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Descomplicando a microbiologia 1Por: Raí Pereira (Módulo I). Os micróbios em nossas vidas Os micróbios, por sua vez, podemos chamar de microrganismos, ou seja, são seres vivos pequenos que são, visualizados a olho nu. No entanto, o grupo inclui bactérias, fungos (leveduras e bolores), protozoários e algas microscópicas. Portanto, inclui os vírus, entidades acelulares muitas vezes consideradas como o limite entre o vivo e o não vivo. A maioria dos microrganismos, na verdade, auxilia na manutenção do equilíbrio da vida no nosso meio ambiente. Microrganismos marinhos e de água doce constituem a base da cadeia alimentar em oceanos, lagos e rios. Os seres humanos e muitos outros animais dependem dos micróbios em seus intestinos para a digestão e a síntese de algumas vitaminas que seus corpos requerem, incluindo algumas vitaminas do complexo B, para o metabolismo, e a vitamina K, para a coagulação do sangue. Os microrganismos também possuem muitas aplicações comerciais. São utilizados na síntese de produtos químicos, como vitaminas, ácidos orgânicos, enzimas, alcoóis e muitos fármacos. Por exemplo, os micróbios são utilizados na produção de acetona e butanol, e as vitaminas B2 (riboflavina) e B12 (cobalamina) são produzidas bioquimicamente. Apesar de apenas uma minoria dos microrganismos ser patogênica (causadora de doenças), o conhecimento prático sobre os micróbios é necessário para a medicina e as ciências relacionadas à saúde. Por exemplo, os funcionários de hospitais devem ser capazes de proteger os pacientes de micróbios comuns, que normalmente são inofensivos, mas podem ser nocivos para pessoas doentes e debilitadas. Hoje, sabemos que os microrganismos são encontrados em quase todos os lugares. Até pouco tempo atrás, antes da invenção do microscópio, os micróbios eram desconhecidos para os cientistas. Microrganismos • Participam de quase todos os aspectos da vida humana; • São capazes de viver de forma independente na natureza; • Na natureza, as células microbianas vivem associadas à outras células, formando 1 @science_biomedescomplica populações; • Hábitat: ambiente onde uma população vive; • Condições determinam a diversidade e abundância de microrganismos. Obs: Os microrganismos estão relacionaodos com os nutrientes, pH, temperatura, umidade e até mesmo com teor de O2. Começo da Microbiologia Em 1665, após observar uma fina fatia de cortiça em um microscópio rudimentar, o inglês Robert Hooke declarou que as menores unidades estruturais da vida eram “pequenas caixas” ou “células”. Posteriormente, utilizando seu microscópio aprimorado, Hooke observou células individuais. A descoberta de Hooke marcou o início da teoria celular – a teoria de que todas as coisas vivas são compostas por células. Obs: O comerciante holandês e cientista amador Anton van Leeuwenhoek foi provavelmente o primeiro a observar microrganismos vivos através das lentes de aumento dos mais de 400 microscópios que ele construiu. Van Leeuwenhoek realizou ilustrações detalhadas dos organismos que encontrou na água da chuva, nas fezes e em material de raspado de dentes. Teoria da biogênese Em 1858, Rudolf Virchow desafiou a questão da geração espontânea com o conceito de biogênese, hipotetizando que células vivas surgiam apenas de células vivas preexistentes. Como ele não podia oferecer nenhuma prova científica, os argumentos sobre a geração espontânea continuaram até 1861, quando a questão foi, por fim, elucidada pelo cientista francês Louis Pasteur. Pasteur demonstrou que os microrganismos estão presentes no ar e podem contaminar soluções estéreis, porém o ar, por si próprio, não origina micróbios. Obs: A descoberta da penicilina. Alexander Fleming documentou esta fotografia em 1928. A colônia do fungo Penicillium acidentalmente contaminou a placa e inibiu o crescimento das bactérias adjacentes. No entanto, Pateur encheu vários frascos, que tinham a abertura em forma de pescoço curto, com caldo de carne e, então, ferveu o conteúdo. Alguns deles ele deixou que esfriassem abertos. Em poucos dias, esses frascos estavam contaminados com micróbios. Os outros frascos, lacrados após a fervura, estavam livres de microrganismos. A partir desses resultados, Pasteur fundamentou que os micróbios do ar eram os agentes responsáveis pela contaminação da matéria não viva. O modelo único criado por Pasteur permitia que o ar entrasse no frasco, mas o pescoço curvado capturava todos os microrganismos do ar que poderiam contaminar o meio de cultura. Eles foram lacrados, mas, como o frasco, não mostram sinais de contaminação mais de 100 anos depois da realização do experimento. Observe as figura abaixo Obs: Na primeira figura onde mostra que os microrganismos estão presentes no caldo - foi a primeira etapa-, ou seja, Pasteur primeiramente despejou caldo de carne bovina em um frasco de pescoço comprido. Segunda ilustração podemos observar que, em seguida, ele aqueceu o pescoço do frasco e o curvou em formato de S; então, ele ferveu o caldo por vários minutos. E na terceira ilustração conclui-se que, os microrganismos não aparecerem na solução resfriada, mesmo após bastante tempo. Obs: Pasteur mostrou que os microrganismos podem estar presentes na matéria não viva – sobre sólidos, em líquidos e no ar. Além disso, ele demonstrou conclusivamente que a vida microbiana pode ser destruída pelo calor e que métodos podem ser idealizados com o objetivo de bloquear o acesso dos microrganismos do ar aos meios nutrientes. Essas descobertas formam a base das técnicas de assepsia, que previnem a contaminação por microrganismos indesejáveis e que agora são práticas rotineiras para muitos procedimentos médicos e em laboratórios. Informações Importantes Pasteur demonstrou que os micróbios são responsáveis pela deterioração dos alimentos, conduzindo os pesquisadores à conexão entre micróbios e doenças. Seus experimentos e observações forneceram as bases para as técnicas de assepsia, que são utilizadas na prevenção da contaminação microbiana, como apresentado na foto à direita. Na microbiologia temos a idade do Ouro (1857 a 1914) Podemos destcar que: Pasteur – Fermentação (1857) Pasteur – Geração espontânea refutada (1861) Pasteur – Pasteurização (1864) Lister – Cirurgia asséptica (1867) Koch* – Teoria do germe da doença (1876) Neisser – Neisseria gonorrhoeae (1879) Koch* – Culturas puras (1881) Finlay – Febre amarela (1882) Koch* – Mycobacterium tuberculosis (1882) Hess – Meio ágar (sólido) (1882) Koch* – Vibrio cholerae (1883) Metchnikoff* – Fagocitose (1884) Gram – Técnica da coloração de Gram (1884) Escherich – Escherichia coli (1884) Petri – Placa de Petri (1887) Kitasato – Clostridium tetani (1889) von Bering* – Antitoxina diftérica (1890) Ehrlich* – Teoria da imunidade (1890) Winogradsky – Ciclo do enxofre (1892) Shiga – Shigella dysenteriae (1898) Ehrlich* – Tratamento da sífilis (1908) Chagas – Trypanosoma cruzi (1910) Rous* – Vírus causadores de tumores (1911) (Prêmio Nobel de 1966) Fermentação e pasteurização Obs: Fermentação: Pasteur descobriu que leveduras convertiam açúcares a álcool em ausência de ar. Pasteurização: Processo para matar as bactérias que convertem o álcool a vinagre em presença de ar; Aquecimento. Informações Importantes - Fermentação Naquele tempo, muitos cientistas acreditavam que o ar convertia os açúcares desses fluidos em álcool. Pasteur descobriu, ao contrário, que microrganismos, chamados de leveduras, convertiam os açúcares em álcool na ausência de ar. Esse processo, chamado de fermentação utilizado na produção de vinho e cerveja. Na presença de ar, bactérias transformam o álcool em vinagre (ácido