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Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 1 Departamento de ciências e tecnologias Curso de licenciatura em Informática Texto de apoio de Cálculo Integral 1. Integrais impróprios A integral b a dxxf )( denomina-se integral imprópria se: (1) a ou b ou ambos. Isto é: um limite de integração é infinito ou ambos o são. (2) )(xf não é limitada em um ou mais pontos de bxa . Denominam-se tais pontos de singularidades de )(xf . Chamamos de integrais impróprios da primeira e da segunda espécies respectivamente, às integrais correspondentes a (1) e (2). As integrais que satisfazem a ambas as condições (1) e (2) denominam-se integrais impróprios da terceira espécie. 1.1. Integrais impróprias da primeira espécie. Seja )(xf limitada e integrável em todo intervalo finito bxa . Então definimos: b a b b a dxxfdxxf )(lim)( Chamamos a integral do primeiro membro de convergente ou divergente conforme exista ou não o limite do segundo membro. Analogamente, definimos: b a a b a dxxfdxxf )(lim)( Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 2 Chamamos a integral do primeiro membro de convergente ou divergente conforme exista ou não o limite do segundo membro. Exemplo 1: 110lim11lim 1 limlim 1 1 1 2 1 2 b x x dx x dx bb b portanto a integral 1 2x dx é convergente. Exemplo 2: senasenusenxcoxdxcoxdx ua u a a u limlimlim como este limite não existe a integral u xdxcos é divergente. Da mesma forma definimos: 0 0 )()( x x dxxffxdxdxxf Onde 0x é um número real. Chamamos a integral de convergente ou divergente conforme as integrais do segundo membro sejam ou não convergentes. Integrais impróprias particulares de primeira espécie. 1. Integral geométrica ou exponencial a txdxe onde t é uma constante, converge se 0t e diverge se 0t . Note-se a analogia com a série geométrica com ter de modo que re tx . 2. Integral em p da 1ª espécie a px dx onde p é uma constante e 0a , converge se 1p e diverge se 1p . Compare com a série em p . 1.2. Integrais impróprias da segunda espécie Se )(xf se torna não – limitada somente no ponto extremo ax do intervalo bxa então definimos Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 3 b a b a dxxfdxxf )(lim)( 0 Se existe o limite do segundo membro, a integral do primeiro membro é convergente, caso contrário é divergente. Analogamente, se )(xf se torna não – limitada somente no ponto extremo bx do intervalo bxa então definimos b a b a dxxfdxxf )(lim)( 0 A integral do primeiro membro converge ou diverge conforme exista ou não o limite (finito) do segundo membro. Se )(xf se torna não – limitada somente em um ponto interior 0xx do intervalo bxa então definimos b x x a b a dxxfdxxfdxxf 1 00 0 2 10 1 )(lim)(lim)( A integral do primeiro membro converge ou diverge conforme existam ou não os limites do segundo membro. 1. Algumas integrais impróprias da segunda espécie. 1. b a pax dx converge se 1p e diverge se 1p 2. b a pxb dx converge se 1p e diverge se 1p Chamamos a estas de integrais em p da segunda espécie. Notemos que para 0p , as integrais não são impróprias. Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 4 1.3. Integrais impróprias da terceira espécie Podemos exprimir as integrais da terceira espécie em termos de integrais improprias da primeira e da segunda espécie, e, portanto, para verificar se aquelas são convergentes ou divergentes, usaremos os resultados já estabelecidos. 2. Sucessões Numéricas Uma função de variável inteira positiva designada por onde n=1,2,3,… chama-se sucessão. Ou seja uma sucessão é uma aplicação de . Uma sucessão é um conjunto de números dispostos numa certa ordem e formada segundo uma dada ordem. 2.1. Convergência Diz-se que uma sucessão real converge para o número real ou que é o limite da sucessão ao tender n para o infinito, quando a todo o 0 corresponde um número natural 00 nn tal que para todos os termos de ordem 0nn se tenha aan Se as condições são satisfeitas a sucessão diz-se convergente, aann lim ou aan Ex: prove que: 1 2 lim n n n 1 2n n 2 2 2 21 2 nn nn n n De onde resulta: 22 n que é a ordem a partir da qual se verifica a condição. 