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TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ As distrofias musculares são um grupo de desordens caracterizadas por fraqueza e atrofia muscular de origem genética que ocorre pela ausência ou formação inadequada de proteínas essenciais para o funcionamento da fisiologia da célula muscular, cuja característica principal é o enfraquecimento progressivo da musculatura esquelética, prejudicando os movimentos. ▪ Existem mais de 30 tipos de distrofia muscular, porém, os mais comuns são: o Distrofia Muscular de Duchenne; o Distrofia Muscular de Becker; o Distrofia Muscular do tipo Cinturas; o Distrofia Muscular Facio-Escápulo-Umeral; o Distrofia Muscular Miotônica ou de Steinert; o Distrofia Muscular Congênita. DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE ▪ A Distrofia de Duchenne é uma forma de doença muscular, que surge por incapacidade de o organismo produzir uma proteína fundamental para o funcionamento do músculo. ▪ Esta proteína chama-se distrofina e a sua inexistência leva a uma perda das fibras musculares, com necrose e substituição por fibrose e tecido adiposo. INCIDÊNCIA ▪ A Distrofia muscular de Duchenne é a causa mais comum de distrofia muscular e representa cerca de um terço dos doentes numa consulta de doenças neuromusculares em idade pediátrica. ▪ Esta doença afeta cerca de 1 em cada 3.800 a 6.300 recém-nascidos do sexo masculino, de acordo com os dados publicados. CAUSAS ▪ Para o funcionamento das fibras musculares é necessário que as proteínas que a constituem sejam normalmente produzidas. ▪ Na Distrofia de Duchenne existe um defeito genético no gene da distrofina ou gene DMD, não sendo produzida a proteína distrofina. ▪ Esta proteína é muito importante para que a fibra muscular funcione e a sua ausência leva a uma perda progressiva das fibras musculares e a uma incapacidade de estas se regenerarem. ▪ À medida que vão existindo menos fibras musculares, vai havendo uma fraqueza progressiva, atingindo os vários músculos do corpo. Em cerca de 1/3 dos casos a mutação genética surge pela primeira vez, isto é, de uma forma espontânea. ▪ Em cerca de 2/3 é herdada por via materna. Cada mulher portadora tem um risco de 50% em cada gravidez de ter um filho com a doença. Tutoria 4 MÓDULO II Objetivo 1 Caracterizar as principais distrofias musculares TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO POR QUE AFETA APENAS O SEXO MASCULINO? ▪ O gene da distrofina ou gene DMD, encontra-se no cromossoma X e por isso esta doença afeta o sexo masculino. ▪ No sexo masculino existe um único cromossoma X e por isso quem for portador dum cromossoma com esta mutação, irá ter a doença. ▪ No sexo feminino existem dois cromossomas X e usualmente o cromossoma X portador da doença é inativado. ▪ Contudo, algumas meninas ou mulheres podem apresentar sintomas como mialgias, cãibras, graus variáveis de fraqueza muscular e cardiomiopatia, pelo que deverão ser referenciadas a uma consulta de Neuromusculares. PRINCIPAIS SINTOMAS ▪ A maioria dos doentes manifesta os primeiros sintomas no início do segundo ano de vida, com atraso na aquisição da marcha, marcha instável, quedas frequentes, dificuldade em se levantarem do chão, subir e descer escadas ou incapacidade em correr. ▪ Frequentemente a família nota que tendem a andar nas pontas dos pés e que os músculos da parte posterior das pernas (gémeos) são mais volumosos e duros. ▪ Alguns doentes têm atraso de linguagem e podem ter dificuldades de aprendizagem. Outros podem ter alterações de comportamento. ▪ Sempre que surja qualquer dos sintomas referidos, deverá colocar-se a hipótese desta doença. ▪ Muitas vezes é a discrepância entre músculos volumosos e duros e um grau importante de fraqueza que leva à suspeita que estamos perante uma distrofia muscular. A DOENÇA AO LONGO DO TEMPO ▪ A evolução da doença é progressiva e pelos 10 a 14 anos os doentes os meninos perdem a marcha. ▪ Posteriormente surge fraqueza dos membros superiores, com incapacidade em os levantar, depois de levar a mão à boca e fraqueza em agarrar objetos com as mãos. ▪ Os músculos de sustentação do tronco vão ficando fracos e surge frequentemente escoliose. Os músculos cardíacos vão ficando afetados, ocasionando um grau maior ou menor de insuficiência cardíaca. ▪ Os músculos respiratórios também vão ficando progressivamente mais fracos com necessidade de apoio ventilatório, inicialmente noturno e posteriormente durante todo o dia. DIAGNÓSTICO ▪ Perante a suspeita