acético). Informações Importantes - Pasteurização A solução de Pasteur para o problema da deterioração foi o aquecimento da cerveja e do vinho o suficiente para matar a maioria das bactérias que causavamo estrago. Esse processo, chamado de pasteurização, hoje é comumente utilizado, a fim de se reduzir a deterioração e de se destruir bactérias potencialmente nocivas presentes no leite, bem como em algumas bebidas alcoólicas. Conheça um pouco sobre a teoria da doença - também na idade do ouro. A descoberta de que as leveduras têm um papel fundamental na fermentação foi a primeira ligação entre a atividade de um microrganismo e as mudanças físicas e químicas nas matérias orgânicas. Essa descoberta alertou os cientistas para a possibilidade de que os microrganismos pudessem ter relações similares com plantas e animais – especificamente, que os microrganismos pudessem causar doenças. Essa ideia ficou conhecida como teoria do germe da doença. Em 1865, Pasteur foi chamado para ajudar no combate à doença do bicho-da-seda, que estava arruinando a indústria da seda em toda a Europa. Décadas antes, o microscopista amador Agostino Bassi tinha provado que outra doença do bicho-da-seda era causada por um fungo. Utilizando os dados fornecidos por Bassi, Pasteur descobriu que a infecção mais recente era causada por um protozoário e, então, desenvolveu um método para identificar os bichos-da-seda que estavam contaminados. O médico húngaro Ignaz Semmelweis tinha demonstrado que os médicos, que naquela época não faziam assepsia das mãos, transmitiam infecções rotineiramente (febre puerperal ou em crianças recém-nascidas) de uma paciente de obstetrícia para outra. Lister também tinha conhecimento sobre o trabalho de Pasteur relacionando os micróbios com as doenças em animais. Desinfetantes não eram usados naquela época, mas Lister sabia que o fenol (ácido carbólico) matava as bactérias, então começou a tratar as feridas cirúrgicas com uma solução de fenol. A primeira evidência de que bactérias realmente causam doenças veio de Robert Koch, em 1876. O jovem rival de Pasteur na corrida para descobrir a causa do antraz, doença que estava destruindo os rebanhos de gado e ovelhas na Europa. Koch descobriu bactérias em forma de bacilos, conhecidas atualmente como Bacillus anthracis, no sangue de um rebanho que morreu de antraz. Ele cultivou a bactéria em meio de cultura e, então, injetou amostras da cultura em animais saudáveis. Quando esses animais adoeceram ou morreram, Koch isolou a bactéria presente no sangue e a comparou com a bactéria originalmente isolada. Ele descobriu que as duas amostras continham a mesma bactéria. Postulados de Koch, uma sequência de etapas experimentais capazes de relacionar diretamente um micróbio específico a uma doença específica. Vacinação O tratamento ou um procedimento preventivo é desenvolvido antes que os cientistas saibam como funciona. A vacina contra a varíola é um exemplo. Doença Vacínia – causada por um vírus e transmitida do gado para o homem. • O mesmo vírus da vacínia é o da varíola, porém mais branda • Vacinação, descoberta por Pasteur, significa proteção contra uma doença – também chamada de imunidade. Pasteur desvendou porque a vacinação funciona. Ele descobriu que a bactéria causadora da cólera aviária perde a sua capacidade de causar doença (perde a sua virulência, ou torna-se avirulenta) após cultivo em laboratório por longos períodos. Contudo, essa bactéria e outros microrganismos com virulência diminuída eram capazes de induzir imunidade contra infecções subsequentes por seus companheiros virulentos. Tanto a varíola humana quanto a bovina são causadas por vírus. Algumas vacinas ainda são produzidas a partir de linhagens de microrganismos avirulentos que estimulam a imunidade contra uma linhagem virulenta relacionada. Outras vacinas são feitas a partir de micróbios virulentos mortos, de componentes isolados de microrganismos virulentos, ou por técnicas de engenharia genética. O nascimento da quimioterapia Após a relação entre microrganismos e doenças ter sido estabelecida, os médicos microbiologistas direcionaram as novas pesquisas para a busca de substâncias que pudessem destruir o microrganismo patogênico sem causar nenhum mal à pessoa ou ao animal infectado. Substâncias químicas produzidas naturalmente por bactérias e fungos para atuar contra outros microrganismos são chamadas de antibióticos. Os agentes quimioterápicos preparados a partir de compostos químicos em laboratório são chamados de medicamentos sintéticos. Medicamentso Sintéticos Ehrlich especulou sobre uma “bala mágica” que pudesse combater e destruir o patógeno sem prejudicar o hospedeiro. Em 1910, após testar centenas de substâncias, ele descobriu um agente quimioterápico, chamado de salvarsan, derivado de arsênico, efetivo contra a sífilis. O agente foi chamado de salvarsan por ter sido considerado a salvação contra a sífilis e conter arsênio. Obs: A descoberta da penicilina. Alexander Fleming documentou esta fotografia em 1928. A colônia do fungo Penicillium acidentalmente contaminou a placa e inibiu o crescimento das bactérias adjacentes. Obs: • Tratamento químico de uma doença; • Tipos de agentes quimioterápicos são drogas sintéticas → preparados em laboratório; • 1928 - Alexander Fleming observou que o fungo Penicillium inibia o crescimento de uma cultura de bactérias; • Ingrediente ativo → denominou de penicilina; • A penicilina tem sido utilizada clinicamente como antibiótico desde a década de 40. Conheça alguns tipos de microrganismos Bactérias: são organismos relativamente simples e de uma única célula (unicelulares). Devido ao fato de seu material genético não ser envolto por uma membrana nuclear especial, as células bacterianas são chamadas de procariotos, incluem as bactérias e as arqueias. As células bacterianas apresentam uma entre várias formas possíveis. Bacilos (semelhantes a bastões), cocos (esféricos ou ovoides) e espirais (espiralados ou curvados) estão entre as formas mais comuns, porém algumas bactérias possuem forma de estrela ou quadrado. As bactérias individuais podem formar pares, cadeias, grupos ou outros agrupamentos; essas formações geralmente são características de um gênero particular ou de uma espécie de bactéria. Obs: As bactérias geralmente se reproduzem por divisão em duas células iguais; esse processo é chamado de fissão binária. Arqueias: as arqueias consistem em células procarióticas, porém, quando apresentam paredes celulares, elas carecem de peptideoglicano. As arqueias são encontradas, muitas vezes, em ambientes extremos e se dividem em três grupos principais. São elas: as metanogênicas produzem metano como produto residual da respiração; As halófilas extremas (halo, sal; fila, gosta) vivem em ambientes extremamente salgados, como o Grande Lago Salgado e o Mar Morto As termófilas extremas (term, calor) vivem em águas quentes sulfurosas, como nas fontes termais do Yellowstone National Park. Não são conhecidas arqueias que causem doenças em seres humanos. Fungos: Os fungos são eucariotos, organismos cujas células possuem um núcleo distinto contendo o material genético celular (DNA), circundado por um envelope especial, denominado membrana nuclear. Fungos verdadeiros têm paredes celulares compostas principalmente de uma substância denominada quitina. A forma unicelular dos fungos, as leveduras, são microrganismos ovais maiores do que as bactérias. Os fungos mais comuns são os bolores. Os bolores formam massas visíveis, denominadas micélios, compostas de longos filamentos (hifas) que se ramificam e se entrelaçam. Obs: Os fungos podem se reproduzir sexuada e assexuadamente. Eles obtêm nutrientes