Buscar

AV2 - PRÁTICA PENAL

Prévia do material em texto

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI 
 
 
 
 
 
 
Fillipe, nacionalidade, profissão, estado civil, profissão, portador da 
cédula de identidade n. ___, inscrito no CPF sob o n. _____, residente e 
domiciliado no endereço _______, Cidade ____, vem por seu advogado infra-
assinado, com fundamento no art. 5°, LXV, da CRFB/88 c/c art. 310, I, do CPP, 
requerer: 
 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 
Pelos fatos e fundamento abaixo aduzidos. 
 
 
I- DOS FATOS: 
Fillipe, estando em sua casa, resolveu tomar um pouco de cerveja no dia 
14 de fevereiro de 2020, e pegou seu automóvel, conduzindo-o na Avenida 
Quintino Bocaiuva, localizada na cidade de Niterói. Depois de percorrer cerca de 
5km, na avenida DESERTA, se deparou com um Grupamento Tático Móvel 
da Polícia Militar a procura de um outro sujeito que estava foragido, sendo 
este o alvo do grupamento. 
Tendo sido abordado pelos policiais, Fillipe deixou seu veículo ao 
momento em que os mesmos o coagiram a realizar o teste conhecido como 
bafômetro. Ao realizar o teste, constatou-se que Fillipe possuía concentração 
alcóolica de 1mg/L de ar expelido por seus pulmões e por tal razão, os policiais 
o conduziram à 76ª DP, local onde foi lavrado Auto Prisão em Flagrante no crime 
previsto pelo artigo 306 da Lei 9.503/1997. 
Após breve exposição dos fatos, demonstra-se os fundamentos jurídicos 
a seguir. 
 
II- DO DIREITO 
 
Após Fillipe ser abordado pelo agrupamento tático móvel da polícia militar, 
foi coagido a realizar o teste do bafômetro, sem ao menos ter o direito de escolha. 
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXIII, dispõe que o preso possui 
o direito de se manter calado, constatando-se assim, o alcance do princípio do 
nemo tenetur se detegere, segundo o qual ninguém será obrigado a produzir 
prova contra si mesmo, atingindo assim o direito do requerente a não auto 
incriminação. 
Posto isso, a forma de obtenção de provas foi dada ilicitamente, de 
acordo com o artigo 5º, LVI, da Constituição Federal C/C artigo 157, do Código 
de Processo Penal, não podem ser admitidas as provas obtidas por meios 
ilícitos. Nestes temos, percebe-se que houve irregularidade na ação da 
autoridade policial, ao coagir Filipe à realizar o teste do bafômetro sem que 
este desse seu consentimento, e por consequência também houve 
irregularidade no ato da prisão em flagrante. 
Desta forma, torna-se necessário que, ao receber o aludido APF, o 
magistrado competente deverá relaxar a prisão em audiência de custódia, em 
concordância com a determinação do Art. 310º, I, CPP c/c Art.5º, LXV, CRFB/88 
mediante a ilegalidade efetuada ao direito de locomoção. 
 
III- PEDIDOS 
 
A) Que seja CONCEDIDA o relaxamento de prisão mediante 
ilegalidade da prisão, com fulcro no Art.5º,LXV,CRFB/88 c/c 
Art.310º,I, CP com expedição do respectivo ALVARÁ DE 
SOLTURA 
 
 
NESTES TERMOS QUE, 
PEDE DEFERIMENTO 
 
LOCAL/DATA 
 
ADVOGADO 
OAB/UF

Continue navegando