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APOSTILA 
PORTUGUÊS 
 
 
Prof. Eli Castro 
 
 
 - COMPLETA - 
SUMÁRIO 
00. Apresentação .................................................................................... 03 
01. Interpretação de textos. ......................................................................... 04 
02. Classes de palavras ............................................................................ 33 
03. Estrutura e formação de palavras ........................................................... 67 
04. Regência Verbal e Nominal ..................................................................... 77 
05. Crase. ........................................................................................................ 110 
06. Termos da oração .............................................................................. 130 
07. Concordância Verbal. ............................................................................... 140 
08. Concordância Nominal ............................................................................ 167 
09. Pontuação ................................................................................................ 178 
10. Significação das Palavras ......................................................................... 199 
11. Sintaxe da Oração e do Período ............................................................. 206 
12. Uso do “PORQUE”. ................................................................................... 238 
13. Funções do SE. ......................................................................................... 241 
14. Funções do QUE. ...................................................................................... 245 
15. Acentuação gráfica .................................................................................. 152 
15. Vozes verbais. . ........................................................................................ 250 
16. Acentuação gráfica .................................................................................. 256 
17. Redação Oficial ........................................................................................ 269 
18. Figuras de linguagem. ........................................................................ 283 
 
 
 
 
 
 3 
PORTUGUÊS 
Prof. Eli Castro 
www.gustavobrido.com.br 
facebook.com/gustavobrigido 
00. Apresentação 
 
 
Esta apostila foi idealizada com o propósito de fazer com que você consiga estudar sozinho e com o máximo de 
rendimento. Procure ler com atenção as dicas, as observações e, principalmente, não deixe de fazer todos os 
exercícios que aqui aparecem. 
 
Desejo toda a sorte do mundo a você. E tenha sempre em mente que estudar, agora, é um trabalho. Por isso, não 
chegue tarde, não falte, não durma em serviço e sempre procure bater metas. Assim, o sucesso é só uma questão 
de tempo. Sincero abraço! 
 
Eli Castro. 
 
******** 
 
 
Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: Nova Gramática do Português Contemporâneo, de 
Celso Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática 
da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, Gramática para Concursos, de Marcelo Rosenthal e A 
Gramática para concursos, de Fernando Pestana. Das cinco, sugiro a última, uma vez que ela é rica em exercícios 
e traz base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no 
mercado. 
 
******* 
 
 
Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com licenciatura em Língua Portuguesa, Litera-
tura e Língua Espanhola. Foi professor de espanhol do Núcleo de Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É 
mestre em Literatura Brasileira Contemporânea pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foi professor 
substituto entre os anos de 2008 e 2010. É professor dos principais cursinhos preparatórios para concursos em 
Fortaleza. Leciona, também, em cursos de pós-graduação em faculdades particulares. Atualmente, prepara proje-
to de doutorado com fortes inclinações para a psicanálise e a filosofia da linguagem. 
 
 
 
 
 
 4 
PORTUGUÊS 
Prof. Eli Castro 
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01. Interpretação de textos 
RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Altíssima. Muitas vezes, até as questões de gramática dependem 
da interpretação do texto lido. 
 
DICA: Resolva o máximo de questões que você puder. Se você resolver três questões por dia, em um mês 
você estará muito mais atento e menos vulnerável a perder questões, de um certo modo, simples. 
 
DICA DE ESTUDO: Leia, com bastante atenção, a técnica que apresento na sequencia. Não subestime esse 
tema. Muitos alunos pensam que, para se sair bem nas questões de interpretação, basta fazer uma boa leitura. 
Isso não é verdade. Há mais coisas que envolvem o gesto de interpretar um texto que se encontra numa prova de 
concurso. Há detalhes sutis nos enunciados e nos próprios itens. O texto, curiosamente, é o menos perigoso de 
todos os elementos que envolvem a interpretação. 
 
POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Alta. Às vezes, metade da prova é de interpretação de textos. Por is-
so, esse assunto não pode ser deixado de lado. 
STATUS: Em sala e com o professor. 
 
Entendendo o que é interpretar textos para uma prova de concurso. 
O que é interpretar um texto? Como se deve proceder quando se está diante de um conjunto de ideias 
arquitetadas em parágrafos? A interpretação seria um procedimento igual, sempre, independente do texto e da 
situação em que está inserido o leitor? Antes de responder a essas interessantes perguntas, comecemos por uma 
delimitação inevitável: quando se está numa situação de prova, não se interpreta apenas o texto, mas tudo aquilo 
que o envolve e o evidencia. Estou querendo dizer que, numa prova de concurso, não basta ler atentamente o 
texto que ali se encontra, mas sim considerar que os enunciados das questões e os itens (A, B, C, D e E) também 
fazem parte do processo interpretativo. Dessa forma, o candidato deve ter a consciência de que seu êxito nas 
questões de interpretação depende fundamentalmente da triangulação representada a seguir: 
 
 
Texto 
 
Enunciado Itens 
 
 
É com base nessa dinâmica que o candidato pode chegar a uma conclusão satisfatória. 
Vamos agora explorar esse triângulo de forma mais aprofundada. Comecemos pela ponta da figura: o tex-
to. Sugiro, ao ler pela primeira vez o texto da prova, que você fique atento a tudo, que se desligue do mundo a 
sua volta e entre no mundo do texto. Se possível, grife, circule ou faça qualquer outra marcação quando vir algo 
que lhe chame a atenção, algo inusitado ou alguma coisa que você não tenha entendido direito. Esse procedi-
mento faz com que o candidato ganhe tempo, já que não precisará mais ficar procurando aquela palavra esquisita 
ou expressão importante que acabara de ler. 
Continuemos, agora, com a parte de baixo da figura: o enunciado. Ler e interpretar o enunciado de uma 
questão é fundamental. Contudo, esse sucesso depende de um simples procedimento: encontre o “comando” da 
questão. Chamo “comando” determinada palavra ou expressão que, disfarçadamente ou não, orienta o candidato 
a encontrar o item correto. O “comando”, não sendo encontrado ou simplesmente esquecido ─ ou mesmo aban-
donado pelo candidato ─, pode trazer vários prejuízos. Por isso, sugiro que você grife o “comando” e não se des-
 
 
 
 
 
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ligue dele um só instante. Assim, sempre que terminar a leitura de um item, volte ao “comando” para, só depois, 
começar a leitura do próximo item. Repita esse procedimento até o item “E”. Dessa maneira, você terá indicativos 
muito mais satisfatórios para julgar uma questão. 
Vamos fazer, agora, um pequeno teste. Você lerá, em seguida, alguns enunciados extraídos de provas re-
ais. No final deste capítulo,há as respostas. Seu objetivo é identificar e grifar os “comandos” de cada um deles. 
Boa sorte. 
 
01- A analogia estabelecida pelo autor entre a importância do computador e a da primeira Revolução Industrial 
deriva do fato de que, em ambos os casos... (FCC). 
 
02- Nessa carta aberta, Einstein demonstra acreditar que a ONU... (FCC). 
 
03- O único elemento que não faz parte da estratégia argumentativa do texto lido é... (Funrio). 
 
04- Marque a paráfrase do texto de Darcy Ribeiro isenta de erros (ESFAF). 
 
05- Assinale a opção que apresenta inferência coerente com as idéias do texto (Esaf). 
 
06- É correto deduzir das afirmações do texto que (FCC). 
 
