Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PERITÔNIO Membrana serosa que reveste a parede abdominal e as vísceras nela inseridas. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O PERITÔNIO: Membrana serosa transparente, contínua, brilhante e escorregadia que reveste a cavidade abdominopélvida, é dividido em duas lâminas: • PERITÔNIO PARIETAL: Porção que reveste a cavidade abdominopélvica e possui a mesma vascularização, drenagem e inervação da parede. É sensível à dor, calor, frio, pressão e laceração. • PERITÔNIO VISCERAL: Porção da membrana que reveste as vísceras do abdome. É insensível ao toque, calor, frio e laceração, sendo estimulado por distensão e irritação química. *A dor no peritônio parietal é bem localizada, exceto a porção inferior do diafragma, que refere dor para a cintura escapular. *A dor no peritônio visceral é difusa, mal localizada, isso porque as fibras que o inervam se convergem em zonas concêntricas do corpo. Por exemplo, irritação do intestino inferior reflete dor em região periumbilical. ORGÃOS DA CAVIDADE: Os órgãos na cavidade abdominopélvica são também classificados conforme o revestimento peritoneal. • Órgão intraperitoneal: São órgãos revestidos quase completamente pelo peritônio. (Ex: Estômago e baço) • Órgão retroperitoneal: O revestimento dos órgãos retroperitoneais é parcial, geralmente apenas uma das faces é revestida. (Ex: Rins) • Órgão extraperitoneal: São órgãos na cavidade que não são revestidos pelo peritônio. (Ex: Bexiga e órgãos sexuais) CAVIDADE PERITONEAL: Espaço potencial entre a lâmina parietal e visceral onde circula o líquido peritoneal, composto por água e eletrólitos e que realiza a lubrificação das lâminas. PREGA PERITONEAL: É uma reflexão (dobra) do peritônio que “descola” da parede pela presença de vasos, ductos e ligamentos. Por exemplo, o omento (abordado abaixo) é uma prega peritoneal formada pela presença das vísceras abdominais na parede. FORMAÇÕES PERITONEAIS MESENTÉRIO: Lâmina dupla de peritônio formada pela projeção de um órgão. Isso garante a fixação do órgão na parede e é meio de comunicação neurovascular, pois dentro deles passam veias e artérias que suprem essas vísceras, são denominados: • Mesentério do intestino delgado ou mesentério próprio: Porção do mesentério que reveste o delgado. • Mesocólon transverso e sigmóide: Reveste o cólon transverso e o sigmóide. • Mesoapêndice: Reveste o apêndice. OMENTO: Prega peritoneal de camada dupla que se estende do estômago e duodeno proximal até as estruturas adjacentes, existem dois tipos. • Omento maior: Prega peritoneal de quatro camadas, se fixa primeiramente na curvatura maior do estômago e desce como um avental por toda parede, até se dobrar lá em baixo e subir, se fixando a parte anterior do cólon transverso e seu mesentério. • Omento menor: Camada dupla que se fixa a pequena curvatura do estômago e a porção proximal do duodeno com o fígado. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O *PARA LEMBRAR: O mesentério prende os órgãos na parede posterior, enquanto o omento mantém algumas vísceras juntas e em sua conformação correta. LIGAMENTOS PERITONEAIS: Dupla camada de peritônio que une as vísceras entre si ou as fixam na parede posterior. LIGAMENTOS PERITONEAIS HEPÁTICOS • Ligamento Falciforme: Fixa o fígado na parede posterior. • Ligamento Hepatogástrico: Fixa o fígado no estômago, parte do omento menor. • Ligamento Hepatoduodenal: Fixa o fígado no duodeno proximal, parte do omento menor. LIGAMENTOS PERITONEAIS GÁSTRICOS • Ligamento Gastrofrênico: Fixa o estômago à parede inferior do diafragma. • Ligamento Gastroesplênico: Fixa o estômago ao baço. (Parte do omento maior) • Ligamento Gastrocólico: Fixa o estômago ao duodeno tranverso. *Como na imagem acima, os ligamentos são porções do omento separadas a fim de descrição e para facilitar o entendimento anatômico. SUBDIVISÕES DA