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Aluno: Gilberto Barros Ferreira RA: 2021112819 Atividade 1 - Comunicação: “...Identifique diferentes gêneros discursivos presentes na nossa língua e como eles se transformam de acordo com o emprego em diferentes contextos sociais e geográficos de comunicação, verificando em qual campo estes gêneros se alocam mais tipicamente, se no formal ou no informal. A partir dessa reflexão, então, eleja uma região do Brasil e cite alguns exemplos de atos de preconceito linguístico que os povos da região sofrem e o que isso reflete na em sua vivência e comunicação na sociedade, articulando com sua exposição acerca dos gêneros discursivos...” ____________________________________________ Sabemos que existem vários tipos de gêneros discursivos em meio a nossa sociedade, e que esses gêneros podem ser divididos em tipos de esferas sociais de circulação, conforme tabela abaixo: COTIDIANA Adivinhas Álbum de família Anedotas Bilhetes Cantigas de roda Carta pessoal Cartão Cartão postal Causos Comunicados Convites Curriculum vitae Diário Exposição oral Fotos Músicas Parlendas Piadas Provérbios Quadrinhas Receitas Relatos de experiências vividas Trava-línguas LITERÁRIA/ ARTÍSTICA Autobiografia Biografias Contos Conto de fadas Contos de fadas contemporâneos Crônicas de ficção Escultura Letras de música Narrativas de aventura Narrativas de enigma Narrativas de ficção científica Narrativas de humor Narrativas de terror Fábulas Fábulas contemporâneas Haicai Histórias em quadrinhos Lendas Literatura de cordel Memórias Narrativas fantásticas Narrativas míticas Paródias Pinturas Poemas Romances Tankas Textos dramáticos ESCOLAR Ata Cartazes de debate regrado Diálogo/discussão argumentativa Exposição oral Júri simulado Mapas Palestras Pesquisas Relato histórico Relatório Relatos de experiências científicas Resenha Resumo Seminário Texto argumentativo Texto de opinião Verbetes de enciclopédia IMPRENSA Agenda cultural Anúncio de emprego Artigo de opinião Caricatura Carta ao leitor Carta do leitor Cartum Charge Classificados Crônica jornalística Editorial Entrevista (oral e escrita) Fotos Horóscopo Infográfico Manchete Mapas Mesa redonda Notícia Reportagens Resenha crítica Sinopses de filmes Tiras PUBLICITÁRIA Anúncio Caricatura Cartazes Comercial para TV E-mail Folder Fotos Slogan Músicas Paródia Placas Publicidade comercial Publicidade institucional Publicidade oficial Texto político Abaixo-assinado Assembleia Debate regrado POLÍTICA Carta de emprego Carta de reclamação Carta de solicitação Debate Discurso político “de palanque” Fórum Manifesto Mesa redonda Panfleto JURÍDICA Boletim de ocorrência Constituição brasileira Contrato Declaração de direitos Depoimentos Discurso de acusação Discurso de defesa Estatutos Leis Ofício Procuração Regimentos Regulamentos Requerimentos PRODUÇÃO E CONSUMO Bulas Manual técnico Placas Regras de jogo Rótulos/ embalagens MIDIÁTICA Blog Chat Desenho animado E-mail Entrevista Filmes Fotoblog Home Page Reality show Talk show Telejornal Telenovelas Torpedos Vídeo clip Vídeo conferência Fonte: adaptado de BARBOSA, Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do discurso: uma perspectiva enunciativa para o ensino de Língua portuguesa. Produzimos e lemos em todos os momentos da nossa vida textos escolares, literários, jornalísticos, pessoais, oficiais, e ainda reconhecemos em cada um, as suas características próprias. Dito que, cada tipo de texto possui sua característica, sua forma, sua materialidade. A estrutura de determinado tipo de texto pode ser mais flexível ou menos, aos mais flexíveis chamamos informais, podendo ser uma carta para a mãe, um bilhete que escrevemos escondido durante uma aula, um bate papo na internet, ou a fala corriqueira entre as pessoas. Já aos textos menos flexíveis, que são mais rigorosos na sua estrutura, chamamos textos formais, são os ofícios (declaração, solicitação, contrato, etc.), os textos literários, os científicos, os jornalísticos, etc. Em suma, estes últimos são os textos que não aceitam, ou aceitam pouco, as mudanças nas regras de sua construção. Alguns textos formais, dependendo do seu contexto, podem