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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM PROBLEMAS NEUROLÓGICOS Francismeire Brasileiro Magalhães Barboza OBJETIVOS DA AULA Discutir a assistência de Enfermagem ao adulto/idoso com problemas neurológicos clínicos comuns: - Demência e doença de Alzheimer; - Mal de Parkinson; - Esclerose Múltipla; - Síndrome de Guillain Barré; - Ataque vascular encefálico; ANATOMIA E FISIOLOGIA Sistema nervoso central Sistema nervoso periférico Manutenção da Pressão Intracraniana CONDIÇÕES NEUROLÓGICAS E COGNITIVAS NO ENVELHECIMENTO •Número de Neurônios diminuídos; •Declínio dos nervos e fibras nervosas; •Atrofia do cérebro e aumento do espaço morto craniano; •Leptomeninges espeçadas na medula espinhal; •Declínio das funções cognitivas; SINAIS E SINTOMAS DE COMPROMETIMENTO • Cefaléia; •Convulsões; •Tremores; •Náuseas; •Vômitos; •Alterações pupilares; •Alterações da fala e deglutição •Alterações motoras e sensitivas – plegia, paresia, parestesia; •Alterações do campo visual; •Alterações do equilíbrio e coordenação; AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA Escala de Coma de Glasgow FONTE : https://www2.ufjf.br/neurologia/2018/12/11/escala-de-coma-de-glasgow-importancia-e-atualizacao-de-2018/ https://www2.ufjf.br/neurologia/2018/12/11/escala-de-coma-de-glasgow-importancia-e-atualizacao-de-2018/ PROBLEMAS NEUROLÓGICOS 1. Demência e Alzheimer; 2. Parkinson; 3. Esclerose Múltipla; 4. Sindrome de Guillain-Barre 5. Ataque vascular encefálico; DEMÊNCIA A demência inclui diversas doenças, que são principalmente progressivas, afetando memória, outras habilidades cognitivas e comportamentos. Interfere significativamente na capacidade de vida diária. As mulheres são mais frequentemente afetadas do que os homens. A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência e representa entre 60 e 70% dos casos. Outro tipo comum é a demência vascular. DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) Doença neurológica degenerativa, progressiva e irreversível, que começa de forma insidiosa e se caracteriza por perdas graduais da função cognitiva e distúrbios do comportamento e afeto. FATORES DE RISCO ❖ Fatores hereditários ❖ Idade materna ❖ Idade ❖ Sexo ❖ Traumatismos cranianos ❖ Fatores genéticos ❖ Síndrome de Down ❖ Risco vascular ❖ Metais- Al e Zn FATORES DE PROTEÇÃO ❖Altos níveis de instrução ❖Antioxidantes ❖AINE’s exceto: aspirina e acetoaminoafeno Hipótese: diminuição da produção de β-amilóide e não, por mecanismos inflamatórios. ❖Reposição estrogênio - sobrevivência de neurônios hipocampais colinérgicos. FISIOPATOLOGIA Alterações neuropatológicas e bioquímicas são encontradas nos pacientes com DA: 1. Emaranhado neurofibrilar (massa emaranhada de neurônios não-funcionantes) 2. Placas senis (depósitos de proteína amilóide,parte uma proteína maior, APP) no cérebro. FISIOPATOLOGIA Córtex cerebral e resulta em tamanho diminuído. As células que utilizam o neurotransmissor acetilcolina. Do ponto de vista bioquímico, a enzima ativa na produção de acetilcolina, a qual está especificamente envolvida no processamento da memória, mostra-se diminuída. FISIOPATOLOGIA TEORIA AΒ-AMILÓIDE Proteína precursora de amilóide → Receptor transmembrana, com possível função na adesão celular, cujo gene está no cromossomo 21. → Clivagem proteolítica por secretases (β e γ) gera o peptídeo amilóide Aβ 42 e Aβ 40. ↑ produção Aβ ↓ degradação Aβ APP Aβ 40/42 Degradação/clearence Neurotoxicidade Agregação em placas oligomerização β e γ secretases APOE+cromossomo12; colesterol; cromossomos 9+10 PET Scan of Normal Brain PET Scan of Alzheimer's Disease Brain