através da absorção de soluções de materiais orgânicos do ambiente – seja do solo, da água do mar, da água doce ou de um hospedeiro animal ou vegetal. Organismos chamados de micetozoários possuem características de fungos e amebas. Protozoários: são micróbios unicelulares eucarióticos. Os protozoários se movimentam através de pseudópodes, flagelosou cílios. Aguns protozoários possuem longos flagelos ou numerosos apêndices curtos para a locomoção, chamados de cílios. Os protozoários apresentam uma variedade de formas e vivem como entidades de vida livre ou como parasitos - organismos que retiram os seus nutrientes de hospedeiros vivos-, absorvendo ou ingerindo compostos orgânicos do ambiente. Alguns protozoários, como a Euglena, são fotossintéticos. Os protozoários podem se reproduzir sexuada ou assexuadamente. Algas: As algas são eucariotos fotossintéticos que apresentam uma ampla variedade de formas e ambas as formas reprodutivas, sexuada e assexuada. As paredes celulares de muitas algas são compostas de um carboidrato chamado de celulose. As algas são abundantes em água doce e em água salgada, no solo e em associação com plantas. Vírus: Os vírus são muito diferentes dos outros grupos microbianos mencionados aqui. São tão pequenos que a maioria só pode ser vista com o auxílio de um microscópio eletrônico, sendo também acelulares (não são células). A partícula viral é muito simples estruturalmente, contendo um núcleo formado somente por um tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. Obs: Os vírus só podem se reproduzir usando a maquinaria celular de outros organismos. Assim, por um lado, os vírus são considerados como organismos vivos apenas quando se multiplicam no interior das células hospedeiras que infectam. Nesse sentido, os vírus são parasitos de outras formas de vida. Por outro lado, os vírus não são considerados organismos vivos, uma vez que são inertes fora de seus hospedeiros vivos. Teste do Conhecimento 1. Quais grupos de micróbios são procariotos? Quais são eucariotos? 2. Descreva algumas das atividades prejudiciais e benéficas dos micróbios. 3. O que é teoria celular? 4. Resuma, com suas palavras, a teoria do germe da doença. 5. Qual a importância dos postulados de Koch? 6. Em que consistia a ”bala mágica” de Ehrlich? 7. Liste duas formas benéficas de utilização de bactérias. 8. O que é microbiologia e quais são suas aplicações? 1Por: Raí Pereira (Módulo II). Desenvolvimento de técnicas laboratoriais • Técnicas para isolar e estudar tipos individuais de micro-organismos • Técnica da cultura pura • Meios de cultura: substâncias que satisfazem as necessidades nutricionais dos micro-organismos • Ágar: solidificar o meio de cultura • Placa de Petri: placa de vidro especial para depositar o meio contendo ágar • Uso de animais como modelos de doença humana. Obs: As suas aplicações estão relacionadas com agricultura, alimentos, doenças, meio ambiente/energia e biotecnologia. Importâncias dos microrganismos Benefícios X Malefícios Indese- jáveis M.O.s marinhos e de água doce M.O.s do solo Bactéri- as nos seres humanos Doenças graves Base da cadeia alimen- tar nos oceanos, rios, lagoas Degra- dação de detritos Digestão no intestino Deterio- ração de alimen- tos Incorpo- ração do nitrogê- nio da atmosfe- ra em compos- tos orgâni- cos Síntese de vitami- nas B Obs: Aplicações comerciais - síntese de acetona, ácidos orgânicos, enzimas, álcoois; Indústria de alimentos - Produção de vinagre, picles, bebidas alcoólicas, queijos, iogurtes, pães; Engenharia genética - produção de insulina, hormônio do crescimento. Áreas de aplicação da microbiologia básica Características morfológicas -> Características morfológicas; Características fisiológicas -> Necessidades nutricionais específicas e condições necessárias ao crescimento e reprodução; Atividades bioquímicas -> Modo de obtenção de energia pelos micro-organismos; Características genéticas -> Hereditariedade e 1 @science_biomedescomplica variabilidade das características; Características ecológicas -> Ocorrência natural dos microorganismos no ambiente e sua relação com outros organismos; Classificação -> Relação taxonômica entre os grupos do mundo microbiano. Potencial de patogenicidade dos microrganismos. Áre de aplicação microbiologia aplicada Medicina -> Produção de antibióticos, enzimas (insulina); Área ambiental -> Microrganismos que podem degradar poluentes específicos, como herbicidas e inseticidas; fungos entomopatogênicos. Noções de Biossegurança em Laboratório Os líquidos biológicos e os sólidos, os quais manuseamos nos laboratórios, são, quase sempre, fontes de contaminação. • Cuidados que devemos ter para não haver contaminação cruzada dos materiais; • Não contaminar o pessoal do laboratório e da limpeza, os equipamentos, o meio ambiente através de aerossóis; • Cuidados com o descarte dos materiais fazem parte das Boas Práticas em Laboratório (BPL). Conceitos Básicos • Aerossóis: solução coloidal em forma de gotas que se dispersam no ar; • Amostras biológicas: são materiais de origem humana ou animal (como excrementos, secreções, sangue e derivados, tecidos e líquidos orgânicos) com fins experimentais ou diagnóstico; •Antisséptico: agente químico ou físico utilizado para desinfecção de tecido vivo, capaz de destruir ou inibir o crescimento de microrganismos na área aplicada; • Descontaminação: destruição ou remoção (total ou parcial) de microrganismos dos artigos e superfícies; • Desinfecção: destruição ou inibição do crescimento de microrganismos patógenos não esporulados ou em estado vegetativo, de superfícies; • EPI: equipamento de Proteção Individual: luvas, máscaras, jalecos, óculos de proteção, aventais, botas ou outro tipo calçados apropriados, tocas, etc.; • EPC: equipamentos de Proteção Coletiva: extintores, sinalização adequada (mapas de risco), chuveiros e lava-olhos, chuveiros contra incêndio, capelas, manta ou cobertor, vaso de areia, etc.; • Esterilização: processo de destruição de todos os microrganismos, incluindo os esporos; • Limpeza: processo de remoção de sujidade; • Material Biológico: todo material que contenha informação genética e seja capaz de auto reprodução ou de ser reproduzido em um sistema biológico. Inclui os organismos cultiváveis e agentes (entre eles bactérias, fungos filamentosos, leveduras e protozoários); as células humanas, animais e vegetais, as partes replicáveis destes organismos e células (bibliotecas genômicas, plasmídeos, vírus e fragmentos de DNA clonado), príons e os organismos ainda não cultivados; • Patogenicidade: capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro suscetível; • Sanitização: processo destinado à redução da maioria das bactérias patogênicas presentes; • Substâncias infectantes: são apresentações que contêm microrganismos viáveis (tais como bactérias, vírus, parasitas, fungos ou microrganismos recombinantes, híbrido ou mutante) sabidamente capazes de provocar doença ao homem ou animais. Biossegurança Conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados (Teixeira e Valle, 1996). O que é contenção? Termo usado para descrever os métodos de segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um laboratório onde estão sendo manejados ou mantidos . • Contenção primária: proteger o operador e o laboratório; • Contenção secundária: proteger ambiente. Biocontenção O elemento de contenção mais importante é a adesão rígida às práticas e técnicas microbiológicas padrões. Práticas seguras no Laboratório Conjunto de procedimentos que visam reduzir a exposição do pesquisador a riscos no ambiente de trabalho. Princípios das práticas seguras em Laboratório 1. Limpeza das áreas de laboratório regularmente e ao término de uma atividade: • Reduz riscos de contaminação; • Descontaminação imediata se houver derramamento de material químico ou biológico. 