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Mitos e verdades da nutrição
*Texto elaborado pelo Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
	Desde os primórdios da humanidade, atribui-se aos alimentos um complexo sistema de simbologias  sociais, sexuais, políticas, éticas, religiosas, e de outras origens. Desta relação simbólica, nasceram diversos mitos e crenças relacionados à alimentação. Outros mitos originaram-se dentro da comunidade científica, e foram difundidos através da mídia para grande parte da população. São teorias já refutadas pela ciência, como a de que alimentos ricos em colesterol aumentam os níveis circulantes desta substância, ou de que a alta ingestão de laticínios ajuda a prevenir doenças ósseas. Muitas vezes, estes mitos são sustentados na sociedade, por beneficiarem determinados setores da indústria alimentícia. Ao longo do texto, serão abordadas as bases científicas de algumas informações constantemente circuladas pela mídia brasileira.
	Os ovos foram por muito tempo considerados alimentos maléficos, capazes de aumentar o risco para doenças cardiovasculares, por seu alto teor de colesterol. Diversas pesquisas foram realizadas, inclusive em populações hipercolesterolêmicas, nas quais ovos foram consumidos diariamente, sem que houvesse aumento dos níveis séricos de colesterol. Alguns estudos observaram até melhora do perfil lipídico, com ligeiro aumento do HDL (lipoproteína responsável pelo transporte reverso do colesterol, dos vasos sanguíneos, para o fígado). Os níveis de colesterol não aumentam com a ingestão de ovos, uma vez que corpo regula a produção endógena desta substância. Quando ela é ingerida em maior quantidade, menos colesterol é produzido pelo fígado. Ovos podem ser altamente benéficos para a saúde, pois possuem grande quantidade de vitaminas do complexo B, colina, carotenoides e outros importantes nutrientes. Uma curiosidade é que a gema, sempre relacionada com malefícios à saúde, concentra a maior parte destas substâncias. Mesmo não havendo relação entre ovo e aumento de colesterol, não se pode incentivar seu consumo ilimitado ou exagerado desconsiderando as particularidades bioquímicas de cada indivíduo. Ovos possuem proteínas alergênicas (principalmente presentes na clara), que podem causar malefícios a algumas pessoas. Este alimento também é fonte de gorduras saturadas, que se ingeridas em excesso, podem aumentar algumas substâncias pró-inflamatórias e assim gerar um quadro de inflamação, aumentando o risco para diversas doenças da modernidade.
	Chocolates são quase sempre associados ao ganho excessivo de peso e piora de quadros de acne. Estas relações possuem embasamento científico, quando considerados os chocolates brancos e ao leite, que possuem grande concentração de leite e açúcar. Uma versão altamente benéfica – mas menos consumida – é o chocolate amargo, com concentração igual ou superior a 75% de cacau. O cacau possui flavonoides antioxidantes e podem prevenir o envelhecimento precoce e o aparecimento de diversas doenças. Vale ressaltar que o cacau orgânico possui mais flavonoides e menos contaminantes que o “convencional”. Como qualquer alimento, chocolate amargo não deve ser consumido em excesso, pois possui elevada densidade energética, e seu consumo exagerado pode estimular o ganho ponderal.
	Quanto ao tipo ideal de óleo ou gordura a ser utilizado em frituras, inicialmente é importante lembrar que este tipo de preparação invariavelmente gera malefícios à saúde. Óleos refinados, como de soja, milho, algodão, girassol e canola, recebem um processamento onde são formados diversos compostos tóxicos, e por isso, em si, já são ruins. Além disso, são ricos em ácidos graxos poli-insaturados do tipo ômega 6, que se consumidos em excesso, possuem efeito inflamatório. Por conterem diversas insaturações em suas moléculas, são altamente modificados em altas temperaturas, como nas frituras, gerando mais compostos tóxicos, a exemplo da acroleína. Banha de porco, óleo de palma (largamente utilizado pela indústria) e óleo de coco são predominantemente saturados. Estes são menos modificados durante a fritura, mas apresentam outros inconvenientes. Banha de porco e óleo de palma contém altas concentrações dos ácidos graxos mirístico e palmístico, que por si, são inflamatórios e maléficos para a saúde. Já o óleo de coco, que possui como principal ácido graxo o ácido láurico, além de ter custo elevado, possui potencial aterogênico e perde substâncias benéficas durante a fritura. Gordura vegetal hidrogenada, utilizada em frituras industriais, contém ácidos graxos trans, que possuem características semelhantes às dos lipídeos saturados, porém, são mais inflamatórias e aterogênicas. O azeite de oliva extravirgem aparece como uma alternativa interessante, porém não isenta de malefícios, para frituras rápidas e superficiais. Tem lipídeos predominantemente monoinsaturados, que se modificam pouco em altas temperaturas, e não possuem os efeitos negativos dos saturados e trans. Também não é refinado, tendo assim, menor carga tóxica. O azeite, porém, perde seus fitoquímicos durante a fritura.
	A manteiga é produzida a partir da gordura do leite de vaca, que possui ácidos graxos, em sua maioria, saturados. Estes têm efeitos prejudicais como estímulo à inflamação e aumento do colesterol LDL. Contém também pequenas quantidades de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que auxiliam na manutenção da saúde intestinal. Tal fato reforça a ideia de que alimentos não devem ser classificados em “bons” ou “maus”, mas cada situação deve ser analisada individualmente, pois seres humanos não são todos iguais. A margarina foi criada sob a premissa de ser mais saudável, já que é produzida a partir de óleos vegetais. Porém, para ter consistência sólida, óleos devem ser hidrogenados, e este processo induz a formação de ácidos graxos trans, que são ainda mais maléficos que os saturados. Hoje, existem margarinas livres de gorduras trans, mas todas contêm aditivos químicos prejudiciais e substâncias tóxicas derivadas do processamento. Uma ideia de substituição saudável para esses dois alimentos é acondicionar azeite de oliva extravirgem, temperado com ervas ou não, em baixas temperaturas, nas quais este adquire consistência sólida.
	Alimentos à base de soja têm sido divulgados na mídia como “substitutos saudáveis aos de origem animal”, mas segundo dados científicos, estes podem ter efeitos bons ou maus, a depender da forma em que sejam ingeridos e do indivíduo que os consome. A soja contém uma proteína altamente alergênica, grandes concentrações de fitatos (substâncias que inibem a absorção de nutrientes) e fitoestoestrógenos, que são compostos capazes de se ligarem aos receptores dos hormônios femininos, mas com ação mais fraca. Existem situações onde a ação de fitoestoestrógenos é benéfica, como em menopausa e osteoporose, e outras, em que esta traz efeitos indesejáveis, como puberdade precoce em meninas e ginecomastia em meninos.  Alimentos à base de soja floculados, como o tofu, ou fermentados, como o missô, são mais interessantes, pois possuem menor teor de fatores antinutricionais, e no caso dos fermentados, menor potencial alergênico da proteína.
	Existem mitos que permeiam a ciência da nutrição, e muitos destes acarretam prejuízos à população, e devem ser desconstruídos. Qualquer ideia exagerada que seja difundida pelos meios de comunicação também é prejudicial, afinal, a chave para uma boa nutrição é respeitar equilíbrio entre os nutrientes e compostos bioativos e a individualidade de cada ser.
Referências bibliográficas:
ANDERSEN, C.J.; BLESSO, C.N.; LEE, J. et al. Egg Consumption Modulates HDL Lipid Composition and Increases the Cholesterol-Accepting Capacity of Serum in Metabolic Syndrome. Lipids; 48(6): 557-67, 2013.
RONG, Y.; CHEN, L.; ZHU, T. et al. Egg consumption and risk of coronary heart disease and stroke: dose-response meta-analysis of prospective cohort studies. BMJ; 346: e8539, 2013.
