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I. Parte introdutória
1. Fonte Material do direito Penal.
· É a fonte ou o órgão que produz a nora e cria o direito penal, no Brasil, quem o faz é a União, mas os Estados, excepcionalmente, podem legislar sobre questões específicas desde que autorizados por lei complementar.
1.2. Fonte Formal do direito penal
· É o instrumento de exteriorização do direito penal, como as regras são reveladas.
1.2.1 Fontes formais imediatas
a) Lei
· Único instrumento normativo de criar infrações penais (crimes e contravenções) e cominar sanções (pena ou medida de segurança)
b) CF
· Estabelece algumas situações em que o legislador é obrigado a proteger certos bens ou interesses, tais situações de configuram verdadeiras criminalização de condutas, p.ex, racismo, crime contra a ordem tributária, crime hediondo, crime ambiental, etc..
c) Tratados e Convenções
· Trata-se de fonte formal, mas que não é instrumento hábil a criação de crime ou cominação de pena dará o direito interno.
d) Jurisprudência
· É importante e atual fonte forma, pois ajuda nos cenários jurídicos com suas sumulas, p.ex.
e) Princípios
· Importante fonte formal que muitas vezes conduzem a absolvição ou redação da pena.
f) Complementos
· São complementos da normal penal em branco que segue a lei e, portanto, são incriminadores.
1.2.2 Fonte formal imediata
· A doutrina.
1.3. Fonte informal do direito Penal
· São os costumes, que pode ser aplicado nas causas de extensão de exclusão de antijuricidade ou culpabilidade, porém, não define crimes e comina sanções. É importante na interpretação das normas.
1.4. Características e Classificação da lei penal
a) Características
· Exclusividade: Somente ela cria infrações e comina sanções.
· Imperatividade: É imposta a todos, independente da vontade de cada um.
· Generalidade: Todos devem acatar a lei penal, inclusive os inimputáveis.
· Impessoalidade: Dirige-se a fatos abstratos e não a pessoas e é imposta a todos indistintamente
b) Classificação
· Incriminadora: Define as infrações e cominam as sanções.
· Não incriminadora: Não tem finalidade de criar condutas puníveis nem sanções relativas a ela, são:
· Permissiva justificante é Lei penal não incriminadora que torna licita determinada conduta, p.ex, legitima defesa; e a permissiva exculpante quando elimina a culpa.
· Explicativa ou interpretativa quando esclarece o conteúdo da norma
· Complementar, quando delimita a aplicação da lei incriminadora.
· Extensão ou integrativa, usada para viabilizar a tipicidade de alguns fatos.
2. Interpretação da lei penal
· Quanto ao sujeito pode ser autentica (legislativa), doutrinária e jurisprudencial.
· Quanto ao resultado pode ser declaratório (quando a letra lei da lei corresponde ao que legislador quis dizer; restritivo (reduz o alcança das palavras da lei) e extensivo (amplia-se o alcance das palavras da lei).
· A interpretação sui generis, pode ser exofórica (quando o significado da norma não está no ordenamento jurídico) e endofórica (quando o texto normativo toma emprestado o sentido de outros textos normativos ainda que não seja da mesma lei).
· Interpretação objetiva é a busca pela vontade da lei e a subjetiva é a busca pela vontade do legislador
a) interpretação extensiva
· Se dá quando o interprete amplia o significado de uma palavra para alcançar o real significado da norma, p.ex, a expressão "arma" que abrange qualquer instrumento com finalidade bélica.
b) Interpretação analógica
· O código detalha todas as situações, de maneira abstrata, que regular. Posteriormente permite que aquilo a que elas sejam semelhantes possa também ser abrangido no dispositivo. A busca é extraída no próprio dispositivo levando em conta expressões abertas e genéricas pelo legislador
2.1. Analogia
· Não se confunde com interpretação analógica.
· Se dá quando não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual se precisa socorrer-se de previsão legal empresada a outra situação similar.
· Para a aplicação da analogia é necessário que se tenha certeza que sua aplicação é favorável ao réu (se for desfavorável não se pode fazer analogia) e que exista uma efetiva lacuna legal a ser preenchida
· A analogia legal ocorre quando se usa de outra norma para preencher a lacuna; a analogia jurídica se caracteriza pelo uso de um princípio geral do direito para se utilizar na lacuna.
3. Princípios gerais do direito penal
3.1 Princípios Relacionados com missão fundamental do direito penal
a) Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos
· A criação de tipos penais deve ser pautada pela proibição de comportamentos que de alguma forma exponham a perigo ou lesionem valores concretos essenciais para o ser humano, estabelecidos na figura do bem jurídico.
b) Princípio da intervenção mínima
· O Direito penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que a sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle, observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem juridicamente tutelado (caráter fragmentário).
3.2 Princípios relacionados com o fato do agente
a) Exteriorização ou materialização do fato
· O estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, isto é, fatos (nunca condições internas ou existências) isso é o direito penal de fato. O Brasil adotou o direito penal de fato, mas considerada circunstancias relacionadas ao autor (personalidade, antecedentes, etc.).
b) Legalidade
· Não há crime (ou contravenção penal) nem pena ou medida de segurança sem lei.
· Não há crime (ou contravenção penal) nem pena ou medida de segurança sem lei anterior
· Não há crime (ou contravenção penal) nem pena ou medida de segurança sem lei escrita
· Não há crime (ou contravenção penal) nem pena ou medida de segurança sem lei estrita.
· Não há crime (ou contravenção penal) nem pena ou medida de segurança sem lei certa
· Não há crime (ou contravenção penal) nem pena ou medida de segurança sem lei que seja necessária
· MP apesar não de criar infração penal, pode versar sobre direito penal não incriminador.
c) Ofensividade ou lesividade
· Exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado
3.3 Princípios relacionados com o agente do fato
a) Responsabilidade pessoal
· Proíbe-se a pena pelo fato de outrem, há obrigatoriedade da individualização da acusação, sendo proibida denúncia genérica e obrigatoriedade de individualização da pena considerando a gravidade do fato e as condições do autor.
b) Responsabilidade subjetiva
· Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, sua responsabilidade depende de existência de dolo ou culpa.
c) Culpabilidade
· O estado só pode impor sanção penal ao agente imputável (plenamente capaz)
d) Igualdade
· Para todos os indivíduos com iguais características devem-se prever, pela lei, iguais situações jurídicas, ou, deve-se tratar de forma "igual o que é igual e desigual o que é desigual”.
e) Presunção de inocência (ou da não culpa)
· Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. A restrição à liberdade do acusado somente se admite após sua condenação definitiva, podendo, porém ir prisão cautelar. Cumpre-se a acusação demonstrar a culpa do réu e não o réu comprovar sua inocência. Eventual duvida que o juiz possa ter será interpretada em favor do réu
3.4 Princípios relacionados com a pena
a) dignidade da pessoa humana
· Ninguém pode ter pena imposta contra si que ofenda sua dignidade da pessoa humana
b) individualização da pena
· É o princípio que garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. Isto porque, independente da prática de mesma conduta, cada indivíduo possui um histórico pessoal, devendo cada qual receber apenas a punição que lhe é devida.
c) proporcionalidade
· Para que a sanção penal cumpra a sua função, deve-se ajustar a relevância do bem jurídico tutelado, sem desconsiderar as condições pessoais do agente.
d) pessoalidade
· Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparardanos e decretação de perdimento de bens, serem, nos termos da lei, estendidas aos sucessores.
e) vedação do "bis in idem"
· Nenhuma pessoa poderá ser julgada por crime que já tenha sido condenado ou absolvido, isto é, ninguém poderá ser processado duas vezes pelo mesmo crime nem condenado pela segunda vez em razão do mesmo fato e ser executado duas vezes pela condenação do mesmo fato.
3.5 Princípio da insignificância ou bagatela
· Ocorre quando a ofensa concreta seja incapaz de atingir materialmente e de forma relevante o bem jurídico protegido
· Esse princípio torna a conduta do agente atípica
· A aplicação desse principio não é irrestrita, são necessários alguns requisitos: Mínima ofensividade na conduta, ausência de periculosidade da ação, reduzido grau de reprovabilidade de comportamento e inexpressividade da lesão jurídica causada.
· Bagatela própria se aplica aos fatos que já nascem irrelevantes no direito penal; Bagatela impropria tem aplicação quando a infração é relevante, mas a pena não é necessária.
· Não cabe esse principio no contrabando, Reincidência/Maus Antecedentes se a conduta for habitual, crimes contra a administração (com exceção do descaminho), Crime de Fé Pública, Posse de droga para uso pessoal, tráfico de drogas ou crime de perigo abstrato.
4. Eficácia da Lei Penal no tempo
· No Brasil, aplica-se, em regra, a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso, sendo excepcionalmente permitida a sua retroatividade.
