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QFL 1423 - Química Orgânica Experimental PREPARAÇÃO DE BROMETO DE N-BUTILA Cesar Policarpo Felisbino, 9792421 Nicolas Mariano de Oliveira, 10296931 São Paulo Setembro de 2019 1. OBJETIVOS Esse experimento teve como principal objetivo a síntese e isolamento do brometo de n-butila, fazendo uso de aquecimento mediante refluxo, destilações e extrações. Pretendia-se adquirir prática das técnicas envolvidas, assim como do manuseio de reagentes de alta periculosidade. Por fim, visava à caracterização do produto por cromatografia e à determinação do rendimento obtido. 2. RESULTADOS A relação entre o HBr, o n-Butanol e o produto n-Bromobutano é 1:1:1, como fica evidente na análise do mecanismo na seção discussão. O ácido sulfúrico foi adicionado em excesso. Volume HBr (48%) = 28,2 mL; Densidade HBr (48%) = 1,49 g.mL-1 a 25 ºC;[1] Massa Molar: HBr = 80,91 g.mol-1.[1] 𝑛 𝐻𝐵𝑟 = 28,2𝑚𝐿 𝑥 1,49𝑔.𝑚𝐿 −1 80,91𝑔.𝑚𝑜𝑙−1 = 0, 52 𝑚𝑜𝑙 Volume n-Butanol = 18,3 mL; Densidade n-Butanol = 0,81 g.mL-1 a 25 ºC;[2] Massa Molar: n-Butanol = 74,12 g.mol-1.[2] 𝑛 𝑛−𝐵𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 18,3𝑚𝐿 𝑥 0,81𝑔.𝑚𝐿 −1 74,12𝑔.𝑚𝑜𝑙−1 = 0, 20 𝑚𝑜𝑙 Podemos notar que a nn-Butanol<nHBr, sendo então n-Butanol o reagente limitante. Considerando que todo o n-Butanol é convertido em n-Bromobutano, e que não houve perda de produto nas destilações e extrações, sabemos que a massa máxima de n-Bromobutano que poderia ser obtida é de: Massa Molar: n-Bromobutano = 137,02 g.mol-1.[3] 𝑚(𝑚á𝑥) 𝑛−𝐵𝑟𝑜𝑚𝑜𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 = 𝑛 𝑛−𝐵𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 𝑥 𝑚. 𝑚. 𝑛−𝐵𝑟𝑜𝑚𝑜𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 = 0, 20 𝑥 137, 02 = 27, 4 𝑔 A purificação do produto da síntese seguiu uma série de etapas, descritas na seção discussão. O rendimento total será calculado dividindo-se a massa obtida ao final do experimento de n-Bromobutano pela massa massa máxima de n-Bromobutano, da maneira mostrada no esquema abaixo. 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑚(𝑒𝑥𝑝) 𝑛−𝐵𝑟𝑜𝑚𝑜𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 𝑚(𝑚á𝑥) 𝑛−𝐵𝑟𝑜𝑚𝑜𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 𝑥100 % O rendimento obtido a partir desse cálculo é de 62,98%, que a princípio pode parecer um rendimento baixo, porém esse rendimento pode ser justificado se levarmos em conta os processos de destilação, extração, filtração e as possíveis perdas ocasionadas nesses processos seja pelo próprio método, por falha humana ou pelas condições de aparelhagem não ideais. 3. DISCUSSÕES A reação ocorre pelo mecanismo Sn2 com catálise ácida, conforme indicado abaixo: Figura 01: mecanismo da síntese do n-bromobutano. O uso de aquecimento em refluxo foi necessário para atingir a energia de ativação de forma mais rápida e sem que houvesse grande perda de solvente e/ou reagentes voláteis. Dois métodos diferentes foram utilizados para separar o produto da síntese meio reacional: a destilação por arraste a vapor e a extração. Dados foram coletados para ambas as estratégias e serão apresentados a seguir. Após esses procedimentos, esperava-se ter em meio aquoso o brometo de n-butila sintetizado, resquício de n-butanol que não reagiu e traços de dibutil éter como subproduto, além de possíveis outras possíveis impurezas. É feita uma extração com água para que haja separação das fases e remoção de impurezas muito polares da fase orgânica. Em seguida, uma extração ácida é feita para protonar o n-butanol restante, e assim removê-lo na fase aquosa. Outra lavagem é feita com água e então é adicionado uma solução aquosa de bicarbonato, para neutralizar o meio aquoso e extrair o restante do ácido que foi adicionado. Após uma última extração com água, onde os íons restantes são extraídos, é feita uma destilação simples e, assim, purificamos o produto, separando de possíveis traços de n-butanol e dibutil éter. Ambas as impurezas possuem ponto de ebulição mais alto que o brometo de n-butila (142,0 °C para o dibutil éter[4] e 118,0 °C para o n-butanol[5]), sendo a destilação, portanto, um