07- De acordo com o texto II, a única palavra que NÃO pertence ao campo semântico de “camelô” é... (Funrio). 
08- A afirmação que está no título do texto faz referência ao fato de que, para o autor, (FCC). 
Supondo que você já tenha ido conferir as respostas, vale a pena insistir um pouco mais nesses segundo 
momento do triângulo. Às vezes, sentimos grande dificuldade em interpretar os enunciados por conta de deter-
minadas palavras ou expressões que não são de uso comum em nosso cotidiano. É o caso, por exemplo, de pala-
vras como “inferir”, “aferir”, “subjacente”, “antitético”, “coesão”, “nexo”, “léxico”, “lexical”; e de expressões co-
mo “campo semântico”, “elemento anafórico”, “elemento catafórico”, dentre outras. Por esse motivo, é funda-
mental que você saiba o que significa cada uma dessas palavras ou expressões. Abaixo, coloco ─ de forma resu-
mida ─ o significado das que citei anteriormente. 
 
1. Inferir: concluir a partir de indícios textuais; é uma espécie de dedução mais elaborada, em que você usa até 
as suas experiências de vida para realizá-la. 
2. Depreender: embora signifique a mesma coisa que “inferir”, em provas, esse verbo acaba sendo utilizado de 
maneira um pouco diferente. Depreender é, na visão de muitas bancas, colher (coletar) o que está no texto. 
Só que essa coleta não é simples (óbvia), é como se você precisasse de uma lupa para enxergar aquilo que 
está bem escondido no texto. Depreender é, portanto, um tipo específico de inferência. 
3. Aferir: pôr em confronto; investigar as diferenças; examinar a fundo. 
4. Subjacente: aquilo que fica por baixo; ou, que vem de baixo. 
5. Antitético: que conclui ou encerra antítese, ou seja, contrariedade. 
6. Coesão: ligação entre os elementos dos um texto. 
7. Nexo: algumas organizadoras, como a Conesul, usam essa palavra como sinônimo de conjunção. 
 
 
 
 
 
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8. Léxico: conjunto de palavras de determinada língua. Ou seja, quando uma questão envolver essa palavra, 
pense logo num dicionário, já que é lá que estão as palavras do léxico da língua portuguesa. 
9. Campo lexical: que vem do léxico. 
10. Campo semântico: cada contexto comunicativo exige um tipo de campo semântico (ou território de sentido). 
Nele, as palavras assumem significados próprios. Por exemplo: ao se pensar em fazer um churrasco, uma sé-
rie de palavras surgirá para compor esse “campo”: carne, sal grosso, cerveja, festa, brinde, família, amigos, 
música etc. Já para a palavra concurso, outro grupo de palavras aparece: prova, apostila, questões, aula, pro-
fessor, estudo, disciplina etc. Ou seja: campo semântico é um espaço virtual para o qual um grupo afim de 
palavras converge. 
11. Elemento anafórico: consideremos a seguinte texto “Lula não virá mais a Fortaleza, pois o Presidente está 
muito atarefado. Sua viagem à capital cearense fica adiada para o segundo semestre”. Note que “Presidente” 
e “Capital cearense” retomam, ou seja, fazem referência aos termos Lula e Fortaleza. Assim, diz-se que es-
tamos diante de elementos anafóricos, já que eles ─ sem promover repetição ─ “apontam” para palavras 
que já foram mencionadas. É o que chamamos de anáfora. 
12. Elemento catafórico: usa o mesmo princípio do anafórico, só que, em vez de “apontar” para trás, “aponta” 
para frente. Por exemplo: “Ele disse que nunca mais voltaria ali, Fortaleza”. Note que o elemento gramatical 
“ali” faz referência ao termo que surge imediatamente após. Daí termos uma catáfora. 
 
Há outras muitas palavras que podem surgir ao longo dos enunciados. Sua postura, agora, é procurar sa-
ber o que elas significam para que sua interpretação seja plausível. Tenha sempre consigo um bom dicionário. 
Bom, já estamos quase no fim desse capítulo. A última parte do triângulo que nos falta é da dos itens. 
Talvez seja esta a parte mais complicada do processo de interpretação, uma vez que ela é a que costuma tirar a 
concentração dos candidatos com mais frequência. Por qual seria o motivo? Isso ocorre porque, geralmente, o 
candidato se desliga do “comando”. Lembre-se sempre de que seu objetivo é ligar o item correto ou o falso ao 
que propõe o enunciado da questão. E, para que isso funcione bem, sugiro que você descarte os itens “podres” o 
quanto antes. O que são itens “poderes”? São aqueles que destoam muito do “comando” da questão. Normal-
mente, eles fogem ao assunto do texto, usam palavras generalistas como “apenas”, “tudo”, “nada”, “somente”, 
“jamais” etc., trazem comentários cheios de palavras bonitas ou de efeito, ou, finalmente, dizem uma verdade 
sobre o texto, mas uma verdade que não é a que a questão deseja saber. Muita atenção para este último caso! 
Por fim, um último esclarecimento sobre interpretação é inevitável: se você tiver sido um bom leitor ao 
longo de sua carreira escolar e acadêmica, suas chances são bem significativas, e crescem mais ainda quando você 
segue as dicas dadas acima. Por outro lado, se seu contato com a leitura não tiver sido dos mais satisfatórios, 
sugiro que você estude mais, resolva mais exercícios e não tenha medo de ler. Somente a prática dirigida e orien-
tada pode fazer com que você, em pouco tempo, recupere o tempo perdido. 
Boa sorte! 
Eli castro. 
RESPOSTAS DO TESTE 
01- analogia / deriva do 
02- demonstra 
03- estratégia argumentativa 
04- paráfrase 
05- inferência 
06- deduzir 
07- campo semântico 
08- faz referência a 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. 
 
EXERCÍCIOS 01 
 
 
TEXTO I 
 
Os anônimos 
 
Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior 
do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas 
vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade.O espelho tentou mudar de assun-
to, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve. 
 
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-
se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história de-
pende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em 
nenhuma versão do conto. A rainha má é a rainha má, claramente um arquétipo, e os arquétipos não precisam de 
nome. O Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um símbolo reincidente, 
talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome. Mas o personagem principal da história, 
sem o qual a história não existiria e os outros personagens não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele 
só entra na trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso até que ele faça a escolha certa, 
pois se fizer a errada não tem história. O lenhador compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio que 
podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece 
nos créditos. 
 
Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou como, no fim, é aboa consci-
ência que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em que conversávamos sobre esses anônimos discordou 
dessa tese, e disse que a entrada do lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de 
conseguir empregados de confiança, que façam o que lhes for pedido. 
 
(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses) 
 
1. O autor do texto considera que, em muitas histórias, certos personagens anônimos 
 
(A) revestem-se de um caráter eminentemente simbólico, ainda que secundário para o desenvolvimento da 
trama. 
(B) representam a desordem do acaso, entendido este como o destino que os deuses escolhem para a his-
tória humana. 
(C) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o Príncipe, para melhor sublinharem o ensinamento de 
uma fábula. 
(D) têm crucial relevância para a história, ainda que relegados à obscuridade de transitórios figurantes. 
(E) tornam-se irrelevantes depois de seu desempenho, na sequência de eventos independentes de sua par-
ticipação. 
 
2. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para justificar o modo pelo qual personagens como o lenha-
dor são anônimos em muitas histórias: eles seriam vistos como responsáveis por 
 
(A) uma escolha pessoal e independente, que não deixa de afrontar uma instância superior já estabelecida. 
(B) atos de subversão e anarquia, dado que, para atender a vontade dos deuses, ignoram a dos homens. 
 