http://www.alzheimers.org/rmedia/IMAGES/HIGH/PETNORMAL_HIGH.JPG http://www.alzheimers.org/rmedia/IMAGES/HIGH/PETAD_HIGH.JPG CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS História natural: 1. Variável, mas em média: → Início dos sintomas ao diagnóstico.: 2-3 anos. → Diagnóstico à institucionalização ou “nursing home”: 3-6 anos. → Até a morte: mais 3 anos. → Duração DA: 9-12 anos. 2. Fatores preditivos de progressão acentuada: → parkinsonismo → alucinações e ilusões SINAIS E SINTOMAS Possui 3 estágios e pode ter até 20 anos de evolução ❖Primeira manifestação clinica: perda de memória recente ❖ Perda gradual da memória ❖Declínio no desempenho para tarefas cotidianas – diminuição do senso crítico ❖Desorientação temporal e espacial ❖Mudança na personalidade ❖Dificuldade no aprendizado ❖Dificuldades na área da comunicação TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Inibidores de colinesterases, que evitam a desagregação da acetilcolina (importante para a aprendizagem e memória). Três inibidores da colinesterase são comumente prescritos: - Donepezil (Todas as Fases) - Rivastigmina (ligeira a moderada) - Galantamina (ligeira a moderada) RESPOSTA AO TRATAMENTO O objetivo da terapêutica é retardar a evolução e preservar por mais tempo possível as funções intelectuais; Importante diagnóstico precoce; Avaliar a eficácia a partir da observação da melhora da memória, declínio da progressão – ORIENTAR A FAMÍLIA PLANO DE CUIDADOS- PONTOS DE ATENÇÃO ❖Confusão ❖Sono alterado ❖Auto-cuidado higiene dependente ❖Auto-cuidado vestuário dependente ❖Alterações nutricionais ❖Memória ❖Agitação – comportamento psiquiátrico ❖Risco de queda MAL DE PARKINSON ❖Perda de neurônios dopaminérgicos na substância nigra; ❖Comprometimento do controle do movimento; MAL DE PARKINSON- FISIOPATOLOGIA Destruição das células neuronais dopaminérgicas Depleção das reservas de dopamina Desequilíbrio acetilcolina x dopamina do corpo estriado Comprometimento dos tratos extrapiramidais que controlam os movimentos complexos Tremores BradicinesiaRigidez Alterações posturais MAL DE PARKINSON- SINAIS E SINTOMAS ❖Tremores em repouso ❖Lentidão de movimentos ❖Rigidez muscular ❖Desequilíbrio postural ❖Supressão dos movimentos voluntários ❖Alterações na fala e na escrita MAL DE PARKINSON – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Diagnóstico clínico; Tratamento ❖Levodopa ❖Agonistas dos receptores dopaminérgicos • Bomocriptina • Ropinirol • Pramipexol ❖Antagonistas dos receptores muscarínicos • Mesilato de benzotropina • Cloridrato de difenildramina PLANO DE CUIDADOS- PONTOS DE ATENÇÃO ❖Auto-cuidado; ❖Nutrição; ❖Comunicação; ❖Mobilidade física; ❖Eliminações; ❖Dispositivos auxiliares; ❖Promoção do cuidado domiciliar; ESCLEROSE MÚLTIPLA ❖Doença desmielinizante progressiva do SNC, resultando em comprometimento da transmissão do impulso nervoso; ❖Doença de origem auto-imune- pode ser desencadeada por vírus em qualquer fase da vida; ❖Fatores de risco: ❖Genética – presença de um antígeno específico leucocitário na parede celular; ❖Tabagismo; ❖Stress; ❖Falta de exposição de vitamina D; ❖Exposição ao vírus Epstein-Barr; ESCLEROSE MÚLTIPLA- EPIDEMIOLOGIA ❖Taxas de prevalência variando de 2 por 100.000 no Japão e mais de 100 por 100.000 na Europa e América do Norte. ❖No Brasil, estima-se que existam 40.000 casos da doença, conforme a ultima atualização da Federação Internacional de Esclerose Múltipla e Organização Mundial da Saúde de 2013. ❖O número estimado de pessoas com Esclerose Múltipla no mundo aumentou de 2,1 milhões em 2008 para 2,3 milhões em 2013. FISIOPATOLOGIA LINFÓCITOS T e B sensibilizados atravessam a barreira