3. Séries numéricas Soma de uma série Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 5 Seja dada uma sucessão numérica infinita ,,,,, 321 nuuuu a expressão nuuuu 321 chama-se série numérica, sendo os números ,,,,, 321 nuuuu os termos da série. A soma dos n primeiros termos da série chama-se soma parcial nS . nn uuuuS 321 3.1. Convergência e Divergência Consideremos as somas parciais: 11 uS ; 212 uuS ; 3213 uuuS ; nn uuuuS 321 Se a sucessão destas somas parciais é convergente, isto é, se existe um número S, tal que SSnn lim , Chama-se soma da série e diz-se que a série é convergente. Se o limite não existe diz-se que a série é divergente e que não tem soma. Exemplo: a) 1 2 1 n n b) 1 11 n n 3.2. Propriedades Fundamentais 1. Se nu converge então 0lim nn u . A recíproca entretanto não é sempre verdadeira, isto é, se 0lim nn u , pode ou não convergir. Conclui-se que, se o enésimo termo de uma série não tende para zero a série é divergente. 2. Multiplicando cada termo de uma série por uma constante (diferente de zero), a série contínua convergente ou divergente. 3. Suprimindo (acrescentando) um número finito de termos de (a) uma série, esta permanece convergente ou divergente. Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 6 Séries especiais. 1. Série Geométrica: 1 1 n nar , onde a e r são constantes. Converge para r aS 1 se 1r e diverge se 1r 2. A série em p, 1 1 n pn onde p é uma constante. Converge para 1p e diverge para 1p . A série com 1p é a série harmónica. 3.3. Critérios de convergência, para as séries numéricas 3.3.1. Critério de comparação para séries de termos positivos Sejam duas séries de termos positivos: nuuuu 321 (1) nvvvv 321 (2) Teorema (1) se os termos da série (1) não forem superiores aos correspondentes termos da série (2) isto é, se nn vu e se (2) converge a série (1) converge também. Teorema (2) se os termos da série (1) não forem inferiores aos correspondentes termos da série (2) isto é, se e se a série(2) diverge a série(1) diverge igualmente. 3.3.2. Critério de quociente para séries de termos positivos (a) Se 0nu e 0nv e se 0lim A v u n n n ou então nu e nv convergem ambos ou divergem ambos. (b) Se 0A e nv converge, então nu converge. (c) Se A e nv diverge, então nu diverge. Este critério relaciona-se com o da comparação e muitas vezes é uma útil alternativa deste. Em particular tomando pn n v 1 as propriedades da série 1 1 n pn nos dão: Teorema (1) seja Aun n p n lim . Então: Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 7 (i) nu converge se 1p e A é finito. (ii) nu , diverge se 1p e 0A (A podendo ser infinito). Exemplo: 24 3n n converge pois 4 1 24 lim 3 2 n nn n 1 ln n n diverge pois 2 1 2 1 1 lnlim n nn n 3.3.3. Critério de integral para séries de termos positivos Se )(xf é positiva, continua e monótona decrescentepara Nx e é tal que nunf )( , Nn , 1N , 2N , , então nu converge ou diverge quando N M N M dxxfdxxf )(lim)( converge ou diverge. Em particular, podemos ter 1N , como é frequente na prática. Exemplo: 1 2 1 n n converge pois Mx dx M M M 11limlim 1 2 existe. 3.3.4. Critério para séries alternadas A série alternada é aquela cujos termos sucessivos são, alternadamente, positivos e negativos. Uma série alternada converge quando satisfaz as duas condições seguintes (a) nn uu 1 para 1n (b) 0lim nn u ou 0lim nn u Exemplo: Para a série 1 11 5 1 4 1 3 1 2 11 n n n temos n u n n 11 , n un 1 , 1 1 1 n un para . Também 0lim nn u . Portanto a série converge. Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 8 3.3.5. Convergência absoluta e condicional. A série é absolutamente convergente quando converge. Se converge, mas diverge, então é condicionalmente convergente. Teorema: Se converge então converge. Em outras palavras uma série absolutamente convergente é convergente. 