bom método para separação dessas duas impurezas. A técnica usada para determinação da pureza do n-bromobutano sintetizado e isolado foi a cromatografia gasosa. Segue abaixo o cromatograma do reagente de partida (n-BuOH): Figura 02: análise cromatográfica do reagente de partida. Analisando os picos e respectivos tempos de eluição observados nos cromatogramas medidos a partir das amostras dos grupos 08, 10 e 30 apresentados abaixo, observamos a presença de um pico predominante em 2,078, 2,077 e 2,074 min., respectivamente, sendo possível identificá-los como correspondentes ao n-bromobutano. Figura 03: análise cromatográfica do bromobutano após a destilação (grupo 08). Figura 04: análise cromatográfica do bromobutano após a destilação (grupo 10). Figura 05: análise cromatográfica do bromobutano após a destilação (grupo 30). Além disso, observa-se os semelhantes picos de baixa intensidade em 1,969, 1,968 e 1,974 min., provavelmente um resíduo de n-butanol, e, também, os picos em 2,944 e 2,940 min. para os dois últimos cromatogramas, indicando possivelmente resíduos de subproduto. A análise cromatográfica do grupo 30 apresentou ainda outros picos de impurezas, mostrando que, apesar do mesmo procedimento realizado, houveram erros experimentais por parte dos integrantes. Por fim, o roteiro do grupo 26 foi modificado a fim de se comparar a importância da destilação por arraste neste procedimento. Dessa forma, realizou-se duas análises cromatográficas, uma antes e outra após a destilação de obtenção do bromobutano. Os resultados estão apresentados abaixo: Figura 06: cromatograma do bromobutano antes da destilação sem arraste à vapor (grupo 26). Figura 07: cromatograma do bromobutano após a destilação sem arraste à vapor (grupo 26). Com base nos cromatogramas, é possível afirmar que a mudança na técnica de destilação não gerou grande impacto na pureza do produto, uma vez que os cromatogramas de amostras destiladas seguiram tendência similar, com mais ou menos picos de impurezas, todos em baixa intensidade. O nosso rendimento calculado foi de 62,98%. Existe uma diferença grande nos resultados, quando comparamos nosso rendimento ao de outros colegas da turma chegando à 10% ou 15% nos rendimentos, esse resultado pode ser um indício de que a extração da fase ácida prejudicou a eficiência da purificação, porém não são dados conclusivos considerando o número de etapas envolvidas no processo como um todo, e que a comparação é somente entre dois dados. 4. CONCLUSÃO A mudança de métodos de destilação por arraste a vapor para extração não influenciou na eficiência da separação dos subprodutos e impurezas, mas impactou diretamente no rendimento do procedimento. Logo, vemos que a escolha do método diz respeito não apenas a uma questão de segurança, como também ao aumento do rendimento. De qualquer forma, vemos que há um uma faixa ampla de resultados e provavelmente essa variância era esperada, afinal dado o números de procedimentos executados ao longo do experimento, sendo uma ou duas destilações, além de diversas etapas de extração, todos os quais são potenciais processos de perda de material. 5. REFERÊNCIAS [1]https://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/sigald/268003?lang=pt®ion=BR &gclid=EAIaIQobChMItLq5hYS73QIVB4GRCh2xSQ5yEAAYASAAEgID5PD_BwE acessado em 26/09/2019 às 16:32; [2]https://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/sial/281549?lang=pt®ion=BR&g clid=EAIaIQobChMI0ZuOnoa73QIVkYSRCh0rvAZvEAAYASAAEgIexvD_BwE acessado em 26/09/2019 às 16:40; [3]https://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/sial/b59497?lang=pt®ion=BR&g clid=EAIaIQobChMIuf_5z4m73QIViIaRCh3NwQe3EAAYASAAEgLjAfD_BwE acessado em 26/09/2019 às 21:57; [4]https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Butyl_ether#section=Boiling-Point acessado em 26/09/2019 às 22:02; [5]https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/1-butanol acessado em 26/09/2019 às 22:30; [6]PAVIA, G.M. Lampman. Introduction to Organic Laboratory Techniques, 3 ed. - Editora Elsevier, 1990.
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