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Neuroplasticidade: Capacidade de Aprendizagem do Sistema Nervoso

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NEUROPLASTICIDADE 
 É a capacidade que o SN possui em alterar algumas das suas propriedades estruturais e 
funcionais em resposta dos padrões de experiência, e a mesma, pode ser concebida e avaliada a 
partir de uma perspectiva estrutural (configuração sináptica) ou funcional (modificação do 
comportamento). 
 É o mecanismo pelo qual o SN desenvolve experiências e aprende novos comportamentos, 
tanto no SN intacto, como no SN acometido. Acontece em todos os indivíduos que estão 
desenvolvendo novas experiências e aprendendo novos comportamentos. 
ESTÁGIOS DA PLASTICIDADE NEURONAL 
1.Desenvolvimento: 
Embriogênese: Ocorre a proliferação neuronal; Superprodução de células, tanto do SNC, como 
SNP, as quais morrem em certa proporção (cerca de 50 a 60% morrem neste período); Nessa 
época os neurônios começam a fazer seus contatos sinápticos; Sobrevivem os neurônios que 
atingem seus alvos. 
A maturação do SNC inicia-se no período embrionário e só termina na vida extrauterina; Sofre 
influências dos fatores genéticos, do microambiente fetal e, também, do ambiente externo, sendo 
este último de grande relevância para seu adequado desenvolvimento. 
2. Aprendizagem e memória: 
 Aprendizagem: é definida como a aquisição do conhecimento ou da capacidade; 
 Memória: é a retenção e o armazenamento desse conhecimento ou capacidade (produto 
do aprendizado). 
Requer a aquisição de conhecimentos, a capacidade de guardar e integrar esta aquisição, para 
posteriormente ser recrutada quando necessário. 
Ocorrem modificações nas estruturas, no funcionamento das células neurais e de suas conexões, 
bem como o crescimento de novas terminações sinápticas, aumento das áreas sinápticas 
funcionais e incremento de neurotransmissores. 
A reabilitação física tem por objetivo favorecer o aprendizado ou reaprendizado motor, que é um 
processo neurobiológico pelo qual os organismos modificam temporária ou definitivamente suas 
respostas motoras, melhorando seu desempenho, como resultado da prática. 
 
APRENDIZADO 
Não Associativo Associativo 
Não requer o estabelecimento de ideias, pode 
ser feito através dos mecanismos de: 
- Habituação (redução na atividade sináptica 
entre neurônios sensoriais e suas conexões 
com interneurônios e motoneurônios; Quando 
um estímulo é dado de forma repetida 
ocorrerá uma menor liberação de 
Implica no estabelecimento de relações ou 
associações de ideias (prever relações); O 
primeiro pesquisador foi Ivan P. Pavlov. O 
aprendizado associativo é dividido em: 
-Condicionamento clássico: Um estímulo 
fraco a princípio (condicionado) torna-se 
altamente eficaz em produzir uma resposta 
neurotransmissores excitatórios pela 
terminação pré-sináptica, com isso ocorre a 
diminuição da resposta a um estímulo 
repetitivo. Ex: relógio no pulso ocorre estímulo 
tátil repetido e barulho em uma festa logo 
quando entramos, em ambas as ocasiões nos 
se “acostumamos”.) 
 
 - Sensibilização (capacidade que um 
indivíduo tem de responder de forma 
aumentada a um estímulo repetitivo.Uma 
resposta exagerada a um estímulo 
consistentemente precedido por um estímulo 
prejudicial.Ex: etiqueta da roupa ou pedra no 
sapato.) 
quando é associado a outro estímulo mais forte 
(não condicionado). Ex: comida + sino = 
cachorro salivando; e rua escura associada ao 
assalto.Isso ocorre de forma involuntária. 
 
-Condicionamento operante(Skinner): A 
resposta depende da ação do indivíduo. 
(ex: pombos/ratos e um disco com comida, 
quando bicavam o disco cai o alimento, ou 
seja, precisa da ação do animal para ganhar a 
recompensa) . 
O biofeedback pode ser definido como uma 
técnica de condicionamento operante.Assim, o 
biofeedback pode ser usado para informar o 
paciente acerca dos movimentos, atividade 
muscular e etc mediante a amplificação e 
exibição destas informações, de modo que o 
paciente possa aprender a controlar estes 
sinais.Isso ocorre de forma voluntaria. 
 
 
MEMÓRIA 
Após a repetição de um estímulo específico, a síntese e a ativação de novas proteínas alteram a 
excitabilidade neuronal e promovem e estabelecimento de novas conexões sinápticas (hipocampo 
– lobo temporal). 
Divide-se ainda em: 
 Memória Declarativa (explícita):Requer processos conscientes, como a consciência e a 
atenção.Refere-se sobre as quais podemos falar, como o jantar de ontem à noite ou a data 
de um acontecimento histórico. Tais memórias envolvem o pensamento consciente e 
envolve circuitos do lobo temporal e hipocampo. 
 