(C) decisões éticas basicamente preocupadas em conciliar a justiça terrena e a vontade divina. 
 
 
 
 
 
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(D) uma escolha irracional, justificável pela precária condição cultural que os caracteriza. 
(E) uma reação de tal modo imprevisível que impossibilita uma sequência lógica de eventos. 
 
3. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os arquétipos não precisam de nome é que 
 
(A) seu papel, tal como o do lenhador, já está estabelecido pelo Destino. 
(B) sua importância, como a do lenhador, é casual, servindo para acentuar o realismo da narrativa. 
(C) sua significação, tal como a do Príncipe Encantado, já está estabelecida pela tradição das histórias. 
(D) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar entre a necessidade pública e o interesse privado. 
(E) sua relevância, tal como a da rainha má, está em representar uma rápida indecisão. 
 
4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um elemento do texto em: 
 
(A) dividida entre as necessidades (1º parágrafo) __ açodada pelos desejos. 
(B) de bajular o poder e de refletir a realidade (1º parágrafo) __ de cortejar a instância superior e obliterar o 
real. 
(C) Toda a história depende da compaixão (2º parágrafo) __ toda a narrativa suscita um compadecimento. 
(D) É um símbolo reincidente (2º parágrafo) __ simboliza uma reiteração. 
(E) só entra na trama para fazer uma escolha (2º parágrafo) __ não participa do enredo senão para assumir 
uma opção. 
 
 
 
TEXTO II 
 
Pós-11/9 
 
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: 
“Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio an-
tes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a 
véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o 
cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sen-
timento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns 
direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protes-
tos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de 
setembro”. 
 
Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como sub-
missão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o 
primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e 
os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo 
menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais pro-
fundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o 
instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. 
 
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: 
o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão 
de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua. 
 
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) 
 
5. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado: "trata-se de um 
escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao mesmo tempo humorista ins-
pirado e ensaísta profundo". 
 
 
 
 
 
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Essa rara combinação de planos e tons distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes seg-
mentos do texto: 
 
I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulne-
rabilidade. 
II. Um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de sobrevivência tam-
bém é um caminho para a virtude. 
III. Fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem esperar 
exames de consciência mais profundos. 
 
Em relação ao texto, atende ao enunciado desta questão o que se transcreve em 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I e III, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
6. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: 
 
(A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo) __ conotando nostálgico, recorrente. 
(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo) __ ratificam suas metas para as estabiliza-
rem. 
(C) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo) __ demonstrações mais grandiosas de arrependi-
mento. 
(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (2º parágrafo) __ decorreu de uma irônica contradição. 
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo) __ a que mesmo serviu de pretexto? 
 
7. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela 
 
(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas. 
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas que as en-
tão vigentes. 
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de solidarieda-
de. 
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar um novo 
caminho. 
(E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado nacionalis-
mo. 
 
TEXTO III 
 
Os homens-placa 
 
Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que 
surge numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das 
novas incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima do velho sistema de ficar ensan-
duichado entre duas tábuas de madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem porque, numa versão 
mais recente, amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro ali por 
perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a cada encruzilhada mais importante do caminho, a dire-
ção certa para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado. 
 
Durante uma época, a prática foi encostarcarros velhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colo-
cando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distin-
 
 
 
 
 
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ção do edifício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho individual, se todo o sonho estava mon-
tado em cima de um 
Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão? 
 
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao passado os grandes lançamentos performáticos do 
mercado imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções teatrais. Determinado prédio homenagea-
va a Nova York eterna: mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o rosto 
pintado de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Ma-
rilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a Nove de Julho, as ruas do Itaim. 
 
Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer ao guardador de carros, que precisa impor certa presen-
ça ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem 
vistos; um cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam. 
 
(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha. blogspot.uol.com) 
 
 
 
8. Os homens e mulheres-placa, no desempenho de sua função, evidenciam o paradoxo 
 
(A) da reduzida eficácia que esse antigo e bem-sucedido recurso publicitário obtém nos dias atuais. 
(B) de se preservar o romantismo do passado na utilização de uma técnica moderna de comunicação. 
(C) de se chamar a atenção para a ostensiva presença pública de quem está imerso no anonimato. 
(D) da teimosa insistência dos empreendedores financeiros numa anacrônica tática de vendas. 
(E) da resignação com que fazem de seus próprios corpos matéria de propaganda imobiliária. 
 
9. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os homens- placa, em sua função mais recente, funcionam 
como meros sinalizadores físicos da localização dos negócios. 
II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua da Liberdade, Marilyns e Kennedys mostram como a pro-
paganda se vale de imagens estereotipadas para incutir prestígio em certos produtos. 
III. A despersonalização a que se submetem os homens e mulheres-placa só não é maior do que a que sofre 
um guardador de carros. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, somente. 
(C) I e III, somente. 
(D) II e III, somente. 
(E) II, somente. 
 
10. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: 
 
(A) replica-se em outras dez (1º parágrafo) __ contesta-se em dez outras. 
(B) incorporações imobiliárias (1º parágrafo) __ admissões de imóveis. 
(C) lançamentos performáticos (3º parágrafo) __ propulsões cuidadosas. 
(D) impor certa presença (4º parágrafo) __ submeter a aparência. 
(E) graças à sua inexistência social (4o parágrafo) __ devido à falta de sua identidade pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11. O autor justifica a afirmação O efeito era ruim, sem dúvida, (2o parágrafo) mostrando 
 
(A) o contrassenso de se anunciar um produto sofisticado por meio de um recurso grosseiro. 
(B) o modesto resultado financeiro que se obtém pela publicidade apoiada em homens-placa. 
(C) a ineficácia de uma propaganda sofisticada voltada para uma clientela de pouco poder aquisitivo. 
(D) a impossibilidade de se tentar exaltar simultaneamente aspectos contraditórios de um produto. 
(E) o pífio resultado obtido por quem busca valorizar o que é barato por meio de recursos baratos. 
 
12. No 3º parágrafo, o autor se vale da expressão A coisa referindo-se, precisamente, 
 
(A) à eliminação mais que justificável dos carros-placa. 
(B) ao prestígio inconteste dos mais antigos recursos publicitários. 
(C) às características teatrais dos carros-placa. 
(D) aos desempenhos teatrais das campanhas imobiliárias. 
(E) ao inesperado crescimento do mercado imobiliário. 
 
 
 
TEXTO IV 
 
 
Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se traduzindo 
numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de 
botões que requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores con-
tribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio. 
 
A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 tipificava essa eliminação do elemento humano. Não 
exigia do operador mais que reconhecer as cédulas e moedas do dinheiro local. Um scanner automático traduzia o 
código de barras do artigo num preço, somava todos os preços, deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e 
dizia ao operador quanto dar de troco. O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combina-
ção de maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, a menos que alguma coisa desse errado, esses 
milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade um tanto maior 
de concentrada tolerância ao tédio. 
 
Para fins práticos, a situação do operador de caixa do supermercado representava a norma humana de fins do 
século XX; não precisamos entender nem modificar os milagres da tecnologia científica de vanguarda, mesmo que 
saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, ainda que nos 
suponhamos especialistas num ou noutro campo determinado, diante da maioria dos outros produtos diários da 
ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. Assim, a ciência, através do tecido saturado 
de tecnologia da vida humana, demonstra diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e onipresente. 
 
E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e 
da qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo. 
 
