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DOENÇAS NEUROMUSCULARES Sob a denominação genérica de doenças neuromusculares, agrupam-se diferentes afecções decorrentes do acometimento primário da unidade motora. Nas crianças, a maior parte destas afecções é geneticamente determinada, sendo as doenças neuromusculares adquiridas bem mais raras. MIOPATIAS X DISTROFIAS DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS: São ocasionadas pela deficiência hereditária de proteínas específicas do tecido muscular; Defeitos genéticos em genes responsáveis pela produção de proteínas específicas do tecido muscular, podendo ser transmitidas por herança autossômica ou ligada ao cromossomo X; Caráter degenerativo com evolução progressiva e irreversível; Classificada/detectada de acordo com as alterações clínicas, estudos anatomopatológicos, eletromiografias e estudos genéticos.;Caracterizada clinicamente por fraqueza e atrofia musculares progressivas, com grande variação quanto a intensidade do comprometimento motor e a época do início das manifestações. Características: Degeneração das fibras musculares e proliferação de tecido conjuntivo precoce; Exame histopatológico: fibras musculares normais, e fibras de volume aumentado ou diminuído (grande variação do calibre); 1. Edema da fibra (meses ou anos); 2. Degeneração; 3. Proliferação de tecido conjuntivo e gorduroso 4. Restos de fibras musculares Miopatias: ✓Estados patológicos que atuam na fibra muscular estriada. ✓ Walton (1966): qualquer doença ou síndrome na qual os sintomas ou sinais, possam ser atribuídos a alterações patológicas, bioquímicas ou eletrofisiológicas das fibras musculares, ou do tecido intersticial da musculatura estriada, e que não exista evidência de alteração do SNC e SNP. Distrofia muscular: ✓É um tipo de miopatia na qual uma anormalidade genética promove disfunção na estrutura da fibra muscular. A pessoa é incapaz de produzir de forma suficiente alguma proteína estrutural do músculo. Dependendo do tipo de proteína acometido estamos diante de uma doença especifica. Obs:Nas fibras musculares normais/saudável existe um padrão nas fibras.Já as fibras com distrofia observamos atrofias e hipotrofia; não há um padrão homogêneo. A coloração das fibras com distrofia também não são iguais. Com o tempo o dano instalado no tecido leva á substituição da fibra por tecido conjuntivo e gorduroso. DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS (Doenças) 1.Distrofia Muscular Progressiva De DUCHENNE: Década de 60: descrita por Guillaine Duchenne; Doença genética com herança recessiva ligada ao sexo acomete apenas sexo masculino (alteração genética do cromossomo X no cromossomo 23, este que determina o sexo); Sexo feminino é apenas portador do gene; Incidência 1: 3500.É a forma mais comum e mais grave; Prejuízo total da proteína. (perda de força-atrofia,hipotrofia-, consequentemente prejuízo da marcha e com perda da marcha por volta dos 13 anos) Existe um gene localizado no cromossomo X chamado XP21 ele é responsável pela produção da proteína estrutural do músculo chamada DISTROFINA; quando há um defeito desse gene não há a produção de Distrofina, com isso leva a consequências sobre a estrutura do músculo. A ausência da proteína Distrofina resulta no prejuízo da estrutura muscular e começa a apresentar sinais clínicos a partir dos 3 anos e antes dos 5 anos; Por que o sexo feminino é apenas portador do gene e acomete apenas sexo masculino? Obs:A ausência da Distrofina acarreta alterações no sarcolema que sofre pequenos rompimentos provocando pequenos furos que aumentam a passagem de cálcio para dentro da célula levando a uma necrose segmentar da fibra e perda da sua propriedade contrátil. As fibras necrosadas vão sendo substituídas por outras até que a frequência de destruição celular seja tão grande que o tecido seja substituído por tecido adiposo e conjuntivo. As alterações da fibra muscular e consequente necrose também podem ser encontradas nos músculos lisos, esqueléticos e cardíacos e em alguns neurônios cerebrais. ANÁLISES LABORATORIAIS Níveis de CPK (creatinina):Pode estar elevadas em até 50 vezes mais e pode ser pedido a biopsia que identifica perda gradual de fibras musculares com substituição de tecido adiposo e conjuntivo. EXAMES CLÍNICOS: Testes bioquímicos do sangue; Eletromiografia; Biópsia muscular; Sondas de DNA (localização anormal do gene). SINAIS CLÍNICOS:Fraqueza muscular simétrica progressiva, inicialmente nos MMII, com os músculos da cintura escapular e pélvica mais acometidos que mãos e pés.;Hipotonia; Arreflexia tendínia; Pseudohipertrofia de panturrilha devido a infiltração conjuntivo- gordurosa no tecido muscular. ;Aos 3 - 5 anos: queixa de quedas frequentes, dificuldade O homem possui apenas um cromossomo X (este que carrega o XP21), portanto quando tem defeito no gene acaba que não ocorre a produção da proteína Distrofina. No caso da mulher ela possui dois cromossomos X, logo quando um dos cromossomo tem o defeito no gene e não produz a Distrofina, o outro cromossomo X compensa e tem como produzir a Distrofina para correr, subir e descer degraus e levantar-se do chão; Dos 8 aos 9 anos: marcha com auxílio de órteses; A partir dos 12/13 anos: perda da marcha e tornam-se cadeirantes; SINAIS CLINICOS/ALTERAÇÕES POSTURAIS: ✓Aumento da lordose lombar; ✓Báscula(anteversão) da pelve; ✓Escoliose; ✓Pés equinos;(compensação p/ levar o centro de massa mais anteriormente) ✓ Marcha miopática (Anserina); ✓ Manobra / sinal de Gowers; ✓Prejuízo Cognitivo leve; (por conta da falta da Distrofina) ✓Óbito no fim da segunda dácada.