KIM, H.O.; CHO, S.I.; KIM, J.H. et al. Food hypersensitivity in patients with childhood atopic dermatitis in Korea.  AnnDermatol; 25(2): 196-202, 2013.
KLANGJAREONCHAI, T.; PUTADECHAKUM, S.; SRITARA, P. et al. The Effect of Egg Consumption in Hyperlipidemic Subjects during Treatment with Lipid-Lowering Drugs. J Lipids; 2012.
POLEDNE, R.  A new atherogenic effect of saturated fatty acids. Physiol Res; 62(2): 139-43, 2013.
GU, Y.; LAMBERT, J.D. Modulation of metabolic syndrome-related inflammation by cocoa. Mol Nutr Food Res; 2013.
ARRANZ, S.; VALDERAS-MARTINEZ, P.; CHIVA-BLANCH, G. et al. Cardioprotective effects of cocoa: Clinical evidence from randomized clinical intervention trials in humans. Mol Nutr Food Res; 2013.
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CELAKOVSKÁ, J.;  KAREL, E.; JAROSLAVA, V. et al. Allergy to soy in an adolescent suffering from atopic dermatitis. Indian J Dermatol; 58(3): 247, 2013.
SHEDD-WISE, K.M.;  ALEKEL, D.L.; HOFMANN, H. et al. The soy isoflavones for reducing bone loss study: 3-yr effects on pQCT bone mineral density and strength measures in postmenopausal women. J Clin Densitom; 14(1): 47-57, 2011.
LI, Y.; LIU, K; LEI, W. et al. Effect of soy isoflavones on peri-menopausal symptom and estrogen. Wei Sheng Yan Jiu; 39(1): 56-9
26 NOVEMBRO, 2013
ALIMENTOS PROTETORES CONTRA O CÂNCER DE PRÓSTATA
* Texto elaborado pelo depto. científico da VP Consultoria Nutricional
Um dos tumores mais incidentes no mundo masculino, o câncer de próstata, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), fez 60 mil vítimas em 2012, e um total de 12.778 mortes no ano de 2010. O câncer é caracterizado como enfermidade multicausal crônica constituída por um crescimento desorganizado de células que tendem a perder sua diferenciação. Sua prevenção, seja ele de qualquer tipo, tem sido cada vez mais estudada no campo científico. Este crescimento anormal de células de forma progressiva pode ir além de seus limites habituais e invadir tecidos adjacentes, levando ao acometimento de outros órgãos, processo denominado metástase, o qual é responsável pela principal causa de morte destes pacientes.
Uma reportagem publicada recentemente online no site IG, nos remete a uma entrevista que mostra os dez alimentos comprovados cientificamente que tem influência na prevenção do câncer de próstata: tomate, brócolis, linhaça, goiaba, cenoura, repolho, soja, mamão, couve-flor e melancia. Deste modo, fica evidente a preocupação da população masculina no que refere a este assunto – mas será que apenas estes estão relacionados a uma quimioproteção, ou é um conjunto de fatores que quando aliados, interferem na progressão e prevenção deste tipo de câncer?
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), sendo o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, e representa cerca de 10% do total de cânceres. Segundo o INCA a maior parte dos casos de câncer de próstata tem ocorrido em homens acima de 65 anos e é caracterizado por um crescimento lento e silencioso que ocorre com o passar dos anos.
Fatores genéticos e ambientais (físicos, biológicos e químicos) estão relacionados ao desenvolvimento de uma célula tumorosa, formada inicialmente a partir da mutação ou por alguma ativação anormal de genes que controlam o crescimento e mitose celulares, chamados por sua vez de oncogenes. A ação destes genes específicos acarretam em uma proliferação desordenada da célula, seguida por uma série de mutações de genes. Estas células que sofrem mutação nem sempre levam ao câncer, podendo ser destruídas pelo sistema imune do indivíduo.
Evidências têm mostrado que entre outros fatores, a alimentação tem um papel importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer, sendo que uma dieta adequada poderia prevenir de três a quatro milhões de casos novos de cânceres a cada ano. Diante disso, componentes dietéticos podem ser efetivos agentes quimioprotetores, ao reduzir o desenvolvimento do câncer por meio de vários mecanismos em diferentes fases da carcinogênese.
Dos carotenoides que não exercem atividade pró-vitamina A, o licopeno tem um importante efeito protetor, especialmente no câncer de próstata, sendo que a maior fonte deste composto é o tomate, que quando cozido apresenta maior disponibilidade. Alguns estudos mostram que o consumo de tomate reduz o risco de câncer de próstata em indivíduos acompanhados por vários anos com aplicação de questionário alimentar. Um estudo realizado nos Estados Unidos identificou a concentração de licopeno no plasma sanguíneo e revelou que indivíduos com mais de 65 anos apresentavam uma relação inversa entre níveis de licopeno e risco de câncer de próstata, o que evidencia um provável efeito protetor do mesmo neste tipo de câncer.
Além do licopeno, a vitamina E se mostra quimioprotetora do câncer de próstata conforme algumas pesquisas atuais. Um estudo com homens finlandeses revelou uma redução significativa dos casos de câncer de próstata nos indivíduos que receberam Vitamina E. Assim, alimentos ricos em vitamina E como o gérmen de trigo (fonte mais importante), óleos de soja, arroz, algodão, milho e girassol, amêndoas, nozes e castanhas poderiam contribuir para uma possível redução de risco destes tipos de câncer. Outra potente aliada contra o câncer de próstata segundo alguns estudos é a vitamina D, cujos estudos mostram que a deficiência pode levar a um aumento do risco de câncer de próstata.
Cultivados em solos ricos em selênio, os cereais integrais, castanha do Brasil, farelo de trigo, sementes de girassol e leguminosas, também podem conferir proteção contra certos tipos de cânceres, entre eles o de próstata, pois este mineral atua como antioxidante contra danos da integridade de membrana e da redução da hipermetilação do DNA. Outro possível aliado na proteção contra o câncer de próstata é o resveratrol, importante polifenol, encontrado principalmente nas cascas e sementes das uvas escuras, que pode agir em diferentes fases da carcinogênse (iniciação, promoção e propagação).
Devido a sua constituição rica em nutrientes (folato, fibras, carotenóides e clorofila) e fitoquímicos, as crucíferas (repolho, a couve de Bruxelas, a couve-flor e o brócolis) têm sido amplamente estudadas em relação à prevenção do câncer. Estudos epidemiológicos mostram a associação inversa no consumo destes vegetais incluindo com o risco de câncer de próstata. Alguns estudos mostram uma redução de 41% do risco deste tipo de câncer nos homens que consumiam três ou mais porções destes vegetais por semana, em comparação ao grupo que consumia apenas uma vez. Acredita-se que este efeito protetor pode ser mediado, entre outros fatores, por produtos da hidrólise de glicosinolatos presentes nas crucíferas (indóis e isotiocianatos) por meio da atividade da glutationa S-tranferase (GST), que atua na fase II da destoxificação, contribuindo para inativação da carcinogênese e compostos cancerígenos reativos, de forma a proteger o DNA de danos causados por agentes nocivos.
Pela sua composição rica em compostos fenólicos, vitamina C e minerais, o cranberry e seus produtos também têm sido relacionados a uma ação quimiopreventiva contra alguns tipos de câncer devido a sua ação antioxidante, ou seja, exercendo forte poder de proteção que deve ser considerado. Além disso, outros aliados importantes são o chá verde, a soja e a curcumina presente no açafrão. Os componentes bioativos do chá verde, por exemplo, mostrou reduzir a progressão do câncer de próstata nas fases iniciais, porém não nas posteriores; já a soja pode reduzir alguns marcadores inflamatórios. Por outro lado a curcumina, tem mostrado reduzir o adenocarcinoma da próstata in vivo.