· A esta possibilidade da lei se movimentar durante o tempo há duas espécies
· retroatividade: capacidade da lei penal ser aplicada em fatos praticados antes de sua vigência
· ultra-atividade: possibilidade da aplicação da lei penal mesmo após sua revogação ou cessação de efeitos
4.1 Tempo do Crime
· CP adotou a teoria da atividade. É praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o resultado.
· Todos os elementos do crime (fato típico, ilicitude e culpabilidade) devem estar presentes no momento da conduta. 
· A imputabilidade do agente se aufere da sua idade no momento da ação ou omissão
· O momento do crime também é onde se sabe qual lei, em regra, vai reger o caso concreto.
4.2 Sucessão de leis no tempo
· A regra geral é a irretroatividade da lei, salvo se beneficiar o réu.
a) Sucessão de lei incriminadora
· Novatio legis incriminadora é a lei que não existia no momento da conduta e que passa a considerar como delito a ação ou omissão realizada, ela é irretroativa.
b) Novatio Legis in Pejus
· A nova lei que de qualquer maneira prejudica o réu também não retroage.
· STF diz que a lei mais grave se aplica ao crime continuado ou permanente se ela for vigente antes desses crimes cessarem.
c) Abolitio Criminis
· Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
· Abolitio criminis é a revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora
· CP diz que representa causa de extinção de punibilidade
· Essa lei não respeita a coisa julgada, pois cessará tanto a execução quanto os efeitos penais da sentença condenatória.
· Os efeitos extrapenais não serão cessados.
· Abolitio não se confunde com a continuidade normativo-típica porque essa revoga um dispositivo penal, mas regula o mesmo crime em outro. O Crime não é excluído.
d) Novatio legis in mellius
· A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
· É uma nova lei que de qualquer modo beneficia o réu, lex mitior, e vai retroagir. 
· Se a aplicação depender de mera operação matemática o juiz da execução penal a aplica, mas se for necessário juízo de valor para que essa lei seja aplicada o interessado deve ajuizar revisão criminal para que seja aplicada a lei nova.
4.3 Leis Temporárias e Lei excepcional
· Lei temporária é instituída por um prazo determinado, criminalizando determinada conduta, porém com vigência pré-determinada.
· Lei excepcional se dá em caso de algum evento transitório como guerra, calamidade, etc...
· Elas são autorrevogáveis, pois são revogadas assim que o prazo pré-fixado, ou a causa transitória, termina.
· Possuem também ultra-atividade porque alcança fatos praticados durante sua vigência.
4.4 Normas Penais em branco
· É Aquela cujo preceito primário da norma é formulado de maneira genérica, necessitado ser complementado por outra norma, geralmente de hierarquia inferior.
· Dividem-se em, stricto sensu: normas cujo complemento vem de hierarquia inferior; e lacto sensu para as normas que tem igual hierarquia de lei.
· Se o complemento na norma em branca não for expedido ela não terá efetividade.
· Norma penal em branco, para questão de retroatividade, se divide em dois grupos. No 1º o complemento serve para dar eficácia à norma razão pela qual modificação ou revogação não acarreta benefícios ao réu; no 2º integra-se a norma pena consistindo na "essência de proibição", e, por esse motivo sua modificação ou revogação importa em efetiva mudança da lei penal, retroagindo se tratar de novatio in mellius.
4.5 Lei intermediária
· É aquela que deve ser aplicada porque beneficia o réu, embora não seja fosse à lei vigente a época do fato, tampouco, seja a lei vigente no momento do julgamento.
· A lei intermediária possui duplo efeito, possui retroatividade em relação ao tempo da ação e ultra-atividade ao tempo do julgamento.
5. Lei Penal no espaço
· Nosso código penal adota o principio da territorialidade (temperado) diz que se aplicará a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido em território brasileiro.
· Por conta dessa territorialidade, permite-se a aplicação de lei estrangeira em território brasileiro (intraterritorialidade).
· Para efeito penal, considera-se extensão do território nacional, as embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do Brasil, onde quer que se encontrem, bem como as embarcações e aeronaves brasileiras (matriculadas no Brasil), mercantes ou privadas, que se ache, respectivamente, em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente.
· É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil 
· As embaixadas são invioláveis, mas o CP não falou nada especifico então elas são consideradas extensões do território brasileiro.
5.1 Lugar do crime
· Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
· Adotou-se quanto ao lugar do crime à teoria da ubiquidade, hibrida ou mista.
· Sempre que o fato deva ser considerado tanto no território brasileiro como no estrangeiro, é aplicada lei brasileira.
· Segundo ao STJ cabe a justiça estadual a aplicação da nossa lei, salvo se ocorrer hipóteses de competência da União da Justiça federal.
· No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da capital do estado onde o acusado residiu pela ultima vez ou se nunca residiu no Brasil, será competente o juízo da capital da República.
5.2 Extraterritorialidade
· Em alguns casos excepcionais, a nossa lei extrapola os limites do território e alcança crimes cometidos no estrangeiro.
a) Extraterritorialidade incondicionada
· Crimes contra a vida ou liberdade do presidente da república.
· Crimes contra o Patrimônio ou fé pública dos entes federativos e seus membros da administração indireta
· Crimes contra Administração Pública que está ao seu serviço
· Genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
· Nessa extraterritorialidade incondicionada agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
b) Extraterritorialidade condicionada
· Crimes que portratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir, o agente é punido mesmo que absolvido ou condenado no estrangeiro.
· Praticados por brasileiros.
· Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
· Na extraterritorialidade condicionada se aplicará a lei brasileira desde que: (i) entrar o agente no território nacional; (ii) o crime seja fato punível no país onde foi praticado; (iii) o crime esteja entre aqueles passiveis de extradição; (iv) não ter sido o agente absolvido ou não ter cumprido a pena; (v) não ter sido o agente perdoado ou a punibilidade estar extinta segundo a lei mais favorável.
c) Extraterritorialidade hipercondicionada.
· Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil.
· A lei brasileira se aplicará quando: (i) houverem os requisitos da extraterritorialidade condicionada; (ii) não tenha sido pedida ou negada à extradição; (iii) ter havido requisição do Ministro da Justiça.
5.3 Penas cumpridas no estrangeiro
· A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas
· Em síntese, se a pena for da mesma qualidade, da sanção aplicada no Brasil será abatida pena cumprida no exterior. 
· Se a pena for qualidade diversa, o julgador vai atenuar a pena aqui imposta considerado a pena lá cumprida.
6. Disposições Finais
6.1 Eficácia de sentença estrangeira
· A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (i) obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (ii) sujeitá-lo a medida de segurança.
· A homologação para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis depende de pedido da parte interessada.
· Para outros efeitos a homogalação depende da existência de tratado de extradição com o país cuja autoridade judiciaria emanou a sentença, ou na falta de tratado, de requisição do ministro da justiça.
· Sentença proferida no estrangeiro (condenatória ou absolutória), na extraterritorialidade incondicionada, não terá eficácia de coisa julgada, pois os fatos serão apreciados novamente no Brasil.
· Sentença proferida no estrangeiro de crime praticado no Brasil não pode ser executada aqui, deverá haver um novo processo pelo mesmo fato.
· Sentença absolutória proferida no estrangeiro que trate de crime praticado fora do território brasileiro, casos de extraterritorialidade condicionada, obstará a instauração de nova ação penal no Brasil, tal não ocorre se houvendo condenação no estrangeiro o agente não cumprir e entrar em território nacional, hipótese que poderá ser processado novamente.
6.2 Contagem do prazo
· Prazo processual penal não se computa dia do começo, mas se inclui dia do vencimento, corre em dias úteis.
· Prazo penal é improrrogável e na sua contagem o dia do começo é incluído no cálculo.
6.3 Frações não computáveis da pena
· Se o montante final da pena, resultar em números não interior o juiz deve desprezas as frações de dia e as frações de real.
6.4 Conflito aparente de normas
· Conflito aparente de normas se dá quando duas ou mais normas penais regularem, em tese, o mesmo caso concreto, sendo que, efetivamente, somente uma deverá ser aplicada.
a) Princípio da especialidade
· Parte do pressuposto da existência de normas gerais e especiais que tratam sobre o mesmo assunto. Se o caso concreto se amoldar a todas as caracteristicas da norma especial, essa será aplicada.
b) Principio da Subsidiariedade
· Uma lei tem caráter subsidiário a outra (principal) quando o fato por ela incriminado também é incriminado por outra.
· A relação entre as normas (subsidiária e principal) é de maior ou menor gravidade (e não de espécie e gênero)
· A subsidiariedade pode ser expressa ou tácita.
· É expressa quando a lei prevê a subsidiariedade explicitamente, anunciando ou a não aplicação da norma menos grave quando presente a mais grave.