A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por alguns sentimentos: o de que a ciência era incompreen-
sível; o de que suas consequências tanto práticas quanto morais eram imprevisíveis e provavelmente catastrófi-
cas; o de que ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a autoridade. 
Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na medida em que a ciência interferia na ordem natural das 
coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros dois sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto 
leigos, os dois últimos pertenciam basicamente aos de fora. 
 
(Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512) 
 
 
 
 
 
 
 
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13. Segundo o texto, 
 
(A) os grandes avanços provenientes das ciências naturais no século XX foram acompanhados pelo temor e 
pela suspeita de que malefícios poderiam deles advir. 
(B) a tecnologia das máquinas substitui a mão de obra humana em diversos setores, causando, entre outras 
consequências desastrosas, o desemprego. 
(C) em termos morais, o avanço da tecnologia trouxe consequências negativas, pois a ciência é desprovida 
de ética e é preocupante o uso que se faz dela. 
(D) um dos obstáculos que impedem um maior desenvolvimento da ciência até os dias de hoje configura-se 
na crença de que devemos seguir as leis da natureza para não corrermos riscos. 
(E) ainda que possuam conhecimentos específicos de outras áreas, os que têm pouca familiaridade com a 
tecnologia e não a compreendem devem ficar para trás em um mercado competitivo como o dos dias 
atuais. 
 
14. O segmento em que o autor NÃO exprime opinião pessoal ou posicionamentocrítico é: 
 
(A) Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se tra-
duzindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. 
(B) O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação de maquinaria sofisticada 
e programação elaborada. 
(C) ... diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem 
compreender nada. 
(D) ...esses milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade 
um tanto maior de concentrada tolerância ao tédio. 
(E) ...requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores con-
tribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio. 
 
15. Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se tradu-
zindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. 
Identificam-se nas frases acima, respectivamente, 
 
(A) causa e consequência. 
(B) hipótese seguida de conclusão. 
(C) afirmação e concessão. 
(D) argumentação e ressalva. 
(E) temporalidade e finalidade. 
 
 
TEXTO V 
 
Nosso currículo escolar devia dedicar mais tempo e atenção à anatomia e à fisiologia, para que as crianças se 
formassem com conhecimentos mínimos sobre o funcionamento do organismo. Não admitimos que nossos filhos 
estudem em colégio que não lhes ensine informática. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores, 
sem os quais serão atropelados pela concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da 
estrutura da qual dependerão para respirar até o dia da morte. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a 
curiosidade de decifrar como funciona essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5 
bilhões de anos de competição e seleção natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabe-
doria e não daríamos ouvidos a teorias estapafúrdias, a superstições, ao obscurantismo e à pseudociência que faz 
a alegria dos charlatãPes. 
 
 
 
 
 
 
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A medicina é um ramo da biologia, ciência que se propõe a estudar os seres vivos e as leis que os regem, não é 
domínio da crença; não é religião. O organismo humano é a estrutura mais complexa que conhecemos ─ alguns o 
consideram mais complexo do que o próprio Universo. Estudar os mecanismos 
responsáveis pela circulação e oxigenação do sangue, pela digestão dos nutrientes, ter uma ideia de como ocor-
rem as principais reações metabólicas e aprender que nosso corpo é uma máquina que se aperfeiçoa com o mo-
vimento é a melhor forma de evitar que ele nos deixe no meio da estrada. 
 
Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o ensino de ciências deve começar na pré-escola. Apren-
dendo desde cedo, as crianças incorporarão o pensamento científico à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e 
mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se organizou. 
 
(Adaptado de: Drauzio Varella. A ignorância e o corpo. FSP, 18/06/2011, p.E 20) 
 
 
16. A principal conclusão do autor, no texto, é a de que 
 
(A) pessoas supersticiosas tendem a se angustiar com alegações infundadas. 
(B) o ensino de informática é imprescindível na atualidade e deve começar cedo. 
(C) teorias científicas de credibilidade questionável deveriam ser banidas da mídia. 
(D) o ensino da biologia tem maior importância na vida escolar do que o da informática. 
(E) o conhecimento dos mecanismos que comandam o corpo deve ser incentivado desde cedo na escola. 
 
17. Leia atentamente o que se afirma abaixo: 
 
I. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona essa máquina 
maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5 bilhões de anos de competição e seleção 
natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabedoria... 
Infere-se do segmento acima que os cuidados com o próprio corpo melhoram à medida que aumenta o 
domínio sobre o seu funcionamento. 
II. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores, sem os quais serão atropelados pela con-
corrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da estrutura da qual dependerão 
para respirar até o dia da morte. 
Identifica-se entre as frases acima hipótese seguida de confirmação. 
III. ...belezas e mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se or-
ganizou. 
O segmento acima está reescrito com outras palavras, mantendo-se a correção, a lógica e, em linhas ge-
rais, o sentido original em: Apenas os que são capazes de julgar as leis que organizam a natureza, com 
suas belezas e mistérios, pode se familiarizar com ela. 
Está correto o que consta em: 
 
(A) II e III, apenas. 
(B) I e III, apenas. 
(C) II, apenas. 
(D) I, apenas. 
(E) I, II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIO 02 
 
De volta à Antártida 
 
A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para 
reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um 
documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal 
delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáti-
cas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à 
Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de 
pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco 
conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras 
nações para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para 
tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente. 
 
(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) 
 
1. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre 
mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. 
 
O segmento grifado na frase acima tem sentido 
 
(A) adversativo. 
(B) de consequência. 
(C) de finalidade. 
(D) de proporção. 
(E) concessivo. 
 
2. Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o emprego das aspas 
 
(A) indica que esse segmento é transcrição literal do documento do governo russo mencionado no início do 
texto. 
(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com relação aos supostos propósitos da Rússia de manter a 
paz na Antártida. 
(C) revela ser esse o principal objetivo do governo russo ao reconstruir estações de pesquisa na Antártida 
que datam do período soviético. 
(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, que não devem ser entendidos em sentido literal, co-
mo o constante dos dicionários. 
(E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e estabilidade, o que torna impensável a existência de 
uma sem a outra. 
 
3. Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para retomar outras já utilizadas sem repeti-
las literalmente, como ocorre em: 
 
I. O continente gelado / a Antártida 
II. Moscou / a Rússia 
III. A revista Science / o blog Science Insider 
IV. A potência comunista a União Soviética Atende corretamente ao enunciado da questão o que está em 
 
(A) I e III, apenas. 
(B) I e IV, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I, II e IV, apenas. 
(E) I, II, III e IV 
 
 
 
 
 
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facebook.com/gustavobrigidoAtenção: As questões de números 4 a 6 referem-se ao texto abaixo. 
 
Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém 
nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu 
guarda-roupa e livros sérios para você ler. Sinto que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz 
cara ruim nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da origem humilde. Minha outra mu-
lher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente 
aquela, entre tantas meninas de uma família distinta. 
 
(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29) 
 
 
4. Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto. 
 
I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade “onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça”, o 
narrador incorre numa evidente e insolúvel contradição. 
II. A afirmação de que a “outra mulher teve uma educação rigorosa” é reafirmação, por contraste, de que 
aquela a quem o narrador se dirige não a teve, o que já estava implícito no propósito de “lhe ensinar a 
falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho etc.”. 
III. Ao dizer que sua interlocutora “parece uma moça digna apesar da origem humilde”, o narrador sugere, 
por meio da concessiva, que a dignidade não costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde. 
 
Está correto o que se afirma em 
 
(A) I, II e III. 
(B) II e III, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) I e II, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
5. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. 
A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por: 
 
(A) pessoalmente. 
(B) de modo incisivo. 
(C) apontando. 
(D) entre outras coisas. 
(E) cuidadosamente 
 
Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhe-
ra justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta. 
 