ficar informais, como é o caso do texto literário, que se situaria no campo da formalidade, porém se lêssemos as narrativas modernas, perceberíamos a tentativa de fugir do padrão principalmente depois dos modernistas. No mundo moderno, pela expansão das mídias, a todo momento acontecem episódios em que as pessoas experimentam, ou simplesmente tomam conhecimento, de casos de preconceito ou de intolerância, materializados pela linguagem. Alguns exemplos dessas situações mostram como tais fenômenos são traiçoeiros e, muitas vezes, ocorrem sem que as pessoas os percebam. Prova disso, foi um apresentado em um texto em que o autor, o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, estampa seu preconceito contra "o nordestino", ao comentar as falcatruas do senador Renan Calheiros: O crepúsculo de Renan “...É impossível prever o desfecho da crise na qual mergulhou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Como o processo já começou, ele só pode ser absolvido ou cassado. Não há mais a hipótese de renunciar para fugir de uma eventual punição. Há um certo tom patético em todo o caso, como nos escândalos políticos midiáticos de qualquer país. Homem casado, relação fora do casamento, filha, mulher bonita, pensão em dinheiro vivo e rebanho de gado fabuloso no interior de Alagoas. O azar de Renan é a fácil inteligibilidade da sua encrenca. Poucos brasileiros sabem descrever o longínquo caso dos precatórios ou mesmo o conteúdo da recente Operação Hurricane, da PF. Mas filha fora do casamento, dinheiro vivo e vacas milionárias suspeitas todos entendem. Para completar, Renan Calheiros não é um qualquer. Preside o Senado. Foi aliado de todos os governos pós-ditadura militar: Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula. Tem sotaque nordestino. É o protótipo do político marcado para ser detestado no Sul e no Sudeste - mesmo que os eleitores dessas regiões despachem para Brasília certos clones caucasianos do mesmo Renan. Inocentado ou condenado, o senador alagoano já é um político em processo avançado de desidratação. Antes do Renangate, ajudava a conduzir a aliança de seu partido, o PMDB, com Lula. Exalava perspectiva de poder. Sonhava ser candidato a vice-presidente numa chapa competitiva em 2010. A chance de Renan vir a ser vice-presidente agora tende a zero. Do ponto de vista político, pouco importa se os bois renanzistas existem ou qual foi o valor de venda. O presidente do Senado fragilizou-se de maneira irreversível. Se não for cassado, poderá continuar no Congresso ainda muitos anos. Mas sua carreira terá entrado numa longa e cinzenta fase crepuscular...” (Folha de S.Paulo, 16/06/2007) O que denigre o texto é a declaração de que o senador pode ser odiado por ter uma dada origem, denunciada pela linguagem, nesse caso a nordestina, e que por isso não é probo. Pela afirmação, ou melhor, pelos argumentos estapafúrdios, várias pressuposições ficam plantadas: primeira, a de que todos os políticos nordestinos são desonestos; segunda, a de que os habitantes do Sul e Sudeste odeiam o sotaque nordestino e, consequentemente, seus usuários; terceira, a de que somente o Sul e Sudeste podem ter homens brancos (caucasianos) e que raros desses seriam desonestos; e finalmente, que os nordestinos são de outra raça/etnia quenão a branca, própria das pessoas do Sul e Sudeste, e que por isso não são honestos. Está aí, materializado pela linguagem, o preconceito social, racial e linguístico, simultaneamente. Seria diferente se dissesse: "É desonesto. É o protótipo do político marcado para ser detestado no país inteiro". Para concluir, pode-se dizer que evitar o preconceito linguístico, assim como todos os outros, é possível se forem tomadas precauções relativas aos sentimentos positivos e negativos que se tiver, previamente, em relação às pessoas e, consequentemente, à sua fala. Evitar a intolerância é possível, se a sociedade puder desfrutar de uma boa educação, inclusive a linguística, e estiver, orientada contra a barbárie, contra o impulso de destruição que tem dominado as pessoas. Libertar-se da barbárie é resistir sem destruir, sem ofender, sem agredir pela linguagem ou pelas ações.