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CEFALEIAS - Resumo (Neuro)

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CEFALEIAS
As cefaleias podem ser classificadas em: 
· AGUDAS: rápido aparecimento, evolução e resolução em minutos e horas, não persistente;
· CRÔNICAS: aparecimento insidioso ou rápido, mas persistente, perdurando mais que 15 dias por mês num período maior que 06 meses.
CEFALEIAS AGUDAS
Têm origem em alguma doença de base que estejam propiciando irritação próxima ao Sistema Nervoso Central ou não que serve como sinal de alerta para uma outra doença em curso. É considerada sintoma, primordialmente. 
Exemplos de situações clínicas que podem causar cefaleias agudas: Meningites, Infecções de Vias Aéreas Superiores, Rinossinusite, abscessos de região cervical, dengue, Chikungunya, febre amarela, entre outras.
TRATAMENTO: se dá por meio de sintomáticos, para alívio imediato, ou em alguns casos, precisa-se tratar a causa base para resolução da dor. Alguns sintomáticos que podem ser usados: Analgésicos simples (dipirona, paracetamol) e AINES;
CEFALEIAS CRÔNICAS
Podem ser:
- PRIMÁRIAS: são idiopáticas, destacamos as seguintes entidades: (1) CEFALEIA TENSIONAL; (2) ENXAQUECA; (3) CEFALEIA EM SALVAS; (4) OUTRAS.
- SECUNDÁRIAS: são relacionadas às doenças neurológicas orgânicas ou sistêmicas que afetam o encéfalo.
CEFALEIAS CRÔNICAS PRIMÁRIAS
TRATAMENTO: é instituído em duas etapas: 
(1) ABORTIVO: instituído para aliviar o sintoma imediatamente após o surgimento.
(2) PROFILÁTICO: instituído para evitar o aparecimento do sintoma. Indicado quando a cefaleia causa grande morbidade.
1- CEFALEIA TENSIONAL: 
Epidemiologia: Causa mais comum de cefaleia primária (incidência em 40-70% da população, mais comum no sexo feminino). 
Características da cefaleia: caráter opressivo, frontoccipital ou temporo-occipital bilateral, intensidade leve a moderada (não acorda o paciente; o paciente não precisa parar os seus afazeres), duração prolongada (horas, dias), geralmente se inicia no período vespertino ou noturno, após um dia estressante ou algum tipo de aborrecimento.
Tratamento: 
(1) ABORTIVO: analgésicos (paracetamol, dipirona, AINE) e/ou relaxantes musculares (tizanidina); técnicas de relaxamento; 
(2) PROFILÁTICO: antidepressivos tricíclicos (amitriptilina ou nortriptilina).
2- ENXAQUECA (MIGRÂNEA): 
Epidemiologia: segunda causa de cefaleia primária (prevalência de 15% na população mais comum no sexo feminino).
Características da enxaqueca: tem caráter pulsátil, geralmente unilateral, intensidade moderada a severa (pode acordar o paciente ou parar os seus afazeres), duração variável (4 a 72 horas), associada a náuseas e vômitos, fotofobia e fonofobia, desencadeada pelo consumo de vinho, período menstrual etc.
Pródromo: alteração do humor, mal-estar nas 24-48h precedentes. 
Enxaqueca sem aura ou comum: é a mais comum. Tem só as características da enxaqueca.
Enxaqueca com aura ou enxaqueca clássica: 
AURA: sinais e sintomas neurológicos focais que precedem, acompanham ou surgem após a crise de cefaleia. Pode se apresentar como escotomas cintilantes, parestesias periorais ou dimidiadas, hipoestesias ou paresias dimidiadas, vertigem com diplopia (enxaqueca basilar), hemiplegia (enxaqueca hemiplégica familiar).
Tratamento: 
(1) ABORTIVO: AINH, derivados da ergotamina, isometepteno (Neosaldina®), agonistas
serotoninérgicos (sumatriptan, naratriptan etc.), estes últimos os de maior eficácia.
Deve ser administrado o mais precocemente possível (logo no início da cefaleia); 
(2) PROFILÁTICO: 1ª linha – betabloqueadores (propranolol, atenolol), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina) e flunarizina.
Alternativas para o tratamento, temos: 
· Antiepilépticos (Valproato e Topiramato); 
· Antagonistas Da Serotonina (Ergotamina, Diidroergotamina) 
· Anti-Inflamatórios Não Esteroidais (Ácido Acetilsalicílico, Indometacina, Ácido Mefenâmico E Tolfenâmico, Diclofenaco, Piroxicam, Naproxeno, Clonixinato De Lisina, Nimesulida, Lumiracoxib e Celecoxib). 
