CURRÍCULO ESCOLAR No trabalho com educação e conhecimento escolar, o Inspetor Escolar, vai se deparar com flexibilidades e obstáculos para articular o conhecimento e herança pedagógica com experiências escolares de sucesso. Para tanto, trazemos algumas reflexões sobre o Ensino Religioso ou Educação Religiosa nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental da educação básica, alocado na Base Nacional Comum do currículo escolar. Vejamos o que diz o Artigo 33 da LDBEN n 9.394/96: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. “ Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 28 http://www.planalto.gov.br/ Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda A disciplina de Ensino Religioso, é uma questão bem complexa para supervisores, gestores e inspetor escolar, segundo a Lei, deverá compor a Base Nacional Comum e não estar no cômputo das 800 horas. O Parecer CNE/CEB n° 12/97 trata da questão "ensino religioso e carga horária mínima”, também há vários questionamentos de inspetores sobre o Ensino Religioso se é computado para a totalização do mínimo de oitocentas horas e a resposta é NÃO. Por um motivo fácil de ser explicado. Carga horária mínima é aquela a que todos os alunos estão obrigados. Desde o art. 210, § 1° da Constituição Federal está definido: "O ensino religioso de matrícula), constituirádisciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental". O art. 33 da Lei n° 9.394/96, com a nova redação que lhe deu a Lei n° 9.415/97, de 22 de julho de 1997, como não poderia deixar de ser, embora regulamentando o dispositivo constitucional mencionado, o faz mantendo facultativa a matrícula. Ora, se o aluno pode optar por frequentar, ou não, a referida disciplina, haverá quem optará por não fazê-lo. E quem assim decidir terá menos de oitocentas horas por ano, na hipótese de a escola se ater ao mínimo exigido por lei, o que art. 24, inciso I não admite.”. A questão a principio vamos norteá-la para a escola pública. A sistema estadual ou municipal de ensino devem oferecer na sua matriz curricular a disciplina Ensino Religioso e ou Educação Religiosa, aulas em horário normal de aula, com professores habilitados, sendo de matrícula facultativa e não obrigatória. A sociedade civil, a família pode utilizar da escola e do ensino que é público e gratuito, mas não constitui-se obrigatoriedade do aluno matriculado em assistir, participar das aulas de educação religiosa. A ação do inspetor escolar nesse caso, deve ser de buscar aporte teórico e de legislação da rede estadual, municipal e federal, que estiver vinculado no exercício das suas funções, propondo a gestão escolar alternativas cabíveis para os alunos que não se dispõem em participar e assistir de qualquer atividade pedagógica que diz respeito a disciplina de Ensino Religioso. bem como as particularidades da comunidade escolar que é atendida. No aspecto legal da legislação, a Inspeção Escolar pode propor: • Assinatura de termo de dispensa de disciplina de Ensino Religioso no horário de aula, com justificativa, assinado por responsável por alunos menores de 17 anos e assinado pelo aluno Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 29 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda maior de 18 anos, que deve ser assinado no ato da matrícula, bem como constar na pasta do aluno, se possível emissão de duas vias; • Sendo a disciplina de Ensino Religioso em horário de aulas, o aluno deve permanecer no espaço escolar (interior da escola), aguardando as demais aulas previstas no currículo e horário escolar. No aspecto pedagógico e metodológico pode propor: • A supervisão escolar, juntamente com equipe pedagógica e inspeção, elabore um projeto pedagógico ou projeto educativo ou interdisciplinar, para acolher os alunos que estão dispensados de cursar a disciplina Ensino Religioso, de forma que esse projeto, tenha acompanhamento , produto e resultado final. O Inspetor Escolar, deve sugerir elaboração de relatórios mensais das atividades que foram propostas afim de respaldar a dispensa do aluno e as atividades de conhecimento e saberes adquiridos na escola e ou no projeto. O que inspetor Escolar deve atentar a gestão e equipe pedagógica, com o rigor necessário, para que as dispensas de alunos para não cursarem a disciplina de ensino religioso em horário de aula, não se transforme em um hábito ou costume diário de todos os alunos e séries da escola. 