Diante destas informações uma alimentação saudável por meio de alimentos diversificados, ricos em vitaminas, minerais e compostos bioativos torna-se essencial na busca de melhor qualidade de vida e longevidade de uma população. Neste contexto, a busca de umefeito quimiopreventivo destes nutrientes e compostos específicos deve ser parte integrante de um acompanhamento nutricional diferenciado, cujo objetivo é suprir deficiências, manter qualidade de vida e prevenir patologias específicas. Assim sendo, uma alimentação nutricionalmente equilibrada, ou seja, com ingestão adequada de alimentos saudáveis e fontes de compostos bioativos importantes, além da modulação da saúde intestinal a fim de permitir melhor absorção destes nutrientes, aliado a atividade física regular e uma redução no consumo de alimentos pró-oxidantes seria uma estratégia potencial na prevenção dos variados tipos de câncer, inclusive o câncer de próstata. Ou seja, equilibrio e qualidade de vida sempre.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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13 NOVEMBRO, 2013
Boa alimentação, estômago saudável
Texto elaborado pelo depto. científico da VP Consultoria Nutricional
Em países ocidentais, aproximadamente 25% dos adultos apresentam dores ou desconfortos estomacais. O alarmante número justifica-se nos hábitos de vida adotados por esta população: estresse, má alimentação, uso de álcool e fumo são fatores de risco para as patologias do estômago. Devido à alta prevalência, questões relacionadas a estas doenças têm sido constantemente abordadas pela mídia.
As doenças do estômago mais comuns são a dispepsia funcional (na qual há desconforto gástrico sem alterações estruturais), a gastrite (caracterizada por inflamação visível do órgão) e a úlcera gástrica, na qual a mucosa estomacal apresenta ulcerações. Em todos os casos citados, a patogênese inclui colonização gástrica pela bactéria Helicobacter pylori, secreção deficiente de muco, inflamação da mucosa e aumento do estresse oxidativo. Tais fatores sofrem grande influência da dieta, ou seja, uma boa alimentação pode prevenir ou tratar eficientemente as doenças do estômago.
Um grande mito que permeia o tratamento de úlceras e gastrites é o de que a ingestão de leites e derivados é benéfica nestas desordens. O leite até pode aliviar os sintomas em curto prazo, pois reduz a acidez estomacal, mas como é um alimento extremamente rico em proteínas, estimula ainda mais a secreção ácida, causando piora dos sintomas, minutos depois. Há também grande possibilidade de uma alergia às proteínas deste alimento aumentar a inflamação gástrica, agravando o quadro.
Alimentos contendo cafeína podem predispor o estômago à infecção por H. pylori. Por isso, café, chá mate, chocolate e refrigerante podem piorar quadros de gastrites e úlceras. O sal em excesso é outro potente agressor do estômago que pode causar dano tecidual e até aumentar o risco de câncer gástrico. Sendo assim, alimentos demasiadamente salgados, além de enlatados e embutidos, são também contraindicados em doenças gástricas. Bebidas alcoólicas agridem diretamente as células estomacais, aumentando o estresse oxidativo sendo também prejudiciais ao tratamento de doenças do estômago.
A informação de que a dieta de portadores de úlceras e gastrites deve ser restrita em condimentos é extremamente difundida. A ciência, porém, tem demonstrado atividade antiulcerogênica de alguns temperos naturais, como a cúrcuma e o alecrim. A piperina presente na pimenta do reino, porém, tem demonstrado aumentar a secreção ácida no estômago, tendo efeito negativo sobre o tratamento de úlceras e gastrites. Quanto à tão temida pimenta vermelha, não há indícios de que possa agravar quadros de doenças gástricas. Têm sido descritos como antiulcerogênicos também vegetais da família das brássicas, como couve e repolho, e fitoterápicos, como Aloe vera e espinheira santa (Maytenus officinalis). Como cada organismo é único, indivíduos diferentes podem apresentar reações distintas à ingestão de diferentes alimentos e assim, a tolerância individual deve ser sempre respeitada.
O tratamento medicamentoso incorreto de tais patologias, visando redução dos sintomas sem focar em suas causas, pode acarretar em consequências sérias. Os medicamentos redutores da acidez estomacal podem aliviar sintomas das doenças do estômago, mas seu uso em longo prazo ou em casos desnecessários resulta em um ciclo vicioso, em que as deficiências de micronutrientes e a baixa acidez estomacal facilitam a colonização por H. pylori. Sendo assim, opaciente não consegue se livrar do medicamento ou da doença.
A elevada ingestão de leite e derivados, alimentos salgados, frituras, bebidas alcoólicas e alimentos contendo cafeína contribui fortemente para a grande prevalência de dores e desconfortos estomacais em países ocidentais. A nutrição exerce papel central na homeostase do estômago, sendo essencial para a prevenção e o tratamento de suas doenças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1.	ANTHONI, S.; SAVILAHTI, E.; RAUTELIN, H.; KOLHO, K.L.Milk protein IgG and IgA: the association with milk-induced gastrointestinal symptoms in adults. World J Gastroenterol; 15(39):4915-8, 2009.
2.	BRENNER, H.; ROTHENBACHER, D.;  BODE, G.; ADLER, G. Relation of smoking and alcohol and coffee consumption to active Helicobacter pylori infection: cross sectional study.BMJ; 315(7121): 1489–1492, 1997.
3.	DIAS, P.C.; FOGLIO, M.A.; POSSENTI, A.; DE CARVALHO, J.E.Antiulcerogenic activity of crude hydroalcoholic extract of Rosmarinus officinalis L. J Ethnopharmacol; 69(1):57-62, 2000.
4.	EAMLAMNAM, K.; PATUMRAJ, S.; VISEDOPAS, N.; THONG-NGAM, D.Effects of Aloe vera and sucralfate on gastric microcirculatory changes, cytokine levels and gastric ulcer healing in rats.World J Gastroenterol; 12(13):2034-9, 2006.
5.	FURIHATA, C.; OHTA, H.; KATSUYAMA, T.Cause and effect between concentration-dependent tissue damage and temporary cell proliferation in rat stomach mucosa by NaCl, a stomach tumor promoter. Carcinogenesis;17(3):401-6, 1996.
6.	KLEINER, M.; ANDRÉ, S.B.; SAPORITI, L.; LAUDANNA, A.A. Papel do pantoprazol em baixa dose no tratamento ambulatorial da dispepsia funcional, das gastrites e da esofagite de refluxo leve.RevBrasMed;59(5):405-412, 2002.
7.	MÓZSIK, G.; SZOLCSÁNYI, J.; DÖMÖTÖR, A.Capsaicin research as a new tool to approach of the human gastrointestinal physiology, pathology and pharmacology.Inflammopharmacology; 15(6):232-45, 2007.
8.	ONONIWU, I.M.; IBENEME, C.E.; EBONG, O.O.Effects of piperine on gastric acid secretion in albino rats.Afr J MedMedSci; 31(4):293-5, 2002.
9.	SANTOS-OLIVEIRA, R.; COULAUD-CUNHA, S.; COLAÇO, W. Revisão da Maytenusilicifolia Mart. exReissek, Celastraceae. Contribuição ao estudo das propriedades farmacológicas.RevBrasFarmacog; 19(2B): 650-659, 2009
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5 NOVEMBRO, 2013
FRUTAS VERMELHAS E SEUS BENEFÍCIOS À SAÚDE
*Texto elaborado pelo Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
As frutas possuem potente efeito antioxidante devido à sua constituição rica em inúmeras vitaminas, minerais e fitoquímicos.