hematoencefálica para examinar o SNC quanto a presença de antígenos e em seguida, sair Na EM, as células T permanecem e promovem infiltração de outros agentes que causam lesão do sistema imune INFLAMAÇÃO DESMIELINIZAÇÃOFonte:https://www.einstein.br/doencas- sintomas/esclerose-multipla https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose-multipla ESCLEROSE MÚLTIPLA – SINAIS E SINTOMAS ❖Fadiga (fraqueza ou cansaço); ❖Sensitivas: parestesias , nevralgia do trigêmeo ❖Visuais: neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia; ❖Motoras: perda da força muscular, espasmos e rigidez muscular (espasticidade);❖Ataxia: falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios; ❖Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino; ❖Cognitivas: problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação); ❖Mentais: alterações de humor, depressão e ansiedade. ESCLEROSE MÚLTIPLA- DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DIAGNÓSTICO ❖Critérios de Macdonald 2017 (aspectos clínicos, radiológicos e biomarcadores específicos no LCR) ❖O diagnóstico precoce é essencial para prevenir sequelas e remissões; TRATAMENTO ❖Fase aguda: Pulsoterapia com corticórtes por 3 a 5 dias por via endovenosa; ❖Tratamento continuo com imunomoduladores; BASES DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A avaliação aborda a condição neurológica e mental do individuo, a partir de então os diagnósticos de Enfermagem mais comuns são: ❖Mobilidade física prejudicada; ❖Risco de lesão; ❖Eliminação urinária e intestinal alterada; ❖Comunicação verbal prejudicada; ❖Confusão mental; ❖Enfrentamento individual inefetivo; ❖Manutenção do lar prejudicada; ❖Potencial de disfunção sexual. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ❖Promoção da mobilidade física; ❖Atividade e repouso; ❖Nutrição; ❖Redução dos efeitos da imobilidade; ❖Prevenção de lesão; ❖Aumento do controle vesical e intestinal; ❖Melhora da função cognitivo; ❖Promoção de cuidados domiciliares GUILLAIN BARRÉ- CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA ❖Doença desmielinizante periférica de origem auto-imune; ❖Caracterizado por quadro agudo de déficit neurológico periférico ascendente, geralmente após episódio de doença viral; ❖Mais comum em homens, na maioria dos casos a recuperação é completa; ❖Incidência anual de 1 a 2 casos por 100.000 habitantes SINDROME DE GUILLAIN BARRE- FISOPATOLOGIA Ataque imune e humoral contra a mielina dos nervos periféricos; Mimetismo molecular entre um micoorganismo e a mielina- ataque ao gangliosídio GM1b com influxo de macrófagos INFLAMAÇÃO DESMIELINIZAÇÃO SINDROME DE GUILLAIN BARRÉ- SINAIS E SINTOMAS ❖Fraqueza muscular flácida, arreflexa, simétrica, distal, progressiva e ascendente, de início agudo ou hiperagudo (horas ou dias). ❖Acometimento sensitivo é incomum, mas se caracteriza por parestesias/ hipoestesias em extremidades. ❖Pode haver disfagia, disartria, disfonia, paralisia facial periférica. ❖Nervos cranianos são acometidos em 75% dos casos. ❖Disrreflexia autonômica ❖Insuficiência respiratória aguda. Cerca de 30% dos necessitam de VM. ❖Não há atrofia muscular significativa. ❖Os sintomas evoluem por 1 a 4 semanas e atingem um platô de duração variável. SINDROME DE GUILLAIN BARRE – DIAGNÓSTICO ❖Déficit motor simétrico, com fraqueza progressiva e ascendente. ❖Parestesias em mãos e pés. ❖Arreflexia ou hiporreflexia ❖Progressão que dura de vários dias a até 4 semanas. LCR: Proteinorraquia Eletroneuromiografia: redução da amplitude e da velocidade. SINDROME DE GUILLAIN-BARRÉ- TRATAMENTO ❖Plasmaférese – 200 a 250mL/kg ❖Imunoglobulina EV – 0,4g/Kg/dia (altas doses) por 5 dias. ❖Tratamento