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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 1 • Trauma: lesões causadas por uma força externa devido a acidentes, violência ou autoagressão Lesão grave, súbita e inesperada Exemplos: acidentes automotivos, atropelamentos, ferimentos por arma de fogo (FAF), ferimentos por arma branca (FAB), quedas de altura, queimaduras, afogamentos e agressão Politrauma: paciente com mais de uma lesão traumática significativa Trauma é a principal causa de morte nas pessoas até 44 anos e a segunda causa de morte por todas as causas ➢ No mundo, há 5,8milhções de mortes ao ano (1 pessoa a cada 9 minutos) ➢ Estados Unidos: 60 milhões de vítimas com menor 40 anos por ano ➢ Acidentes automobilísticos: 1 milhão de mortes e 20 a 50 milhões de feridos ao ano ➢ Para cada morte por trauma: 19 admissões hospitalares, 233 consultas de emergência, 450 consultas relacionadas Morte por trauma: • Distribuição trimodal: três momentos críticos que o paciente pode evoluir a óbito Pico 1: segundos a minutos após o acidente – APH (atendimento pré- hospitalar) Pico 2: primeiros minutos a várias horas (“Golden hour” => curva) – ATLS (Advanced Trauma Life Support) ➢ Obstrução de via aérea ➢ Ventilação (hemotórax/pneumotórax) ➢ Hipovolemia (ruptura de baço/fígado) ➢ Hematoma intracraniano (subdural/epidural): acúmulo de sangue que leva a complicações Pico 3: dias a semanas => morte relacionada a complicações e evolução do trauma ➢ Ferimento de órgãos Atendimento ao trauma: • Objetivo do atendimento inicial é identificar situações que coloquem a vida do paciente em risco e que demandem atenção imediata pela equipe de socorro • ETAPAS: Fase pré-hospitalar (protocolo PHTLS) e Fase hospitalar (protocolo ATLS) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 2 PHTLS: Prehospital Trauma Life Support Objetivos: • controle de sangramentos e choque (X) • Manutenção da via aérea (A e B) => ver se a via aérea está livre => falar com a pessoa para ver se ela responde (a voz é ar saindo do sistema respiratório e vibrando as cordas vocais, então se conseguir falar, a via aérea está ok) => verificar pulso na carótida (C) • Imobilização • Transporte para o hospital mais próximo • PHTLS tem 4 etapas: controle da cena, abordagem primária, abordagem secundária (sinais vitais) e escala de coma e trauma Controle da cena: • Acionar apoio: SAMU 192 ou Corpo de Bombeiros 193 • Estacionamento em local adequado • Sinalização • Verificar riscos iminentes (como feios elétricos • Atenção para visão em túnel: não consegue raciocinar sobre uma atitude adequada, pois age por impulso. É preciso evitar, para pode atender a vítima com segurança • Avaliação rápida do local • Acessar vítima com segurança: cena, pessoal (EPIs), equipe circundantes, vítima • Cena é segura: avaliação da vítima • Avaliar: mecanismo do trauma, risco para os circundantes, risco de incêndio, explosão ou desmoronamentos • Situação no local • Número de vítimas (triagem) • Necessidade de apoio • Contato com familiares e testemunhas • ATENÇÃO: sempre garantir segurança de todos, não permitir novas vítimas Triagem: • Simple Triage and Rapid Treatment • Triagem de múltiplas vítimas (5 ou mais) • Verde: desbulham e obedecem a ordens • Preto: não respiram mesmo após reposicionamento de vias aéreas • RPM 30-2 – obedece a ordens: separar vermelho (se não responder, é vermelho e precisa de atendimento imediato) e amarelo (vítima que precisa de atendimento, mas não está grave) Avaliação da gravidade: Respiração: Frequência menor que 30 ipm Perfusão: Enchimento capilar menor que 2 segundos (apertar ponta da unha e ver se fica rosa quando solta, e tem que ficar rosa em menos de 2 segundos => ou apertar também a ponta do dedo) Status mental: ver se obedece a ordens • Ordem de prioridade de atendimento: vermelho ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR (PHTLS) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 3 Avaliação primária: XABCDE • X: controle de sangramento e choque • AB: via aérea • C: verificar pulso na carótida • D: disability => disfunção neurológica • E: exposição Colar cervical: • Objetivo: manter a região cervical alinhada em posição neutra até que a vítima esteja completamente imobilizada • Estabilização manual da cabeça • Contraindicações: espasmo da musculatura, aumento da dor, aparecimento ou agravamento de déficit neurológico, comprometimento da função ventilatória • Tamanho do colar: mensurar cm os dedos e comparar com as cores ATLS: Para padronizar o atendimento => curso possível após o CRM • Regulação do paciente ATENDIMENTO HOSPITALAR (ATLS) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 4 • Contato prévio • Preparação • Tratar primeiro a maior ameaça à vida • A falta de diagnóstico definitivo não deve impedir tratamento quando indicado • Não é necessária uma história detalhada para iniciar o tratamento do paciente com trauma AVALIAÇÃO PRIMÁRIA: Sistema ABCDE - ATLS • Tratar inicialmente a maior ameaça à vida • 2 a 5 minutos • A (Air): via aérea com proteção cervical • B (Breathing): respiração e ventilação • C (Circulation): circulação com controle de