As frutas vermelhas, conhecidas como berries, grupo composto pelas amoras vermelhas e pretas, framboesas, groselha, mirtilo, morango, cranberry, goji berry, entre outras, apresentam compostos bioativos denominados antocianinas (que conferem sua coloração vermelho-arroxeada) e flavonóides, responsáveis pelas propriedades antioxidantes. Devido a esta propriedade, as antocianinas são essenciais na prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, anti-inflamatórias e anticancerígenas. Além deste fator, atuam na redução do colesterol e fortalecimento do sistema imunológico.
Dentre as frutas vermelhas, a goji berry (Lycium barbarum), atualmente tem sido foco de pesquisas realizadas em países ocidentais e europeus devido ao seu potente efeito antienvelhecimento. Típica do noroeste da China, a goji berry possui propriedades terapêuticas por atuar como  antioxidante e imunomodulador. A goji berry parece inibir o sistema renina/ angiotensina, que está relacionado ao tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Além disso, estudos mostram possível relação destas frutas no controle glicêmico, efeito anti-apoptótico, e hepatoprotetor, além de aumentar os níveis de zeaxantina, benéfica no tratamento de degeneração macular relacionada à idade. Na alimentação chinesa, esta berry é incorporada em sopas, mingau de arroz, e numerosos pratos com carnes e legumes. No Brasil, é encontrada na forma desidratada ou como constituintes de suplementos alimentares.
Outra berry bastante conhecida pela sua composição rica em compostos fenólicos (antocianinas e procianidinas), vitamina C e minerais; o cranberry e seus produtos têm sido relacionados a uma ação quimiopreventiva contra o câncer devido a sua ação antioxidante, além de atuar em outras patologias específicas como as desordens urinárias e doenças cardiovasculares. 
Alguns estudos revelaram que o cranberry inibe a proliferação de células tumorosas na próstata, pulmão, útero, cólon e em casos de leucemia, devido à ativação de enzimas da fase II da destoxificação de possíveis agentes carcinógenos e xenobióticos. 
Assim como as outras berries já citadas, o mirtilo (blueberry), também contém uma quantidade significativa de antocianinas que exercem papel fundamental como potente antioxidante no combate aos radicais livres e estresse oxidativo, além de reduzir a incidência de várias doenças como a síndrome metabólica, diabetes e doenças cardiovasculares, ao atuar no processo inflamatório.  
Neste sentido, a incorporação destes alimentos no dia-a-dia pode estar relacionado a um maior efeito protetor da saúde em longo prazo. Entretanto, vale lembrar que não somente as frutas vermelhas seriam responsáveis pelo desenvolvimento ou não de determinadas patologias, e sim um conjunto de hábitos de vida saudáveis.
Bolo de caneca de Mirtilo
Ingredientes
•	1 ovo
•	1 banana 
•	2 colheres (sopa) de aveia em flocos
•	1 colher (sopa) de óleo de coco 
•	1 e 1/2 colher (sopa) de adoçante culinário
•	Canela em pó para polvilhar (a gosto) 
•	10 unidades de Mirtilo
Modo de Preparo
1.	Amasse bem a banana com um garfo e acrescente todos os outros ingredientes, com exceção do mirtilo, e misture bem.
2. Colocar o mirtilo em uma caneca grande e adicionar a massa na caneca sobre os mirtilos. (não precisa untar). Levar ao microondas para assar por mais ou menos um minuto e meio em potencial máxima. 
3. Depois de pronto, desenformar e polvilhar com canela em pó.
Referências Bibliográficas
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11 SETEMBRO, 2013
Mitos e verdades da nutrição
*Texto elaborado pelo Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
	Desde os primórdios da humanidade, atribui-se aos alimentos um complexo sistema de simbologias  sociais, sexuais, políticas, éticas, religiosas, e de outras origens. Desta relação simbólica, nasceram diversos mitos e crenças relacionados à alimentação. Outros mitos originaram-se dentro da comunidade científica, e foram difundidos através da mídia para grande parte da população. São teorias já refutadas pela ciência, como a de que alimentos ricos em colesterol aumentam os níveis circulantes desta substância, ou de que a alta ingestão de laticínios ajuda a prevenir doenças ósseas. Muitas vezes, estes mitos são sustentados na sociedade, por beneficiarem determinados setores da indústria alimentícia. Ao longo do texto, serão abordadas as bases científicas de algumas informações constantemente circuladas pela mídia brasileira.
	Os ovos foram por muito tempo considerados alimentos maléficos, capazes de aumentar o risco para doenças cardiovasculares, por seu alto teor de colesterol. Diversas pesquisas foram realizadas, inclusive em populações hipercolesterolêmicas, nas quais ovos foram consumidos diariamente, sem que houvesse aumento dos níveis séricos de colesterol. Alguns estudos observaram até melhora do perfil lipídico, com ligeiro aumento do HDL (lipoproteína responsável pelo transporte reverso do colesterol, dos vasos sanguíneos, para o fígado). Os níveis de colesterol não aumentam com a ingestão de ovos, uma vez que corpo regula a produção endógena desta substância. Quando ela é ingerida em maior quantidade, menos colesterol é produzido pelo fígado. Ovos podem ser altamente benéficos para a saúde, pois possuem grande quantidade de vitaminas do complexo B, colina, carotenoides e outros importantes nutrientes. Uma curiosidade é que a gema, sempre relacionada com malefícios à saúde, concentra a maior parte destas substâncias. Mesmo não havendo relação entre ovo e aumento de colesterol, não se pode incentivar seu consumo ilimitado ou exagerado desconsiderando as particularidades bioquímicas de cada indivíduo. Ovos possuem proteínas alergênicas (principalmente presentes na clara), que podem causar malefícios a algumas pessoas. Este alimento também é fonte de gorduras saturadas, que se ingeridas em excesso, podem aumentar algumas substâncias pró-inflamatórias e assim gerar um quadro de inflamação, aumentando o risco para diversas doenças da modernidade.
	Chocolates são quase sempre associados ao ganho excessivo de peso e piora de quadros de acne. Estas relações possuem embasamento científico, quando considerados os chocolates brancos e ao leite, que possuem grande concentração de leite e açúcar. Uma versão altamente benéfica – mas menos consumida – é o chocolate amargo, com concentração igual ou superior a 75% de cacau. O cacau possui flavonoides antioxidantes e podem prevenir o envelhecimento precoce e o aparecimento de diversas doenças. Vale ressaltar que o cacau orgânico possui mais flavonoides e menos contaminantes que o “convencional”. Como qualquer alimento, chocolate amargo não deve ser consumido em excesso, pois possui elevada densidade energética, e seu consumo exagerado pode estimular o ganho ponderal.
	Quanto ao tipo ideal de óleo ou gordura a ser utilizado em frituras, inicialmente é importante lembrar que este tipo de preparação invariavelmente gera malefícios à saúde. Óleos refinados, como de soja, milho, algodão, girassol e canola, recebem um processamento onde são formados diversos compostos tóxicos, e por isso, em si, já são ruins. Além disso, são ricos em ácidos graxos poli-insaturados do tipo ômega 6, que se consumidos em excesso, possuem efeito inflamatório. Por conterem diversas insaturações em suas moléculas, são altamente modificados em altas temperaturas, como nas frituras, gerando mais compostos tóxicos, a exemplo da acroleína. Banha de porco, óleo de palma (largamente utilizado pela indústria) e óleo de coco são predominantemente saturados. Estes são menos modificados durante a fritura, mas apresentam outros inconvenientes. Banha de porco e óleo de palma contém altas concentrações dos ácidos graxos mirístico e palmístico, que por si, são inflamatórios e maléficos para a saúde. Já o óleo de coco, que possui como principal ácido graxo o ácido láurico, além de ter custo elevado, possui potencial aterogênico e perde substâncias benéficas durante a fritura. Gordura vegetal hidrogenada, utilizada em frituras industriais, contém ácidos graxos trans, que possuem características semelhantes às dos lipídeos saturados, porém, são mais inflamatórias e aterogênicas. O azeite de oliva extravirgem aparece como uma alternativa interessante, porém não isenta de malefícios, para frituras rápidas e superficiais. Tem lipídeos predominantemente monoinsaturados, que se modificam pouco em altas temperaturas, e não possuem os efeitos negativos dos saturados e trans. Também não é refinado, tendo assim, menor carga tóxica. O azeite, porém, perde seus fitoquímicos durante a fritura.