· A Tácita ocorre quando um delitor de menor gravidade cede diante da presença de um delito de maior gravidade, integrando aquele a descrição típica.
c) Principio da consunção ou absorção
· É o princípio segundo o qual um fato mais amplo e mais grave consome, isto é, absorve outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento.
· O crime previsto por uma norma (consumida) não passa de uma fase de realização do crime previsto por outra (consuntiva)
· Antefactum impunível: São Fatos anteriores que estão na linha de desdobramento da ofensa mais grave.
· Post factum impunível: Um exaurimento do crime principal praticado pelo agente e que, portanto, por ele não pode ser punido.
· Consunção no crime progressivo se dá quando o agente, visando produzir resultado mais grave, pratica por atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. Ha uma única conduta comandada por uma só vontade, mas compreendida por diversos atos (crime plurissubssistente). O ultimo ato, causador do resultado inicialmente pretendido, absorve os demais.
· Na consunção, o crime meio é absorvido por um crime fim.
· De acordo com a atual jurisprudência do STJ, a aplicação do princípio da consunção pressupõe a existência de ilícitos penais que funcionem como fase normal de preparação ou de execução de outro crime com evidente vínculo de dependência ou subordinação entre ele
d) Alternatividade
· O princípio que incide no caso de a norma descrever várias formas de realização da figura típica, bastando a realização de um delas para que se configure o crime é o princípio da ALTERNATIVIDADE
· O princípio da alternatividade procura selecionar a norma aplicável quando a mesma ação antijurídica é definida pelo legislador mais de uma vez.
II. Teoria Geral do Crime
1. Introdução a Teoria Geral do Crime
· No Brasil, infração penal é gênero, podendo ser dividida em crime (ou delito) e contravenção penal, adotou-se o sistema dualista ou binário.
· Os crimes serão punidos com penas mais severas (reclusão ou detenção), enquanto as contravenções penais com penas menos severas (destacando-se a prisão simples).
· As contravenções penais são todas perseguidas mediante ação penal pública incondicionada. Os crimes, por sua vez, serão, em regra, processados mediante ação penal pública incondicionada, sendo de ação penal de iniciativa privada ou pública condicionada quando a lei dispuser em sentido contrário.
· A tentativa de crime é punida. Por sua vez, muito embora possa ocorrer, no mundo dos fatos, a tentativa de contravenção penal não é punida.
· É possível a aplicação da lei brasileira a fato praticado fora do nosso território, a lei brasileira só é aplicada na contravenção ocorrida no Brasil
· Crime não pode exceder 30 anos, contravenção não pode exceder 5 anos
· Nas contravenções penais, a ignorância ou a errada compreensão da lei, quando escusáveis, podem fazer com que a lei deixe de ser aplicada. Tratando-se de crime, por outro lado, o desconhecimento da lei é inescusável.
· Crime material é aquele que descreve o resultado naturalístico e exige a sua ocorrência para a consumação. Crime formal o resultado naturalístico é previsto, mas é dispensável, pois a consumação ocorre com a conduta. O crime de mera conduta, por sua vez, é aquele que apenas descreve a conduta delituosa, sem mencionar qualquer resultado naturalístico, que, obviamente, é dispensável. 
· No crime formal e de mera conduta há resultado. O que se pode sustentar é a inexistência de resultado naturalístico
· Crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa; Crime próprio o tipo penal exige que o agente ostente certas características; Crime de mão própria é aquele que somente pode ser cometido por determinado agente designado no tipo penal.
· Crime doloso é o que o agente quiser o resultado ou assumir o risco de produzi-lo; Crime culposo é o crime cujo resultado não for querido ou aceito pelo agente, mas que previsívelpela inobservância dos cuidados; Crime preterdoloso é o crime praticado com dolo em relação ao fato antecedente e culpa no que tange ao resultado agravante.
· Crime Permanente é aquele em que a execução se protrai no tempo por determinação do sujeito ativo; Crime instantâneo a consumação é imediata; crimes instantâneos de efeitos permanentes, a consumação também ocorre em momento determinado, mas a consumação se prolonga no tempo.
· Crime consumado é o crime em que se reúnam todos os seus requisitos de ordem legal; Crime tentado é o que por circunstâncias alheias à vontade do agente, o resultado não ocorre.
· Crime de dano é aquele em que há efetiva lesão ao bem jurídico penalmente tutelado; Já o crime de perigo dispensa a efetiva lesão, configurando-se com a simples exposição do bem jurídico a perigo.
· Crime simples é o crime basilar, formado objetivamente por apenas um tipo penal e subjetivamente sem nenhuma circunstância que aumente ou diminua sua gravidade; Crime complexo é o crime formado por meio da reunião entre dois ou mais tipos penais.
· Crime qualificado é o crime que deriva do tipo penal básico ou do complexo, com a mesma natureza, cuja reprimenda sofre um agravamento, em novos patamares mínimo e máximo, em virtude da maior gravidade da conduta; Crime privilegiado é aquele em que a lei considera determinadas circunstâncias que diminuem a gravidade da ação e, consequentemente, a reprimenda imposta.
· O crime será plurissubjetivo na hipótese em que o concurso de agentes seja imprescindível para sua configuração. As condutas perpetradas podem ser: a) paralelas quando todos pretendem alcançar um fim único, como ocorre na associação criminosa; b) divergentes quando os agentes dirigem suas ações uns contra os outros, como acontece na rixa; c) bilaterais quando o tipo pressupõe a atuação de dois agentes cujas condutas são propensas a se encontrar; O crime unissubjetivo o tipo exige apenas um agente praticando a conduta, mas pode haver concurso de pessoas.
· O crime comissivo nada mais é do que a realização (ação) de uma conduta desvaliosa proibida pelo tipo penal incriminador. O crime omissivo é a não realização (não fazer) de determinada conduta valiosa (comportamento ideal) a que o agente estava juridicamente obrigado e que lhe era possível concretizar. No crime omissivo próprio o tipo penal descreve um não fazer proibido, no crime omissivo impróprio (comissivo por omissão) mesmo o tipo descrevendo uma ação pode haver uma omissão.
· Crime unissubsistente é aquele em que não se admite o fracionamento da conduta, isto é, perfaz-se com apenas um ato. Por isso, não admite a tentativa. 
· No crime plurissubsistente, a conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação. Por esse motivo, é admissível a tentativa.
· Crime habitual é aquele que se configura mediante a reiteração de atos. Somente irá ocorrer se houver repetição da conduta que revele ser aquela atividade um procedimento costumeiro por parte do agente
· Crime exaurido: Consequência mais lesiva após a consumação
· Crime progressivo: é aquele em que, para alcançar seu intento, deve o agente obrigatoriamente violar norma de caráter menos grave.
· Crime subsidiário: é aquele que somente se configura se a conduta do agente não constituir crime mais grave
· Crime de ação única é o crime em que o tipo penal prevê apenas conduta. Crime de ação múltipla é aquele em que diversas são as condutas possíveis
· Crime vago é aquele em que o sujeito passivo é indeterminado, representado por uma coletividade
· Crime funcional é o praticado por funcionário público
· Crime mono-ofensivo é o delito que atinge apenas um bem jurídico, ao passo que o crime pluriofensivo é aquele cuja constituição acarreta a afronta a mais de um bem juridicamente tutelado.
· Crime militar próprio previsto apenas no CP militar; Crime militar improprio a mesma figura típica do COM é prevista no CP ou em outras leis.
· Crime politico é a conduta que causa um dano ou perigo de dano a bem jurídico de interesse da segurança do estado
· Crime complexo, O crime complexo pode ser entendido como a junção de dois ou mais crimes.
2. Fato típico
Para esta teoria finalística (adotada no CP), crime é fato típico (conduta, com dolo ou culpa; resultado naturalístico; relação de causalidade e tipicidade), ilícito (antijurídico) e culpável (imputabilidade; exigibilidade de conduta diversa e potencial consciência da ilicitude)
2.1 Conduta
· A conduta é um agir humano, ou um deixar de agir, de forma consciente e voluntária, dirigido a uma determinada finalidade.
a) Características da conduta
· São características da conduta o comportamento humano, consistente em um movimento ou abstenção de movimento corporal e a voluntariedade.
· O ato de vontade não necessariamente implica que ele foi de livre vontade do agente.
b) Ausência de conduta
· A conduta é um ato de consciência e vontade, se inexiste um dos dois não há conduta.
· Inconsciência é a falta de capacidade psíquica de vontade que faz desaparecer a conduta
· Coação ou força física irresistível
· Atos reflexos são atos involuntários realizados pelo corpo
c) Formas de conduta
· Duas são as formas de conduta a ação ou a omissão
· Os delitos que constituem uma ação proibida são comissivos e os que descrevem uma omissão proibida são omissivos próprios
· Para configurar um crime omissivo proprio o agente deve violar a norma mandamental deixando de fazer o que a norma determina.