hemorragia • D (Disability): incapacidade, estado neurológico • E (Exposition): exposição e controle ambiental Proteção das vias aéreas com proteção cervical (A): • Avaliar obstrução de via aérea: ver se o paciente respira e fala. Perguntas para ter certeza Qual é seu nome: O senhor sabe me dizer o que aconteceu? • Se houver obstrução: Manobra de elevação do queixo (chin lift) Manobra de tração da mandíbula (jaw thrust) Aspiração (se disponível): retirada manual do corpo estranho Máscara laríngea e Guedel (Guedel) (laríngea) Via aérea avançada: intubação orotraqueal e cricotireoidostomia UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 5 (intubação orotraqueal) • Todas as manobras devem ser realizadas com colar cervical Respiração e ventilação (B): • Tórax: expansibilidade, palpação, ausculta e percussão Som hipertimpânico: faz a ferida aberta • Se a respiração estiver inadequada: Descompressão e drenagem de pneumotórax/hemotórax ➢ Pneumotórax: presença de ar na cavidade pleural ➢ Pneumotórax hipertensivo: acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão, comprimindo os pulmões e diminuindo o retorno de sangue para o coração Espaço pleural fica entre as pleuras: espaço em branco Ferida aberta no tórax – curativo de 3 pontos: permite a saída de ar na expiração e impede a entrada de ar na inspiração Ventilação artificial Distensão das jugulares: sangue foi para a jugular por causa da compressão devido ao acúmulo de ar UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 6 Drenagem de tórax: Circulação (C): • Avaliação do estado hemodinâmico: hipovolemia (PPPPH) Pele: cor, temperatura, umidade, tempo de enchimento capilar Pulso: qualidade, frequência, ritmo (pulso central: Aa. Carótida ou femoral) Pressão: hipotenso Pensamento: confuso, desorientado (indica hipofluxo cerebral => oxigenação do cérebro) Hemorragias: internas e externas => choque hipovolêmico (diminui muito o sangue => precisa de acesso) ➢ Parar hemorragias externas: compressão ➢ Hemorragia interna: tórax, abdome, pelve, ossos longos ➢ Estabelecer 2 acessos venosos calibrados (14G/16G) => soro ➢ Administrar fluidos disponíveis => SRL ou SG (soro glicosado) ou SF (soro fisiológico) ➢ Tratar a causa da hemorragia Disfunção neurológica (D): • Exame neurológico rápido: Nível de consciência: Escala de Coma de Glasgow ➢Abertura ocular, resposta verbal e resposta motora => pontuação de acordo com a tabela ➢ Descerebração: extensão anormal => rotação interna do ombro => mais grave ➢ Decorticação: resposta flexora anormal => não tem resposta nenhuma Avaliação pupilar e sua reação (luz): indica lesão cerebral ➢ Isocóricas: normal, duas pupilas em tamanhos iguais ➢ Anisocóricas: tamanhos diferentes UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 7 ❖ Midríase pupilar: dilatada ❖ Miose pupilar: contraída ➢ Reflexo fotomotor: resposta da pupila à luz (com a luz, a pupila contrai – foto-reagente) => se não responder, as vias de aferência e eferência estão comprometidas Pode indicar hérnia => alterações da resposta Exposição e controle do ambiente (E): • Despir totalmente a vítima para realizar exame completo • Prevenir hipotermia: pode ter problema sináptico Cobertores ou dispositivos de aquecimento Fluidos aquecidos Fratura fechada: não é exposta ao ambiente, pode observar alguma deformidade ou dor, só descobre com o raio X AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: dentro do ATLS • Exame físico completo crânio-caudal • História resumida: SAMPLA S: sinais e sintomas A: alergias M: medicamentos P: passado médico e gestação L: líquidos e alimentos ingeridos (não é bom dar comida quando sobre acidente, pois pode ter que fazer uma cirurgia) A: ambiente e eventos relacionados ao trauma • Sondas: quando não pode se alimentar devido a prolifraturas (sonda nasoenteral) e quando não pode ir ao banheiro (sonda de demora) • Exames complementares: Laboratoriais Avaliações radiológicas: série trauma Radiografia cervical Radiografia de tórax Radiografia de pelve (para ver se não tem obstrução para sonda) Tomografia computadorizada de crânio (se tiver indicação) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 8 BIBLIOGRAFIA: • Schettini & Madi. Introdução à Prática Médica (Biblioteca Virtual Uninove) • ATLS, Manual do Aluno • Fiocruz. Manual de Primeiros Socorros. http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/m anuais/biosseguranca/manualdeprimeiross ocorros.pdf • SAMU. Protocolo de Suporte Básico de Vida http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/p rotocolo_suporte_basico_vida.pdf http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/m%20anuais/biosseguranca/manualdeprimeiross%20ocorros.pdf http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/m%20anuais/biosseguranca/manualdeprimeiross%20ocorros.pdf http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/m%20anuais/biosseguranca/manualdeprimeiross%20ocorros.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/p%20rotocolo_suporte_basico_vida.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/p%20rotocolo_suporte_basico_vida.pdf
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