Usados para o tratamento preventivo de curto prazo como enxaqueca menstrual; miscelânea de substâncias como a tizanidina, vitamina B2 (riboflaviana) e a vitamina B6 (piridoxina).
3- CEFALEIA EM SALVAS, CEFALEIA HISTAMÍNICA ou CLUSTER HEADACHE 
Epidemiologia: causa incomum de cefaleia; mais comum em homens de meia-idade.
Características da cefaleia: ocorre diariamente por período curto (semanas) seguindo-se um longo período assintomático. Nome: “em salvas”. Tem vários episódios sucessivos, noturnos, de cefaleia frontorbitária unilateral, muito intensa (acorda o paciente), duração curta (15-180 minutos) e associados a lacrimejamento, congestão nasal e conjuntival e edema periorbitário ipsilateral.
TRATAMENTO: 
(1) ABORTIVO: oxigenoterapia (máscara facial com 10-12 L/min de O2 por 15-20min) ou sumatriptano, 6 mg, subcutâneo, máximo de três injeções por dia. 
(2) PROFILÁTICO: verapamil (droga de escolha), carbonato de lítio, ergotamina.
CEFALEIAS CRÔNICAS SECUNDÁRIAS
Quando suspeitar de cefaleia secundária: cefaleia com características que não se encaixam em tipos de cefaleia crônica primária; cefaleia progressiva (surgiu há pouco tempo ou piorou o padrão de cefaleia antiga), refratária ao tratamento convencional ou associada a deficit neurológico ou sinais e sintomas de uma doença orgânica.
1- CEFALEIA DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA
Características: intensa, contínua, matinal e progressiva, com náuseas e/ou vômitos em jato. 
Exame físico: mostra papiledema e/ou paralisia do VI par craniano (pseudolocalização) e/ou sinais neurológicos focais e/ou rigidez de nuca e/ou alteração da consciência. 
TC de crânio contrastada: está indicada. Se negativa, exame do liquor com medida da PIC
e pesquisa de meningite.
2- HIPERTENSÃO INTRACRANIANA BENIGNA (PSEUDOTUMOR CEREBRI)
Epidemiologia: Mais comum em mulheres obesas. É um diagnóstico de exclusão entre as causas de hipertensão intracraniana. 
Caraterísticas: exames de imagem normais (inclusive RM) e liquor hipertenso (PIC > 25 mmHg).
Exame físico: papiledema (caracteriza a síndrome), paralisia do VI par craniano (pseudolocalização), ausência de sinais focais e de queda da consciência. 
Causas: idiopática, gestação, anticoncepcionais, fenitoína, tetraciclina, sulfas, hipervitaminose A, endocrinopatias (doença de Addison, síndrome de Cushing, ovários policísticos etc).
Tratamento: acetazolamida, punção lombar de alívio. Tendem a ser autolimitados.
3- CEFALEIA DA ARTERITE TEMPORAL
Epidemiologia: é uma causa de cefaleia frontotemporal ou temporo-occipital uni ou bilateral em idosos (> 60 anos). É a vasculite sistêmica mais comum dos adultos.
Sintomas gerais: perda de peso, astenia e febre, além da síndrome de polimialgia reumática (dor e rigidez das cinturas escapular e pélvica) e a claudicação da mandíbula.
Exame físico: Podem ser detectados nódulos palpáveis (e dolorosos) nas têmporas. 
Exames laboratoriais: anemia normocítica e normocrômica e VHS bastante elevado (> 55 ou mesmo 100 mm/h). 
Complicação temível: amaurose por vasculite da artéria oftálmica. 
Diagnóstico: biópsia da artéria temporal (arterite de células gigantes). 
Tratamento: Prednisona em altas doses (80-100 mg/dia). Resposta satisfatória ao corticoide é uma de suas principais características!
4- OUTRAS CAUSAS
- TUMORES DO SNC: classificados em: (1) METÁSTASES; (2) PRIMÁRIOS BENIGNOS; (3) PRIMÁRIOS MALIGNOS. 
Tumores malignos: considera-se quando ele não pode ser ressecado totalmente, já que invade estruturas irressecáveis do SNC; esses tumores geralmente não dão metástases à distância – eles matam pela própria presença e efeito local no SNC. 
Tumores benignos: são aqueles de crescimento lento e passíveis de ressecção completa.
Exames de imagem: TC, RNM de Crânio - fundamentais para essa diferenciação.

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