2. Manuseio e transporte de vidrarias e outros materiais de forma segura: Considerar ergonomia esegurança. 3. Equipamentos posicionados corretamente: Fios e cabos não devem atravessar a área de trabalho; • Identificação de fios e cabos quanto a voltagem; • Evitar extensões elétricas (sobrecarga); • Áreas adequadas de circulação em torno dos equipamentos. 4. Manuseio e armazenamento adequados de Produtos químicos: • Frascos com soluções devidamente etiquetados e datados; • “Ficha de segurança química” (informa riscos, manuseio e conduta em emergência) deve estar disponível no laboratório; • Grandes quantidades = almoxarifado; • Uso de EPI para produtos tóxicos, voláteis e inflamáveis (óculos de proteção, avental, luvas, máscara facial); • Resíduos = descarte seguro. 5. Materiais biológicos: ◦ Manipulados de forma segura, de acordo com a classe de risco; ◦ Transporte adequado para evitar derramamento acidental; ◦ Identificação!; ◦ Descontaminação antes do descarte!! 6. Atividades administrativas, cálculos e análises • Devem ser realizadas em local separado da área de trabalho. 7. Pessoal de limpeza e apoio: • Deve ser treinado/orientado p/ execução das tarefas; • Deve conhecer os riscos e procedimentos de descarte de lixo (comum x laboratório). Uso Obrigatório Normas universais e nãonegociáveis nas áreas de experimentação Avental e EPI: • Uso obrigatório em áreas de experimentação • Não dividi-lo com outras pessoas • Sugestão: trocar o avental/bata entre diferentes trabalhos, como animais, células, bancada, radioatividade … • Tirar o avental/bata/EPI ao sair da área de experimentação. Normas universais e não-negociáveis nas áreas de experimentação • Não aplicar maquiagem, pentear cabelo, manipular lentes de contato; • Não comer, beber, etc. • Pipetagem com a boca é proibida; • Com luvas, não tocar em maçanetas, telefones, olhos, nariz, bolsas, bolsos, CELULAR! etc. • Lavar as mãos sempre • Antes de iniciar e após terminar um experimento • Após retirada de luvas • Antes de sair do laboratório • Ouvidos desobstruídos • Sapatos fechados • Deve-se sempre tomar uma enorme precaução em relação a qualquer objeto cortante, incluindo seringas e agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares, etc. Obs: Ergonomia é o estudo científico, da relação entre o homem, seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida. Medidas de proteção coletiva • Todo o grupo fica protegido. • Substituição de matérias-primas e insumos por produtos menos prejudiciais à saúde; • Isolamento de fonte de risco (isolamento acústico de equipamentos geradores de ruído); • Instalação de sistemas de ventilação e exaustão que evitam dispersão de contaminantes no ambiente, diluem as concentrações de poluentes e oferecem conforto térmico; • Uso de EPC (capelas de segurança química, cabines de biossegurança biológica, chuveiros de emergência, lava olhos). Risco dos Agentes Biológicos “Classificação de Risco dos Agentes Biológicos”- Ministério da Saúde – 2006. • Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são distribuídos em classes de risco assim definidas: classe de risco 1, 2, 3 e 4. Obs.: A classificação de parasitas e as respectivas medidas de contenção se aplicam somente para os estágios de seu ciclo durante os quais sejam infecciosos para o homem ou animais. Identificação dos riscos biológicos • Fontes de exposição e reservatórios: incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias que abrigam agentes biológicos, a partir dos quais se torna possível a transmissão a um hospedeiro ou a um reservatório. • Vias de transmissão e de entrada: é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. Direta: transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores. Ex: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas e contato com a mucosa dos olhos; Indireta: transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. Ex.: transmissão por meio de mãos, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. • Transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente: é a capacidade de transmissão de um agente a um hospedeiro; A patogenicidade dos agentes biológicos é a sua capacidade de causar doença em um hospedeiro suscetível. Virulência é o grau de agressividade de um agente biológico. • Persistência do agente biológico no ambiente: é a capacidade de o agente permanecer no ambiente, mantendo a possibilidade de causar doença. Classes de risco biológico • CLASSE I: baixo risco individual e para a coletividade - inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp. • CLASSE II: moderado risco individual e limitado risco para a comunidade - inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos outros animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni (Esquistossomíase mansônica ou intestinal, xistose, barriga d’água ou mal do caramujo). • CLASSE III: alto risco individual e moderado risco para a comunidade - inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis. • CLASSE IV: alto risco individual e para a comunidade - inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: vírus Ebola. • CLASSE DE RISCO ESPECIAL: alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente - inclui agentes biológicos de doença animal não existentes no país e eu embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos. Nível de Biossegurança NB é o nível de contenção que permita o trabalho em laboratório com materiais infecciosos de forma segura e com risco mínimo. NB - 1: risco individual e para a comunidade ausente ou muito baixo: • Micro-organismos que provavelmente não causam doenças nos homens ou animais; • Recomenda-se as boas práticas operacionais; • Uso de luvas é recomendado. NB - 2: risco individual moderado, baixo risco para a comunidade: • Microrganismos patogênicos capazes de provocar doenças em seres humanos ou animais, mas que geralmente não apresentam um perigo sério para os funcionários, comunidade, animais domésticos ou ambiente; • Exposição ocupacional é capaz de provocar infecção grave, mas existem tratamento. NB - 3: nível 3 – alto risco individual e baixo risco para a comunidade: • Micro-organismos patogênicos que geralmente provocam doença grave no homem ou nos animais, mas que geralmente não se propagam de um indivíduo infectado para o outro ; • Existem medidas profiláticas e tratamento eficaz; • Recomenda-se meios de proteção primária para todas as atividades; • O projeto da instalação e os procedimentos operacionais do NB-3 devem ser documentados. NB - 4: nível 4 – elevado risco individual e para a comunidade: • Micro-organismos patogênicos que geralmente provocam doençagrave no ser humano ou nos animais, podendo ser facilmente transmitidos de um indivíduo para o outro, de forma direta ou indireta. Cultivo de microrganismos Cuidados especiais • Abrir, cuidadosamente, tubos e frascos evitando agitá-los; • Identificar claramente todos os tubos e frascos; • NUNCA usar vidraria trincada ou quebrada; • Manipular os tubos, frascos, pipetas ou seringas com as extremidades em direção oposta ao operador. Vidrarias e Equipamentos Todas as vidrarias, materiais e equipamentos de laboratório devem ser utilizados com atenção e zelo. O conserto e a manutenção de vidrarias, materiais e equipamentos de laboratório são de custo alto. Vidro: a vidraria de laboratório pode ser usada para armazenar material sólido ou líquido, preparar soluções, fazer reações, medir líquidos, etc. Obs: Tubos de cultura: são utilizados no cultivo de microrganismos em