6. O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o 
modo verbal, por: 
 
(A) escolheria. 
(B) havia escolhido. 
(C) houvera escolhido. 
(D) escolhesse. 
(E) teria escolhido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao texto abaixo. 
 
Cartão de Natal 
 
Pois que reinaugurando essa criança 
pensam os homens 
reinaugurar a sua vida 
e começar novo caderno, 
fresco como o pão do dia; 
pois que nestes dias a aventura 
parece em ponto de voo, e parece 
que vão enfim poder 
explodir suas sementes: 
que desta vez não perca esse caderno 
sua atração núbil para o dente; 
que o entusiasmo conserve vivas 
suas molas, 
e possa enfim o ferro 
comer a ferrugem 
o sim comer o não. 
João Cabral de Melo Neto 
 
 
7. No poema, João Cabral 
 
(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as pessoas se tornem generosas e 
façam “o sim comer o não”. 
(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois “nestes dias a aventura parece em ponto de 
voo”, mas depois a rotina segue como sempre. 
(C) critica “a atração núbil para o dente” daqueles que transformam o Natal em uma apologia ao consumo 
e se esquecem do seu caráter religioso. 
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em que os homens se transformam 
para melhor e fazem o “ferro comer a ferrugem”. 
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma transformação, e que, ao contrário de outros 
natais, seja possível “começar novo caderno”. 
 
8. É correto perceber no poema uma equivalência entre 
 
(A) ferrugem e aventura. 
(B) dente e entusiasmo. 
(C) caderno e vida. 
(D) sementes e pão do dia. 
(E) ferro e atração núbil. 
 
9. Pois que reinaugurando essa criança 
O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por: 
 
(A) Mesmo que estejam. 
(B) Apesar de estarem. 
(C) Ainda que estejam. 
(D) Como estão. 
(E) Mas estão. 
 
 
 
 
 
 
 
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10. “que desta vez não perca esse caderno”. 
Com a frase acima o poeta 
 
(A) alude a uma impossibilidade. 
(B) exprime um desejo. 
(C) demonstra estar confuso. 
(D) revela sua hesitação. 
(E) manifesta desconfiança. 
 
 
EXERCÍCIO 03 
 
Um circo e um antipalhaço 
 
Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o 
sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. 
Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de 
encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e 
domadores, senti-me outra vez menino. 
 
O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e 
partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte da tenda 
capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, quase iguais às dos teatros e que, 
como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada grupo logo transporta-
das para outros vagões de um dos trens. E com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas 
com tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como se estivessem 
num jardim zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de 
circo: a do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos, sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem 
para a próxima cidade. 
 
O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo 
gigante como se armasse ou desarmasse um brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifí-
cios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-se em pouco tempo do solo e tomam como 
por mágica relevos monumentais. 
 
Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num 
palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões de quarenta com suas piruetas e suas infantilidades. 
 
O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sor-
ri. Não faz uma pirueta. Não dá um salto. Não escorrega uma única vez. Não cai esparramado no chão como os 
clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas vestes de palhaço. 
 
O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão, 
uns modos tão tristes que ninguém lhe esquece a tristeza do clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se 
na verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço de circo. E o curioso é que, impressionando os adul-
tos, impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes de circos de cavalinhos. 
 
Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do supercirco, juntando às suas impressões das ma-
ravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de cômi-
cos, a impressão inesperada da tristeza desse antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os 
olhos mais magoados deste mundo. 
 
FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São 
Paulo: Círculo do Livro. Edição Especial para MPM Propaganda, 
 
 
 
 
 
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1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O 
Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, 
em 8 jul. 1956). Adaptado. 
 
 
1. A palavra monstro (início do 2º parágrafo)aplicada a circo deve-se ao fato de este 
 
(A) possibilitar um deslocamento rápido. 
(B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas. 
(C) ser capaz de preencher três vagões. 
(D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais. 
(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo de abrigar um zoológico. 
 
2. Os trechos de “Em 1954 [...] menino” ( 1º parágrafo inteiro) e “O gênio de organização [...] monumentais.” 
(3º parágrafo inteiro) caracterizam-se, quanto ao tipo de texto predominante, por serem, respectivamente 
 
(A) descrição e narração 
(B) narração e argumentação 
(C) narração e descrição 
(D) argumentação e descrição 
(E) argumentação e narração 
 
3. Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber que o material com que é basicamente feita a estru-
tura da tenda é 
 
(A) metal 
(B) madeira 
(C) plástico 
(D) lona 
(E) tijolo 
 
4. Analise as afirmações abaixo sobre o desmonte do circo após o espetáculo. 
 
I – O circo era mágico pois desaparecia literalmente num piscar de olhos. 
II – O desmonte do circo era tão organizado que parecia um truque de mágica. 
III – Apenas alguns minutos eram necessários para desmontar todo o circo. 
 
É correto APENAS o que se afirma em 
 
(A) I 
(B) II 
(C) III 
(D) I e III 
(E) II e III 
 
5. A partir do conhecimento do que é um palhaço, infere-se que um antipalhaço age da seguinte maneira: 
 
(A) ri e faz rir. 
(B) expressa sua depressão. 
(C) não tem talento para ser palhaço. 
(D) expressa tristeza. 
(E) veste-se de palhaço. 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIO 04 
 
A velhice na sociedade industrial 
 
A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fize-
ram o sentido de sua vida. Perdendo a força de trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a 
propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-
se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa. 
Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má 
fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada 
mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. 
Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com cuidados 
“para o seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em torná-los cada vez mais dependentes, “admi-
nistrando” sua aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar de casa (experiência terrível para o ve-
lho) e, por fim, submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não cede à persuasão, à mentira, não se hesita-
rá em usar a força. 
Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus? Quando se 
vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. A racionalização do trabalho, 
que exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria os velhos operários. Nas épocas de desemprego, 
os velhos são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua exigência de salário e aceitar empreitas 
pesadas e nocivas à saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço servil, mas não o con-
selho. 
 
(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade) 
 
 
1. A seguinte formulação resume, conceitualmente, o argumento central do texto: 
 
(A) Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. 
(B) Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa. 
(C) Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. 
(D) Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com 
cuidados “para o seu próprio bem”. 
(E) Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus? 
 
2. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. No primeiro parágrafo, ao empregar a expressão à sua obra, a autora está-se referindo às propriedades 
acumuladas pelo velho da classe mais favorecida. 
II. No segundo parágrafo, o contexto permite entender que o termo “investe”, entre aspas, está emprega-
do na acepção que lhe conferem os economistas. 
III. No terceiro parágrafo, a expressão racionalização do trabalho identifica o rigor com que se planeja e se 
operacionaliza a produção industrial. 
 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II, apenas. 
(E) II e III, apenas. 
 
 
 
 
 
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3. Depreende-se da leitura do texto que, na sociedade industrial, a sabedoria acumulada pelos velhos 
 
(A) vale apenas quando eles ainda mostram aptidão para trabalhar. 
(B) é menosprezada porque não se costuma considerá-la produtiva. 
(C) é cultuada com a mesma complacência com que se vê a criança. 
(D) é bem acolhida somente quando eles pertencem à classe abastada. 
(E) vale apenas quando eles assumem um papel passivo na família. 
 