· Pode ocorrer de um delito comissivo ser praticado mediante uma omissão, isso ocorre na hipótese em que o agente pode e deve agir para impedir o resultado, mas se omite. São os chamados crimes comissivos por omissão ou omissivos impróprios.
· Crime de conduta mista, trata-se de tipo penal composto de ação seguida de omissão. A norma exige sujeito ativo dois comportamentos: um comissivo (precedente) e outro omissivo (subsequente)
2.2. Resultado
· Segundo a teoria naturalística, resultado é a modificação do mundo exterior causado pela conduta, essa modificação pode ser física, fisiológica ou psicológica.
· Segundo a teoria normativa ou jurídica, resultado é a lesão ou a possibilidade de lesão a um bem jurídico tutelado pela norma penal.
2.3 Nexo de causalidade
· É a ligação entre uma conduta (causa) e o resultado naturalístico (modificação do mundo exterior)
· O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido
· O nexo causal possui relevância apenas aos crimes materiais
a) Teoria da equivalência dos antecedentes causais
· Considera-se causa a conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido.
· Foi adotada a teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine a qua non) entendendo-se como causa qualquer condição que contribuía para a produção do resultado naturalístico
· Por essa teoria não há diferença entre causas e entre causa e condição, não se fala em condições essenciais ou não essenciais, assim qualquer antecedente que tenha contribuído no plano físico, para o resultado, é considerado causa.
· Segundo o procedimento hipotético de eliminação de thyren causa é todo antecedente que, suprimido mentalmente, impediria a produção do resultado como ocorreu.
· Para evitar a responsabilização de certas condutas antecedentes que contribuíram para o resultado, segundo essa teoria, a legislação e a doutrina apontam certos limites ou complementos com a análise de dolo e culpa, bem como os critérios de imputação objetiva.
· Não basta que a conduta tenha causado o resultado naturalistico para que exista imputação e configure fato típico é necessário que tal conduta seja culposa ou dolosa, em síntese, o nexo causal vai existir mas a tipicidade não.
· Pela teoria da Imputação objetiva Não basta que a conduta tenha causado o resultado naturalístico para que exista a imputação e por consequência configure o fato típico. Para a teoria da imputação objetiva, um resultado causado pelo agente só pode lhe ser imputado quando:(i) a conduta cria ou incrementa um risco não permitido para o objeto da ação; (ii) o risco se realiza no resultado concreto; (iii) o resultado se encontra dentro do alcance do tipo.
b) Concausas
· Além da conduta do agente, o processo causal pode sofrer interferência de outras causas. Deve ser verificado se o resultado produzido teve a contribuição do agente ou se ocorreu exclusivamente por outra causa (causa absolutamente independente)
· Causas absolutamente independentes: 
· Causa preexistente absolutamente independente em relação a conduta do agente: É aquela que ocorre antes da conduta do agente e produz, por si só, o resultado. Não se verifica nenhuma relação de causalidade entre a conduta do agente e o resultado produzido, mas sim com a causa preexistente, e o resultado não será imputado ao agente apenas a tentativa.
· Causa concomitante absolutamente independente em relação a conduta do agente: A causa que produz, por si só, o resultado surge no mesmo instante da conduta do agente. Se a conduta do agente (simultânea) em nada contribui para o resultado não pode ser considerada causa e o resultado não pode ser lhe imputado.
· Causa superveniente absolutamente independente em relação a conduta do agente: : A causa que produz, por si só, o resultado surge depois da conduta do agente. Se a conduta do agente (simultânea) em nada contribui para o resultado não pode ser considerada causa e o resultado não pode ser lhe imputado.
· Causas relativamente independentes:
O processo causal sofre interferência de outra causa distinta da conduta do agente, de modo que o resultado somente ocorre em razão da conexão das causas.
· Causa preexistente relativamente independente em relação a conduta do agente: É o caso em que duas causas interligadas – preexistente e a conduta do agente – produzem o resultado.
· Causa concomitante relativamente independente em relação a conduta do agente: É aquela em que opera simultaneamente com a conduta do agente para a produção do resultado
· Causa superveniente relativamente independente que não produz, por si só, o resultado: Duas causas interligadas, a conduta do agente e a superveniente, produzem o resultado. O resultado causado está na linha de risco criado pela conduta anterior ou mesma linha de desdobramento da conduta do agente, embora uma causa superveniente tenha contribuído para o resultado, existe uma conexão de causas e o agente responderá pelo crime.
· Causa superveniente relativamente independente que causa, por si só, o resultado: A superveniência da causa relativamente independente exclui a imputação quando por si só produziu o resultado. Os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
c) Nexo de causalidade nos crimes omissivos
· Nos crimes omissivos não existe nexo causal físico, a estrutura da conduta omissiva é essencialmente normativa e não naturalística nos crimes omissivos não foi adotada a teoria dos antecedentes causais, desse modo, mesmo que o agente não tendo causando-lhe o resultado, este será lhe imputado.
· Nos chamados crimes omissivos impróprios ou comissivo por omissão certas pessoas possuíam um dever jurídico de agir para evitar o resultado.
· A omissão será penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado, devendo ser analisado quando o agente efetivamente estiver exercendo a função garantidora.
· Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (dever legal)
· Ex, mãe que deixa de alimentar o filho
· Policial que tem o dever de agir em determinadas atividades
· De outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado
· Agente assume a responsabilidade de não ocorrência do resultado, haja contrato formal ou não.
· Com o seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
2.4 Tipicidade
· A tipicidade penal é compreendida pela tipicidade objetiva e subjetiva.
· Na tipicidade objetiva verifica-se a tipicidade formal (conformidade ao tipo penal) e a tipicidade material (desvalor da conduta e do resultado)
· A tipicidade subjetiva é a realização do tipo subjetivo consistente no dolo
a) Elementos do tipo penal incriminador
· Os elementos do tipo objetivo são os (i) descritivos, que descrevem os aspectos materiais do fato como objeto, animais, coisas, forma de execução. (ii) Os objetivos normativos são descobertos por intermédio de um juízo de valor, expressam-se por termos jurídicos, extrajurídicos ou expressões culturais.
· Os elementos subjetivos são o (i) geral quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo (ii) especiais são os que se referem ai estado anímico do autor.
b) Funções do tipo
· Função indiciária com a pratica de um fato típico presume-se a ilicitude que pode ser excluída com uma das causas de ilicitude
· Função de garantia o sujeito só pode ser punido pela prática de fato incriminado pela lei penal
· Função diferenciadora de erro somente pode ser punido pela prática de um fato doloso quando conhecer as circunstâncias fáticas.
c) adequação típica
· Na adequação típica por subordinação imediata ou direta o fato narrado se amolda ao tipo penal e não depende de outra norma
· Na adequação típica por subordinação mediata ou indireta o fato narrado não se amolda ao tipo penal e precisa de uma norma de extensão
d) Tipicidade material e subjetiva
· Na tipicidade objetiva material não basta a mera tipicidade formal é indispensável a valoração da conduta e do resultado causado
· O tipo subjetivo é composto pelo dolo
e) Tipicidade conglobante
· O fato típico pressupõe que a conduta esteja proibida pelo ordenamento jurídico como um todo, globalmente considerado. Assim, quando algum ramo do direito, civil, trabalhista, administrativo, processual ou qualquer outro, permitir o comportamento, o fato será considerado atípico. O direito é um só e deve ser considerado como um todo, um bloco monolítico, não importando sua esfera (a ordem é conglobante)
2.5 Crime Doloso
· O crime é doloso quando o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual)
· Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente
a) Elemento do dolo
· Cognitivo ou intelectual: Possui a consciência dos elementos objetivos do tipo.
· Volitivo: Vontade de realizar a conduta típica. No dolo direito além da vontade de realizar há a vontade de produzir o resultado, no dolo eventual o agente só tem a vontade de realizar, mas não possui a vontade de produzir.
b) Teorias sobre o dolo
· Teoria da vontade, dolo direto.
· Teoria do assentimento ou consentimento ou anuência, dolo eventual.
c) Espécies de dolo
· (i) dolo direto: o agente quer a produção do resultado.
· (ii) dolo indireto: no dolo eventual o agente não quer o resultado, mas, representando como possível não deixa de agir assumindo o risco de produzi-lo; dolo alternativo quando a vontade do sujeito se dirige a outro resultado.
2.6 Crime Culposo
· O crime é culposo quando o agente da causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
· O agente não deseja o resultado nem assume o risco de produzi-lo.
· Imprudência é uma atitude precipitada sem a devida ponderação de forma perigosa
· Negligência é uma falta de precaução, um deixar de fazer o devido.