 Memória Processual (não–declarativa/ implícita):Refere-se às tarefas de aprendizagem 
que podem ser executadas automaticamente, sem atenção ou pensamento consciente. 
Memórias de procedimentos ou associativas em sua natureza e frequentemente são 
adquiridas de forma inconsciente.Envolve circuitos cerebelares. 
 Exemplos: aprender a andar de bicicleta ou tocar um instrumento musical é um 
conhecimento de procedimento que depende do aprendizado de habilidades motoras 
específicas e normalmente requerem múltiplas repetições. 
 
3. Após processos lesionais: 
Mecanismos de reparação e reorganização do SN começam a surgir imediatamente após a lesão 
e podem perdurar por meses e até anos. Inicialmente os esforços para minimizar os prejuízos 
provocados pela lesão primaria, principalmente tentando diminuir a instalação das lesões 
secundarias. Posteriormente os esforços são originados para reorganizar o SN para recuperar ou 
compensar as funções que encontram-se comprometidas. 
RECUPERAÇÃO CELULAR APÓS LESÃO 
A lesão promove, então, três situações distintas: 
A. Uma em que o corpo celular do neurônio foi atingido e ocorre a morte do neurônio, sendo, 
neste caso, o processo irreversível (para aquela célula); 
B. O corpo celular está íntegro e seu axônio está lesado; 
C. O neurônio se encontra em um estágio de excitação diminuído. 
Existem diferenças na recuperação do SNC e do SNP? 
Sim.Há diferenças entre a recuperação do SNC e do SNP,isso ocorre devido as diferenças 
estruturais e diferenças dos meios onde as células se encontram. Os neurônios periféricos são 
mais longos e estão mais expostos, porque são menos protegidos pelos ossos; no caso do 
neurônios centrais ocorre o oposto. 
SNC X SNP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia do nervo periférico: Revestidos por bainhas de tecido conjuntivo frouxo, que fornece 
suporte à regeneração axonal. 
Endoneuro: tecido que reveste cada axônio individualmente, possui matriz de colágeno frouxo, 
onde as fibras de colágeno irão formar as paredes de proteção dos tubos endoneurais. 
Perineuro: feixes de axônios são revestidos separando as fibras nervosas em fascículos, e 
contendo fibroblastos, macrófagos, mastócitos, linfócitos e adipócitos. Dentro dos feixes, as fibras 
são envolvidas pelo neurilema (bainha de Schwann). 
Epineuro: tecido que reveste todo o tronco nervoso e que tem como função proteger os fascículos 
de tramas externas, constituído de tecido conjuntivo frouxo que se estende ao longo de todo o 
nervo. 
 
SNP 
Lesão axonal no SNP: 
▪ os axônios percorrem uma longa 
distância e não são protegidos pelo crânio 
e coluna vertebral. 
Regeneração depende de: 
▪ Presença de fatores de crescimento 
neural 
▪ Processo de degeneração walleriana 
▪ Brotação é um dos principais 
mecanismos 
 
SNC 
▪ Protegido pelo crânio e pelas vertebras 
▪ Alterações ao nível das sinapses 
▪ Brotamento não é o mecanismo mais 
importante 
 
 
De acordo com Seddon, as lesões nervosas periféricas são classificadas em: 
 
 Neuropraxia: lesão leve com perda motora e sensitiva transitória, sem alteração estrutural; 
perda temporária da transmissão do impulso nervoso. Ex:Quando ficamos muito tempo em 
cima da perna e sentimos dormência e formigamento. 
 
 Axonotmese: é comumente vista em lesões por esmagamento, estiramento ou por 
percussão. Há perda de continuidade axonal e subsequente degeneração Walleriana do 
segmento distal. Nesse tipo de lesão não ocorreperda de célula de Schwann, e a 
recuperação irá depender do grau de desorganização do nervo e também da distância do 
órgão terminal; (A recuperação pode ocorrer ou não) 
 
 Neurotmese: separação completa do nervo, com desorganização do axônio causada por 
uma fibrose tecidual com consequente interrupção do crescimento axonal. A recuperação 
espontânea é pobre sem intervenção cirúrgica. Necessita de intervenção cirúrgica; 
Degeneração walleriana: A degeneração Walleriana conduz à remoção e reciclagem axonal e do 
material mielínico-derivado e prepara o ambiente através do qual os axônios em regeneração irão 
crescer. (realiza a limpeza da área após a lesão) 
Como se dá a plasticidade cerebral? 
TEORIAS e MECANISMOS 
1.Brotamento ou Sprouting 
2. Ativação de sinapses silentes 
3. Recuperação da eficácia sináptica 
4. Hipersensibilidade de denervação 
5. Potencialização sináptica 
 
1. Brotamento ou Sprouting: Regeneração axonal é chamada de brotamento ou sprouting.Este 
fenômeno consiste na formação de novos brotos de axônio, oriundos de neurônios lesados ou 
não- lesados. Ocorre um novo crescimento a partir de axônios. Pode ser por brotamento colateral 
ou o regenerativo; 
 Brotamento colateral: Quando um alvo é denervado ele volta a ser reinervado por 
ramificações de axônios intactos;Ocorre em axônios não lesionados, em resposta a um 
estímulo que não faz parte do processo normal de desenvolvimento. Este brotamento 
promove uma sinaptogênese reativa (formação de uma sinapse em reação a situação). 
Resumidamente quando um neurônio é lesionado surge outro em um neurônio integro 
(brotamento) como forma de compensar o lesionado. 
 