4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em: 
(A) o defendem da desvalorização de sua pessoa // subestimam seu prestígio pessoal. 
(B) age com duplicidade e má fé // porta-se ora com isenção, ora com justiça. 
(C) Que ele nos poupe de seus conselhos // Que seja parcimonioso em suas recomendações. 
(D) especialmente discriminados // particularmente depreciados. 
(E) empreitas pesadas // cargos de máxima responsabilidade. 
 
 
EXERCÍCIO 05 
 
Bolsa-Floresta 
 
Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da gaveta da Casa Civil, onde ficaram 
trancados por vários dias, ficou-se sabendo que maio foi igual ao abril que passou: perdemos de floresta mais 
uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. Ao ritmo de um Rio por mês, o Brasil vai pondo abaixo a maior 
floresta tropical. No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição. 
O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. O número repetido por todos é que lá 98% 
da floresta estão preservados, 157 milhões de hectares, 1/3 da Amazônia brasileira. A Zona Franca garante que 
uma parte do mérito lhe cabe, porque criou alternativa de emprego e renda para a população do estado. Há 
quem acredite que a pressão acabará chegando ao Amazonas depois de desmatados os estados mais acessíveis. 
João Batista Tezza, diretor técnico-científico da Fundação Amazonas Sustentável, acha que é preciso traba-
lhar duro na prevenção do desmatamento. Esse é o projeto da Fundação que foi criada pelo governo, mas não é 
governamental, e que tem a função de implementar o Bolsa-Floresta, uma transferência de renda para pessoas 
que vivem perto das áreas de preservação estadual. A idéia é que elas sejam envolvidas no projeto de preserva-
ção e que recebam R$ 50 por mês, por família, como uma forma de compensação pelos serviços que prestam. [...] 
Tezza é economista e acha que a economia é que trará a solução: 
— A destruição ocorre porque existem incentivos econômicos; precisamos criar os incentivos da proteção. 
[...] 
Nas áreas próximas às reservas estaduais, estão instaladas 4.000 famílias e, além de ganharem o Bolsa-
Floresta, vão receber recursos para a organização da comunidade. 
— Trabalhamos com o conceito dos serviços ambientais prestados pela própria floresta em pé e as emis-
sões evitadas pela proteção contra o desmatamento. Isso é um ativo negociado no mercado voluntário de redu-
ção das emissões — diz Tezza. 
Atualmente a equipe da Fundação está dedicada a um trabalho exaustivo: ir a cada uma das comunidades, 
viajando dias e dias pelos rios, para cadastrar todas as famílias.A Fundação trabalha mirando dois mapas. Um 
mostra o desmatamento atual, que é pequeno. Outro projeta o que acontecerá em 2050 se nada for feito. Mes-
mo no Amazonas, onde a floresta é mais preservada, os riscos são visíveis. Viajei por uma rodovia estadual que 
 
 
 
 
 
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liga Manaus a Novo Airão. À beira da estrada, vi áreas recentemente desmatadas, onde a fumaça ainda sai de 
troncos queimados. [...] 
LEITÃO, Miriam. In: Jornal O Globo. 19 jul. 2008. (adaptado) 
1. Bolsa-Floresta, título do texto, é o nome dado a um(a) 
 
(A) recurso adotado por empresas privadas para que a população dê suporte aos projetos de desmatamen-
to. 
(B) mensalidade destinada aos moradores das cercanias de áreas de preservação por sua ajuda. 
(C) medida social para apoio às populações da floresta, que não têm de onde obter sobrevivência. 
(D) doação governamental regular feita às pessoas que moram na floresta, como se fosse uma bolsa de es-
tudos. 
(E) ajuda realizada por organizações não governamentais para que a população de baixa renda possa se 
manter melhor. 
 
 
2. A expressão em destaque no trecho “Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da 
gaveta ...” (primeiro parágrafo) pode ser adequadamente substituída, sem alteração do sentido, por 
 
(A) foram finalmente examinados. 
(B) foram apresentados às autoridades. 
(C) foram tirados da situação de abandono. 
(D) encaminharam-se ao setor técnico. 
(E) chegaram ao conhecimento público. 
 
 
3. No 2º parágrafo, o mérito da Zona Franca na preservação florestal do estado do Amazonas deve-se ao fato 
de ter 
 
(A) oferecido oportunidades de ganho para a população, afastando-a do desmatamento. 
(B) atraído compradores de todas as partes do Brasil com o seu comércio florescente. 
(C) criado uma área de comércio de bens livres de impostos, o que favoreceu novas aquisições para a popu-
lação. 
(D) feito a promoção do desenvolvimento econômico da região, melhorando sua contribuição para o PIB 
brasileiro. 
(E) aberto o mercado interno nacional para a entrada de produtos estrangeiros de alta tecnologia. 
 
 
 
4. “No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição.” (primeiro parágrafo). Tal inicia-
tiva é a(o) 
 
(A) manutenção da Zona Franca. 
(B) criação do Bolsa-Floresta. 
(C) expansão de 1/3 da Amazônia. 
(D) preservação da floresta. 
(E) comprometimento do governo estadual. 
 
5. Com a leitura do parágrafo que contém a oração “porque criou alternativa de emprego e renda para a po-
pulação do estado.” (segundo parágrafo) pode-se inferir que, no texto, a outra alternativa seria 
 
(A) buscar outra fonte de renda. 
(B) desmatar a floresta. 
(C) emigrar para outro estado. 
 
 
 
 
 
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(D) trabalhar na Zona Franca. 
(E) ser funcionário público. 
 
 
EXERCÍCIO 06 
 
O futuro do nosso petróleo 
 
A recente confirmação da descoberta, anunciada inicialmente em 2006, de reservas expressivas de petró-
leo leve de boa qualidade e gás na Bacia de Santos é uma notícia auspiciosa para todos os brasileiros. A possibili-
dade técnica de extrair petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade eleva o prestígio que a Petrobras já de-
tém, com reconhecido mérito, no restrito clube das mega-empresas mundiais de petróleo e energia, onde é vista 
como a pequena, mas muito respeitada, irmã. [...] 
O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos. Mais do que com dificuldades de explo-
ração e de extração, o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno, para produzir derivados com 
baixos teores de enxofre e aromáticos. Ao mesmo tempo, confirma-se em nosso hemisfério a cruel realidade de 
que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando. Isso sem contar o natural 
aumento da demanda argentina por gás. Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de 
resinas termoplásticas para toda a região, sendo cerca de um terço delas destinado ao Brasil. A delimitação do 
Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando estes dois fantasmas nos 
assombram, abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das 
reservas totais, é úmido e rico em etano, excelente matéria-prima para a petroquímica. Queimá-lo em usinas 
térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício. 
Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de refino. O mundo está sedento por 
gasolina e diesel especiais, mais limpos, menos poluentes. O maior foco desta demanda são os Estados Unidos, 
que consomem 46% de toda a gasolina do planeta, mas esta é uma tendência que se vem espalhando como fogo 
em palha. O Brasil ainda tem a felicidade de dispor de etanol de biomassa produzido de forma competitiva, que 
pode somar-se aos derivados de petróleo para gerar produtos de alto valor ambiental. 
(Adaptado de Plínio Mario Nastari. O Estado de S. Paulo, Economia, B2, 28 de dezembro de 2007) 
 
1. “Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício”. 
(final do 2o parágrafo). A opinião do articulista no segmento transcrito acima se justifica pelo fato de que 
 
(A) na Argentina, além de haver aumento da demanda por petróleo, as reservas de gás encontram-se em 
processo de esgotamento. 
(B) os Estados Unidos são os maiores consumidores da gasolina produzida no planeta, tendência que ainda 
vem aumentando. 
(C) as possibilidades técnicas de extração de petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade ampliam o 
prestígio mundial da Petrobras. 
(D) as reservas recém-descobertas na Bacia de Santos contêm gás de excelente qualidade para a indústria 
petroquímica. 
(E) o Brasil dispõe de etanol de biomassa que, somado aos derivados de petróleo, diminui a poluição do 
meio ambiente. 
 