· Imperícia é a inaptidão para o exercício da arte ou profissão, é necessário que o fato seja praticado pelo sujeito no exercício de sua atividade profissional.
· Culpa inconsciente ocorre quando o agente pratica a conduta e não prevê o resultado, nem mesmo representa a sua possibilidade, isto é, não tem consciência do perigo gerado. Embora não tenha sido previsto pelo agente o resultado era previsto pelo homem médio (previsibilidade objetiva)
· Na culpa consciente o agente representa a possibilidade de correr o resultado, mas não assume o risco de produzi-lo pois confia sinceramente que ele não ocorrerá
· Culpa própria ou culpa propriamente dita: é aquela em que o agenre não quer e não assume o risco de produzir o resultado, mas acaba lhe dando causapor negligência, imprudência ou imperícia.
· Culpa imprópria: é aquela em que o agente, por erro evitável, imagina certa situação de fato que, se presente, excluiria a ilicitude do seu comportamento (descriminante putativa). Provoca intencionalmente determinado resultado típico, mas responde por culpa por razões de política criminal
· Na esfera penal não é cabível compensação de culpas, mas é possível a concorrência de culpas.
a) Exclusão da culpa
· Caso fortuito e força maior
· Principio da confiança: Se alguém age nos limites do dever de cuidado, confiando que os demais procedam da mesma forma, não responde por eventual resultado lesivo involuntário em que se veja envolvido.
· Risco tolerado: É o risco tolerado de determinas atividades perigosas que possam resultar em dano a alguém
· Erro Profissional: O erro profissional, que não caracteriza a culpa, decorre da falibilidade dos métodos científicos. Neste caso, o agente é apto a desempenhar a função e atua conforme as regras atinentes, mas isso não se mostra suficiente.
2.7 Crime preterdoloso
· No crime preterdoloso, o agente pratica delito distinto do que havia projetado cometer, advindo da conduta dolosa resultado culposo mais grave do que o projetado. O comportamento é doloso, mas o resultado (mais grave) é involuntário.
· São elementos do crime preterdoloso: (i) a conduta dolosa visando determinado resultado, (ii) a provocação de resultado culposo mais grave que o desejado, (iii) o nexo causal entre conduta e o resultado e (iv) tipicidade, pois não se pune o crime preterdoloso sem previsão expressa em lei.
· O resultado que agrava a pena deve ser ao menos previsível. Caso seja imprevisível, não é possível imputá-lo ao agente, ainda que haja nexo causa
· Na mesma esteira, deve-se registrar que a culpa tem de ser provada, vedada a sua presunção.
· O reincidente em crime preterdoloso, contudo, deve ser tratado como reincidente em crime doloso, pois antes de integralizar-se o resultado culposo mais grave realiza-se, por completo, um crime doloso menos grave
2.8 Erro de tipo
a) Erro de tipo essencial
· Erro de tipo essencial é aquele que recai sobre os elementos constitutivos do tipo penal
· O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei
· O sujeito possui uma falsa representação da realidade, ou seja, pratica um fato descrito no tipo penal sem ter a devida consciência da sua conduta.
· Erro de tipo inevitável, invencível ou escusável, é o que não podia ser evitado, mesmo sendo diligente e cautelo o sujeito. Como consequência haverá a exclusão do dolo e da culpa
· Erro de tipo evitável, vencível ou inescusável, é o que poderia ter sido evitado, caso o agente tivesse maior diligência, um maior cuidado, como consequência haverá a exclusão do dolo podendo subsistir o crime culposo.
b) Descriminantes putativas por erro de tipo ou erro de tipo permissivo
· É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. 
· Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo
· É uma causa de exclusão da ilicitude imaginária
· A Agente prática uma conduta supondo situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legitima (amparada por uma descriminante real)
· Inevitável, invencível ou escusável, não podia ser evitado mesmo sendo diligente e cauteloso o autor, o erro foi justificado pela circunstancia, o agente fica isento de pena
· Evitável, vencível ou inescuvável, poderia ter sido evitado se tivesse maior diligência, não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível com crime culposo.
c) Erro provocado por terceiro
· O erro de tipo pode ser espontâneo ou provocado por terceiros
· O terceiro, que provocou o erro, responde pelo crime na forma culposa ou dolosa, dependendo do caso.
· O provocado, se o erro for inevitável, não responde pelo crime havendo exclusão de doloso e culpa; Se for evitável não responde pelo crime a titulo de dolo subsistindo a modalidade culposa prevista em lei.
d) Erro de tipo acidental
· Erro sobre a pessoa – error in persona: o sujeito pratica a conduta prevendo o resultado contra a vitima pretendida e acaba produzindo o resultado contra outra pessoa, serão considerada as condições ou qualidades da vitima pretendida
· Erro sobre o objeto: Haverá erro quando o agente supõe que sua conduta recai sobre uma coisa, quando na verdade recai sobre outra 
· Erro sobre o nexo causal: É o erro sobre o modo como é praticado o crime, o sujeito consegue praticar o crime que pretendia, porém de outro modo, esse erro causal é irrelevante.
e) Delitivo Putativo
· No erro de tipo fundado nas discriminantes putativas o sujeito não tem a vontade de cometer o crime, mas o comete por erro, já no delito putativo a pessoa tem vontade de cometer o crime, mas não consegue comete-lo por praticar uma ação atípica.
2.9 Erro na execução – Aberractio Ictus
· Ocorre que a aberractio itus quando, por acidente ou erro nos usos dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa
· Pode ocorrer erro na execução com resultado único ou duplo. Assim se além da vitima efetiva foi também atingida pessoa que o agente queria ofender será aplicada a mais grave das penas cabíveis ou, se idênticas, somente uma delas, mas com o aumento, em qualquer caso, de 1/6 até 1/2.
· Se atingir outra pessoa e a pessoa a que se queria atingir, aplica-se o concurso formal utilizando o sistema de exasperação.
2.10 Resultado diverso do pretendido – Aberratio Criminis ou delicti
· Ocorre a aberractio crimins quando, por acidente, ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido
· O agente responde por culpa, se o fato é previsto como culposo.
· Aqui o erro é de coisa para pessoa ou de pessoa para coisa
· Se além do resultado não desejado ocorrer também o resultado pretendido será aplicada a mais grave das penas cabíveis ou, se idênticas, somente uma delas, mas com o aumento, em qualquer caso, de 1/6 até 1/2 (concurso formal/sistema de exasperação)
· Caso o sujeito tenha previsto e assumido o risco de produzir o resultado no bem jurídico diverso, acumulam-se as penas. 
· Restando provado que o resultado em relação ao outro bem jurídico não foi decorrente de dolo eventual ou culpa, o sujeito não poderá responder pelo crime.
· Não se aplica o dispositivo no caso de o resultado não desejado ser menos grave que o resultado pretendido, ou quando não houver a previsão da forma culposa no resultado não pretendido
2.10 Consumação
· O Crime está consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
· Crime de perigo se consuma com a exposição do bem ao perigo, crime permanente a consumação se protrai no tempo até que o agente cesse sua conduta, crime qualificado pelo resultado se consuma o a produção do resultado agravador, crime culposo e omisso improprio se consumam com o resultado naturalístico.
2.11 Tentativa
· São elementos da tentativa, (i) a pratica de um ato de execução, (ii) a presença dos elementos subjetivos do tipo dolosos, (iii) a não consumação do crime por circunstancias alheias a vontade do agente.
· O CP adotou a teoria objetiva (realística) a qual sustenta que a punição do delito tentado se fundamenta no perigo de dano acarretado ao bem jurídico e não na intenção do agente
· O CP também adotou a teoria subjetiva “salvo disposição em contrário” que refere-se as hipóteses em que o legislador prevê no próprio tipo penal a forma tentada
· Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
a) Classificação
· Tentativa imperfeita (incabada): A fase executória é interrompida antes de ser esgotada por circunstancias alheias à vontade do agente.
· Tentativa perfeita (acabada ou crime falho): a fase de execução planejada pelo agente é esgotada, mas não ocorre a produção do resultado por circunstanciasalheias a vontade do agente
· Tentativa incruenta (branca): o objeto material não sofre dano
· Tentativa cruenta (vermelha): o objeto material sofre dano
b) infrações que não admitem tentativa
· Crimes culposos, preterdolosos, contravenções penais, crimes unissubsistentes, crimes omissivos próprios, crimes em que só há punição quando há o resultado, crimes habituais, crimes de atentado.
2.12 Desistência Voluntária e arrependimento eficaz
· Há desistência a voluntária quando o agente desiste voluntariamente de prosseguir nos atos executórios, não ocorrendo a consumação do crime inicialmente almejado.