da insuficiência respiratória e disrreflexia autonômica - UTI ❖Fisioterapia. BASES DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Semelhante ao cuidado na esclerose múltipla, com acréscimo da vigilância e tratamento na Insuficiência respiratória aguda e prevenção da disrreflexia autonômica; desta feita os principais pontos são: ❖Identificação e tratamento da insuficiência respiratória aguda; ❖Prevenção da disrreflexia autonômica; ❖Prevenção das complicações relacionadas com a imobilidade; ❖Promover nutrição e eliminação adequadas; ❖Manter a higiene corporal e favorecer o auto-cuidado; ❖Preparar para alta; ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – AVC Desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais e/ou globais da função cerebral Sintomas de duração igual ou superior a 24 horas Origem vascular Alterações nos planos cognitivo e sensório-motor, de acordo com a área e a extensão da lesão. • DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA Doenças cerebrovasculares – 2° lugar entre as doenças que mais acometem vítimas com óbitos no mundo; Principal causa de incapacidade no mundo; No Brasil, o AVC representa a primeira causa de morte e incapacidade no país; Distribuição desses eventos ao redor do mundo é nitidamente desigual 85% desses óbitos ocorrem em países não desenvolvidos ou em desenvolvimento e um terço atinge pessoas economicamente ativas. TIPOS DE AVC ISQUÊMICO • Ocorre quando há obstrução de um vaso sanguíneo, bloqueando o seu fluxo para as células cerebrais; • 85% dos casos. HEMORRÁGICO • É o resultado de ruptura de um vaso, com consequente sangramento intraparenquimatoso ou subaracnóideo; • 15% dos casos. TIPOS DE AVC ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) Déficit neurológico súbito e reversível; Secundário a uma doença vascular isquêmica; Duração menor que 1 hora (até 24h); Sem evidência de lesão isquêmica nos exames de imagem; Em geral tem origem embólica; Deve ser conduzido como emergência - 10-20% podem evoluir com AVCi em 90 dias e 50% nas primeiras 48h. TIPOS DE AVC FISIOPATOLOGIA- AVC ISQUÊMICO Isquemia Insuficiência de energia Desequilíbrio iônico Acidose Cálcio intracelular aumentado Clivagem das membranas celulares e proteínas. Formação de radicais livres. Produção de proteínas diminuída Lesão celular e morte Despolarização Aumento de glutamato *Fluxo sanguíneo < 25ml/100g/min A área de penumbra é tempo dependente Área de penumbra FATORES DE RISCO Grupo de risco não modificável • Idosos • Sexo masculino • Negros • História familiar de ocorrência de AVC • História pregressa de AIT Condições genéticas como anemia falciforme FATORES DE RISCO Grupo de risco modificável • Hipertensão arterial sistêmica • Tabagismo/ álcool/ drogas • Diabetes Mellitus • Dislipidemia • Fibrilação atrial • Outras doenças cardiacas FATORES DE RISCO Grupo de risco potencial • Sedentarismo • Obesidade • Uso de contraceptivo oral • Terapia de reposição hormonal pós-menopausa • Alcoolismo • Uso de cocaína e anfetaminas O diagnóstico de AVC deve ser suspeitado sempre que o paciente apresentar INÍCIO SÚBITO DE DÉFICIT, com ou sem alteração do nível de consciência. Principais sinais de alerta: ✓ Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo – face e/ou membro superior e/ou membro inferior; ✓ Dificuldade súbita de falar, compreender, completar a frase ou perda da fala; ✓ Perda visual súbita em um ou ambos os olhos; ✓ Súbita tontura, perda de equilíbrio e ou de coordenação; ✓ Dor de cabeça súbita, intensa sem causa aparente; ✓ Dificuldade súbita de entendimento; ✓ Súbita alteração da visão em um ou ambos os olhos; ✓ Súbita dificuldade para