2. “O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos”. (início do 2º parágrafo). Ocorre no 
contexto a retomada da afirmativa acima na frase: 
 
(A) Mais do que com dificuldades de exploração e de extração ... 
(B) ... para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos. 
(C) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de resinas termoplásticas para toda a 
região ... 
 
 
 
 
 
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(D) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de reservas termoplásticas... 
(E) A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando es-
tes dois fantasmas nos assombram... 
 
3. “Isso sem contar o natural aumento da demanda argentina por gás”. (2o parágrafo) O pronome grifado 
substitui corretamente, considerando-se o contexto, 
 
(A) as dificuldades de exploração e extração de petróleo. 
(B) o esgotamento das reservas argentinas de gás. 
(C) a produção de derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos. 
(D) a grande oportunidade comercial que o Brasil tem pela frente. 
(E) a exportação de gás da Argentina para o Brasil. 
 
4. O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em: 
 
(A) ....onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã. 
(B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube... 
(C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando. 
(D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. 
(E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é úmido e rico em etano... 
 
 
EXERCÍCIO 07 
 
Riscos da advocacia invadida 
 
Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia, apreendido 
papéis e praticado outras violências. A versão oficial diz que as chamadas invasõesnão existem, pois se trata de 
ingressos autorizados por ordem judicial para fins determinados, relativos a investigações na apuração de respon-
sabilidades graves. 
A regra essencial a esse respeito é, porém, a da inviolabilidade do escritório do advogado. Sou advogado, 
além de jornalista e, portanto, parte interessada. Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos cam-
pos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação. Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5o da Carta 
Magna, o qual afirma ser “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer”. A advocacia exige qualificações específicas, na Carta Magna e na Lei no 
8.906/94, consistentes no diploma do bacharel em ciências jurídicas, no registro profissional na Ordem dos Advo-
gados, depois da aprovação no Exame da Ordem. 
Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança absoluta em que as in-
formações e os documentos passados a seu advogado sejam invioláveis. Nem será possível se o advogado puder 
ser constrangido a informar fatos relativos a seu cliente. 
O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual à do sigilo do advogado. Daí dizer a Lei no 8.906/94, no 
inciso 19 do artigo 7o, ser direito deste profissional recusar-se a depor como testemunha, mesmo quando autori-
zado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Se não pode depor, mesmo em 
juízo, imagine-se a gravidade de ver apreendido, em seu escritório, documento que implique em responsabilidade 
de seu cliente. 
Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede de empresas de seus clientes, designando locais, em 
seu espaço interno, para esse efeito. Em outros casos, o advogado é diretor de empresa, não se encontrando no 
exercício da profissão. São alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, não garantidas pela 
Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade. Fora daí, invadir o escritório e apreender documentos físicos ou 
eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de 
prova ilícita. 
 
 
 
 
 
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(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005) 
 
1. O autor do texto manifesta-se contra práticas policiais 
 
(A) a que falta o respaldo básico de uma ordem judicial explícita. 
(B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas por determinação judicial. 
(C) que ferem direito garantido, inerente a toda prática profissional. 
(D) em que há abuso da autoridade e extrapolação de uma ordem judicial. 
(E) em que se ignora direito já reconhecido pela jurisprudência. 
 
2. Considere as seguintes afirmações: 
 
I. Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo de médicos e de sacerdotes é garantido no inciso 19 do 
artigo 7o da Lei no 8.906/94 e deveria, segundo o autor, ser estendido à prática advocatícia. 
II. Para provar sua imparcialidade no tratamento da questão central de seu texto, o autor recusa-se a se 
valer de argumentos próprios à sua qualificação profissional. 
III. Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do escritório de advocacia deixa de existir quando seu es-
paço for utilizado para o exercício de atividades outras. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em 
(A) III. 
(B) II e III. 
(C) II. 
(D) I e II. 
(E) I. 
 
3. No segundo parágrafo, lê-se: “Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Consti-
tuição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação”. 
Deve-se entender que a expressão sublinhada na frase remete diretamente a uma informação já explicita-
da no contexto: 
 
(A) a versão oficial nega as entradas forçosas. 
(B) o autor se declara parte interessada na questão de que trata. 
(C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de jornalista. 
(D) a advocacia exige sempre qualificações específicas. 
(E) os dispositivos legais já citados são inequívocos. 
 
4. “Não é possível o exercício da advocacia se o cliente não tiver confiança em que as informações passadas a 
seu advogado sejam invioláveis”. 
 
A frase continuará formalmente correta caso se substituam as expressões sublinhadas, respectivamente, 
por: 
 
(A) alimentar a desconfiança em que // compartilhadas de seu 
(B) presumir de que // confiadas ao seu 
(C) suspeitar de cujas // confidenciadas com seu. 
(D) não supuser que // reveladas a seu. 
(E) não confiar de que // transmitidas a seu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 08 
 (Padrão CESPE) 
 
 
Compreensão e interpretação de textos. 
 
► SEDU / ES (2010) “O grande fenômeno da primeira década do século XXI na economia mundial foi a ascensão 
da China como protagonista de primeira grandeza na produção e nas finanças,com consequências marcantes para 
o resto do mundo. Para o Brasil, a influência mais direta deu-se por meio das exportações de commodities, que 
cresceram a ponto de a China ter-se tornado, em 2009, o maior mercado para as empresas brasileiras. 
 
O impacto da demanda chinesa nos preços das matérias-primas foi talvez o principal fator da notável transforma-
ção das contas externas brasileiras, o que, por sua vez, abriu caminho para o crescimento. Uma eventual mudan-
ça para pior no quadro da expansão chinesa seria danosa para a economia global e para o Brasil em particular. A 
China foi o caso mais marcante de superação da crise de 2008, porque conseguiu crescer 8,7% no ano passado, 
enquanto o resto do mundo patinhava”. 
 
Folha de S.Paulo, Editorial, 2/3/2010 (com adaptações). 
 
 
01- Depreende-se das informações do texto que o crescimento da economia brasileira foi influenciado pelas 
importações de matérias-primas realizadas pela China. 
 
 
► SEDU / ES (2010) “Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em 
valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar”. 
 
02- Pelos sentidos do texto, a palavra “sismo” significa sinistro, tragédia. 
 
 
 
► SEDU / ES (2010) “Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos 
últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos, 
a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de 
higiene”. 
 
03- A palavra “proliferação” está sendo empregada com o sentido de liberação. 
 
 
04- Com o emprego da palavra “consumismo”, confere-se à ideia de consumo a noção de exagero. 
 
 
► “O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domí-
nio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com de-
pendência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do 
poder, de opressão, punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo de disciplinar, controlar, adestrar, 
aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de poder heterogêneas e em 
constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. 
 
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. Conse-
quentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 
para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamen-
te ou não, as regras políticas da situação em que nos encontramos”. 
 
 
 
 
 
 
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Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações) 
 
 
 
05- A preposição “mediante” (iníciodo texto) estabelece relação de movimento entre “exercício do poder” e 
“múltiplas dinâmicas”. 
 
 
 
06- É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de 
sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em so-
ciedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem. 
 