	A manteiga é produzida a partir da gordura do leite de vaca, que possui ácidos graxos, em sua maioria, saturados. Estes têm efeitos prejudicais como estímulo à inflamação e aumento do colesterol LDL. Contém também pequenas quantidades de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que auxiliam na manutenção da saúde intestinal. Tal fato reforça a ideia de que alimentos não devem ser classificados em “bons” ou “maus”, mas cada situação deve ser analisada individualmente, pois seres humanos não são todos iguais. A margarina foi criada sob a premissa de ser mais saudável, já que é produzida a partir de óleos vegetais. Porém, para ter consistência sólida, óleos devem ser hidrogenados, e este processo induz a formação de ácidos graxos trans, que são ainda mais maléficos que os saturados. Hoje, existem margarinas livres de gorduras trans, mas todas contêm aditivos químicos prejudiciais e substâncias tóxicas derivadas do processamento. Uma ideia de substituição saudável para esses dois alimentos é acondicionar azeite de oliva extravirgem, temperado com ervas ou não, em baixas temperaturas, nas quais este adquire consistência sólida.
	Alimentos à base de soja têm sido divulgados na mídia como “substitutos saudáveis aos de origem animal”, mas segundo dados científicos, estes podem ter efeitos bons ou maus, a depender da forma em que sejam ingeridos e do indivíduo que os consome. A soja contém uma proteína altamente alergênica, grandes concentrações de fitatos (substâncias que inibem a absorção de nutrientes)e fitoestoestrógenos, que são compostos capazes de se ligarem aos receptores dos hormônios femininos, mas com ação mais fraca. Existem situações onde a ação de fitoestoestrógenos é benéfica, como em menopausa e osteoporose, e outras, em que esta traz efeitos indesejáveis, como puberdade precoce em meninas e ginecomastia em meninos.  Alimentos à base de soja floculados, como o tofu, ou fermentados, como o missô, são mais interessantes, pois possuem menor teor de fatores antinutricionais, e no caso dos fermentados, menor potencial alergênico da proteína.
	Existem mitos que permeiam a ciência da nutrição, e muitos destes acarretam prejuízos à população, e devem ser desconstruídos. Qualquer ideia exagerada que seja difundida pelos meios de comunicação também é prejudicial, afinal, a chave para uma boa nutrição é respeitar equilíbrio entre os nutrientes e compostos bioativos e a individualidade de cada ser.
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23 AGOSTO, 2013
Alimentos antioxidantes e câncer
Texto elaborado pelas Dras. Gabriela Andrello Paschoal e Viviane Sant’Anna, nutricionistas do Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
Em março de 2013, o Jornal “O Globo” publicou uma matéria com o título “Alimentos antioxidantes causam câncer e diabetes, segundo vencedor de Nobel”, mostrando que o consumo de antioxidantes provenientes de alimentos (mirtilo e frutas vermelhas) e de suplementos alimentares podem intensificar o aparecimento de câncer e diabetes tipo 2.
Segundo a matéria, o pesquisador, vencedor do prêmio Nobel em 1962, por ter redescoberto a dupla hélice de DNA, James Watson, garante que a ideia de que os antioxidantes previnem doenças não sobrevive a “estudos sérios”. Além disso, o autor também relata um estudo a respeito do uso de suplemento de vitamina E, o qual teve que ser interrompido, devido ao aumento da incidência de pacientes com câncer de próstata após consumo frequente dessa vitamina. Ainda, James faz referência ao pesquisador Ewan Camerom, o qual defendia o potencial da vitamina C contra o câncer e morreu aos 93 anos com câncer de próstata e ingerindo12g de vitamina C diariamente.
Sustentando as afirmações do pesquisador James, foram identificados alguns estudos de testes aleatorizados e controlados, que avaliaram a eficácia do β-caroteno na prevenção de câncer. Um dos estudos, o ATBC (Alpha-Tocopherol, Beta-Carotene Cancer Prevention Study), realizado na Finlândia, investigou a associação entre a ingestão de β-caroteno sintético e all-rac-α-tocoferol e a incidência de câncer de pulmão e de mortalidade por câncer em 29.133 tabagistas. Os resultados deste estudo demonstraram que, além de os participantes não responderem de forma positiva à suplementação, foi observado que houve um aumento na incidência de câncer de pulmão e de mortalidade total. Outro estudo, o CARET (Beta-Carotene Retinol Efficacy Trial), que avaliou eficácia da suplementação com β-caroteno e palmitato de retinol em tabagistas expostos a asbestos (uma população de alto risco para câncer de pulmão) por um período de aproximadamente cinco anos, também mostrou um aumento na incidência de morte por qualquer causa, incluindo câncer de pulmão.
Além desses estudos, o estudo PHS (Physician’s Healthy Study), que também investigou a relação entre o consumo de β-caroteno (administrado em doses dez vezes superiores ao recomendado) e a incidência de câncer ou mortalidade por todas as causas, mostrou que não houve nenhuma diferença entre o grupo suplementado e o grupo placebo.
Em todos os estudos acima, houve um excesso de ingestão de β-caroteno pelos participantes, que o torna pró-oxidante, ocasionando efeitos tóxicos ao organismo e podendo potencializar o processo oxidativo crônico presente nos pulmões de tabagistas inveterados.
Do mesmo modo, o excesso de vitamina C possui efeito pró-oxidante, por aumentar a absorção de ferro, a demanda de oxigênio e do radical ascorbil, podendo estar relacionado ao diagnóstico de câncer de próstata, apontado como causa de morte de Ewan Camerom. Segundo as Dietary Reference Intakes (DRIs), doses de vitamina C superiores a 2g/dia apresentam risco de toxicidade.
O mesmo pode ser observado ao se avaliar o artigo “Oxidants, antioxidants and the current incurability of metastatic cancers” publicado por James, que envolve análise de estudos com administração de suplementos de vitaminas de forma isolada e com dosagens acima do limite máximo de ingestão (UL) dos nutrientes em questão.
Várias hipóteses têm emergido na tentativa de explicar os efeitos negativos da suplementação com multivitaminas/ minerais sobre a prevenção de doenças crônicas. No entanto, é necessário ter cautela para interpretar os resultados que são obtidos, devido ao número de fatores que afetam a eficácia e segurança do uso de suplementos na prevenção de doenças crônicas, tais como: biodisponibilidade dos nutrientes, interação nutriente/nutriente e droga/nutriente, forma química, dosagem dos suplementos, tempo e duração de uso, além da individualidade bioquímica, polimorfismo genético, susceptibilidade genética, padrão alimentar, idade, raça e exposição à luz solar.
Ainda, muitos desses estudos não empregam metodologias adequadas para o estabelecimento de associação estatística entre ingestões de micronutrientes e seus efeitos profiláticos, e não se preocupam com o controle da dieta dos participantes, em termos de suprir as recomendações de vitaminas e minerais e controlar a quantidade de componentes bioativos consumidos, o que é de grande valia para a interpretação dos resultados.
Alguns estudos não levam em consideração que a quantidade de um nutriente está diminuída no plasma em decorrência da deficiência de outros nutrientes, já que são desviados para exercer outras funções para o funcionamento do organismo, na tentativa de manter a homeostasia orgânica.
Outros não avaliam que o estresse (social, mental ou físico) dos participantes faz com que haja, no decorrer da investigação, alteração dos seus níveis de antioxidantes, que, no momento da coleta de dados, poderiam se apresentar diminuídos.