clínica é efetuado o doseamento no sangue de uma enzima muscular, creatina cinase (Ck), que está muito elevada nestes casos. ▪ Em seguida é pedido o estudo genético; por vezes é necessário realizar ainda estudo do músculo através de biópsia, que confirma a doença. ▪ O diagnóstico pode ser suspeitado de forma acidental, ainda antes de surgirem os sintomas, pela detecção duma elevação de enzimas musculares, como as transaminases e a Ck. TRATAMENTO ▪ Os doentes deverão ser referenciados a centros com experiência nesta doença, de forma a terem acesso a informação sobre a sua doença. ▪ O tipo de reabilitação que podem fazer, os cuidados cardíacos, respiratórios e nutricionais a ter são alguns dos exemplos da orientação que pode ser dada. Ainda não existe uma cura para a doença. ▪ Nas últimas décadas tem sido preconizado o uso de esteróides, com esquemas em dias alternados ou diariamente (a maioria dos centros usa o esquema diário), que devem iniciados quando surgem os sintomas. ▪ Contudo, nem todos os doentes respondem de forma favorável a este tratamento. Até ao momento e apesar de parecerem existir efeitos benéficos relativamente ao placebo, nenhum se revelou ainda capaz de curar a doença. ▪ Contudo os cuidados oferecidos a estes doentes têm vindo a melhorar, permitindo até uma maior sobrevida. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ Existem protocolos de seguimento dos doentes, elaborados por especialistas nesta área. Estes protocolos funcionam também como guias para as famílias DISTRODIA MUSCULAR DE BECKER ▪ Os sinais e sintomas são semelhantes aos da distrofia muscular de Duchenne, porém os da de Becker são mais leves. ▪ Os sintomas começam mais tarde e a evolução é mais lenta, com um perfil clínico mais heterogêneo e pouca correlação entre o quadro clínico e os achados laboratoriais. ▪ É uma patologia que afeta a distribuição da perda de massa muscular e fraqueza com começo em torno dos 12 anos. ▪ A perda da deambulação também varia, com início na adolescência e com morte geralmente na quarta ou quinta década de vida. ▪ Em alguns casos há deficiência mental. ETIOLOGIA ▪ A BMD é uma doença ligada ao X recessiva e é causada por deficiência na distrofina devido a deleções inframe, mutações ou duplicações no gene DMD. ▪ A suspeita diagnóstica tem como base o quadro clínico, a história familiar e os achados laboratoriais (creatina quinase sérica com níveis 10-100 vezes superiores aos níveis normais). MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ▪ O diagnóstico é confirmado por biopsia muscular (que mostra características distróficas e diminuição da distrofina na coloração) e/ou teste genético para alterações do gene DMD. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ▪ O diagnóstico diferencial inclui distrofias musculares das cinturas, distrofia muscular de Duchenne, hipertermia maligna e doenças musculares metabólicas (ver este termo). DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL ▪ Se o diagnóstico for confirmado por teste genético nas portadoras, então é possível diagnóstico pré-natal. CONTROLO DA DOENÇA E TRATAMENTO ▪ A orientação clínica inclui cuidados multidisciplinares com fisioterapia para reduziras contraturas articulares e prolongar a marcha autónoma. ▪ As órteses tornozelo-pé noturnas são prescritas às crianças para reduzir as contraturas do tendão de Aquiles. ▪ É importante a vigilância cardíaca e da função respiratória. É recomendado tratamento precoce de cardiomiopatia com inibidores da ECA e é apropriado o encaminhamento para transplante cardíaco em casos graves. ▪ Os doentes com insuficiência respiratória devem vacinar-se contra pneumococo e contra a gripe. A insuficiência respiratória responde bem ao BIPAP noturno, que corrige hipoventilação noturna e pode prolongar a sobrevida. ▪ A BMD é lentamente progressiva com grande variabilidade fenotípica. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO DISTROFIA MUSCULAR DO TIPO CINTURA ▪ As distrofias musculares das cinturas (DMC) constituem um grupo de doenças genéticas musculares progressivas, nas quais a musculatura da cintura pélvica ou escapular está primariamente ou predominantemente envolvida. ▪ Podem ter um modo de transmissão autossomico recessivo ou dominante. ▪ Os diferentes subtipos de DMC podem atualmente ser distinguidos através de análise genética e de proteínas. ▪ Todas as outras doenças que se apresentam com fraqueza das cinturas, i.e. síndromes das cinturas têm de ser excluídos quando se estabelece o diagnóstico. ▪ O quadro clínico da DMC autossomica recessiva assemelha-se muito às distrofias musculares de Duchenne/Becker (DMD/DMB). Nas famílias com transmissão recessiva, o aparecimento da doença para além do início da terceira década de vida é raro, mas pode haver início mais tardio nos casos dominantes. ▪ A progressão da fraqueza muscular é inevitável, variando desde rápida a muito lenta. Um estudo realizado na Holanda utilizando critérios rígidos de diagnóstico apresentou uma prevalência de 8,1/1.000.000 para todos os casos de DMC e 5,7/1.000.000 para as formas autossomica recessiva e esporádica. ▪ É atualmente possível identificar diferentes subtipos de DMC2 (formas autossomicas recessivas) com base na mutação génica presente e/ou deficiência dos produtos deste. ▪ Não existe nenhum tratamento específico e muitos doentes são sujeitos a fisioterapia de forma a prevenir o agravamento das contraturas. Na maioria dos doentes, a fraqueza progressiva provoca incapacidade, requerendo ajudas técnicas. DISTROFIA MUSCULAR FACIO-ESCÁPULO- UMERAL ▪ Distrofia Fáscio-Escápulo-Umeral também conhecida como doença de Landouzy-Déjérine é uma forma de distrofia que causa fraqueza muscular e perda de massa muscular atingindo a face, a cintura escapular e os membros superiores. ▪ A doença se inicia entre os 10 e os 25 anos e a incidência é de 1 para cada 20000 habitantes, em ambos os sexos. ▪ O gene responsável pela FSH é autossômico dominante e está localizado no cromossomo 4 (região 4q35); portanto, qualquer indivíduo afetado pela FSH corre o risco de 50% de transmitir o gene defeituoso a seus descendentes. ▪ Cerca de 1/3 dos casos ocorre por mutações novas; portanto nestes casos não há risco de repetição da doença em futuros irmãos. Em alguns poucos casos há um outro gene envolvido no aparecimento dos sintomas. ▪ As manifestações sintomáticas são muito variáveis. Muitos pacientes podem ter comprometimento mínimo, com capacidade para uma vida normal. ▪ Cerca de 20% podem necessitar de cadeira de rodas com a evolução da doença, em idades mais avançadas. Não há ainda justificativa para esta heterogeneidade de comprometimento. ▪ Nesta forma de distrofia ocorre o fenômeno de antecipação: manifestação mais precoce e grave ao longo das gerações. ▪ O sintoma inicial mais comum é uma criança dormindo com os olhos abertos; fraqueza precoce dos músculos dos olhos (abrir e fechar) e da boca (sorrir, franzir, assobiar) são característicos da doença. Estes sintomas associados a fraqueza dos músculos que estabilizam a escápula fazem o diagnóstico clínico da doença. ▪ A fraqueza do músculo trapézio faz com que a clavícula fique para fora, descrita como uma asa. Comprometimento do bíceps e do tríceps poupando o deltoide e o antebraço na fase inicial dá ao membro superior a aparência do “braço do Popeye”. ▪ Comprometimento da cintura pélvica, do pé e do abdome é comum. Ocorre também uma fraqueza da musculatura abdominal com acentuação da lordose lombar. ▪ O coração e outros músculos internos são poupados, com raras exceções. É raro o comprometimento dos músculos respiratórios. Não há alteração da sobrevida pela doença. Há uma gama de doenças neurológicas com características semelhantes que devem ser excluídas. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ Outras manifestações da FSH incluem perda da audição neurossensorial e anormalidades retinianas. ▪ As vasculopatias retinianas consistem em telangiectasias e micro aneurismas. Geralmente não há alterações visuais, mas estas alterações podem ser identificadas na angio fluorescência em 40 a 60% dos casos. Cerca de 60% dos pacientes tem alteração na audiometria. ▪ As alterações laboratoriais são inespecíficas. Os níveis da enzima creatinofosfoquinase (CK) são normais ou discretamente elevados (3 a 5 vezes o valor superior da normalidade); níveis superiores a 1500IU/ml sugerem outro diagnóstico. ▪ A eletromiografia não acrescenta nada ao diagnóstico. A biópsia muscular mostra alterações miopáticas crônicas inespecíficas. Infiltrado inflamatório mononuclear ocorre em cerca de 40% dos casos. DISTROFIA MUSCULAR MIOTÔNICA DE STEINERT ▪ Distrofia miotônica, distrofia atrófica ou doença de Steinert é uma miopatia miotônica autossômica dominante associada com alterações em outros órgãos incluindo olhos, coração, sistema endócrino, sistema nervoso central e periférico, órgãos gastrointestinais, pele e ossos. ▪ Esta doença se caracteriza por uma dificuldade no relaxamento da musculatura após uma contração. Os portadores