3.3.6. Critério da relação ou regra de Alambert Seja L u u n n n 1lim , então a série (a) Converge (absolutamente) se (b) Diverge se (c) Se falha o critério, também conhecido como critério da razão. 3.3.7. Critério da raiz enésima ou Cauchy Seja Lu n nn lim . Então a série (a) Converge (absolutamente) se (b) Diverge se (c) Se falha o critério. Exercícios: 1. Determina a natureza das seguintes séries por um critério de comparação: a) 1 3 3 1 n n b) 1 2 1 1 n n n c) 1 2 )1( 1 n nn Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 9 d) 1 33 1)1(n nn nn e) 1 2))(( n n sen 2. Estuda a natureza das seguintes series pelo critério da razão ou pelo de D’Alembert: a) 1 3n n n b) 1 3 !n n n c) 1 )12(...7553 ! n nxxxxx n d) 1 )13(...852 )2(...642 n nxxxx nxxxx e) 1 )!2(n n n n 4. Estude a natureza das seguintes séries pelo critério da raiz ou de Cauchy a) 2 2 ))(log(n n n n n b) Rk n k n n ; !1 c) 1 2 1 n n n n d) 1 111 n n n nn e) 1 )( n n n sen 5. Usando o critério do integral, estude a natureza das seguintes series: a) 2 2log 1 n nn b) 1 log 1 n nn Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 10 c) 1 11 1 n n d) n n 1 2 1 3. Sucessões de funções Seja nf uma sucessão de funções, RRDfn : . Diz-se que nf converge num ponto se a sucessão numérica ))(( afn é convergente com limite finito. Se a sucessão )( nf converge em todos os pontos de D, pode definir-se uma função RDf : por )(lim)( xfxf nn a qual se diz limite de )( nf em D. Diz-se também que )( nf converge pontualmente para f em D. Exemplo: A sucessão de funções n n x )1( ,definido em R, converge qualquer que seja Rx . A função limite é xexf )( . Ou seja: xn e n x )1lim( 3. Séries de funções Chama-se série de funções a toda a série na qual o termo geral é uma função duma variável x . Consideremos a série de funções: ...)(...)()()( 321 xuxuxuxu n Dando a x diferentes valores numéricos obtém-se diferentes séries numéricas que podem convergir ou divergir. Ao conjunto dos valores x para os quais a série de funções converge chama-se domínio de convergência ou campo de convergência de série. Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 11 A função )(lim)( xSxS n onde )(...)()()( 21 xfxfxfxS nn e x pertence ao campo de convergência, recebe o nome de soma da série e )()()( xSxSxR nn de resto da série. Para determinar o campo de convergência da série de funções basta aplicar os critérios de convergência já conhecidos considerando x fixo. Exemplo: ... 2 )1(... 23 )1( 22 )1( 21 1 3 3 2 2 n n n xxxx Chamando de nu o termo da série teremos: 2 1 1)1(2 2*1 limlim 1 1 1 x xn nx u u nn nn n n Baseando-se no critério de D’Alambert pode-se afirmar que a série é convergente Se 1 2 1 x 21 x ; 3 1 2)1( 21 x x x x 13 x campo de convergência. A série é divergente se 3 1 2)1( 21 ;1 2 1 x x x xx isto é: 3 x ou x1 . Exercícios 1. Para quais valores de x as seguintes séries convergem? a) 1 1 3n n n n x b) 1 121 )!12( )1( n nn n x c) )13(2 )1( n xn n n Docente: Nasma da Glória J. Langa nasmadagloria@yahoo.com.br/nasmalanga@gmail.comPágina 12 d) n n x x n 1 1 2 12 1 e) n n xsenxsenxxsensenx 3 2 9 4 3 2 f) n kkk x n nxxx !!3 3 !2 2 32 4. Séries de potências Chama-se série de potências ou série inteira de 0xx a uma série de forma: 0 0 )( n n n xxa com NnRan , Fazendo 0xxy , as séries de potências podem reduzir-se a forma 0n n n ya . Em geral, uma série de potências converge para Rx e diverge para Rx , onde a constante R é o raio de convergência da série. Para Rx a série pode ou não convergir. O intervalo RxR com a possível inclusão de pontos extremos, denomina-se intervalo de convergência da série. Podem aparecer dois casos especiais 0R e R . No primeiro caso a série converge somente para 0x ; para segundo caso converge para todos os valores de x . Quando falamos em uma série de potências convergente, admite-se 0R salvo indicação em contrário.
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