Além de contestar os efeitos dos suplementos com ação antioxidante, James também alega que o consumo de alimentos com talpropriedade pode trazer prejuízos à saúde e comenta na entrevista que o mirtilo, por exemplo, deve ser “consumido porque é gostoso, e não para evitar câncer”, no entanto, não há estudos que avaliaram os efeitos pró-oxidativos da ingestão de mirtilo e aumento do risco de doenças, como o câncer. Em contrapartida, existem alguns estudos que mostram que as antocianinas desse alimento são capazes de inibir o crescimento de células tumorais.
Os compostos bioativos presentes nesse fruto variam entre antocianinas, ácido clorogênico, ácido alfa-linolênico, resveratrol e vitaminas. Após seu consumo, as antocianinas são encontradas em vários órgãos, inclusive o cérebro. Além disso, tem sido demonstrado que o mirtilo atua também na redução do risco de doenças crônicas, como hiperlipidemia, hipertensão arterial, neurodegeneração, obesidade e osteoporose, devido ao seu anti-inflamatório, antioxidante e antiangiogênico.
Diante do exposto acima, percebe-se a importância do uso de suplementos sob supervisão de um profissional qualificado, médico e nutricionista, que irá avaliar as necessidades nutricionais de cada indivíduo de forma a não exceder as doses recomendadas pelos órgãos que regulamentam a suplementação, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e as DRIs.
Cada organismo reage de forma diferente frente às mesmas dosagens de micronutrientes; dessa forma, estudos deveriam ser realizados empregando-se ferramentas que considerem o metabolismo do indivíduo.
Ainda, é necessário manter sempre uma dieta saudável, composta por alimentos naturais e integrais e que seja equilibrada em macronutrientes, micronutrientes, fitoquímicos e outros compostos bioativos com ação antioxidante, para que eles não excedam a dose segura para evitar qualquer risco à saúde. Além disso, é fundamental priorizar a obtenção desses componentes por meio da ingestão de alimentos, visto que estes possuem uma variedade de micronutrientes e substâncias bioativas em sua composição, que agem sinergicamente, reduzindo o risco de efeitos pró-oxidativos, causados geralmente quando há administração de suplementos com um único composto isolado.
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26 JUNHO, 2013
ÁLCOOL E SEUS EFEITOS NA (DES)NUTRIÇÃO
* Texto elaborado pelo Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
O uso de bebidas alcoólicas tem se tornado cada vez mais comum, fato extremamente prejudicial à saúde da população. Não é segredo para a maior parte das pessoas que o abuso de álcool pode elevar o risco para doenças hepáticas e alguns tipos de câncer, contudo, os malefícios causados por esta substância são, na verdade, ainda maiores. A revista Saúde de Fevereiro de 2013 publicou uma reportagem intitulada “O peso do álcool”, que abordou o efeito da ingestão alcoólica sobre o aumento de peso corporal enfatizando o alto valor energético fornecido pelo álcool (7 kcal/ml). Esta abordagem, apesar de correta, não explica todos os efeitos negativos do alcoolismo sobre a saúde humana.
O álcool inicia seu “estrago” no organismo devido a sua estrutura molecular que penetra e se difunde rapidamente pelas células humanas. Tal característica confere a este elemento a capacidade de lesionar as mucosas oral, esofágica, gástrica e intestinal, aumentando risco para neoplasias e lesões inflamatórias.
Após sua absorção, o álcool é metabolizado predominantemente no fígado por duas principais vias, embora existam outras não menos importantes. Uma delas consiste em transformar o etanol em acetaldeído por meio da enzima álcool desidrogenase. Esta transformação demanda grande quantidade de vitamina B3 na forma de NAD, reduzindo a biodisponibilidade deste nutriente para manutenção dos níveis glicêmicos, respiração celular e utilização de gorduras como fonte de energia. A segunda forma de metabolização é mais frequente em etilistas crônicos e na ingestão moderada a alta de álcool. Consiste na transformação do etanol ao mesmo acetaldeído por meio de uma enzima do citocromo P450. Esta via produz grande quantidade de radicais livres, que por sua vez, lesionam as células, aumentando o risco para neoplasias, doenças hepáticas e envelhecimento precoce, entre outros malefícios. Nutrientes antioxidantes como vitaminas C e E, zinco e selênio têm suas demandas aumentadas para neutralizar os radicais produzidos. A expressão aumentada de enzimas do citocromo P450 pode também ativar toxinas carcinogênicas.
É sabido que a ingestão alcoólica exagerada depleta as vitaminas do complexo B, o que pode levar a alterações neurológicas como perda de memória pode ser causada por deficiência das vitaminas deste complexo. As vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) também são afetadas pela inapetência, lesão hepática e esteatorréia causada pela reduzida secreção biliar. O metabolismo ósseo, a função antioxidante, a coagulação sanguínea, a saúde ocular e outras funções podem se apresentar comprometidas por deficiência de tais vitaminas.  Minerais como cálcio, zinco, selênio e magnésio podem apresentar absorção reduzida, assim como utilização e excreção aumentadas. São exemplos de ações de tais minerais a participação no sistema antioxidante, formação óssea, contração e relaxamento muscular,  e formação de neurotransmissores. Sendo assim, o alcoolismo diminui a disponibilidade de praticamente todos os micronutrientes para as funções normais do organismo, afetando este como um todo.
A ingestão alcoólica é prejudicial à saúde, apesar de ser frequentemente estimulada pela mídia através de propagandas e de ser tratada por esta como segura e até benéfica quando realizada de forma moderada. O conceito de moderação, porém, é subjetivo, e muitas pessoas que consomem quantidades elevadas. As pesquisas científicas que demonstraram algum benefício da ingestão de bebidas alcoólicas foram realizadas com quantidades mínimas, não condizentes com a realidade da nossa população.
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27 MAIO, 2013
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, VIDA MENOS DOLOROSA
*Texto elaborado pelo depto. científico da VP Consultoria Nutricional
	
Cada vez mais frequentes no meio em que vivemos, as dores crônicas constituem uma grande ameaça à qualidade de vida da população. Alteram negativamente o sono, o apetite, a libido e as atividades profissionais, familiares e sociais. A alta prevalência dessas dores, caracterizadas por uma duração igual ou maior que 6 meses, explica-se pelos hábitos de vida adotados no mundo ocidental moderno: alimentação inadequada, inatividade física, uso de fumo e álcool e rotina estressante. Devido ao grande impacto que as dores representam à saúde humana, seu tratamento e prevenção têm sido abordados frequentemente pelos veículos midiáticos, como em uma recente publicação da revista Viva Saúde.
Elementos como alergias alimentares, estresse oxidativo, inflamação, alteração da permeabilidade intestinal e disfunção mitocondrial têm tido suas presenças descritas em diversas formas de dor crônica, como fibromialgia, dor miofascial e cefaleias. Todos esses fatores são influenciáveis pela dieta, conferindo à Ciência da Nutrição grande potencial ao tratamento e à prevenção destas moléstias.
Alergias alimentares são cada vez mais freqüentes em um meio no qual a alimentação é monótona e baseada em alimentos com alto potencial alergênico, como laticínios, derivados do trigo e da soja. Em casos de enxaqueca, é necessário considerar também a possibilidade de reação adversa a aminas biogênicas presentes em frutas cítricas, abacaxi, abacate e bebidas fermentadas, como a octopamina e a tiramina.
A excessiva ingestão de aditivos químicos, gorduras trans e saturadas e alimentos de alto índice glicêmico, assim como a vida estressante e o contato constante com toxinas ambientais tornam o mundo ocidental contemporâneo extremamente inflamatório e oxidante, o que é refletido na alta prevalência de dor crônica nesse meio. Alimentos como frutas, hortaliças, temperos naturais como alho e cúrcuma, peixes e cereais integrais têm potencial anti-inflamatório e antioxidante, sendo assim, benéficos no tratamento e na prevenção das dores.