· Arrependimento eficaz, se dá quando o agente, depois de realizados os atos executórios, pratica uma ação impedindo a produção do resultado, não consumando, assim, o crime inicialmente pretendido. O agente arrepende-se depois de esgotados os atos executórios, todavia, se ocorrer a consumação o arrependimento é ineficaz.
· Esses atos precisam ser voluntários sendo desnecessária e espontaneidade
· Nessas duas hipóteses o agente só responde pelos atos já praticados.
2.13 Arrependimento posterior
· Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa reparado o dano ou restituída a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida
· É uma causa obrigatória de redução da pena
· São requisitos, (i) que o crime tenha sido cometida ou grave ameaça a pessoa, (ii) reparação de danos ou restituição da coisa, (iii) ato voluntário, (iv) reparação até o recebimento da denúncia ou da queixa, se for recebida depois é atenuante genérica
2.14 Crime Impossível
· Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
· Nas hipóteses de ineficácia absoluta do meio de execução o meio utilizado não possui nenhuma aptidão para ofender ou gerar perigo
· A segunda modalidade de crime impossível ocorre por absoluta impropriedade do objeto material
· Nas duas hipóteses exclui-se a atipicidade
· Não há crime quando a preparação do flagrante pela policia torna impossível sua consumação
3. Ilicitude
3.1 Estado de necessidade
· Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstancias, não era razoável exigir-se.
· Perigo atual é o que está ocorrendo
· Não há excludente na hipótese de ter o agente causado a situação de perigo por sua própria vontade
· Determinados sujeitos tem o dever legal de enfrentar situações de perigo, de forma que não podem alegar estado de necessidade.
· O estado de necessidade só se afigura se não houver outro jeito de afastar o perigo sem o de provocar o dano ao bem
a) Formas de estado de necessidade
· Estado de necessidade próprio, proteção ao direito do agente; Estado de necessidade de terceiro: proteção de direito de terceiro.
· Estado de necessidade agressivo, a conduta lesiva recai sobre direito de quem não concorreu para a produção da situação de perigo; Estado de necessidade defensivo a conduta lesiva recai sobre o direito de quem concorreu para a produção do perigo.
b) Teorias
· Unitária (adotada pelo CP): O estado de necessidade sempre será causa de exclusão da ilicitude. Muito embora o CP não preveja o estado de necessidade exculpante (excludente de culpabilidade)
· A jurisprudência aceita o estado de necessidade como excludente de culpabilidade como uma causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa.
· Teoria diferenciadora admite o estado de necessidade como excludente de culpabilidade e ilicitude, se o bem protegido for superior ao sacrificado há excludente de ilicitude, se for igual ou menor há excludente de culpabilidade.
· CPM adotou a teoria diferenciadora
· Se o estado de necessidade exclui a ilicitude, se o fato típico for cometido por mais de um agente em coautoria ou participação, todos serão beneficiados pela excludente
· Se no estado de necessidade houver erro de execução não há crime
3.2 Legitima Defesa
· Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
· Deve-se haver a “repulsa” com meios necessários ou seja aquele que está a disposição do agente
· O uso da repulsa deve ser moderado
· Legitima defesa real ou sucessiva é a reação contra o agressor, legitima defesa putativa é uma legitima defesa imaginária.
· Legitima defesa subjetiva é o excesso na repulsa de uma agressão decorrente de um erro de apreciação fática, isso se dá quando a agressão se encerra, mas o agente ainda acha que está sendo agredido.
· A agressão deve ser humana
· O provocador da injusta agressão pode atuar em legítima defesa.
· Não se admite legitima defesa reciproca
3.3 Estrito cumprimento do dever legal
· O sujeito que cumpre determinação legal não pratica conduta ilicita
· Não cabe cumprimento de dever legal nos crimes culposos
· O agente deve ter consciência de que a conduta pratica se dá em virtude do cumprimento da lei
· Reconhecida a justificativa para um ator, os demais não poderão ser responsabilizados.
3.4 Exercício regular de um direito
· Se o agente pratica a conduta em exercício a um direito (penal ou extrapenal) não se pode dizer que essa atuação é contraria ao direito
· O exercício deve ser regular e obedecer condições objetivas estabelecidas
· Os ofendiculos enquanto o aparato não é acionado, caracteriza exercício regular de um direito; ao funcionar repelindo a injusta agressão, configura a excludente da legítima defesa
3.5 Consentimento do ofendido
· São requisitos para que o consentimento do ofendido atue como causa supralegal de exclusão da ilicitude: (i) O não consentimento não pode integrar o tipo penal, (ii) o ofendido tem que ser capaz, (iii) O consentimento deve ser valido, (iv) o bem deve ser disponível, (v) o bem deve ser próprio, (vi) O consentimento deve ser expresso, (vii) o consentimento deve ser prévio ou simultâneo a lesão do bem jurídico, (ix) Ciência da situação de fato que autoriza a justificante
· É possível o consentimento do ofendido nos crimes culposo
· A integridade física um bem jurídico disponível, exigindo, contudo, duas condições: tratar-se de lesão corporal de natureza leve; que o consentimento não contrarie a moral e os bons costumes.
3.6 Excesso nas justificantes
a) Excesso voluntário (doloso)
· O Agente voluntariamente excede no meio utilizado e/ou no uso do meio para repelir a agressão, responde peço crime doloso que causou com o excesso.
· Se exceder sem ter a consciência da ilicitude do excesso aplicam-se as regras do erro de proibição
b) excesso involuntário
· O agente involuntariamente se excede, se for evitável responde a titulo de culpa, se for inevitável afasta-se a culpa e não responde pelo excesso
c) excesso exculpante
· É o excesso derivado da perturbação de ânimo, medo ou susto.
· O agente não responde pelo excesso apesar de o fato ser típico e ilícito, em virtude da inexigibilidade de conduta diversa
3.7 Descriminante Putativa
· Para a teoria limitada da culpabilidade, a descriminante putativa sobre pressupostos da situação fática tem a mesma natureza do erro de tipo (art. 20 do CP). Se inevitável, além do dolo, exclui a culpa (isentando o agente de pena); se evitável, exclui o dolo, mas não isenta o agente de pena, subsistindo o crime culposo quando previsto em lei (culpa imprópria)
· A teoria extremada "sui generis", quando inevitável o erro, segue a teoria extremada, isentando o agente de pena (não excluindo dolo ou culpa, como manda a limitada); quando evitável, obedece a teoria limitada, punindo a fato a título de culpa (não atenuando a pena, como quer a extremada)
4. Culpabilidade
· Conceitua-se a culpabilidade como o juízo de reprovação que recai na candura típica e ilícita que o agente se propõe a realizar. Trata-se de um juízo relativo à necessidade de aplicação da sanção penal.
· São elementos da culpabilidade, (i) imputabilidade, (ii) potencialconsciência da ilicitude, (iii) exigibilidade de conduta diversa
4.1 Imputabilidade
· Consiste na atribuição de capacidade para o agente ser responsabilizado criminalmente
· O agente é considerado imputável quando, ao tempo da conduta, for capaz de entender, mesmo que não inteiramente, desde que tenha completado 18 anos. 
· O CP adotou a teoria da actio libera in causa (ação livre na causa) na qual responsabilidade o agente que venha a cometer um delito decorrente de embriaguez completa, oriunda de gestão voluntária ou culposa.
a) Excludentes da imputabilidade
· Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto: É isento da pena o agente que por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto, era, ao tempo da ação omissão, inteiramente incapaz de entender o cara ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O CP adotou o sistema biopsicológico, evidencia a inimputabilidade a sentença será absolutória, mas haverá aplicação de medida de segurança adequada, é uma sentença absolutória impropria.
· Menoridade: Foi adotado o sistema puramente biológico, considerando a menoridade como presunção absoluta de inimputabilidade. Considera-se o agente maior a partir do primeiro dia do seu 18º aniversário
· Embriaguez completa acidental: É isento da pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato de determinar-se de acordo com esse entendimento. A embriaguez precisa ser acidental ou involuntária ou se for coagido a se embriagar..
b) Não excludentes de imputabilidade
· Emoção e paixão: Em regra não excluem a imputabilidade, só serve de atenuante, todavia, se for uma questão patológica afasta-se a culpabilidade.
· Semi-imputabilidade ou imputabilidade reduzida: A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Se ele possui uma certa capacidade de entender a ilicitude só há redução de pena. A sentença é condenatória, mas o juiz reduz a pena. O CP prevê a substituição de pena por medida de segurança para o semi-imputavel.
· A embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogo, quando o agente bebe voluntariamente ou quando se embebeda porque não teve o cuidado necessário ao beber.
· A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O agente possuía a embriaguez acidental incompleta, isto é, não terá TOTALMENTE capaz de entender o que fez.
