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ALUNA: LARISSA DE SOUZA BARBOSA MATRÍCULA: 201804126896 EXCELENTÍSMO SENHO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE _________________ MARCELO, nacionalidade, casado, profissão, inscrito no documento de identidade, nº..., pelo CPF nº, domiciliado, nº..., cidade, CEP, email, por meio do seu advogado devidamente constituído (procuração em anexo), OAB, endereço profissional, endereço eletrônico, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência propor: AÇÃO DE RESPONSABILIDADE JURIDICA Em face do CONDOMÍNIO DO BOSQUE VERDE, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNP nº, localizado no Município, Cidade, com endereço eletrônico, pelas razões de fatos e direito que se passa aduzir no final requerer: I. PRELIMINARMENTE GRATUIDADE DE JUSTIÇA Requerer o autor concessão do benefício da justiça gratuita, com fulcro no disposto no artigo 98 do Código de Processo Civil (CPC) c/c o artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração em anexo II. DOS FATOS Relata-se que o AUTOR e sua esposa Ana, que residem no condomínio do Bosque Verde, no dia em que retiraram da convencionaria um veículo 0 km da marca Fiat, modelo ARGO, 2021, e estacionaram no condomínio em que residem. No dia seguinte o AUTOR ao sair para o trabalho, se deparou com um grande amassado no capô do carro, ocasionado pela queda de um vaso de plantas, sendo impossível constatar qual seria a unidade causadora do dano. Após o ocorrido, o AUTOR foi notificar o síndico, que o informou que que nada poderia ser feito, pois não era possível identificar o culpado pelo dano. O AUTOR juntamente com a sua esposa foram a concessionária para avaliar o dano causado ao automóvel, reparo esse que ficou orçado em R$2.000,00. Vale ressaltar que o casal teria que alugar um carro durante o reparo, o que ensejaria um gasto de mais R$1.200,00. III – DO DIREITO DO ATO ILÍCITO Inicialmente, cumpre anotar o disposto no art. 186 do Código Civil, no que tange à configuração do ato ilícito: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. ” Ora, fácil é perceber, que a conduta do REQUERIDO enquadra-se perfeitamente nas disposições deste artigo, já que se encondra perfeitamente em omissão, uma vez que os vasos de plantas em janela representam visível perigo para os pedestres que transitam na calçada do prédio, agiu negligentemente, sendo inegável, portanto, a existência do ato ilícito. DA RESPONSABILIDADE CIVIL Desta feita, restando plenamente configurado o ato ilícito e sendo inderrogável a responsabilidade do REQUERIDO, revela-se de suma importância anotar as disposições do Código Civil, no que respeita à obrigação de indenizar: “Art. 927.Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” A partir do acidente sofrido pelo REQUERENTE, fica clara a culpa do locatário, por não ter agido com o dever de conservação das instalações do apartamento em que mora, o que gerou um dano que persiste na vida material do REQUERENTE, pois até hoje não conseguiu se reestruturar financeiramente. Ademais, cumpre analisar o art. 938 do Código Civil, que dispõe acerca da responsabilidade em razão das coisas caídas de prédio. “Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” Não restam dúvidas de que o REQUERIDO deve ser responsabilizado pelo ato ilícito cometido, uma vez que não agiu com o devido cuidado na conservação do apartamento, e por sua falta de zelo com o imóvel, acabou por causar prejuízo de ordem material ao REQUERENTE. DA LEI DO INQUILINATO “Art. 23.O locatário é obrigado a: V – realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocados por si, seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos;” De acordo com o art. 23, fica claro o dever do locatário de conservar as instalações do condomínio e, principalmente, de preservar seu próprio apartamento. Desta feita, patente é o descumprimento de referida obrigação, eis que o REQUERIDO não agiu com dever de conservação e reparação a que está obrigado, tendo permitido tal perigo para outras pessoas. Fato que teve como resultado esse acidente que causou danos materiais ao REQUERENTE. DO DANO MATERIAL “Art. 402.Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.” O referido artigo vai de encontro com os presentes fatos, pois o REQUERENTE teve prejuízos consideráveis em razão aos danos ao seu carro. Ademais, deve-se considerar, que em virtude das dívidas contraídas, frise-se, em consequência do acidente. Destarte, não se pode olvidar as despesas havidas com o aluguel de um automóvel para que o REQUERENTE pudesse se locomover, o que gerou um débito de R$ 1200,00 (Hum mil e duzentos reais). 4. Assim, faça-se constar, que o REQUERIDO sofreu um dano material na monta de R$ 3.200,00 reais (três mil e duzentos reais), referente aos danos causados ao automóvel, juntamente com o aluguel de um novo para sua locomoção. DA INDENIZAÇÃO “Art. 944.A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.” Em conformidade com as disposições acima transcritas, deve-se considerar, na fixação da indenização, não apenas o valor que repare os prejuízos sofridos pelo REQUERENTE em razão do acidente, mas, outrossim, o fim sócio-educativo do instituto da responsabilidade civil. DA JURISPRUDÊNCIA Conforme se pode facilmente verificar, a responsabilização do REQUERIDO, que não agiu com o dever de manter o condomínio conservado, e que por isso, causou prejuízos a outrem, encontra-se amparado pelo entendimento de nossos Tribunais, como bem o demonstra o exemplo abaixo: “TAMG- Número do Processo: 118093 – Apelação Cível – Relator: Silvâno Barbosa Dos Santos – Data de Julgamento: 24/08/1999 – Ementa: 1. REPARAÇÃO CIVIL. ARTIGO 1.529 DO CÓDIGO CIVIL. OBJETO (JANELA) QUE VEM CAIR SOBRE VEÍCULO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. EXCEPCIONALIDADE. IMÓVEL LOCADO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INDISCUTIVELMENTE O LEGISLADOR ESTABELECEU NO ARTIGO 1.529 DO CÓDIGO CIVIL, DE FORMA EXCEPCIONAL, RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO AO OCUPANTE DO IMÓVEL DE ONDE VEM CAIR OU SER LANÇADO OBJETO EM LUGAR INDEVIDO. NO ENTANTO, SE O OBJETO FAZIA PARTE DO PRÓPRIO IMÓVEL, EXSURGE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE PROPRIETÁRIO E INQUILINO, CABENDO A VÍTIMA OPTAR EM RELAÇÃO A QUAL DELES PROPORÁ A DEMANDA, CONFORME ARTIGO 904 DO CPC, RESTANDO AO DEMANDADO, QUERENDO, DEPENDENDO DO CASO, ACIONAR O OUTRO PARA SER REEMBOLSADO DO QUE VIER A DESPENDER. (Informa Jurídico. Ed. 32. Vol.I. Prolink Publicações) IV. DOS PEDIDOS Diante de todo exposto, o réu vem por meio desta contestação requerer a Vossa Excelência que: 1- Seja julgada procedente a presente Ação de responsabilidade civil em razão de objeto caído indevidamente do prédio, por falta de vigilância do inquilino, de acordo com o art. 938 do NCC, determinando-se uma indenização pelos prejuízos causados na esfera patrimonial (material),num valor de R$ 3200,00 (três mil e duzentos reais); 2- A citação do REQUERIDO, para que querendo, e podendo, responda aos termos da presente ação, sob pena de serem tidos como verdadeiros os fatos ora alegados, nos termos do art. 285 e 319 do Código de Processo Civil. 3- Condenação do consignado a honorários advocatícios sucumbenciais; 4- Deferimento do benefício da Gratuidade de Justiça. V. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais), conforme art. 292, II CPC. Pede deferimento. Termos em que pede deferimento Local / Data Advogado OAB/UF
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