 
 
07- De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural” porque é criado artificialmente 
nas relações de opressão social. 
 
 
 
 
08- Na organização da textualidade, é coerente subentender-se a noção de possibilidade, antes da forma verbal 
“vivermos”, inserindo-se “podermos”. 
 
 
EXERCÍCIO 09 
(Padrão CESPE) 
 
 
TEXTO I 
 
Bandos de homens armados perpetram anualmente 450 roubos a bancos e carros-fortes no Brasil. Tais episódios 
põem em risco a vida de clientes, agentes de segurança e policiais, mas o prejuízo financeiro é relativamente pe-
queno para as instituições. Para os bancos, a maior ameaça está embutida nos serviços prestados pela Internet ou 
por outros meios eletrônicos. As perdas resultantes de assaltos são de 50 milhões de reais anuais. Já os crimes 
cujas armas são os computadores devem, em 2010, ser responsáveis por perdas de 900 milhões de reais, dezoito 
vezes mais que nos assaltos convencionais. 
 
Os crimes eletrônicos proliferam porque oferecem pouco risco aos bandidos, e as autoridades têm dificuldade de 
puni-los. O Código Penal não prevê os crimes virtuais. Quando são presos, os criminosos respondem geralmente 
por estelionato, cuja pena máxima é de cinco anos de cadeia. Se fossem condenados por assalto a banco, eles 
poderiam ser punidos com até quinze anos de prisão. Por causa dessas vantagens, há de 100 a 150 quadrilhas 
virtuais em atividade no país. Para reverter esse quadro, a Federação Brasileira de Bancos tenta convencer o Con-
gresso Nacional a criar uma legislação específica para punir os delitos eletrônicos, semelhante àquela adotada há 
nove anos pela União Europeia. 
 
André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1- Afirma-se, no texto, que os crimes eletrônicos ocorrem cada vez mais amiúde, porque a falta de legislação 
específica favorece os bandidos. 
 
2- Infere-se do texto que, embora seja uma das mais avançadas e democráticas do mundo, a legislação brasilei-
ra não tem acompanhado o avanço do crime virtual no país. 
 
3- De acordo com o texto, os assaltos à mão armada são menos nocivos à população e aos bancos do que os 
assaltos eletrônicos. 
 
4- Segundo o texto, o risco de uma pessoa ser vítima de assalto na Internet é maior do que o de ela ser assalta-
da em uma agência bancária. 
 
05- O vocábulo “perpetram” (1ª linha do texto) poderia ser substituído por cometem, sem que isso acarretasse 
prejuízo semântico ou sintático ao texto. 
 
 
TEXTO II 
 
No Brasil, um exame, ainda que superficial, da questão da segurança pública revela que há um crescimento contí-
nuo da criminalidade e da violência, principalmente nas regiões metropolitanas e nas periferias das grandes cida-
des do país, e que o sistema judiciário e, em particular, a polícia têm se mostrado ineficazes para o enfrentamen-
to da questão. 
 
Especialmente nas áreas urbanas do país, a sensação de medo e insegurança tem sido experimentada como grave 
problema público devido à expectativa de que qualquer pessoa pode-se tornar vítima de crime em qualquer pon-
to das cidades e em qualquer momento de sua vida cotidiana. 
 
Nesse cenário caótico de insegurança, um dos temas frequentemente levantados é a necessidade de profissiona-
lizar 
a polícia brasileira como recurso para capacitá-la para o desempenho mais eficiente, mais responsável e mais 
efetivo na condução da ordem e da segurança públicas. 
 
Não obstante nas últimas duas décadas se terem verificado inovações na área da formação profissional, poucas 
iniciativas lograram sucesso no sentido de implementar mudanças efetivas nas práticas e nos procedimentos do-
minantes. A atividade policial mostra-se inscrita em um padrão de desempenho que se traduz não só na ineficácia 
dos resultados, mas que se reveste de aspectos suplementares, relacionados, fundamentalmente, à forma de 
atuação predominantemente violenta e arbitrária da polícia, permanecendo como desafio à sociedade contem-
porânea brasileira. Salvo raríssimas exceções, as propostas para reformulação da formação profissional da polícia 
no país não incorporaram o debate sobre o modelo profissional a ser adotado pela polícia e as metodologias prá-
ticas de intervenção para a realização das tarefas cotidianas que envolvem a manutenção da ordem e da seguran-
ça públicas. 
 
Paula Poncioni. O modelo policial profissional e a formação profissional do futuro policial nas academias de polícia do estado do Rio de 
Janeiro. In: Sociedade e Estado, vol. 20, n.o 3. Brasília, set.-dez./2005. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações). 
 
 
 
06- De acordo com o texto, os sistemas judicial e policial brasileiros têm sido inoperantes no que tange ao aumen-
to da criminalidade. 
 
07- Segundo o texto, a vulnerabilidade da população com relação à exposição à violência urbana confere ao pro-
blema da criminalidade o caráter de problema público de alta gravidade 
 
08- Infere-se do texto que uma atuação renovada e eficaz da polícia deve envolver atitudes menos violentas. 
 
 
 
 
 
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09- Conforme a autora, a necessidade de profissionalização da polícia brasileira advém do aumento do número 
de crimes nas grandes cidades e nas periferias do país. 
 
10- O texto afirma que poucas iniciativas de mudança no setor policial foram bem-sucedidas, conquanto tenha 
havido alterações na formação profissional policial nos decêndios mais recentes. 
 
 
EXERCÍCIOS 10 
(Padrão ESAF) 
 
1- (CGU 2008-Técnico de finanças e controle) Assinale a opção incorreta em relação às ideias do texto. 
 
Com a passagem da manufatura para a indústria, a produtividade do trabalho humano deu um grande salto, 
provocando uma larga dispensa de mão-de-obra. Legiões de trabalhadores desempregados alargavam o mar 
dos excluídos. Para muitos deles, a máquina passou a ser vista como a grande inimiga. E surgiram explosivas 
campanhas de quebra-máquinas. Até que as ideias se ajustaram na campanha internacional pela jornada de 
oito horas de trabalho, como uma forma de estabelecer um novo equilíbrio entre a produtividade-hora e a 
jornada diária de trabalho, atenuando os rigores da exploração capitalista. Com altos e baixos e à custa de 
sangue e mortes, a chamada “semana inglesa”, com as 48 horas semanais, terminou se impondo em todo o 
mundo. 
 
Na década de 70 as centrais sindicais europeias, ante os novos patamares de produtividade do trabalho, 
acompanhadas das ondas de demissão, levantaram a bandeira da jornada de 35 horas semanais, sob o lema 
de “trabalhar menos para trabalharem todos”. Na década de 80 a reivindicação foi assimilada. E no Brasil, a 
Constituição de 1988 acompanhou a tendência, consagrando a jornada de 44 horas semanais. Daquela época 
até agora, a produtividade continuou avançando com a telemática, a bioengenharia, a robótica, a informática 
e as novas formas de organização e gerenciamento da força de trabalho. E as demissões continuaram se 
alargando em todo o mundo, ampliando os contingentes do chamado exército industrial de reserva. 
 
(Marcelo Mário de Melo, Jornal do Commercio(PE), 31/01/2008.) 
 
a) O advento da máquina na indústria provocou uma grande onda de desemprego, pois a produtividade do 
trabalho aumentou exigindo menos mão-de-obra. 
b) A chamada “semana inglesa”, com jornada de 48 horas semanais, foi uma conquista dos trabalhadores 
alcançada com muita luta. 
c) Os ajustes para manter a semana de trabalho