 Brotamento regenerativo: Ocorre quando um axônio e seus alvos foram lesados; Ocorre 
em axônios lesados e constitui a formação de novos brotos provenientes do segmento 
proximal, pois o coto distal, geralmente, é rapidamente degenerado. O crescimento desses 
brotos e a formação de uma nova sinapse constituem sinaptogênese regenerativa.Ocorre a 
regeneração do axônio (regenerativo). Resumindo quando o neurônio pré sináptico é 
lesionado ele não pode se juntar ao neurônio pós sináptico dele, porque pode levar ao 
prejuízo desse neurônio também. Com isso esse neurônio pré se regenera/constrói e se 
liga a outro neurônio pós e esse pós acaba ficando com ”dois” neurônios pré. 
 
 2. Ativação de Sinapses Latentes: ou Recrutamento de sinapses silentes: existem, mesmo em 
situações fisiológicas, algumas sinapses que morfologicamente estão presentes mas que, 
funcionalmente, estão inativas. Essas sinapses são ativadas ou recrutadas quando um estímulo 
importante às células nervosas ocorre. Ex: Quando aprendemos uma língua nova ou algo novo 
sinapses que antes estavam inativas começam a ser ativadas. 
3. Recuperação da eficácia sináptica: Consiste em fornecer ao tecido nervoso um ambiente 
mais favorável à recuperação.Com a absorção do edema o estímulo continua a ser propagado, 
permitindo a eficácia sináptica. A recuperação pode ocorrer com auxílio de drogas 
neuroprotetoras, que visam uma melhor oferta do nível de oxigenação e glicose. 
4. Hipersensibilidade de Denervação: Ocorre em caso de denervação, a célula pós-sináptica 
deixa de receber o controle químico da célula pré-sináptica, dessa forma, para manter seu 
adequado funcionamento a célula pós-sináptica promove o surgimento de novos receptores de 
membrana pós-sináptica. 
 
5. Potencialização sináptica: Este processo consiste em manter as sinapses mais efetivas, por 
meio do desvio dos neurotransmissores para outros pontos de contatos que não foram 
lesados.Aumenta a liberação de neurotransmissores pelos neurônios pré-sinápticos 
remanescentes (aumenta a quantidade de neurotransmissores). 
Como a fisioterapia pode influenciar esta recuperação? 
Todo o processo de reabilitação se baseia na convicção de que o cérebro humano é um órgão 
dinâmico e adaptativo, capaz de se reestruturar em função de novas exigências ambientais ou 
das limitações funcionais impostas por lesões cerebrais. A unidade funcional do SN não é mais 
centrada no neurônio, mas concebida como uma imensa rede de conexões sinápticas entre 
A célula pós-sináptica tenta absorver a 
maior quantidade possível de 
neurotransmissor para otimizar a 
propagação do impulso nervoso. 
unidades neuronais, além de células gliais, as quais são modificáveis em função da experiência 
individual, ou seja, do nível de atividade e do tipo de estimulação recebida. 
 
A análise dos aspectos plásticos do SNC permite-nos relacioná-los a vários fatores: 
 influência do ambiente (ambiente terapêutico deve fornecer condições adequadas para o 
aprendizado ou reaprendizado motor do paciente), 
 o estado emocional (motivação e depressão), 
 o nível cognitivo (indivíduos com menor déficit cognitivo, respondem de maneira mais 
adequada à terapia). 
Obs:Os dois primeiros anos após a lesão principalmente nos 6 meses é onde é mais favorável a 
neuroplasticidade, mas mesmo após esses dois anos o paciente ainda tem potencial para 
favorecer a neuroplasticidade. 
 
Fatores que influenciam o potencial de recuperação 
relacionados ao indivíduo: 
 Idade * 
 Sexo 
 Experiências pessoais anteriores ou posteriores à lesão 
 Intervenções farmacológicas 
 Estado emocional (motivação) 
*Em geral, a maioria dos trabalhos sugere que os danos precoces no SNC debilitam/somam 
menos do que quando ocorrem no sistema mais maduro. Outros, porém, informam que quando 
os danos cerebrais ocorrem em adultos, afetam menos o comportamento do que quando o 
mesmo tipo de dano ocorre em crianças. PORQUE os adultos apresentam mais experiência em 
relação as crianças, com isso utilizam de experiência passadas. 
 
 INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA 
 Início e duração da terapia; 
 - Quanto mais precoce melhor, 
 - Maior plasticidade nos primeiros anos, mas pode durar anos, 
 - Duração dependerá das condições clínicas e da idade (bebês e idosos). 
 Frequência e intensidade das terapias; 
 - Grande repetição (memória e automatização), 
 - Repetir sem repetir, ou seja, que essa repetição seja de forma diversificada 
 - Orientação domiciliar

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