A integridade intestinal é importante para a saúde do corpo como um todo, já que uma permeabilidade alterada do intestino pode aumentar a absorção de toxinas e proteínas intactas, gerando assim uma resposta inflamatória crônica que contribui para o surgimento ou piora do quadro doloroso. Uma correta oferta de micronutrientes, fibras solúveis e glutamina, bem como de compostos bioativos (a exemplo da curcumina), contribuem para um bom perfil da microbiota e da mucosa intestinais.
A mitocôndria é a organela encarregada da geração de energia dentro de uma célula. Situações em que este elemento tem sua função reduzida podem desencadear entre outros problemas, a dor crônica. Mitocôndrias necessitam de vitaminas do complexo B, coenzima Q10, magnésio, vitaminas e minerais antioxidantes, entre outros nutrientes para um bom funcionamento. Tais substâncias são escassas nos alimentos mais consumidos em nosso meio, como pão branco, bebidas açucaradas e laticínios. São, porém, abundantes em frutas, hortaliças, cereais integrais e ovos.
Dores crônicas ameaçam a qualidade de vida da população, e o aumento de sua prevalência é preocupante. Alterações dos hábitos alimentares são indispensáveis para a mudança deste quadro, e dependem de um intenso trabalho de educação nutricional.
Referências bibliográficas:
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8. KRELING, M.; CRUZ, D.; PIMENTA, C.A.M. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm; 2006
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5 ABRIL, 2013
ALIMENTOS PROTETORES CONTRA O CÂNCER DE PRÓSTATA
* Texto elaborado pelo depto. científico da VP Consultoria Nutricional
Um dos tumores mais incidentes no mundo masculino, o câncer de próstata, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), fez 60 mil vítimas em 2012, e um total de 12.778 mortes no ano de 2010. O câncer é caracterizado como enfermidade multicausal crônica constituída por um crescimento desorganizado de células que tendem a perder sua diferenciação e sua prevenção, seja ele de qualquer tipo, tem sido cada vez mais estudada no campo científico. Este crescimento anormal de células de forma progressiva pode ir além de seus limites habituais e invadir tecidos adjacentes, levando ao acometimento de outros órgãos, processo este chamado de metástase, responsável pela principal causa de morte destes pacientes.
Uma reportagem publicada recentemente online no site IG, nos remete a uma entrevista que mostra os dez alimentos comprovados cientificamente que tem influência na prevenção do câncer de próstata: tomate, brócolis, linhaça, goiaba, cenoura, repolho, soja, mamão, couve-flor e melancia. Deste modo, fica evidente a preocupação da população masculina no que refere a este assunto – mas será que apenas estes estão relacionados a uma quimioproteção, ou é um conjunto de fatores que aliados interferem na progressão e prevenção deste tipo de câncer?
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), sendo o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, e representa cerca de 10% do total de cânceres. Segundo o INCA a maior parte dos casos de câncer de próstata tem ocorrido em homens acima de 65 anos e é caracterizado por um crescimento lento e silencioso que ocorre com o passar dos anos. 
Fatores genéticos e ambientais (físicos, biológicos e químicos) estão relacionados ao desenvolvimento de uma célula tumorosa, formada inicialmente a partir da mutação ou por alguma ativação anormal de genes que controlam o crescimento e mitose celulares, chamados por sua vez de oncogenes. A ação destes genes específicos acarreta em uma proliferação desordenada da célula, seguida por uma sériede mutações de genes. Estas células que sofrem mutação nem sempre levam ao câncer, podendo ser destruídas pelo sistema imune do indivíduo.
Evidências têm mostrado que entre outros fatores, a alimentação tem um papel importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer, sendo que uma dieta adequada poderia prevenir de três a quatro milhões de casos novos de cânceres a cada ano. Diante disso, componentes dietéticos podem sim ser efetivos agentes quimioprotetores, ao reduzir o desenvolvimento do câncer por meio de vários mecanismos em diferentes fases da carcinogênese. 
Dos carotenoides que não exercem atividade pró-vitamina A, o licopeno tem um importante efeito protetor, especialmente no câncer de próstata, sendo que a maior fonte deste composto é o tomate, que quando cozido apresenta maior disponibilidade. Alguns estudos mostram que o consumo de tomate revelou reduzir do risco de câncer de próstata em indivíduos acompanhados por vários anos com aplicação de questionário alimentar. Um estudo realizado nos Estados Unidos identificou a concentração de licopeno no plasma sanguíneo e revelou que indivíduos com mais de 65 anos apresentavam uma relação inversa entre níveis de licopeno e risco de câncer de próstata, o que evidencia um provável efeito protetor do mesmo neste tipo de câncer. 
Além do licopeno, a vitamina E se mostra quimioprotetora do câncer de próstata conforme algumas pesquisas atuais. Um estudo com homens finlandeses revelou uma redução significativa dos casos de câncer de próstata nos indivíduos que receberam Vitamina E. Assim sendo, alimentos ricos em vitamina E como o gérmen de trigo (fonte mais importante), óleos de soja, arroz, algodão, milho e girassol, amêndoas, nozes e castanhas poderiam estar contribuindo para uma possível redução de risco destes tipos de câncer. Outra potente aliada contra o câncer de próstata segundo alguns estudos é a vitamina D, cujos estudos mostram que a deficiência pode levar a um aumento do risco de câncer de próstata.
Cultivados em solos ricos em selênio, os cereais integrais, castanha do Brasil, farelo de trigo, sementes de girassol e leguminosas, também podem conferir proteção contra certos tipos de cânceres, entre eles o de próstata, pois este mineral atua como antioxidante contra danos da integridade de membrana e da redução da hipermetilação do DNA. Outro possível aliado na proteção contra o câncer de próstata é o resveratrol, importante polifenol, encontrado principalmente nas cascas e sementes das uvas escuras, que pode agir em diferentes fases da carcinogênse (iniciação, promoção e propagação). 
Devido a sua constituição rica em nutrientes (folato, fibras, carotenóides e clorofila) e fitoquímicos, as crucíferas (repolho, a couve de Bruxelas, a couve-flor e o brócolis) têm sido amplamente estudadas em relação à prevenção do câncer. Estudos epidemiológicos tem mostrado associação inversa no consumo destes vegetais incluindo com o risco de câncer de próstata. Alguns estudos mostram uma redução de 41% do risco deste tipo de câncer nos homens que consumiam três ou mais porções destes vegetais por semana, em comparação ao grupo que consumia apenas uma vez. Acredita-se que este efeito protetor pode ser mediado, entre outros fatores, por produtos da hidrólise de glicosinolatos presentes nas crucíferas (indóis e isotiocianatos) por meio da atividade da glutationa S-tranferase (GST), que atua na fase II da destoxificação, contribuindo para inativação da carcinogênese e compostos cancerígenos reativos, de forma a proteger o DNA de danos causados por agentes nocivos. 
Pela sua composição rica em compostos fenólicos, vitamina C e minerais, o cranberry e seus produtos também têm sido relacionados a uma ação quimiopreventiva contra alguns tipos de câncer devido a sua ação antioxidante, ou seja, exercendo forte poder de proteção que deve ser considerado. Além disso, outros aliados importantes são o chá verde, a soja e a curcumina presente no açafrão. Os componentes bioativos do chá verde por exemplo, mostraram em alguns estudos reduzir a progressão do câncer de próstata nas fases iniciais, porém não nas posteriores; já a soja pode reduzir alguns marcadores inflamatórios. Por outro lado a curcumina, tem mostrado reduzir o adenocarcinoma da próstata in vivo. 
