Buscar

Tipos de Cefaleias e seus Tratamentos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CEFALEIAS 
Podemos dividir as cefaleias crônicas em primárias e secundárias, sendo as últimas relacionadas às doenças 
neurológicas orgânicas ou sistêmicas que afetam o encéfalo 
CEFALEIAS CRÔNICAS PRIMÁRIAS 
Das cefaleias primárias, destacamos as seguintes entidades: 
• cefaleia tensional; 
• enxaqueca; 
• cefaleia em salvas; 
• outras 
O tratamento das cefaleias crônicas primárias divide-se em duas partes: 
• abortivo; 
• profilático 
- CEFALEIA DE TENSÃO : causa mais comum de cefaleia primária (incidência em 40-70% da população, 
mais comum no sexo feminino). Caracteriza-se por uma cefaleia de caráter opressivo, frontoccipital ou 
temporo-occipital bilateral, intensidade leve a moderada (não acorda o paciente; o paciente não precisa parar 
os seus afazeres), duração prolongada (horas, dias), geralmente se inicia no período vespertino ou noturno, 
após um dia estressante ou algum tipo de aborrecimento. 
• Tratamento: 
• (1) abortivo: analgésicos (paracetamol, dipirona, AINE) e/ou relaxantes musculares (tizanidina); 
técnicas de relaxamento; 
• (2) profilático: antidepressivos tricíclicos (amitriptilina ou nortriptilina) 
- ENXAQUECA (MIGRÂNEA): segunda causa de cefaleia primária (prevalência de 15% na população, 
mais comum no sexo feminino). 
• Caracteriza-se por uma cefaleia de caráter pulsátil, geralmente unilateral, intensidade moderada a 
severa (pode acordar o paciente; o paciente pode ter que parar os seus afazeres), duração variável 
(4 a 72 horas), associada a náuseas e vômitos, fotofobia e fonofobia, desencadeada pelo consumo 
de vinho, período menstrual etc. 
• Pródromo: alteração do humor, mal-estar nas 24-48h precedentes. Enxaqueca sem aura (conhecida 
como enxaqueca comum) – forma mais comum. 
• Enxaqueca com aura (conhecida como enxaqueca clássica) – sinais e sinto mas neurológicos focais 
que precedem, acompanham ou surgem após a crise de cefaleia. 
• A aura pode ser representada por: escotomas cintilantes, parestesias periorais ou dimidiadas, 
hipoestesias ou paresias dimidiadas, vertigem + diplopia (enxaqueca basilar), hemiplegia (enxaqueca 
hemiplégica familiar). 
• Tratamento: 
• (1) abortivo: AINH, derivados da ergotamina, isometepteno (Neosaldina®), agonistas 
serotoninérgicos (sumatriptan, naratriptan etc.), estes últimos os de maior eficácia. Deve ser 
administrado o mais precoce possível (logo no início da cefaleia); 
• (2) profilático: 1ª linha – betabloqueadores (propranolol, atenolol), antidepressivos tricíclicos 
(amitriptilina, nortriptilina) e flunarizina (essa não comercializada nos EUA). 
• Como alternativas para o tratamento, temos: antiepilépticos (valproato e topiramato); 
antagonistas da serotonina (ergotamina, diidroergotamina, metisergida, pizotifeno e 
ciproeptadina); anti-inflamatórios não esteroidais (ácido acetilsalicílico, derivados da 
indometacina, derivados do ácido mefenâmico e tolfenâmico, diclofenaco, piroxicam, 
naproxeno, clonixinato de lisina, nimesulida, lumiracoxib e o celecoxib). 
✓ Estes são usados para o tratamento preventivo de curto prazo como, por exemplo, a 
enxaqueca menstrual; e uma miscelânea de substâncias como a tizanidina, vitamina 
B2 (riboflaviana) e a vitamina B6 (piridoxina). 
 
 
- CEFALEIA EM SALVAS: causa incomum de cefaleia; mais comum em homens de meia-i dade. 
Sinônimos: cefaleia histamínica, cluster headache. Caracteriza-se por ocorrer diaria mente durante um 
período curto (semanas) seguindo-se um longo período assintomático. Daí o nome “em salvas”. São vários 
episódios sucessivos, geralmente noturnos, de cefaleia frontorbitária unilateral, muito intensa (acorda o 
paciente), duração curta (15-180 minutos) e associados a lacrimejamento, congestão nasal e conjuntival e 
edema periorbitário ipsilateral. 
• Tratamento: 
• (1) abortivo: oxigenoterapia (más cara facial com 10-12 L/min de O2 por 15-20 min) ou - 
sumatriptano, 6 mg, subcutâneo, máximo de três injeções por dia. 
• (2) profilático: verapamil (droga de escolha), carbonato de lítio, ergotamina. 
CEFALEIAS SECUNDÁRIAS 
Deve-se sempre suspeitar de cefaleia secundária, quando as características da cefaleia não se encaixam em 
nenhum tipo de cefaleia crônica primária; quando a cefaleia é progressiva (surgiu há pouco tempo ou piorou 
o padrão de uma cefaleia antiga), refratária ao tratamento convencional ou associada a deficit neurológico ou 
sinais e sintomas de uma doença orgânica. 
- CEFALEIA DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA: costuma ser intensa, contínua, matinal e 
progressiva, associada a náuseas ou vômitos em jato. 
• O exame físico mostra papiledema e/ou paralisia do VI par craniano (pseudolocalização) e/ou sinais 
neurológicos focais e/ou rigidez de nuca e/ou alteração da consciência. 
• Está indicada uma TC de crânio contrastada. Se negativa, exame do liquor com medida da PIC e 
pesquisa de meningite. 
- HIPERTENSÃO INTRACRANIANA BENIGNA (PSEUDOTUMOR CEREBRI): é um diagnóstico 
de exclusão entre as causas de hipertensão intracraniana. 
• Exames de imagem normais (incluindo a RNM) e liquor hipertenso (PIC > 25 mmHg). Mais comum 
em mulheres obesas. 
• Exame físico: papiledema (caracteriza a síndrome), paralisia do VI par craniano (pseudolocalização), 
ausência de sinais focais e de queda da consciência. 
• Causas: idiopática, gestação, anticoncepcionais, fenitoína, tetraciclina, sulfas, hipervitaminose A, 
endocrinopatias (doença de Addison, síndrome de Cushing, ovários policísticos etc.). 
• Tratamento: acetazolamida, punção lombar de alívio. Os episódios tendem a ser autolimitados. 
- CEFALEIA DA ARTERITE TEMPORAL: é uma causa de cefaleia frontotemporal ou temporo-occipital 
uni ou bilateral em idosos (> 60 anos). 
• É a vasculite sistêmica mais comum dos adultos. Relaciona-se a sintomas gerais: perda de peso, 
astenia e febre, além da síndrome de polimialgia reumática (dor e rigidez das cinturas escapular e 
pélvica) e a claudicação da mandíbula. 
• Podem ser detectados nódulos palpáveis (e dolorosos) nas têmporas. 
• O exame laboratorial pode mostrar anemia normo e VHS bastante elevado (> 55 ou mesmo 100 
mm/h). 
• Complicação temível: amaurose por vasculite da artéria oftálmica. 
• Diagnóstico: biópsia da artéria temporal (arterite de células gigantes). Trata mento: prednisona em 
altas doses (80-100 mg/ dia). Resposta dramática ao corticoide é uma de suas principais 
características!

Continue navegando