CAVIDADE PERITONEAL COMPARTIMENTO SUPRACÓLICO: Dividido pelo mesocólon transverso, o compartimento supracólico encontra-se anterior e superior ao mesocólon, onde está o estômago, baço e fígado. COMPARTIMENTO INFRACÓLICO: Localizado inferiormente o mesocólon transverso e posterior ao omento maior, é nesse compartimento que está localizado o intestino delgado, cólon ascendente e descendente, a raíz do mesentério do intestino delgado divide o compartimento infracólico em direito e esquerdo (conforme imagem abaixo). *O compartimento infracólico e supracólico pode ser conhecido também como saco maior. BOLSA OMENTAL OU SACO MENOR: Compartimento localizado posteriormente ao estômago e ao fígado (omento menor) e anterior ao pâncreas. Tem a função de permitir o livre movimento do estômago sobre as estruturas posteriores e inferior, permite também sua dilatação. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O RECESSOS DA BOLSA OMENTAL: Os recessos são pequenas cavidades vazias que delimitam o saco menor, o recesso superior se dá no diafragma, enquando o recesso inferior encontra-se nas dobras do omento maior (parte azul entre o verde na imagem de cima). FORAME OMENTAL: Espaço de comunicação entre o saco maior e o menor, ele tem largura aproximada de 1 dedos e possui limites conhecidos. LIMITES DO FORAME OMENTAL • Anterior: Ligamento hepatoduodenal. • Posterior: Veia cava inferior e pilar direito do diafragma. • Superior: Lobo caudal do fígado. • Inferior: Parte superior do duodeno. CORRELAÇÃO CLÍNICA ASCITE: Acúmulo de mais de 20mL de fluido na cavidade peritoneal, ocorre geralmente por conta de uma hipertensão portal, que gera maior extravazamento de líquido pro espaço intersticial (no caso a cavidade peritoneal). Uma das causas frequentes de hipertensão portal é a cirrose hepática. PERITONITE: Inflamação do peritônio geralmente por disseminação linfática ou ruptura intestinal (apendicite), esse quadro gera uma infecção bacteriana importante que pode levar (se não tratada) a uma sepse. DOR VISCERAL X DOR PARIETAL: A dor visceral é uma dor por irritação química ou distensão, estimula fibras que convergem para regiões concentricas do corpo, isso leva a uma dor mais difusa e mal localizada. Já na dor parietal, o acometimento é mais focal e as fibras mais específicas, o que leva a uma dor mais localizada. Na apendicite, o paciente apresenta inicialmente uma dor difusa nos quadrantes inferiores pois a inflamação só acometeu o peritônio visceral. Já quando o paciente apresenta dor em fossa ilíaca direita, bem localizada é possível que tenha havido o acometimento do peritônio parietal, e a inflamação tenha agravado. ADERÊNCIAS: Ocorrem quando há lesão da superfície peritoneal com cicatrização e formação de fibrina e fixações anormais entre o peritônio visceral e o parietal ou entre o visceral e a própria víscera revestida. As aderências limitam o movimento dos órgãos e podem gerar dor crônica e incômodos. PERITÔNIO E PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS: Como o peritônio é bem inervado, os pacientes submetidos à cirurgia abdominal sentem mais dor nas incisões grandes e invasivas do peritônio (laparotomia) do que nas pequenas incisões laparoscópicas ou cirurgias vaginais. É o revestimento de peritônio (muitas vezes denominado clinicamente serosa), que torna relativamente fácil obter anastomoses terminoterminais impermeáveis de órgãos intraperitoneais, como o intestino delgado. É mais difícil obter anastomoses impermeáveis de estruturas extraperitoneais que têm uma lâmina adventícia externa, como a parte torácica do esôfago. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ligamento-hepatoduodenalhttps://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/diafragma https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/figado https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/duodeno
Compartilhar