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Peça 2 - relaxamento de prisão

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA DOS DELITOS DE TRÂNSITO DO FORO XX DA COMARCA XX
Andrews Salta, Brasileiro, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG nº xxxx, e inscrito no CPF sob o nº xxxx, endereço eletrônico xxxx, residente e domiciliado em xxxx, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado, requerer RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com fundamento nos artigos 5º LXV da Constituição Federal de 1998 e 310 I do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir.
I- Dos Fatos
No dia 11 de setembro de 2020, após ingerir 12 latas de cerveja na sede de sua fazenda, Andrews Salta pegou seu automóvel e passou a conduzi-la ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, Andrews Salta foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar, que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelas policiais, Andrews Salta saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que Andrews Salta tinha concentração de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram a unidade de Polícia Judiciaria, onde foi lavrado auto de prisão em flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997 c/c artigo 2º II do decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido auto de prisão em flagrante o direito de entrevistar-se com seu advogado ou com seus familiares, e o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública e ao Ministério Público.
II- Do Direito
a) É notória a ilegalidade da prisão, visto que Andrews Salta foi coagido a realizar o teste de alcoolemia, embora a quantidade encontrada seja uma quantidade proibida, a prova é nula, haja vista que o artigo 157 do Código de Processo Penal diz que são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Pois ele foi compelido a fazer o teste, concluindo assim então que a prova deverá ser desentranhada do processo. Conforme o artigo 5º inciso LXIII onde mostra o princípio do nemo tenetur se detegere (nada a temer por se deter), o indivíduo tem o direito ao silêncio e de não produzir prova contra si mesmo, sem ser prejudicado ao exercer esse direito.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Art. 157.  São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
b) Conforme o caso, não foi concedido ao senhor Andrews Salta o direito de se comunicar com seu advogado, nem com seus familiares, sendo também não comunicado ao juízo competente, tampouco a Defensoria Pública e ao Ministério Público. Tendo em vista que o artigo 306 do Código de Processo penal diz que um dos requisitos para a prisão em flagrante é que serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso. No disposto do artigo 306 § 1o do Código de Processo Penal diz que o indivíduo só poderá ficar preso por 24 horas, ou seja, não é o que aconteceu com Andrews Salta, pois ficou preso por mais de 24 horas.
Art. 306.  A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
§ 1o  Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
Sobre o tema, cumpre colacionar a seguinte lição de Denilson Feitoza:
“Aliás, o art. 306 § 1°, do CPP, estabelece que, dentro de 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será encaminhado ao juiz competente o atuo de prisão em flagrante (...). Assim, pensamos que a tendência seja admitir-se que se possa fazer a comunicação ao juiz competente em até 24 horas (...)”
PACHECO, Denílson Feitoza. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. 7ª. ed. Niterói: Impetus, 2010
Ademais, a jurisprudência diz:
Ementa: HABEAS CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE. ARTIGOS 180 E 311, DO CP. REQUISITOS DO ART. 312, DO CPP. PAGAMENTO DE FIANÇA. I - Em relação aos pacientes S.R.T.A.J. e M.A.S.G., a decisão está fundamentada nos pressupostos dos artigos 312 e 313, ambos do CPP, inviável o relaxamento da prisão. II - Liberdade provisória concedida aos pacientes T.V.F., L.B.R. e K.R.L., para dispensá-los do pagamento da fiança, uma vez que a capacidade econômica e/ou supor o pagamento de honorários ao advogado constituído, não podem definir as pessoas que permanecerão encarceradas. Os pacientes estão presos apenas pelo não pagamento da fiança arbitrada, o que configura constrangimento ilegal, na medida em que não foram demonstrados os requisitos e fundamentos da prisão cautelar, o que inviabiliza, inclusive, a substituição da fiança por medidas cautelares diversas. ORDEM CONCEDIDA EM PARTE.(Habeas Corpus Criminal, Nº 70082711375, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rogerio Gesta Leal, Julgado em: 26-09-2019)
III- Dos Pedidos
a) Requer à Vossa Excelência determinar o relaxamento de prisão;
b) Requer a expedição de alvará de soltura;
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Cidade xx, data x de xx de xxxx
Rui Barbosa
OAB/UF 001

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