Diante destas informações uma alimentação saudável por meio de alimentos diversificados, ricos em vitaminas, minerais e compostos bioativos torna-se essencial na busca de melhor qualidade de vida e longevidade de uma população. Neste contexto, a busca de um efeito quimiopreventivo destes nutrientes e compostos específicos deve ser parte integrante de um acompanhamento nutricional diferenciado, cujo objetivo é suprir deficiências, manter qualidade de vida e prevenir patologias específicas. Assim sendo, uma alimentação nutricionalmente equilibrada, ou seja, com ingestão adequada de alimentos saudáveis e fontes de compostos bioativos importantes, além da modulação da saúde intestinal a fim de permitir melhor absorção destes nutrientes, aliado a atividade física regular e uma redução no consumo de alimentos pró-oxidantes seria uma estratégia potencial na prevenção dos variados tipos de câncer, inclusive o câncer de próstata. Ou seja, equilibrio e qualidade de vida sempre. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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25 MARÇO, 2013
CARBOIDRATO À NOITE – MITO OU VERDADE?
Texto elaborado pela Dra. Renata Alves - Nutricionista do Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
A ideia de que não ingerir carboidratos no período noturno pode potencializar o emagrecimento vem permeando por anos a sociedade moderna, que busca a todo custo o corpo perfeito muitas vezes com mudanças bruscas nos hábitos alimentares. A premissa de restringir o consumo de alimentos fonte de hidrato de carbono durante a noite é fundamentada no fato de que, enquanto dormimos, o nosso gasto energético encontra-se diminuído e, desta forma, uma produção exacerbada do hormônio insulina, desencadeada pelo consumo de alimentos altamente energéticos, pode estimular o ganho de peso corporal por um mecanismo chamado lipogênese – processo onde, através de uma série de reações, o excesso de glicose no sangue leva à síntese de ácidos graxos e o armazenamento destes sob forma de gordura.
Foi publicada recentemente uma matéria na revista “Saúde” intitulada “Carboidrato é bom à noite”, que ganhou grande destaque e atenção em todos os meios de comunicação nas últimas semanas. A matéria é baseada em um estudo publicado em outubro de 2011 realizado por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém. No estudo em questão, 78 policiais obesos foram divididos em dois grupos para receber ou uma dieta hipocalórica tradicional, ou uma dieta hipocalórica com consumo de carboidratos preferencialmente no período noturno. Como resultado, os autores encontraram que os participantes que consumiram carboidratos à noite apresentaram perda de peso, valores de massa corporal adiposa e de circunferência abdominal mais satisfatórios, assim como um menor índice de fome, melhora de parâmetros bioquímicos de glicose de jejum, concentração de insulina, colesterol e de algumas substâncias inflamatórias. Também foi encontrado que estes participantes apresentaram alterações favoráveis ao emagrecimento nos níveis de alguns hormônios associados com a saciedade e fome, como leptina, adiponectina e grelina.
Em vista do apresentado, após a publicação desta matéria, muitas celebridades divulgaram em suas redes sociais que o consumo de massas à noite está liberado. Contudo, vale ressaltar algumas limitações apresentadas pelo estudo em questão. A principal destas refere-se ao fato de que no estudo não foi informado o tipo de carboidrato que os participantes consumiram no período noturno.
Os carboidratos são divididos basicamente em simples e complexos. Os carboidratos simples são compostos por estrutura química pequena, os monossacarídeos e oligossacarídeos (presentes no mel, leite e derivados, frutas, açúcares). Por apresentarem tamanho reduzido, são facilmente digeridos e absorvidos, levando ao rápido aumento da glicose no sangue. Já os carboidratos complexos são compostos por estrutura química maior, os polissacarídeos (presentes arroz, pães, batata, fibras alimentares). Estes são digeridos e absorvidos de forma mais lenta, acarretando no aumento gradual da glicemia.
Vale ressaltar que ainda assim os alimentos fontes de carboidratos simples, bem como de carboidratos complexos, diferem-se entre si em relação ao estímulo de liberação de insulina. Alimentos como batata, pão branco e massas (que são constituídos por carboidratos complexos) são altamente insulinêmicos – geram a rápida liberação de insulina na corrente sanguínea, o que acarreta na captação acelerada de glicose pelo fígado, músculo e tecido adiposo, estimulando a lipogênese e podendo desencadear uma queda brusca na concentração sanguínea de glicose e levar assim à hipoglicemia, bem como a uma série de doenças metabólicas. Por outro lado, alimentos ricos em fibras alimentares como o pão e o arroz integrais (que também são constituídos por carboidratos complexos), impedem a liberação exacerbada de insulina pelo pâncreas e ainda conferem uma série de benefícios à saúde, como redução do mau colesterol, melhor controle da glicemia, menor sensação de fome, entre outros. Neste cenário, torna-se clara a importância da escolha correta dos alimentos fontes de carboidratos a serem ingeridos, principalmente no período que antecede o horário de dormir.
Outra limitação do estudo refere-se ao fato de que não foram citados os alimentos ingeridos pelos participantes dos dois grupos durante o período. Por suposição, os participantes do grupo que consumiu alimentos fontes de carboidrato no período da noite poderiam ter como principal fonte energética durante o dia alimentos com teores consideráveis de lipídeos. Pelo fato de se tratar de uma dieta que favorece o emagrecimento corporal, é pertinente presumir que os alimentos ricos em lipídeos sejam fontes de gorduras boas, como ácidos graxos mono e poli-insaturados. Estudos mostram que o consumo destes tipos de gorduras, presentes no azeite de oliva extra-virgem, oleaginosas, abacate, peixes marinhos, entre outros, promove muitos benefícios à saúde, como a melhora de parâmetros bioquímicos de glicose, insulina, colesterol, triacilglicerois, bem como a interferência na liberação de hormônios relacionados com o apetite, como a adiponectina.
Tendo em vista o exposto, é de extrema importância a conscientização das diferentes respostas que os alimentos ricos em carboidratos podem desencadear no organismo. O consumo de carboidratos com baixa carga glicêmica e insulinêmica durante o período noturno podem não impactar negativamente sobre os níveis de insulina e glicose sanguínea durante o sono e, consequentemente, não ocorre o estímulo às vias metabólicas que promovem a lipogênese e outros processos que dificultam a perda de peso corporal.
Referência bibliográfica:
COLLES, S.L.; DIXON, J.B.; O’BRIEN, P.E. Night eating syndrome and nocturnal snacking: association with obesity, binge eating and psychological distress. Int J Obes; 31(11): 1722-30, 2007.
YOSHIDA, C.; SHIKATA, N.; SEKI, S. et al. Early nocturnal meal skipping alters the peripheral clock and increases lipogenesis in mice. Nutrition & Metabolism; 9(78): 1-11, 2012.
LÊ, K.A.; D’ALESSIO, D.A.; TAPPY, L. Metabolic effects of excess energy intake: does food composition matter? Curr Opin Clin Nutr Metab Care; 13(4): 429-31, 2010.
SOFER, S.; ELIRAZ, A.; KAPLAN, S. et al. Greater weight loss and hormonal changes after 6 months diet with carbohydrates eaten mostly at dinner, Obesity; 19(10): 2006-14, 2011.
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6 MARÇO, 2013
A DIETA DE DESTOXIFICAÇÃO
Texto elaborado pela Dra. Renata Alves - Nutricionista do Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
Destoxificação consiste no processo realizado por um organismo visando a eliminação de determinadas toxinas, também conhecidas como xenobióticos. Neste processo, tais substâncias, que não são passíveis de excreção, sofrem alterações na sua estrutura química que possibilitam a sua eliminação do organismo por meio das fezes ou urina. A destoxificação ocorre em todas as células, mas principalmente nas do fígado e do intestino. O fígado contém aproximadamente

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