pequeno volume de meio de cultura, trazendo a vantagem de economizar meio e espaço físico; Placas de Petri: são recipientes redondos, de vidro ou plástico, com tampa rasa. Servem para conter meio de cultura sólido. Sua superfície extensa facilita o isolamento de espécies microbianas distintas; Alça de Drigalsky: serve para espalhar suspensões de microrganismos na Placa de Petri contendo meio de cultura sólido. Deve ser flambada á chama antes e após o uso; Béquer: são usados na maioria das vezes para fazer reações entre soluções, usados para dissolver diversas substâncias sólidas, efetuar reações de precipitação e preparar soluções simples; Frascos de Cultivo Microbiano: de vidro borossilicato e tampa rosqueada de polipropileno, autoclavável. São vidrarias utilizadas para análises de água e alimentos. Acessórios - alguns utensílios que são utilizados nas principais atividades do laboratório de microbiologia. Bico de Bunsen: é um aquecedor a gás com chama, cuja temperatura varia de acordo com a regulagem. É suprido com gás liquefeito de petróleo (GLP) e proporciona uma chama que permite a realização da manipulação das análises microbianas; Alça de Platina e agulhas: é um fio de platina ou outra liga metálica, medindo aproximadamente cinco centímetros, recurvado em uma de suas extremidades. É adaptado ao cabo de Kolle. Este material é utilizado para transferir inóculos sólidos ou em suspensão. A agulha é um fio de platina ou de outra liga, que fixado ao cabo de Kolle, é utilizada para semear meio sólido em profundidade. Soluções As soluções desinfetantes são utilizadas para antissepsia das mãos (álcool 70%), ou desinfecção das bancadas (hipoclorito de sódio 2,5%), ou ainda para descarte de resíduos líquidos e de pipetas contaminadas. As soluções podem ser armazenadas em pissetas plásticas. • Soluções Corantes - as soluções corantes são utilizadas para preparação de microrganismos para a observação microscópica. Equipamentos Agitador do tipo rotatório (Shaker orbital): é munido de uma plataforma onde os recipientes contendo o meio líquido são fixados. O mesmo gira de modo circular, agitando o meio continuamente durante a incubação e também expondo maior superfície do meio à fase gasosa; Agitador magnético: é munido de uma plataforma metálica onde o recipiente contendo o meio líquido e uma barra magnética revestida de material inerte é colocado. O mesmo gira a barra magnética de modo circular, agitando o meio continuamente durante a incubação e também expondo maior superfície do meio à fase gasosa; Geladeiras e freezers: são utilizadas para a conservação de meios de cultura estéreis, soluções e amostras de contra prova. Se contiver material com risco biológico deverá ser identificada com o pictograma adequado. Culturas vivas não devem ser congeladas; Potenciômetro ou pHmetro: é um equipamento muito utilizado no laboratório de Microbiologia para se determinar o pH dos diferentes tipos de meios de culturas e soluções tampão; Estufa de esterilização: é um tipo específico de estufa que apresenta um sistema de aquecimento controlado por resistência elétrica, é munida de termostato e termômetro para o controle de temperatura. Em geral este equipamento é utilizado para esterilizar vidrarias. Técnicas em Microbiologia Esterilização - eliminação ou remoção de toda e qualquer forma de vida existente em um determinado material ou ambiente: • Autoclave; • Forno esterilizante. Assepsia Conjunto de medidas que impede a entrada de microrganismos onde estes não são desejados: • Trabalhar em áreas submetidas a limpeza e desinfecção; • Trabalhar dentro da “zona de segurança” do bico de bunsen; • Flambar alça de inoculação antes e após cada uso. 1Por: Raí Pereira (Módulo III). 1 @science_biomedescomplica Taxonomia e classificação Identificação e classificação dos microrganismos Características da composição química: A identificação dos principais e típicos constituintes químicos da célula; Características antigênicas: A detecção de componentes especiais da célula (químicos) que fornecem evidências de semelhança entre as espécies; Características genéticas: A análise da composição do DNA, assim como a determinação das relações entre o DNA isolado de diferentes microrganismos. A taxonomia – isto é, classificamos os organismos em categorias, ou táxons, para mostrar graus de semelhança entre eles. Essas semelhanças se devem ao parentesco – todos os organismos são relacionados pela evolução. A sistemática, ou filogenia, é o estudo da história evolutiva dos organismos, de forma que a hierarquia dos táxons reflete as suas relações evolutivas, ou filogenéticas. A descoberta de três tipos celulares foi fundamentada nas observações de que os ribossomos não são os mesmos em todas as células, embora estejam presentes em todas elas. A comparação de sequências nucleotídicas contidas no RNA ribossomal de diferentes tipos de células mostrou que existem três grupos celulares distintos: os eucariotos e dois tipos diferentes de procariotos – as bactérias e as arqueias. Nomenclatura científica A cada organismo são atribuídos dois nomes, ou um binômio. Esses nomes correspondem ao gênero e ao epíteto específico (espécie), e ambos são escritos sublinhados ou em itálico. O nome do gênero começa sempre com letra maiúscula e é sempre um substantivo. O nome da espécie começa com letra minúscula e geralmente é um adjetivo. Como esse sistema atribui dois nomes para cada organismo, ele é chamado de nomenclatura binominal. Exemplos: Nosso próprio gênero e epíteto específico são Homo sapiens. O gênero significa homem; o epíteto específico significa sábio. Um fungo que contamina o pão é chamado de Rhizopus stolonifer. Rhizo descreve a estrutura semelhante à raiz do fungo; stolo descreve as hifas longas. Escherichia coli ou Escherichia coli nome homenageia Theodor Escherich, coli: lembra que habita o cólon humano ou intestino grosso. Staphylococcus aureus ou Staphylococcus aureus Staphylo (tipo de agrupamento) + coccus (forma esférica) aureus (cor de ouro). Obs: Nome binomial é usado: • Staphylococcus epidermidis • Escherichia coli • Pseudomonas aeruginosa Quando não se sabe ou não se quer especificar a espécie: • Staphylococcus sp. (uma espécie) • Staphylococcus spp. (todas as espécies). Classificação de acordo com a necessidade de O2 Anaeróbicos; facultativos; aeróbicos; microaerófilos. Temperatura Os microrganismos podem ser classificados em três grupos: Psicrófilos - crescem em baixas temperaturas (-10 a 25ºC); Mesófilos - crescem em temperaturas moderadas (10 a 50ºC); Termófilos - crescem em altas temperaturas (40 a 70ºC); Termófilos extremos (68 a 110ºC). Obs: Curva de crescimento característica de diferentes mircrorganismos. Calssificação de acordo com a necessidade metabólica Contém pigmentos → Sintetizam ATP a partir da luz solar; Células são coloridas. Autotróficos → Usam (CO2) como fonte de carbono. Heterotróficos → Requerem um ou mais compostosorgânicos como fonte de carbono. Classificação a partir da obtenção de energia Quimiorganotróficos → Usam os compostos químicos orgânicos como fonte de energia e usam o CO2 como fonte de carbono. Quimiolitotróficos → Usam compostos inorgânicos como fonte de energia e de carbono. Obs: Microrganismo Procariótico: sem membrana nuclear e organelas. Estrutura da célula bacteriana Obs: Uma espécie eucariótica é um grupo de organismos que cruzam entre si, mas não se reproduzem com indivíduos de outra espécie. Espécies similares são agrupadas em um gênero; gêneros similares são agrupados em uma família; famílias, em uma ordem; ordens, em uma classe; classes, em um filo; filos, em um reino; e reinos, em um domínio. Um grupo de bactérias