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Gasometria Arterial

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Bia Amorim 
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Gasometria Arterial: É um exame realizado principalmente em pacientes críticos, com 
objetivo de avaliar o equilíbrio ácido-base e a eficiência das trocas gasosas, é feito a partir 
da coleta de sangue (normalmente nas artérias radiais e femorais). 
• Ácido: Substância que pode fornecer íons de hidrogênio para a solução; 
• Base: Substância que combinará com íons hidrogênio e, portanto, as removerá. 
Estas são alcalinas são do tipo bases e com isso origina o termo alcalose. 
 
Equilíbrio ácido-base: 
 Regulação dos íons de hidrogênio que são feitos a partir dos líquidos corporais e ele determina 
a velocidade das reações químicas nas células. E o pH (potencial de hidrogênio) que é a 
concentração de íons de hidrogênio no líquido extracelular, seu valor normal é 7,4 (7,35 a 7,45). 
Quando o valor do pH é alto é chamado de alcalose e quando o valor é baixo de acidose. 
 O normal do nosso corpo é ter o pH neutro, ou seja 7,4 assim as reações metabólicas ocorrem 
da forma ideal; se isso estiver alterado pode levara morte celular. 
 Quando temos acidose, com pH abaixo de 7,35 significa que as reações metabólicas estão 
diminuindo e pode chegar à morte celular quando em 6,85, caso um paciente apresente pH < 7 
já é necessário para ocorrer morte celular, que pode desencadear a parada/morte de múltiplos 
órgãos. 
 Na situação em que o pH é alto, tem se alcalose quando acima de 7,45, sendo acima de 7,45 
de extremo risco porque pode levar a morte celular. 
Mecanismos de Regulação do equilíbrio ácido-base: Para que esse equilíbrio do pH seja 
mantido o nosso corpo utiliza mecanismos fisiológicos para manter o pH ideal. Existem 3 
mecanismos/sistemas fisiológicos: 
1. Tampão Bicarbonato: Onde o CO2 não é transportado para o pulmão na forma de 
CO2, porque ele é ácido; então ele vai no formato de bicarbonato para que o pH 
seja mantido de forma ideal. 
 
2. Tampão Respiratório: Entra em ação quando ocorre um desequilíbrio dos 
sistemas. É comandado pelos níveis de CO2 (gás carbônico) no sangue arterial, o 
CO2 quando combinado com a água fica ácido, portanto, produz íons de H+ que 
leva a acidose. 
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 Sendo assim quando se tem o aumento de CO2, consequentemente leva a 
acidose sanguínea, esta que estimula o sistema nervoso central (SNC) para 
estimular o centro respiratório para aumentar a respiração/ventilação, para que 
assim o excesso de CO2 seja eliminado e o pH se normalize. 
 No caso da diminuição do CO2 o processo ocorre de forma oposta, ocorre uma 
alcalose, esta que estimula o SNC para estimular o centro respiratório a diminuir 
a frequência da respiração/ventilação e resultar na menor eliminação de CO2. 
 Todo esse processo ocorre de forma rápida, em fração de segundos. 
 
3. Tampão Renal: Também entra em ação quando ocorre um desequilíbrio dos 
sistemas. O Rim controla a quantidade de bicarbonato (HCO3) no nosso sistema, 
então quando houver alteração nos níveis de bicarbonato ele entra em ação. 
 Quando o paciente tem a tendência a ACIDOSE o rim vai reter bicarbonato 
para neutralizar o ácido e equilibrar o pH, resumidamente o rim vai reter líquido 
(diminuir a diurese), retendo bicarbonato, neutraliza o ácido e equilibra o pH. 
 Já quando o paciente tende a ALCALOSE o rim vai eliminar bicarbonato 
(aumentando a diurese, suor, eliminar líquido) para equilibrar o pH. 
 Diferente do tampão respiratório, o tampão renal é lento e demora horas ou 
dias para se equilibrar (em torno de 3 dias). 
 
Conclui se que o gás carbônico é acido e o bicarbonato é básico. 
 