(causada por insuficiência respiratória devido a fraqueza da musculatura da respiração) 2. DMP DE BECKER:Forma recessiva ligada ao sexo; Mulheres portadoras.;Menos severa que a DMP de Duchenne; prejuízo parcial da DISTROFINA; Incidência 1/100.000; Atinge o sexo masculino; Início entre 5/20 anos (quanto mais tardio a manifestação dos sintomas,terá uma evolução mais positiva com prognostico mais favorável) ; Fraqueza muscular progressiva; Evolução lenta; SINAIS CLÍNICOS: Fraqueza e atrofia muscular simétrica e progressiva, inicialmente em MMII, pior da musculatura proximal. Hipotonia Hiporreflexia tendínia Perda da marcha +/- 16 anos (variável); Pseudo hipertrofia da panturrilha; 50% apresentam cardiopatias; Óbito por prejuízos cárdio-respiratórios. 3. DMP TIPO CINTURAS: Grupo de miopatias de caráter progressivo com grande variabilidade clínica e genética; Causada pela deficiência de proteínas específicas do tecido muscular:calpaína, disferlina, teletonina e as sarcoglicanas; Maioria de caráter autossômico recessivo (ñ está relacionado ao cromossomo X e pode acometer os dois sexos,pois autossômica significa que não está relacionado ao cromossomo que determina o sexo); Ocorrência em ambos os sexos; Início das manifestações é variável (a maioria após a primeira década); SINAIS CLÍNICOS: Atrofia e fraqueza muscular de predomínio proximal (cinturas); Hipotonia; Arreflexia tendínia; Evolução lenta e prognóstico menos severo; Outros tipos apresentam evolução moderada e severa (está é chamada de forma infantil autossômica recessiva ou Duchenne – Like) 4. DMP FÁCIO-ESCÁPULO-UMERAL: Transmissão autossômica dominante ;Ambos os sexos; Início qualquer idade; Rara (0,5 casos / 100000 habitantes); CPK normal SINAIS CLÍNICOS: Alterações na face: apagamento do sulco nasal, dificuldade de fechar os olhos, lábios caídos; FM - início face e cintura escapular, depois cintura pélvica; Escápula alada; Hipotonia Arreflexia tendínia Dificuldades nas AVDs; Evolução lenta, sobrevida normal. 5. DISTROFIA MIOTÔNICA OU DOENÇA STEINERT:Distrofia muscular mais comum na vida adulta; Prevalência de 5:100000; 1: 8500; Herança autossômica dominante (cromossomo 19); Início das manifestações: - congênita (mais rara e fatal), início na infância (manifestações discretas); forma adulta. SINAIS CLÍNICOS: ✓ Miotonia: dificuldade de relaxamento muscular após contração muscular vigorosa, especialmente na língua e nas mãos. ✓Fraqueza muscular difuso com atrofia dos músculos distais dos membros, flexores cervicais, mastigatórios, faciais e bulbares. ✓Hipotonia ✓Arreflexia tendínia ✓Outros sinais: Catarata, Calvície, Cardiopatia e Redução QI. AMIOTROFIA ESPINAL PROGRESSIVA Doença genética que afeta o corpo do neurônio motor inferior no corno anterior da medula e afeta o Cromossomo 5. SINAIS CLÍNICOS: Hipotonia Arreflexia tendínia Fraqueza muscular difusa de predomínio na porção proximal dos membros Os músculos faciais e oculares tendem a ser poupados Obs: possui varias classificações sendo a tipo 1 a mais grave e a tipo 3 a mais leve. Classificação: Obs: É muito comum a presença nessa população de escoliose progressiva, principalmente no tipo II. Normalmente é utilizado cadeiras e coletes para a correção postural/coluna. É utilizado um medicamento chamado Spinraza indicado para crianças que não estão traqueostomizadas, ele controla a evolução da doença. Também apresenta melhoras em casos graves. FISIOTERAPIA: Avaliação: Provas funcionais (escala de Brooke,escala de Vignos, Medida da Função Motora); Força muscular (0 a 5); ADM; Capacidade respiratória (provas função pulmonar); Equipe multi e interdisciplinar. CONDUTA – FISIOTERAPIA:Estimular o Desenvolvimento neuropsicomotor (controle cervical, ortostatismo, postura sentado...); OTIMIZAR força muscular **; Retardar progressão das contraturas; Manter atividades funcionais / AVDs; Prolongar deambulação; Retardar uso da Cadeira de Rodas; Impedir instalação da escoliose; Otimizar a capacidade respiratória. . RETARDAR PROGRESSÃO DAS CONTRATURAS: • Exercícios de Alongamento • Mobilizações passivas • Posicionamento adequado • Prescrição de órteses e mobiliário Tipo I - Doença de Werdnig- Hoffmann: - Forma mais grave - Início precoce (antes dos 6 meses) - Não chegam a sentar - Baixa sobrevida (grave comprimento motor e respiratório) Tipo II – Doença de Dubowitz: - Sintomas menos intensos - Forma intermediária (início antes dos 18 meses) - Conseguem sentar sem apoio, mas não chegam a deambular Tipo III – Doença de Kugelberg Welander: - Forma mais leve - Início após os 2 anos de idade - Chegam a deambular - Sintomas mais em cinturas - Lentamente progressiva IMPORTANTE!!! DEVE-SE EVITAR A FADIGA; Repetir poucas vezes; a carga deve ser ideal para que ñ se canse ao longo da realização dos exercícios; Facilitações biomecânicas: CCF e menor braço de alavanca; evitar exercícios excêntricos; Obs:a fadiga faz com que a doença progrida mais rápido.
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