4.2 Potencial consciência da ilicitude
· O  desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3.
· Para que haja o juízo de reprovação é necessário que o agente possua a consciência da ilicitude do fato ou que ao menos, nas circunstancias, tenha a possibilidade de conhecê-la.
· Para ser imputada a pena é necessário que o agente tenha praticado o fato sabendo, ou tendo a possibilidade de saber, que sua conduta é proibida.
· Se o agente atua ou se omite sem ter a consciência da ilicitude do fato surge o erro de proibição
a) excludentes da potencial consciência de ilicitude
· Erro de proibição inevitável, invencível ou escusável ocorre quando o agente atua ou se omite sem a consciência de ilicitude do fato, quando, pelas circunstancias, não lhe era possível ter ou atingir essa consciência. Possui o efeito de isentar o agente da pena, é clausula de exclusão da culpabilidade. No delito putatito por erro de proibição o agente pratica um fato que entende ser criminoso, mas, como não existe norma incriminadora sua conduta é atípica.
b) Não excludente da potencial consciência de ilicitude.
· Erro de proibição evitável, vencível ou inescusável, ocorre quando o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do gato, quando lhe era possível, nas circunstancias ter ou atingir essa consciência, podendo atenuar a pena.
· Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
4.3 Erro de proibição direto
· O agente pratica a conduta desconhecendo ou interpretando de forma errônea a norma de proibição ou a norma mandamental
4.4 Erro de proibição indireto
Trata-se de erro sobre as causas de exclusão da ilicitude e não sobre as normas proibitivas ou mandamentais
· Erro sobre a existência de uma causa de exclusão da ilicitude não reconhecida juridicamente
· Erro sobre os limites de uma causa de exclusão de ilicitude
4.5 Exigibilidade de conduta diversa
· Para que a conduta seja reprovável, deve-se verificar se o agente poderia ter praticado a conduta, em situação de normalidade, todavia, em situações de normalidade poderá ser inexigível conduta diversa e não haverá culpabilidade.
a) Coação Moral irresistível
· Se o fato for cometido sob coação irresistível só é punível o autor da coação
· A coação é a moral, consistindo no emprego de grave ameaça contra alguém para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
· O Coator é autor mediato ou indireto
· A ameaça pode ser contra si, contra sua família ou pessoa com quem possua relação afetiva.
· Se a coação for resistível, o coagido responde pelo crime, mas de forma atenuada.
· Caso a coação irresistível seja física, anula-se a vontade do coagido, resultando assim na exclusão da própria conduta.
b) Obediência Hierárquica
· Se o fato é cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal (ordem que não aparentava ser ilegal) de superior hierárquico, só é punível o autor da ordem.
· A obediência hierárquica naõ se aplica as relações de direito privado.
· Para a teoria da tipicidade conglobante, a ordem legal funcionará como causa da própria tipicidade.
III. Punibilidade
· Punibilidade é o direito que tem o Estado de aplicar a sanção penal prevista na norma incriminadora, contra quem praticou a infração penal. 
· A punibilidade, como se percebe, não integra o conceito analítico de crime, sendo sua consequência jurídica (efeito do crime). Extinta a punibilidade, não desaparece o crime, somente seu efeito.
· Nas causas extintivas, o direito de punir nasce, mas desaparece em razão de fato/evento superveniente.
· Na causa de exclusão, o direito de punir sequer nasce, levando em conta, em regra, determinadas condições pessoais do agente.
· A condição objetiva de punibilidade, por sua vez, suspende o direto de punir até o advento de um fato/evento futuro e incerto, não abrangido pelo dolo do agente, pressuposto para a concretização da punibilidade.
1. Causas de extinção da punibilidade
· O artigo 107 do Código Penal apresenta um rol meramente exemplificativo
· É causa supralegal de extinção da punibilidade
· No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. 
a) Morte do agente
· Extingue-se a punibilidade pela morte do agente
· Em razão dela (morte) extinguem-se todos os efeitos penais da sentença condenatória (principais e secundários), permanecendo os extrapenais (a decisão definitiva, por exemplo, conserva a qualidade de título executivo judicial).
· É causa personalíssima, incomunicável aos concorrentes.
· A prova da sua existência é a certidão original do assento de óbito e só a vista dela pode o juiz declarar extima a punibilidade.
· A morte da vítima extingue a punibilidade do réu na ação penal de iniciativa privada personalíssima
b) Anistia, graça e indulto
· Na anistia o Estado, por meio de lei penal, devidamente discutida no Congresso Nacional e sancionada pelo executivo federal, por razões de clemência, política, social etc., esqueceum fato criminoso, apagando seus efeitos penais (principais e secundários). Os efeitos extrapenais, no entanto, são mantidos, podendo a sentença condenatória definitiva ser executada no juízo cível, por exemplo.
· Uma vez concedida à anistia não pode lei superveniente impedir seus (anistia) efeitos extintivos da punibilidade; deve ser respeitada a garantia constitucional da proibição da retroatividade maléfica.
· A anistia é própria (quando concedida antes da condenação) ou impropria (quando concedida depois da condenação) pode ser ainda comum (incide sobre delitos comuns) e especial (incide sobre crimes políticos)
· A graça e o indulto ambos são concedidos pelo Presidente da República, via decreto presidencial, podendo ser delegada a atribuição aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União.
· A graça e o indulto, ao contrário da anistia, só podem ser concedidos depois da condenação e atingem apenas os efeitos executórios penais da condenação, subsistindo o crime, a condenação irrecorrível e seus efeitos secundários (penais e extrapenais)
· Os crimes hediondos e equiparados são insuscetíveis de anistia, graça e indulto, (pela CF só são graça e anistia).
· STF, reiterou jurisprudência no sentido de não ser possível o deferimento de indulto a réu condenado por tráfico de drogas, ainda que precário estado de saúde do condenado.
c) Abolitio Criminis
· Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, mesmo que exista condenação transitada em julgado, cessam a execução e os seus efeitos penais.
d) Decadência
· Consiste na perda do direito de ação penal consumação do termo prefixado pela lei para o oferecimento da queixa (nas ações penais de iniciativa privada) ou representação (nas ações penais públicas condicionadas), demonstrando, claramente, a inércia do seu titular.
· Decai do direito de queixa ou de representação se não o exercer dentro de prazo de seis n:escs, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime ou, na hipótese de ação privada subsidiária da pública, do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia
· Na continuidade delitiva, o prazo decadencial deve ser considerado em relação a cada delito isoladamente. Em se tratando de crime permanente, o prazo fatal começa a fluir apenas depois de cessada a permanência.
· Caso o representante legal não tenha ofertado tempestiva representação, a vítima, quando maior, poderá fazê-lo. Até a maioridade não corre para o ofendido o prazo de decadência (apenas para o seu representante legal).
e) Perempção
· Perempção é a sanção processual ao querelante inerte ou negligente.
· Esta causa de extinção da punibilidade incide somente sobre as ações penais privadas, desde que exclusiva ou personalíssima, uma vez que, em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública a inércia do querelante implica na retomada da titularidade da ação por parte do Ministério Público.
· São hipóteses de perempção: (i) quando, iniciada a ação penal privada, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguido; (ii) quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo; (iii) quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; (iv) quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
· De acordo com a jurisprudência dominante, configura-se a perempção quando da não apresentação de contrarrazões a recurso do querelado. Por outro lado, não ocorre perempção na hipótese de apresentação de razões recursais intempestivas. 
· Havendo pluralidade de querelantes, a sanção processual em relação ao desidioso não atinge os demais.
f) Prescrição
· A prescrição é a perda, em face do decurso do tempo, do direito de o Estado punir (prescrição da pretensão punitiva) ou executar uma punição já imposta (prescrição da pretensão executória).
· São imprescritíveis (i) o crime de racismo; (ii) os delitos praticados por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático
· Tortura não é imprescritível.
· Crimes de competência do Tribunal Penal Internacional (TPI) são imprescritíveis.
· A prescrição, antes de transita em julgado a sentença final regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, já a sentença condenatória transitada em julgado, regula-se pela plena aplicada no julgamento, os quais aumentam 1/3 se o condenado é reincidente.
· Aplicam-se as penas restritivas de direito, os mesmos prazos previstos para as de liberdade.
· As penas mais leves prescrevem com as mais graves.
· A prescrição da pena de multa ocorrerá: (i) Em 2 anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (ii) No mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
g) Renúncia
· Por renúncia entende-se o ato unilateral do ofendido (ou de seu representante legal), abdicando do direito de promover a ação penal privada, extinguindo-se, por conseguinte, o direito de punir do Estado.
· Embora a renúncia seja instituto tradicionalmente afeto à ação penal privada, é possível sua aplicação, excepcionalmente, na ação pública condicionada à representação, desde que o crime respectivo seja de menor potencial ofensivo.