2.2 O ENSINO RELIGIOSO EM ESCOLAS CONFESSIONAIS A existência de estabelecimentos de ensino privados e confessionais é garantida pela Carta Magna, conquanto se subordinem aos princípios que regem a educação nacional e não conflitem com os princípios e garantias da cidadania, especialmente no tocante a "discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais" (art. 5°, XLI, CF). A liberdade de pensamento e consciência de crença direitos garantidos constitucionalmente (art. 5°, incisos IV e VI), decorre, para a organização do ensino, que um dos princípios básicos é o do "pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino" (art. 206, III - Constituição Federal). Diante dessa flexibilidade os estabelecimentos confessionais podem assumir, como elemento integrante de sua proposta pedagógica, o Ensino Religioso, de acordo com suas convicções e crenças Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 30 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda religiosas, já definido, pela Resolução CNE/CEB n° 2/98, como uma das "áreas de conhecimento" do Ensino Fundamental. O Parecer CNE/CEB n° 4/98, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, refere-se à Parte Diversificada como a que: "envolve os conteúdos complementares, escolhidos por cada sistema de ensino e estabelecimentos escolares, integrados à Base Nacional Comum, de acordo com as características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela, refletindo-se, portanto, na Proposta Pedagógica de cada Escola conforme o art. 26”. A parte diversificada não deve ser entendida como uma "adição" à parte comum, mas um elemento estrutural que se abre para as múltiplas possibilidades de organização curricular existentes. Não existe, em consequência, uma rígida divisão estanque entre Base Nacional Comum e Parte Diversificada, já que, entre ambas, existe uma permanente possibilidade de troca e interação, sob a luz da flexibilidade da estrutura curricular assumida a partir da atual LDB. Nada impede, portanto, que os estabelecimentos privados, se assim o desejarem, insiram, em sua matriz curricular, o Ensino Religioso, seja na Base Nacional Comum, seja na Parte Diversificada, pois são ambas, como já definiu o Conselho Nacional de Educação, "componentes curriculares integrados e articulados entre si dentro de um todo maior" (cf. Resolução CNE/CEB n° 06/2001). Em se tratando de Ensino Religioso em Escolas Confessionais, salientamos que o trabalho do inspetor escolar, consiste em orientar os gestores escolares e na observância na aprovação da matriz ou plano curricular de manter um equilíbrio do número de aulas e carga horária com as demais disciplinas curriculares, para que não haja uma defasagem ou excessos em detrimento da disciplina Ensino Religioso. LEITURAS OBRIGATÓRIA: Para ampliar seu conhecimento sobre a Ensino Religioso na educação básica, sugerimos a leitura dos documentos oficiais. • Lei nº 9.475, de 22.07.1997 • O Parecer CNE/CEB n° 12/97 • O Parecer CNE/CEB n° 4/98 • Resolução CNE/CEB n° 06/2001 Disponível www.mec.gov.br Vamos refletir: Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 31 http://www.mec.gov.br/ Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda 01- O que significa o termo - O Estado é Laico? _________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 02 – O que significa proselitismo religioso? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 03 - A Disciplina de Ensino Religioso, alocada na matriz curricular (Base Comum) nos termos da legislação vigente, é computada para a totalização do mínimo da carga horária de 800 horas? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 2.3. FILOSOFIA E SOCIOLOGIA: DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS NO ENSINO MÉDIO As disciplinas escolares Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, tornaram-se obrigatórias . O Parecer 38/2006 do CNE, homologado em 11 de agosto de 2006 pelo Ministério da Educação, estabelece que "os sistemas de ensino, no prazo de um ano a contarda data da publicação da resolução, devem fixar as medidas necessárias para a inclusão das duas matérias". Algumas escolas públicas já mantinham a Filosofia e a Sociologia nos currículos escolares, mas garantia ao educando somente em 01(uma) série do Ensino Médio. Na aprovação da Lei foi sugerido que a partir de 2008 fosse ampliando gradativamente o número de aulas de filosofia e sociologia ao longo do currículo escolar, o que no ano de 2010, estariam todos os alunos com sua matriz curricular com aulas de sociologia e filosofia nos três anos do Ensino Médio. Durante a aprovação da Matriz Curricular e na análise do histórico escolar o inspetor escolar deve fazer observância aos conteúdos de Filosofia e Sociologia nos três anos do Ensino Médio. LEITURAS OBRIGATÓRIA: Para ampliar seu conhecimento sobre o Ensino de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, sugerimos a leitura dos documentos oficiais. Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 32 http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb038_06.pdf Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda • Lei nº 11.684 de 02.06.2008 • Parecer CNE/CEB nº 38/2006 • Resolução CNE/CEB nº 04 de 16 de agosto de 2006 As disciplinas de Filosofia e Sociologia devem fazer parte do Currículo do Ensino Médio em todas as séries a partir de 2008. O Inspetor deve estar ciente desta legislação face a analise de histórico escolar de anos anteriores a 2007. 2.4. ATIVIDADE DE CONCLUSÃO DA UNIDADE II: 1. O que é Currículo Escolar? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 2. O que é Base Nacional Comum e Parte Diversificada no Currículo Escolar? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 3. Pesquise: - Currículo Formal - Currículo Real - Currículo Oculto Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 33 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda UNIDADE III 3. A CARGA HORÁRIA MINÍMA DA ESCOLA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: HORAS RELÓGIO (60 MINUTOS) OU HORAS-AULA (50 MINUTOS) Vamos realizar uma breve discussão diante dos relatórios e Pareceres do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação referente a parametrização da carga horária de ensino a ser ministrada, a LDBEN nº 9.394/96. Ao longo de seus 92 artigos, distribuídos por nove Títulos, foram utilizados, em diferentes momentos e para questões diversas, termos apropriados à mensuração como “horas”, “horas-aula”, “horas letivas”, “horas de trabalho efetivo”, “horas semanais de trabalho”, “horas semanais de aula”, “dias de trabalho acadêmico efetivo”, “duração”, “carga horária”, “tempo reservado” e “tempo integral”. Neste trabalho, ora apresentado destacamos sobre a distinção entre hora-aula e hora relógio e com relação ao tempo destinado ao recreio para fins de integrá-lo a carga horária. Na realidade, a pergunta parece ter em mente o que está em leis anteriores, como se pode ver em interpretações do Parecer CEB/CNE 038/2002 de 04/11/2002. ¨...E, na LDB 9.394/96 em seu artigo 24, inciso I: a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 34 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. A partir da nova LDBEN, Lei 9394/96, o Parecer CNE/CEB 05/97, de autoria do Conselheiro Ulysses de Oliveira Panisset, já definia com clareza que o conceito de hora responde ao padrão nacional e internacional de 60 minutos distinguindo-a do de hora-aula...” Também é novo o aumento da carga horária mínima para as 800 horas anuais. É de se ressaltar que o dispositivo legal (art. 24, I) se refere a horas-aula a serem cumpridas. O artigo 12, inciso III da LDB e o artigo 13, inciso V falam em horas-aula programadas e que deverão ser rigorosamente cumpridas pela escola e pelo professor. Já o artigo 24, inciso I obriga as 800 horas por ano e o inciso V do mesmo artigo fala em horas letivas. O artigo 34 exige o mínimo de quatro horas diárias, no ensino fundamental. Ora, como ensinam os doutos sobre a interpretação das leis, nenhuma palavra ou expressão existe na forma legal sem uma razão específica. Deste modo, pode ser entendido que quando o texto se refere à hora, pura e simplesmente, trata do período de 60 minutos. Portanto, quando obriga ao mínimo de “oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar”, a lei está se referindo a 800 horas de 60 minutos, ou seja, um total anual de 48.000 minutos. Quando, observado o mesmo raciocínio, dispõe que a “jornada escolar no ensino fundamental é de 4 horas de trabalho efetivo em sala de aula”, está explicando que se trata de 240 minutos diários, no mínimo, ressalvada a situação dos cursos noturnos e outras formas mencionadas no artigo 34, § 2º, quando é admitida carga horária menor, desde que cumpridas às 800 horas anuais. Ainda de acordo com Lei 9394/96 e o Parecer CNE/CEB 05/97, ao elucidar a obrigatoriedade da ministração das horas-aula, a lei está exigindo (artigos 12, incisos III e 13, inciso V) que o estabelecimento e o professor ministrem as horas-aula programadas, independente da duração atribuída a cada uma. Até porque, a duração de cada módulo-aula será definido pelo estabelecimento de ensino, dentro da liberdade que lhe é atribuída, de acordo com as conveniências de ordem metodológica ou pedagógica a serem consideradas. O indispensável é que esses módulos, Textos extraídos Do Livro Práticas do Inspetor no Contexto Escolar: Anderson Oramisio Santos 35 Biblioteca online - sem valor comercial, proibida a reprodução e venda somados, totalizem oitocentas horas, no mínimo, e sejam ministrados em pelo menos duzentos dias letivos. Ainda o Parecer CNE/CEB nº 08/2004 apresenta sobre essa questão: Às 800 horas na Educação Básica, os 200 dias e as horas de 60 minutos na carga horária são um direito dos alunos e é dever dos estabelecimentos cumpri-los rigorosamente. Este cumprimento visa não só equalizar em todo o território nacional este direito dos estudantes, como garantir um mínimo de tempo a fim de assegurar o princípio de padrão de qualidade posto no artigo 206 da Constituição Federal e reposto no Art. 3º da LDB. Dentro do direito dos alunos, o projeto pedagógico dos estabelecimentos pode compor as horas relógio dentro da autonomia escolar estatuindo o tempo da hora-aula. Assim a hora-aula está dentro da hora-relógio que, por sua vez, é o critério do direito do estudante, que é conforme ao ordenamento jurídico. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece a distinção entre hora e hora – aula. A hora é uma indicação precisa da vigésima quarta parte do dia, calculada com referência a dois períodos de 12 horas ou a um período único de 24 horas e se remete aos acordos internacionais celebrados pelo Brasil, pelos quais a hora é constituída por 60 minutos. O direito dos estudantes é o de ter as horas legalmente apontadas dentro do ordenamento jurídico como o mínimo para assegurar um padrão de qualidade no ensino e um elemento de igualdade no país. Já a hora-aula é o padrão estabelecido pelo projeto pedagógico
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