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Maria Carolina B. de Castro Cuidados com neonato de risco CUIDADOS INTENSIVOS DO POTRO NEONATO DE RISCO – UTIN - Objetivos: Identificar os sinais clínicos → Iniciar a terapia → Melhorar a perfusão sanguínea e restabelecer a oxigenação e a função dos órgãos. - Considerações: Realizar um bom exame físico (se mama ou não, quais as alterações), ver o estado geral do paciente (deprimido, decúbito), estabilizar e decidir se ficará na fazenda ou encaminhará para o hospital. AVALIAÇÃO DO POTRO EM ESTADO GRAVE E/OU DECÚBITO Exame físico inicial e terapia emergencial: Observar o Nível de consciência, Capacidade de mamar ou não, Glicemia, Temperatura corporal, Hidratação, Padrão respiratório, Padrão cardíaco, Mucosas e TPC, Motilidade TGI (fezes e urina), Presença de choque (SIRS). 1. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: DEPRESSÃO À INCONSCIÊNCIA Pode ser causado por baixa na pressão arterial, hipoxemia, hipoglicemia (cuidar, pois pode levar a atividade convulsiva), desequilíbrio eletrolítico e sepse. Deve-se fazer Fluidoterapia, Glicose e controle da sepse com antibióticos. Caso haja um quadro de atividade convulsiva, deve-se administrar Diazepam 0,01mg/kg IV (dose total de 0,1mg/kg) ou fenobarbital 10mg/kg e 2 mg/kg em repetições (total de 20mg/kg). 2. NÃO MAMA/MAMA POUCO: DTPI → Colostro VO e plasma IV (20ml/kg/h) Hipovolemia → Leite + fluidoterapia Hipoglicemia → Leite + Glicose Hipotermia → Leite + Aquecer animal NUTRIÇÃO • Enteral (preferencialmente, é por via sonda e nutre as células do TGI, não causando atrofia das vilosidades intestinais), ou parenteral (menos indicada). Em casos de hipotermia, isquemia, hipotensão, sepse, diarreia profusa e refluxo persistente, o TGI está prejudicado então usa a via parenteral para não causar desconforto abdominal, distensão, piora da diarreia e afins. • Na nutrição enteral faz uso de leite natural (mais indicado), sucedâneo, ou leite de cabra. A quantidade de leite deve ser 10% do peso vivo em 24h, a cada uma hora (é uma dieta hipocalórica). Com a melhora, passa a ser 15% - 20% - 25% PV. Sempre aquecer o leite, oferecer ao potro em decúbito esternal ou em pé, sonda fina e confortável, fechar a ponta da sonda para evitar cólica, checar refluxo. FLUIDOTERAPIA • Soluções sempre aquecidas, fazer uso de colchão térmico. • Em casos de Hipovolemia grave e pressão arterial diminuída, faz uso de uma solução hipertônica de NaCl 7-7,2% (4-6ml/kg IV) e mantém com solução isotônica de NaCl 0,9%, Ringer lactato ou Ringer simples. • Em casos de apenas Déficit: % desidratação X peso (kg) e Manutenção: 50-100ml/kg/dia). • Em casos de Hipoglicemia, faz uso de Glicose a 2,5% + salina 0,45% OU Solução a 5% glicose (3 a 5 ml/kg/h). Imitar fornecimento via placenta: 4-8 mg/kg/min. Glicose menor que 80mg/dl em potro com mais de 2h de vida que mamou, ou menor que 40mg/dl em um que não mamou, deve-se suplementar. Adicionar 20ml de glicose 50% em 1 litro de Ringer lactato, 10-20ml/kg em 20-30min. • Cuidado com Bolus de glicose (podem causar efeito rebote e piorar a hipoglicemia). Rápida administração e desenvolvimento de hiperglicemia causa diurese osmótica, desidratação e perda de eletrólitos (hiponatremia e glicosúria). Hiponatremia pode causar alterações neurológicas/convulsões. • Glicemia média deve ser de 152,1mg/dl. 3. DESCONFORTO RESPIRATÓRIO: • Oxigenioterapia: em casos de dispneia, mucosas cianóticas. Utilizar máscara, sonda (nasal ou traqueal). Tem objetivo de tratar a hipoxemia, diminuir o esforço respiratório necessário para manter a oxigenação e diminuir o trabalho do miocárdio. • Potros que estão em decúbito lateral tem diminuição da PaO2, atelectasia, alteração da ventilação e consequentemente da perfusão. Tentar manter em decúbito esternal e/ou no oxigênio. Deve-se fornecer oxigênio se a PaO2 e a PaCo2 estiverem menor que 50mmHg. Se a PaCo2 estiver maior que 50, ele está com a pressão de Co2 maior que O2, então necessita de ventilação artificial. 4. INFECCÇÃO/CHOQUE SÉPTICO: • Colostro e plasma e Antimicrobianos. • Exemplos de atb: Penicilina, Gentamicina, Amoxicilina, Cefalexina, Eritromicina. Pode associar Sulfa + Trimetropim, Amoxi + Clavulanato, Genta + Penicilina. 5. DOR E INFLAMAÇÃO: • Antiinflamatórios não esteroidais e analgésicos. • Exemplos: Flunexin meglumine, meloxicam, carprofeno, dipirona. Butorfanol e tramal são para dores mais intensas, porque deprimem o sistema circulatório. •Não utilizar corticoide em potro em sepse, a não ser em dose de choque. 6. PROTETOR GÁSTRICO: •Utilizar com cautela, apenas se necessário. •Sucrafalto: mais indicado; interfere na absorção de fármacos via oral. •Omeprazol: 4 mg/kg VO ou IV 7. ANEMIA/HEMÓLISE: • Transfusão de sangue em casos onde o VG esteja abaixo de 18. • Possíveis causas seriam: Isoeritrólise, traumas (hemotórax, hemoperitônio), anemia hemolitica imunomediada e babesiose. • Em média de 1 –2 litros, para aumentar o VG em 10% • Volume (litros) = peso X (VG desejado - VG paciente) X 0,075. • Fazer sempre a terapia de suporte. EXAMES COMPLEMENTARES E TERAPIA COADJUVANTE • Avaliar sistema respiratório, umbigo, articulações e olhos. • Realizar hemograma, bioquímica sérica, gasometria, hemocultura, RX e US e Dosagem de Lactato. POTROS EM DECÚBITO • Mensurar diâmetro abdominal (pode ter ruptura de bexiga), tratar as escaras de decúbito e assaduras pela urina (pode ser necessário o uso de fraldas, tapete higiênico, fazer a troca de decúbito e uso de pomadas), realizar fisioterapia nesses animais e sempre manter o contato da égua com o potro.
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