derivadas de uma única célula é chamado de linhagem. Linhagens intimamente relacionadas constituem uma espécie bacteriana. O Bergey’s Manual of Determinative Bacteriology é a referência - padrão na identificação laboratorial de bactérias. As características morfológicas são úteis na identificação de microrganismos, em especial com o auxílio de técnicas de coloração diferenciais. A presença de várias enzimas, conforme determinada por testes bioquímicos, é utilizada na identificação de bactérias e leveduras. Citologia microbiana Morfologia das bactérias Organismos que podem diferir com relação às suas propriedades metabólicas ou fisiológicas, podem parecer similares ao microscópio. Literalmente centenas de espécies de bactérias apresentam a forma de pequenos cocos ou bacilos. A pneumonia por Pneumocystis é a infecção oportunista mais comum na Aids e em outros pacientes imunocomprometidos. Antes da epidemia de Aids, o agente causador dessa infecção, P. jirovecii (antigamente conhecido como “P. carinii”) era raramente observado em seres humanos. A morfologia celular nos diz pouco sobre as relações filogenéticas. Contudo, as características ainda auxiliam na identificação de bactérias. Por exemplo, diferenças em estruturas como os endósporos ou os flagelos podem ser úteis. Obs: Nutrientes e dejetos são transportados para dentro e fora da célula via membrana citoplasmática. Quanto menor o tamanho, maior é a relação entre a área superficial da membrana em relação ao volume e, portanto, maior é o potencial de crescimento. Morfologia - colônias • Diplococos: dois cocos: • Estreptococos: vários cocos em fileira; • Tétrades: quatro cocos; • Estafilococos: vários cocos semelhante a cacho de uva; • Sarcinas: vários cocos em arranjos cúbicos; • Diplobacilos: dois bacilos; • Paliçada: bacilos alinhados lado a lado; • Roseta: bacilos se apresentam presas a uma superfície. • Estreptobacilos: vários bacilos em fileira; • Tricomas: bacilos se apresentam alinhadas em cadeias, porém tem uma área de contato muito maior entre as células adjacentes . Arranjos Cocos Exemplos: Bacilos Outras formas Estruturas das bactérias Flagelos: função - motilidade; • Formados por unidades protéicas (flagelina); • Usados na classificação taxonômica; • Possuem características antigênicas. Estrutura: corpo basal (motor); gancho; filamento. Exemplos de bactérias como flagelos: Escherichia coli; Salmomella typhi; Proteus mirabilis; Clostridium tetani. Pelos ou Fimbrias Pode ser de 2 tipos: somática ou sexual; Funções: Reprodução sexuada (conjugação entre células); Aderência as superfícies; Formados por subunidades protéicas (pilina). Exemplos de bactérias como pili somática: Escherichia coli; Neisseria gonorrhoeae; Neiserria meningitidis; Haemophilus influenzae. Outra forma de motilidade em procariotos Cápsula: organizada. Camada limosa: desorganizada. Funções: Aderência à várias superfícies; Proteção contra microrganismos; Proteção contra dessecamento; Proteção contra fagocitose. Formados por glicocálice; Responsável por virulência. Parede Celular Funções: Previne a expansão e lise celular; Essencial para o crescimento e divisão celular; Estrutura rígida que determina a forma da célula bacteriana; Corresponde a 10 a 40% do peso bacteriano. Obs: Divide as bactérias em 2 grupos: Gram (+): parede espessa e homogênea. No entanto, 90% da parede formados de peptideoglicano (até 20 camadas) 30-60 nm. Gram (-): constituído por uma camada delgada. No entanto, 10 % de peptideoglicano (1-2 camadas) 2-3 nm. Coloração de Gram Gram - Positiva: Retém o corante cristal violeta e cora-se de violeta-escuro ou púrpura. Gram - Negativa: Pode ser descorada e aceitar o contracorante (safranina) e corar-se de cor- de-rosa ou vermelho. Tipos de Transportadores na Membrana Plasmática Transporte simples: promovido pela energia da força de próton motiva; Translocação de grupo:modificação química da substância transportada, promovida pelo fosfosenolpiruvato; Sistema ABC: proteínas periplasmática de ligação estão envolvidas, promovido pelo ATP. Citoplasma Formado por água, ácidos nucléicos, carboidratos, lipídios, íons inorgânicos e partículas de baixo peso molecular; Contém ribossomos e o material genético (DNA). Esporos Função principal: conferir resistência à bactéria. • Encontrados em algumas Gram positivas. • Bacillus. • Clostridium. • Sporosarcina. • Sporolactobacillus 10 % do peso seco é ácido dipicolínico (exclusivo de esporos): estabilização do DNA; Resistentes ao calor, radiações, ácidos, desinfetantes. Obs: esporulação nas bactérias - não tem caracter reprodutivo; importante ponto de vista clínico e industrial (alimentos); esporos resistem à ferverura por horas; Clostridium - grangrena, tétano, botulismo e intoxicação alimentar; Bacilus - carbúnculo (antraz) e intoxicação alimentar. Fungos Características Eucarióticos, não fotossintéticos; • Podem possuir parede celular; • Unicelulares ou multicelulares; • Microscópicos ou macroscópicos; • Formam esporos; • Tipicamente imóveis; • São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta (fungos saprofíticos) ou viva (fungos parasitários); Obs: Habitat terrestre ou aquático, sendo comumente encontrados em ambientes úmidos, e preferencialmente em pHs ácidos. Quimiorganotróficos por absorção (secretam enzimas hidrolíticas sobre o alimento e o ingerem). Exigências nutricionais simples; • Aeróbios em sua grande maioria, mas alguns fungos anaeróbicos estritos e facultativos são conhecidos; • Reproduzem-se sexuada ou assexuadamente (produzem ESPOROS SEXUAIS em ambos os casos). Essas características químicas são importantes para a escolha do agente quimioterápico contra infecções fúngicas: • Anfoterinina B e Nistatina ligam-se ao ergosterol e formam poros na membrana. • Imidazóis (Clotrimazol, Cetoconazol, Miconazol) e Triazóis (Fluconazol e Itraconazol) inibem a síntese de ergosterol. Bolores • Amplamente disseminados na natureza; • O corpo de um fungo filamentoso é composto de longos filamentos de células conectadas, as hifas. • As hifas podem ser cenocíticas ou septadas. • O conjunto de hifas constitui o micélio (facilmente visualizado ao microscópio). • Hifas e micélios podem ser vegetativos ou reprodutivos. • Esporos formados a partir de hifas reprodutivas (esporângios) são chamados de conídios (esporos assexuados). Altamente pigmentados e resistentes. Estrutura •As hifas podem ser septadas ou cenocíticas. Micélio: Vegetativo - se desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes. Aéreo - se projeta na superficie e cresce acima do meio de cultivo. Reprodutor - o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação. Os fungos são classificados de acordo com o tipo de esporos que apresentam: 1) Ascomicetos (forma de saco): Ascósporo 2) Basidiomicetos (cogumelos): Basidiósporo 3) Zigomicetos (bolores do pão): Zigósporo 4) Oomicetos (bolores de água): Oósporo 5) Deuteromicetos (fungos imperfeitos): nenhum. Os esporos fúngicos,tanto sexuais quanto assexuais, são capazes de germinar e desenvolver uma nova hifa e micélio. São resistentes a desidratação, calor, frio e alguns agentes químicos, porém, menos resistentes que endósporos bacterianos. Obs: Em meios de cultura os bolores apresentam colônias com aspecto algodonoso, aveludado ou pulverulento. Os fungos podem crescer associados às algas formando os liquens; Esta associação ou simbiose onde os dois envolvidos são beneficiados é conhecida como o mutualismo; Nesta condição, os liquens tornam-se organismos pouco exigentes, sobrevivendo aos ambientes mais hostis. Leveduras • Microrganismos unicelulares imóveis (não possuem flagelos); • Não apresentam micélios; • Heterotróficos; • Podem