Valores Normais 
pH= 7.35 a 7.45 
PaCO2= 35 a 45 
PaO2= 80 a 100 
Bicarbonato/HCO3= 22 a 28 
Base em excesso/BE= -2 a +2 
Sat. O2 > 90% 
 
DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE: 
• Distúrbios Respiratórios Primários: É quando se tem a acidose respiratória ou a 
alcalose respiratória. Quando o pH é baixo tem se acidose, portanto, o PaCO2 está 
elevado, enquanto quando se tem o pH alto tem se alcalose respiratória, ou seja, o 
PaCO2 está baixo. Os valores de pH e PaCO2 são inversamente proporcionais. 
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Condições clínicas: 
 
✓ Acidose Respiratória: A acidose respiratória é consequência da 
hipoventilação (se a pessoa não respira normalmente ela não vai conseguir 
eliminar o CO2 então leva a acidose/excesso de CO2) e distúrbios 
ventilação/perfusão (V/Q). O paciente terá sintomas de agitação, tremor, 
alteração do humor, fala arrastada e torpor/sonolência. 
 
✓ Alcalose Respiratória: É consequência da hiperventilação (porque está 
‘’saindo’’ muito CO2 então tem pouco dele, resultando na alcalose). Os sintomas 
são parestesia, reflexos hiperativos e tontura e desmaio. 
 
• Distúrbios Metabólicos Primários: Comandado pelos níveis de bicarbonato, então o pH 
é equivalente ao bicarbonato, ou seja, um pH baixo tem o bicarbonato (HCO3) baixo 
também, isso é chamado de acidose; enquanto um pH elevado se tem o bicarbonato 
(HCO3) alto, chamado de alcalose. Esses distúrbios só podem ser corrigidos pelos 
médicos porque há necessidade de intervenção endovenosa. 
 
✓ Acidose Metabólica: É causada/consequência pelo acúmulo de acido no sangue ou 
a perda excessiva de bicarbonato. O paciente terá sintomas como taquipneia, 
letargia e coma. 
 
✓ Alcalose Metabólica: É causada/consequência de perda de ácidos no sangue ou 
acúmulo excessivo de bicarbonato. Os sintomas são hipoventilação. 
 
Condições Clínicas 
I. Distúrbios Mistos: Quando os valores de PaCO2 e HCO3 estão todos em alcalose 
ou todos em acidose; quando todos estiverem em acidose é chamado de acidose mista 
e quando todos estão em alcalose é chamado de alcalose mista. Isso tudo depende do 
pH. 
II. Distúrbios Compensados: Quando o PaCO2 e HCO3 se ‘’equilibram’’ para 
manter um pH normal, mas esse pH não é chamado de pH normal, e sim de pH sem 
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distúrbios ácido-base. Ou seja, os valores de PaCO2 e HCO3 estão alterados, porém o 
valor do pH está normal. Em situações como essa não é necessário interferência, pois 
o pH está bom, e se alguma interferência for realizada o pH pode alterar e o paciente 
descompensar. 
 
Eficiência da troca de O2 
 
PaO2 = 80 a 100 (normal) 
PaO2 < 80 (hipoxemia) 
PaO2 > 100 (hiperoxemia) 
 
Fatores que influenciam a PaO2: 
• Idade (quanto maior a idade, maior dificuldade no metabolismo de O2) 
• FiO2 (quanto menor a fração expirada, menor o O2) 
• Altitude (grandes altitudes) 
• PaCO2 (o excesso de PaCO2 ocupa o espaço do O2 e diminui a ligação do oxigênio 
com a hemoglobina e diminuindo a PaO2). 
 
Hipoxemia: Pouco oxigênio, é causada por hipoventilação, comprometimento da 
difusão, shunt e distúrbio V/Q. Os sintomas que o paciente apresentará é cianose, 
taquicardia e confusão mental. 
 
Efeitos da Hipoxemia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIPOXEMIA BRANDA 
• Baixo desempenho 
mental; 
• Diminuição da 
acuidade visual; 
• Hiperventilação 
branda; 
• Taquicardia; 
• Hipertensão branda; 
HIPOXEMIA SEVERA 
• Cefaleia; 
• Sonolência; 
• Convulsão; 
• Bradicardia; 
• Hipotensão; 
• Lesão cerebral 
permanente;

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