também apresentam fraqueza muscular. ▪ A doença ocorre em ambos os sexos e tem uma incidência variável (1 para 8000 a 10000 pessoas). Ela é mais frequente em adultos jovens e pode ocorrer em qualquer idade com graus variados de severidade. ▪ Ao contrário de outras formas de distrofia a ordem dos músculos afetados é face, pescoço, mãos, antebraço e pés. ▪ O gene da distrofia miotônica encontra-se no cromossomo 19 e codifica uma proteína quinase que exerce um papel regulador. Nos pacientes afetados este gene está aumentado de tamanho por uma repetição de 3 base (CTG - citosina, timina e guanina). O número de repetições destas 3 bases é variável, aumentando a cada geração podendo chegar a 50 a 80000 repetições, sendo a doença mais severa com o aumento do número de bases. DISTROFIA CONGÊNITA ▪ A distrofia muscular congênita foi primeiramente descrita por Batten em 1903. Por 50 anos o termo utilizado para designar a doença foi miatonia ou amiotonia congênita. O interesse pela doença reapareceu em 1957 com a publicação de Banker com a associação da doença a artrogripose muscular congênita. ▪ A grande dificuldade em estudar a doença naquela época era a diversidade de quadro clínico de cada paciente, denotando a heterogeneidade da doença, não havendo um teste que permitisse a separação de uma doença da outra. ▪ Tomé et al descreveram que os pacientes com a "distrofia congênita clássica" são deficientes em merosina, a cadeia alfa2 da laminina 2, a maior constituinte da lâmina basal das fibras musculares esqueléticas, cuja função é ligar a matrix extracelular ao complexo proteínas associadas a distrofina. ▪ O achado permitiu dividir os casos de distrofia muscular congênita em merosina negativa ou positiva. ▪ Os casos merosina-negativos demonstramhomogeneidade clínica: hipotonia severa, múltiplas contraturas, sem retardo mental, acompanhado de graus variáveis de desmielização vista em neuroimagem. Posteriormente os casos de merosina negativa forma relacionados a mutação do gene LAMA2 do cromossomo 6q22-q25. ▪ Os casos de distrofia muscular congênita com merosina positiva constituem-se em um grupo heterogêneo. O TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO locus do gene (RSMD1) foi estabelecido no cromossomo 1p35-p36 para distrofia muscular congênita com síndrome de rigidez espinal. ▪ A doença se apresenta na infância com fraqueza muscular axial, rigidez da coluna precoce, insuficiência respiratória e proeminente voz anasalada. A doença de Ulrich é uma outra forma de merosina positiva caracterizada por contratura muscular combinada com fraqueza articular (a alguns pacientes aprendem a andar mas a maioria é dependente de cadeira de rodas) e inteligência normal. ▪ A correlação com a alteração genética ainda não foi estabelecida. Um terceiro grupo de CMD inclui os seguintes tipos de distrofias: CMD de Fukuyama, doença de músculo-olhos-cérebro e doença de Walker- Warburg. ▪ A doença de Fukuyama, descrita em 1960, é uma doença autossômica recessiva com retardo mental, epilepsia e alterações visuais (miopia, nistagmo congênito, cegueira cortical, atrofia do nervo ótico e degeneração corioretiniana). PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS ▪ As distrofias musculares são avaliadas por meio da determinação das enzimas musculares, principalmente creatinofosfoquinase (CPK), da eletromiografia (EMG) e da biópsia muscular. O diagnóstico de Distrofia Muscular é realizado a partir dos procedimentos abaixo: BIÓPSIA MUSCULAR ▪ Além da análise das alterações anatomopatológicas do músculo, estuda as proteínas do tecido muscular, por exemplo, no caso da DMD observa-se a ausência da proteína distrofina, enquanto que na forma Becker esta proteína, embora presente, encontra-se alterada em forma ou quantidade. ▪ É indicada nos casos que não apresentam deleção. ESTUDO MOLECULAR DNA ▪ Ao analisar-se a molécula de DNA busca-se deleções ou outros erros genéticos responsáveis pela falta das proteínas que causam os diferentes tipos de distrofia. CK ▪ Dosagem de creatinofosfoquinase, normalmente elevada em grau variável nos tipos diferentes de distrofia muscular. ESTUDO DO RNA ▪ É indicado nos casos em que a mutação ocorre no próprio afetado – mutação de ponto. ▪ Nesses casos em que há dificuldade de localização do erro genético é utilizado o Teste da Proteína Truncada PTT que utiliza o RNA extraído dos linfócitos do sangue. Objetivo 2 Descrever as formas de diagnóstico das distrofias.
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