exercer metabolismo oxidativo ou fermentativo; • Processo de reprodução característico chamado gemulação ou brotamento. Morfologia - Forma • Redondas, ovais ou cilíndricas. • Apresentam pleomorfismo – uma mesma levedura pode ter diferentes formas dependendo da idade, condições de cultivo, meio, etc… Dimensões: • São normalmente maiores que as células bacterianas. Obs: Saccharomyces cerevisiae, S. ellipsoideus e S. calbergensis, agentes normais da fermentação alcoólica. • Zygosaccharomyces, com capacidade de se desenvolverem em líquidos com alta concentração de açúcar. E por isso, responsáveis pela deterioração de mel, melaço e xaropes. • Schizosaccharomyces, Muito comum na superfícies de frutos, no solo, no bagaço e em substratos. Aplicações Industriais Levedo de panificação; Proteína; Bebidas (Fermentadas e fermentadas/destiladas). Lado Positivo - biomassa, controle biológico, biotransformadores e etc. Lado Negativo - doenças no homem e no animal, alergias, doenças em plantas, biodeterioração e etc. Digestão: As partículas alimentares são englobadas por pseudópodos ou penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma. Excreção: Toda excreção pode ser eliminada por toda a superfície da célula. Os protozoários de água doce possuem um vacúolo contrátil, que pega o acúmulo de água que é absorvido pela célula, e a expulsa através de uma forte contração. Teste do Conhecimento 01. O Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology difere do Bergey’s Manual of Determinative Bacteriology porque o primeiro: a) agrupa bactérias em espécies. b) agrupa bactérias de acordo com suas relações filogenéticas. C) agrupa bactérias de acordo com suas propriedades patogênicas. D) agrupa bactérias em 19 espécies. e) todas as alternativas acima. 02. Qual das alternativas seguintes é falsa acerca da nomenclatura científica? a) Cada nome é específico. b) Os nomes variam de acordo com a localização geográfica. c) Os nomes são padronizados. d) Cada nome consiste em um gênero e um epíteto específico. e) Foi primeiramente introduzida por Linnaeus. 03.Você poderia identificar uma bactéria desconhecida por todos os métodos a seguir, exceto: a) pela hibridização de uma sonda de DNA de uma bactéria conhecida com o DNA desconhecido. b) pela criação de um perfil de ácidos graxos da bactéria desconhecida. c) pela aglutinação da bactéria desconhecida com antissoro específico. d) pelo sequenciamento do RNA ribossomal. e) pela porcentagem de guaninacitosina. 1Por: Raí Pereira (Módulo IV). Meios de cultura Como podemos definir: material nutriente preparado em laboratório utilizado para o crescimento de microrganismos. Microrganismos são colocados em um meio de cultura para iniciar o crescimento. Cultura - crescimento e multiplicação dos microrganismos no meio. Tipos de meios de cultura Meio de Cultura Meio ; Quimicamente Definido; Meio Complexo Meios para o Crescimento de Anaeróbicos; Meios de Cultivo Seletivo e Diferencial; Meios de Enriquecimento. Obs: Critérios para se identificar um determinado microrganismo Nutrientes Quantidade de água necessária pH ajustado Presença ou ausência de oxigênio Incubação em temperatura adequada. Preparo Meios comerciais devem ser hidratados. Primeiramente devem ser pesados Transferir para um frasco Hidratar em pequena quantidade e misturar Depois deve-se acrescentar o restante da água Levar o meio para fundir → aquecer. 1 @science_biomedescomplica Meio Sólido - Utilização de Ágar Ágar - é um polissacarídeo complexo, obtido a partir de algas marinhas que já vem sendo bastante utilizado para deixar alimentos como geleias e sorvetes mais espessos. É um agente solidificante. Obs: Normalmente é utilizado em Placas de Petri ou tubos de ensaio. Pode ser mantido em banho-maria a uma temperatura de 50ºC, sem causar danos aos microrganismos. Após a solidificação, pode ser incubado a uma temperatura de 100ºC sem perder suas características. Possui em sua composição fibras, sais minerais (P, Fe, Ca, K, I), celulose e uma pequena quantidade de proteínas. É bastante utilizado na microbiologia para cultura sólidas de bactérias e fungos. Meio quimicamente definido Meio em que a composição química exata é conhecida. O meio deverá conter uma fonte de energia Carbono Nitrogênio Enxofre Fósforo Outros fatores de crescimento que o microrganismos não é capaz de sintetizar. Obs: Microrganismos que necessitam de muitos fatores de crescimento são chamados “fastidiosos”. Meio complexo São compostos de nutrientes como extratos de leveduras, carne ou plantas, ou ainda, produtos de digestão proteica dessas ou de outras fontes. • O meio deverá conter uma fonte de energia • Componente proteico: fornecedor de carbono, nitrogênio e enxofre. • Extratos de carne e leveduras: fornecem vitaminas e minerais. Extratos de levedura, por exemplo, são ricos em vitamina B. Obs: Meio complexo na forma líquida é denominado de caldo. Meio para o crescimento de anaeróbicos • Meio Redutor - são meios utilizados para o crescimento de microrganismos anaeróbicos – ausência de oxigênio. • O meio deverá conter reagentes tais como: • Tioglicolato de Sódio (se combina com o oxigênio dissolvido eliminando este elemento do meio) • Enzima Oxyrase (reduz oxigênio em água) Meios de cultivo seletivo e diferencial Meio seletivo São elaborados com o objetivo de favorecer o crescimento da bactéria de interesse e impedir o crescimento de outras bactérias Exemplo Ágar sulfeto de bismuto Meio específico para o isolamento da bactéria causadora do tifo, bactéria GRAM (-) Salmonella typhi a partir das fezes. O sulfeto de bismuto inibe o crescimento de bactérias GRAM (+), como também das GRAM (-), que não sejam S. typhi, presentes no trato intestinal. Meio diferencial Utilizado para a fácil identificação da colônia da bactéria de interesse quando existem outras bactérias crescendo na mesma placa de meio de cultura Meios utilizados Meio ágar sangue (contém células vermelhas do sangue) Meio ágar MacConkey: contém sais biliares e cristal violeta que são inibidores do crescimento de bactérias GRAM(+). Contém também lactose, permitindo diferenciar as bactérias GRAM(-) capazes de produzir ácidos a partir do metabolismo da lactose daquelas que não são capazes. Meio de enrequecimento Utilizado para isolar bactérias presentes em pequeno número junto com outras que estão em grande quantidade. Normalmente é empregado amostras de fezes e solo. • Meios utilizados • O meio é enriquecido com todos os nutrientes necessários para favorecer a multiplicação da bactéria de interesse • Característica especial → estimula o crescimento de microrganismos de interesse que estão em baixos números, tornando possível sua detecção. Técnicas especiais de cultivo Mecanismos específicos utilizados para favorecer o crescimento de certos microbianos que não são capazes de se desenvolverem em meios artificiais. São microrganismos que só crescem em meio intracelular. Exemplo: Mycobacterium leprae, vírus Método utilizado Estufas de dióxido de carbono (CO2 ) → especiais para o crescimento de bactérias anaeróbicas. Informações ImportantesFatores necessários para o crescimento O crescimento de uma população é o aumento do número de células. Os fatores para o crescimento microbiano são físicos e químicos. Um meio de cultura é qualquer material preparado para o crescimento de bactérias em laboratório. Os microrganismos que crescem e se multiplicam na superfície ou dentro de um meio de cultura são conhecidos como cultura. O ágar é um agente solidificante comum utilizado nos meios de cultura. Uma colônia é uma massa visível de células microbianas teoricamente originadas de uma célula. Culturas puras normalmente são obtidas pelo método de esgotamento em placa. Teste do Conhecimento 01. Os seres humanos poderiam se desenvolver em um meio quimicamente definido, pelo menos em condições de laboratório? 