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Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio
Direito Tributário Especial
Trabalho P2
Nathaly Milena de Carvalho Rigo - 42001595 
A fraude à execução fiscal e o terceiro de boa-fé
 Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
        Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
 Para começar discorrer é importante entender a partir de qual momento se configura a fraude, sendo este a inscrição do crédito tributário em dívida ativa. A partir desse momento se o devedor de crédito tributário, tenta ou consegue alienar seu bem, ou seja, dilapidar seu patrimônio, é deflagrada a identificação da fraude. 
 Esse ato ao que se trata o artigo 185 do CTN, é classificado como um ato de má-fé objetiva, objetivando assim o credor a burlar ou fugir de uma execução fiscal.
 Faço-me afirmar nas palavras de Alexandra Maria Carvalho Carneiro, Procuradora da Fazenda Nacional, em seu artigo: Jurisprudência Comentada: Da Caracterização da Fraude à Execução Fiscal de acordo com o Art. 185 do Código Tributário Nacional (Recurso Especial 1.141.990/PR), publicado na revista da PGFN:
 “Em razão disso é que se pode afirmar que a fraude é presumida e, em função da natureza e características da relação tributária é que se diz que na fraude à execução fiscal essa presunção é tida como absoluta ( jure et de jure), não sendo necessário que o Fisco prejudicado comprove a má-fé do devedor quando este procede à alienação do seu patrimônio, nem a existência de conluio fraudulento daquele com o adquirente do bem. A fraude se caracteriza por elementos puramente objetivos: crédito tributário inscrito em Dívida Ativa e alienação de patrimônio que conduza à insolvência do sujeito passivo. Andou bem o legislador ao reconhecer esse aspecto na nova redação do Art. 185 do Código Tributário Nacional e caminhou bem a Egrégia Corte Superior ao aplicar corretamente o dispositivo legal em julgado que será replicado por todo o território nacional em causas semelhantes.”
 Com as afirmações feitas acima, chegamos a conclusão que na fraude á execução fiscal não se discute a figura do terceiro de boa-fé, diferentemente da fraude no instituto Civil onde se discute a boa-fé. Com a presunção absoluta citada acima, não se admite prova em contrário, ou seja, não se admite que o comprador afaste a fraude comprovando que agiu de boa-fé, pois ainda nessa hipótese a fraude se configura, protegendo o interesse coletivo no recebimento do crédito. 
 O Ilustre ministro Luiz Fux também nos diz em seu voto:
“Deveras, a fraude de execução, diversamente da fraude contra credores, opera-se in re ipsa, vale dizer, tem caráter absoluto, objetivo, dispensando o concilium fraudis. [...] A natureza jurídica tributária do crédito conduz a que a simples alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito passivo por quantia inscrita em dívida ativa, sem a reserva de meios para quitação do débito, gera presunção absoluta (jure et de jure) de fraude à execução (lei especial que se sobrepõe ao regime do direito processual civil). “
 Mais uma observação a ser feita, é que nos dias atuais, qualquer comprador que tenha o mínimo de precaução, busca informações sobre a situação financeira do alienante, buscando os ônus que recaem sobre ele e seu patrimônio que possa inviabilizar ou colocar risco no negócio. Atualmente é muito fácil ter acesso a esses dados, basta uma rápida procura com o CPF do alienante, no sítio eletrônico das receitas Federais, Estaduais ou Municipais para obter certidões a respeito da sua situação. 
 Em relação a súmula 375 do STJ, é unanime o entendimento de que ela é afastada da execução fiscal, servindo apenas para a execução civil, pois ela vai em vias diferente ao que o artigo 185 menciona. A súmula diz que a fraude se caracteriza a partir do momento da penhora, quando o CTN determina que a fraude se caracteriza até antes mesmo do início do processo da execução fiscal. 
 Por fim, é claro no parágrafo único do artigo 185 CTN, que se o alienante possui outros bens que possam ser executados, que dão liquidez a dívida com o fisco, ele pode alienar bens reservando o que será alcançado pelo fisco. 
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