· A renúncia é sempre pré-processual.
· Pode ser expressa ou tácita. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais (art. 50 CPP); a renúncia tácita se se caracteriza pela prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa.
· Renunciado expressa ou tacitamente, o direito de queixa não pode ser exercido.
· No caso de morte da vítima, a renúncia do direito de queixa por parte de um dos seus sucessores não impede a propositura da ação penal pelos demais, respeitado o prazo legal.
h) Perdão (aceito) do Ofendido
· Percebe-se cabível somente na ação penal de iniciativa privada, podendo ser (i) processual (concedido no bojo dos autos) ou extraprocessual (em cartório, por exemplo), (ii) expresso ou tácito (tácito é o perdão que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação)
· Diferentemente da renúncia, trata-se de ato bilateral, não produzindo efeitos se o querelado o recusa. Imprescindível, portanto, que o perdão seja aceito, expressa ou tacitamente. O silêncio do querelado (suposto autor do fato) implica em aceitação (e não recusa).
· Não pode o querelado impor condições à aceitação; de igual modo, a vítima não pode impor exigências para que perdoe, em síntese, tanto o perdão quanto a aceitação são atos incondicionais: perdoa-se sem exigências e se aceita sem condições.
· O perdão pode ser oferecido depois do início da ação até o trânsito em julgado final. Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória
i) Retratação do agressor
· Retratar-se não significa, simplesmente, negar ou confessar o fato. É mais: é retirar totalmente o que disse. Dispensando a concordância do ofendido, ocorrendo a retratação do agente, não impede a vítima de reivindicar a competente indenização nos termos da legislação civil.
· Essa retratação é pessoal não se estende aos demais
j) Perdão judicial 
· É o instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de um fato típico e antijurídico por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar, nas hipóteses taxativamente previstas em lei, o preceito sancionador cabível, levando em consideração determinadas circunstâncias que concorrem para o evento
· Dispensa a aceitação, é ato unilateral e é concedida pelo juiz.
· Uma vez presentes as circunstâncias previstasem lei, o réu passa a reunir direito público subjetivo de não lhe ser imposta qualquer sanção penal.
· A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório
· Em se tratando de organização criminosa, o juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal.
IV. Prescrição
· Prescrição é a perda do direito de punir do estado em virtude de não ter sido exercido dentro do prazo legal.
1. Espécies de prescrição
· No período compreendido entre a data da consumação do crime (em regra) e o transito em julgado da sentença penal condenatória pode ocorrer a prescrição da pretensão punitiva (PPP). Mesmo se houver condenação, sem trânsito em julgado, essa espécie de prescrição em o condão de excluir os efeitos principais e secundários (penais e extrapenais), há três espécies: (i) prescrição propriamente dita, (ii) prescrição retroativa, (iii) prescrição superveniente.
· Após o trânsito em julgado para as partes, formando-se o titulo executivo, poderá ocorrer à prescrição da pretensão executória (PPE). A PPE exclui apenas o efeito principal da sentença condenatória (sanção penal), regula-se pela pena aplicada e de acordo com prazos fixados quais são aumentos de 1/3 se o condenado é reincidente.
2. Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita
· A prescrição deve ser regulada pela pena máxima cominada ao delito, uma vez que essa pena poderá ser ampliada na sentença.
· Prazo de 20 anos, pena + 12 anos.
· Prazo de 16 anos, pena + 8 a 12 anos.
· Prazo de 12 anos, pena de + 4 a 8 anos.
· Prazo de 8 anos, pena de + 2 a 4 anos.
· Prazo de 4 anos, pena de 1 até 2 anos.
· Prazo de 3 anos, pena inferior a 1 ano.
2.1 Regras para o cálculo do prazo prescricional
· Causas de aumento ou diminuição de pena (aplicação da sentença) são consideradas para o cálculo do prazo prescrional. Nos casos de aumento incide o percentual de maior elevação, nos casos de dimininuição de quantidade incide o de menor redução.
· Concurso de crimes, a prescrição atinge a pretensão punitiva em relação a cada delito isolado, a soma ou aumento das penas não é considerado no cálculo prescricional
· Qualificadoras são consideradas no prazo prescricional
· Agravante e atenuante não interferem no prazo prescricional
· Pena de multa, prescreve em 2 anos quando a multa for a única pena aplicada, ou no mesmo prazo estabelecido para a prescrição da pena privativa quando a multa for alternativa ou cumulada.
· Pena restritiva de direito, aplica-se o mesmo prazo para as penas privativas de liberdade.
· Condenado reincidente, na PPE a reincidência aumenta de 1/3 o prazo prescricional, na PPP não influencia.
2.2 Termo inicial da prescrição antes de transitar a sentença final
· A PPP ocorre entre o termo inicial e o trânsito em julgado
· O Termo inicial começa a correr: (i) do dia em que o crime se consumou; (ii) no caso da tentativa, o dia em que cessou a atividade criminosa; (iii) no crime permanente o dia que cessou a permanência; (iv) nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, no dia em que o fato se tornar conhecido; (v) nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal
2.3 Causas interruptivas da PPP
· Com a interrupção o prazo começa a recorrer integralmente do dia da interrupção.
· São causas de interrupção: (i) recebimento de denúncia ou da queixa; (ii) pela pronúncia; (iii) pela decisão confirmatória da pronúncia; (iv) Pelo inicio ou continuação do cumprimento da pena; (v) pela publicação da sentença ou acórdão condenatório recorríveis; (vi) pela reincidência.
· Interrompida a prescrição, salvo o iniciou ou continuação do cumprimento da pena, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção
2.4 Comunicabilidade das causas interruptiveis
· Salvo o inicio ou continuação do cumprimento da pena e a reincidência, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime.
· Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer um deles, a prescrição que atinge um crime atinge o outro.
2.5 Causas impeditivas (suspensivas) da PPP
· As causas suspensivas suspendem o prazo, mas cessado o motivo da suspensão o prazo prescricional retoma seu curso, não zera.
· Enquanto não resolvida, em outro processo, questão que dependa o reconhecimento da existência de crime.
· Enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
· Réu citado por edital que não comparece nem constitui advogado, o período da suspensão do prazo prescricional será regulado pelo máximo da pena cominada.
· STF decidiu que o prazo prescricional perdurará suspenso por tempo indeterminado.
2.6 Prescrição de crime pressuposto.
· A extinção de punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstancia agravante de outro crime, não se estende a ele. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
3. Prescrição Superveniente (espécie de PPP)
· A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior a da denúncia ou queixa,
· A prescrição superveniente é uma espécie de PPP que ocorre entra a publicação da sentença condenatória recorrível e o trânsito em julgado, regula-se pela plena concreta (aplicada na sentença) e desde que não haja a possibilidade de sua alteração a ponto de aumentar o prazo prescricional.
· O marco inicial é a publicação da sentença condenatória desde que haja o trânsito em julgado para a acusação ou seja improvido seu recurso e como marco final o transito em julgado para ambas as partes.
· Essa prescrição funciona assim, se da data da sentença condenatória até a data do trânsito em julgado houver ultrapassado o prazo da prescrição definitivo na prolação da sentença condenatória, haverá prescrição.
4. Prescrição retroativa (espécie de PPP)
· A prescrição retroativa ocorre entre a publicação da sentença condenatória recorrível e a data do recebimento da denúncia ou da queixa.
· Essa prescrição acontece assim, quando há a sentença condenatória e não havendo recurso da acusação ou sendo esse improvido, o prazo da prescrição retroativa contará pelo prazo concreto, aplicado na sentença, dessa forma se do recebimento da denúncia ou da queixa até a decisão da sentença tiver sido ultrapassado esse prazo, ocorrerá a prescrição retroativa.
· Se o crime for de competência do Tribunal do júri devem ser observadas as causas de interrupção especificas (pronúncia, decisão confirmatória da pronúncia, etc.
5. Prescrição da Pretensão executória (PPE)
· Ocorre depois de transitar em julgado a sentença para ambas as partes, regula-se pela pena aplicada e de acordo com os prazos que podem ser aumentados.
5.1 Termo inicial da PPE e causas interruptivas da PPE
· O termo inicial da prescrição após a sentença, começa a correr: (i) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a acusação ou que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (ii) do dia em que se interrumpe a execução, salvo quando o tempo de interrupção deva computar-se na pena; 
· No caso de evasão do condenado, ou de revogação do livramento condicional, a prescrição será regulada pelo tempo que resta da pena.
· São causas interruptivas: (i) inicio ou continuação do cumprimento da pena; (ii) reincidência
· Interrompida a prescrição, salvo pelo inicio ou continuação do cumprimento da pena, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção
a) 1ª Situação
· Termo inicial: Dia em que transita em julgado

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