02.Consegue imaginar alguma razão para uma colônia não crescer infinitamente, ou pelo menos preencher toda uma placa de Petri? 03.Por que é difícil medir de forma realista o crescimento de um fungo filamentoso isolado pelo método de contagem em placas? 1Por: Raí Pereira (Módulo V). Vírus Os vírus são agentes infecciosos acelulares que, fora das células hospedeiras, são inertes, sem metabolismo próprio, mas dentro delas, seu ácido nucléico torna-se ativo, podendo se reproduzir. Características Gerais Possuem um envoltório protéico que protege o material genético denominado capsídeo. O capsídeo pode ou não ser revestido por um envelope lipídico derivado das membranas celulares. Possuem um único tipo de ácido nucléico, DNA ou RNA. Existem vírus com DNA de fita dupla, simples, RNA de fita dupla ou simples. São parasitas intracelulares obrigatórios. Multiplicam-se dentro de células vivas usando a maquinaria de síntese das células. Não possuem metabolismo. Toda energia que utilizam provém da célula hospedeira. Os vírus são organismos vivos? Dessa maneira, os vírus não são considerados organismos vivos porque são inertes fora das células hospedeiras. A vida pode ser definida como um complexo de processos resultantes da ação de proteínas codificadas por ácidos nucléicos. Os ácidos nucléicos das células vivas estão em constante atividade. Sob este ponto de vista, os vírus estão vivos quando proliferam dentro da célula hospedeira infectada. Obs: Considerar ou não os vírus como organismos vivos varia de autor para autor na literatura cientifica. Estrutura do Vírus Vírion = Partícula viral completa (ácido nucléico + capsídeo protéico). Serve como veículo na transmissão de um hospedeiro para o outro. Os vírus foram originalmente diferenciados de outros agentes infecciosos por serem especialmente muito pequenos (filtráveis) e por serem parasitos intracelulares obrigatórios – isto é, eles necessariamente 1 @science_biomedescomplica precisam de células hospedeiras vivas para a sua multiplicação. Entretanto, essas duas propriedades são compartilhadas por determinadas bactérias pequenas, como algumas riquétsias. Dessa forma, os vírus são entidades que: • Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. • Contêm um revestimento proteico (às vezes recoberto por um envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o ácido nucleico. Hospedeiros dos vírus Praticamente todos os organismos vivos podem ser infectados pelos vírus. Os vírus podem infectar células de animais, vegetais, fungos, bactérias e protistas. Tipos de vírus DNA-vírus: Tem o genoma constituído por DNA, que pode ser simples-fita. Transcreve RNA a fim de replicar-se. RNA-vírus: Tem o genoma constituído por RNA. Transcreve várias moléculas de RNAm a fim de replicar-se. Retrovírus: Tipo especial de RNA-vírus que para replicar-se primeiramente transcreve um DNA utilizando a enzima transcriptase reversa. Este DNA viral se incorpora ao DNA celular permitindo a síntese das proteínas virais. Reprodução Viral Os vírus só se reproduzem no interior de uma célula hospedeira. Os vírus necessitam da via metabólica da célula para replicarem- se. Vírus Envelopado. Possui duas fitas idênticas de RNA. Possui a enzima Transcriptase reversa. O HIV é um retrovírus pois possui a capacidade de produzir DNA a partir de RNA. Obs: Para estudarmos a reprodução viral vamos analisar a reprodução do bacteriófago, parasita intracelular de bactérias. Para ser considerado retrovírus, não basta possuir RNA é necessário a presença da enzima transcriptase reversa. Dois tipos de reprodução: A) Ciclo lítico: Termina com a lise e a morte da célula hospedeira. B) Ciclo lisogênico: A célula hospedeira permanece viva. O processo é semelhante ao ciclo lítico, porém o DNA do fago se insere ao DNA bacteriano. 2. O vírus é agora chamado de profago. Microbiota, patogenicidade e virulência Patogenicidade x virulência Patogenecidade - um organismo é patogênico quando, ao entrar em um organismo, causa sinais e sintomas clínicos. Portanto, patogenicidade é a capacidade do micro-organismos em causar doença em um hospedeiro. Virulência - quanto maior a capacidade de um microrganismo em causar casos graves, mais virulento ele é. Portanto... ... virulência é a capacidade de um micro-organismo ser mais agressivo e causar maior número de casos graves e óbitos. Denomina-se infecção à presença de um micro-organismo ou parasita em um organismo hospedeiro e depende de fatores relacionados à patogenicidade e à virulência do agente etiológico. Infecção x colonização Infecção - Presença e multiplicação de microrganismos com invasão à sítios do corpo e manifestação de doença. Colonização - Presença e crescimento de microrganismos em superfícies do corpo, sem causar doença. Obs: Nem sempre a presença de um microrganismo no organismo humano significa doença. O controle de contaminação é importante para evitar infecção. Contaminação - presença transitória de microrganismos em superfícies, sem invasão de tecidos do corpo. Mecanismos de Patogenicidade Os mecanismos de patogenicidade iniciam quando o micro-organismo consegue transpassar as barreiras físicas e químicas do organismo, causando infecção. Nem todas as infecções obedecem a todas as etapas do mecanismo de patogenicidade. Alguns micro-organismos possuem mecanismos de escape e burlam as defesas imunológicas, levando à infecção persistente (crônica ou latente). Obs: A infecção pode resultar em quadro agudo ou inaparente. Bacteremia x Sepse x Choque séptico Bacteremia → presença de bactérias na corrente sanguínea por forma direta (entrada direta) ou secundária (hematogênica ou linfática). Sepse → quando, em uma bacteremia, bactérias invadem órgãos, promovendo um quadro inflamatório sistêmico. A sepse difusa, que acomete múltiplos órgãos, com disfunção orgânica, é classificada como sepse grave. Septicemia → termo menos usado. Designa sepse causada por toxinas ou infecções também por outros micro-organismos. Choque séptico → sepse grave com choque circulatório e diminuição da função dos órgãos, aumentando a probabilidade de óbito por falência múltipla dos órgãos. Fatores de virulência Os fatores de virulência são estruturas ou substâncias produzidas por micro- organismos, que aumentam sua capacidade de danos. Cada espécie bacteriana apresenta fatores de virulência específicos, entre eles: toxinas, adesinas, invasinas, biofimes e etc. Microbiota Os microrganismos que habitam um corpo constituem a microbiota. • A microbiota pode ser residente ou transitória. • A presença de micro-organismos pode caracterizar quadro benéfico ou que traga riscos para o organismo. • O uso de antibióticos, antimicóticos ou antiparasitários pode alterar a microbiota normal e trazer problemas para o organismo. Microbiota residente A microbiota residente também é chamada de microbiota anfibiôntica normal, microbiota normal, microbiota indígena,microbiota autóctone ou “flora” normal. É caracterizada por bactérias, fungos e/ou protozoários que estão, habitualmente,no organismo e, primariamente, não causam danos ao organismo. A microbiota normal produz substâncias importantes para o organismo, impede a colonização por outros micro-organismos patogênicos, degradam produtos tóxicos etc. Um micro-organismo da microbiota normal pode se comportar como oportunista, em condições de desequilíbrio do hospedeiro, e causar doença. 1Por: Raí Pereira 1 @science_biomedescomplica
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