caminhar; ✓ Alteração da consciência: confusão súbita ou não responsividade. Um sinal positivo (com início súbito) é suficiente para suspeitar de um AVC . MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO AVC MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO AVC DÉFICITS MOTORES Hemiparesia Hemiplegia Ataxia Disartria Disfagia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO AVC DÉFICITS SENSORIAIS Parestesias DÉFICITS DO CAMPO VISUAL Hemianopsia Diplopia DÉFICITS COGNITIVOS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO AVC DÉFICITS VERBAIS Afasias expressivas receptivas mistas DÉFICITS EMOCIONAIS Depressão Labilidade emocional Medo ASSIMETRIA FACIAL FRAQUEZA NOS BRAÇOS FALA ANORMAL ESCALA PRÉ-HOSPITALAR DE CINCINNATI AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência 55 ✓Realizar avaliação – aplicar escala avaliação neurológica; ✓Manter a permeabilidade das vias aéreas – entubação traqueal se vítima comatosa (Glasgow 8) ou necessidade de proteção de vias aéreas; ✓Verificar os sinais vitais (PA, pulso, saturação, temperatura axilar); ✓Posicionar a cabeceira a 0º (exceto se vômitos - neste caso manter cabeceira a 30°); ✓Se risco de bronco aspiração, manter em decúbito lateral evitando compressão da jugular para facilitar retorno venoso; ✓Acessovenoso periférico em membro superior não parético e manter com SF; ✓Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara, se oximetria < 95%; Cuidados pré-hospitalares 56 ✓Checar glicemia capilar – hipoglicemia pode causar sinais focais e simular um AVC. Se glicose < 70 mg/dl administrar glicose hipertônica 50% 20 ml; ✓Determinar a hora do início dos sintomas e sinais, que pode ser referida pelo paciente (se este estiver orientado e coerente) ou pelo acompanhante (o horário do início dos sintomas é o último momento que o paciente foi visto bem; ✓Não reduzir níveis pressóricos, exceto se pressão arterial sistólica ≥ 220 mmHg ou pressão arterial diastólica ≥ 120 mmHg, ou se outra doença associada exija a redução da pressão arterial; ✓Não administrar grande volume de fluido a não ser em caso de hipotensão (em caso de necessidade, utilizar soro fisiológico 0,9%); ✓Utilizar antitérmico se temperatura axilar > 37,5°C (Dipirona 1000 mg IV); Cuidados pré-hospitalares 57 ✓Se atendimento no pré-hospitalar fixo, acionar o serviço móvel de urgência o mais rápido possível para transferência ao serviço referenciado de atendimento ao paciente com AVC; ✓Resgate pela ambulância no domicílio ou nas unidades de pronto atendimento ou serviços 24h deve priorizar o paciente com AVC; ✓Notificar o hospital de destino; ✓Levar o acompanhante (preferencialmente que tenha presenciado o inicio dos sintomas) para o hospital. Cuidados pré-hospitalares AVC Hospital Geral de Fortaleza O adequado atendimento na Emergência ao paciente com AVC depende de uma equipe de Enfermagem capacitada em reconhecer os sintomas sugestivos, viabilizar os procedimento e exames necessários, uma boa articulação com a equipe médica ( clínicos e neurologistas) e inclusive da: COMUNIDADE * Pequeno conhecimento sobre AVC pelo paciente/família * Relutância em procurar atendimento médico de urgência * Diagnóstico errado(médico/paramédico) * Não–percepção do AVC como emergência * DIVULGAÇÃO NAS COMUNIDADES, INCLUSIVE INTERIORANAS * PALESTRAS NOS HOSPITAIS, SAMU E UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência •Dados de Identificação Nome:___________________________Idade:_____ Sexo: M ( ) F ( ) Data de atendimento ___/___/___ Hora: ___:___ Hipótese Diagnóstica: ________________________________________ Trazido por: Familiar ( ) Conhecidos ( ) SAMU ( ) Polícia ( ) Desconhecido ( ) Outros ( ) Parâmetros Vitais T ___ºC ; FC__ bpm; Fr ___rpm; PA :___x___mmHg ; glicemia: ____mg/dl Avaliação do Enfermeiro LAPSS Los Angeles Prehospital Stroke Screen I- ACCR Neurológica: Início súbito de: Sim Não 1. Alteração da fala ( ) ( ) 2. Alteração da marcha ( ) ( ) 3. Perda de força de um lado do corpo ou formigamento ( ) ( ) 4. Dor de cabeça ( ) ( ) 5. Alteração de Visão ( ) ( ) 6. Vertigem ( ) ( ) Se o paciente e/ou o acompanhante responde SIM para qualquer dos critérios acima, preencha a escala de LAPSS AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência Adaptado – Hospital Israelita Albert Einstein Avaliação do Enfermeiro LAPSS Los Angeles Prehospital Stroke Screen II- ESCALA DE LAPSS Los Angeles Prehospital Stroke Screen Sim Não 1. Idade acima dos 45 anos ( ) ( ) 2. História prévia de convulsões / epilepsia ( ) ( ) 3. Sintomas neurológicos se iniciaram nas últimas 24 horas ( ) ( ) 4. Paciente deambulava antes do evento ( ) ( ) 5. Glicemia entre 60 e 400 ( ____ mg/dl) ( ) ( ) AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência Avaliação do Enfermeiro LAPSS Los Angeles Prehospital Stroke Screen Exame: Procurar Assimetria Normal Lado Direito Lado Esquerdo Facial: sorriso careteamento ( ) ( )Queda ( )Queda Aperto de mão ( ) ( )Fraco ( )Fraco ( )Ausente ( )Ausente Fraqueza no braço ( ) ( )Queda lenta ( )Queda lenta ( )Queda rápida ( )Queda rápida AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência III– Tempo de Evolução do primeiro sinal ou sintoma Menor que 12 horas Sim ( ) Não ( ) Se o paciente ou acompanhante responder SIM para os três itens (I, II, III ) desta avaliação acione o CÓDIGO AVC Início do quadro clínico Data _____/____/____ Hora: ____: ____ Chegada do paciente Data _____/____/____ Hora: ____: ____ Solicitação da Tomografia Data _____/____/____ Hora: ____: ____ Chegada ao C. de Imagem Data _____/____/____ Hora: ____: ____ Laudo da TC Data _____/____/____ Hora: ____: ____ Chegada à U - AVC Data _____/____/____ Hora: ____: ____ AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência (Íctus) (Porta-agulha) AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência • APÓS PREENCHIMENTO DA ESCALA, VERIFICAR: • LAPSS + • LAPSS – COM FORTE SUSPEITA (Stroke mimics?) • LAPSS – FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL AGUDO Janela: 4,5h BRASIL, 2013 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL AGUDO – CONT. SUSPEITA DE AVC - ACIONAR CÓDIGO AVC *Sinais vitais / Glicoteste *Punção venosa periférica (manutenção com SF0,9%) *Coleta de exames laboratoriais (HC com plaquetas, glicemia, Na, K, Ur, Creat. ,TP-INR, TTPA / TGO, TGP, Troponina, fibrinogênio) *ECG Avaliação médica (clínico da emergência) Tomografia computadorizada de crânio (TCC) AVALIAÇÃO NEUROLOGISTA Unidade AVC Avaliação Inicial de Enfermagem na Emergência FLUXOGRAMA Avaliação do Enfermeiro LAPSS Los Angeles Prehospital Stroke Screen Zona de penumbra TEMPO É CÉREBRO • Fluxo sanguíneo cerebral (FSC) normal: mínimo de 50ml/100g/min; • FSC< 12ml/100g/min: necrose e morte celular; • Valores de FSC entre 12 e 22ml/100g/min são de extrema importância na trombólise - zona de penumbra. A área de penumbra é tempo dependente MECANISMOS COMPENSATÓRIOS MECANISMOS HEMODINÂMICOS • Vasodilatação regional; • Aumento no volume sanguíneo regional cerebral – aumento PA; MECANISMO METABÓLICO • Aumento na extração de oxigênio e glicose. TROMBÓLISE Recanalização arterial, através da dissolução do trombo ou êmbolo oclusivo; Restauração do fluxo sanguíneo cerebral na região de penumbra; Pode ser realizada endovenosa, intra-arterial e endovenosa+intra-arterial. TROMBOLÍTICO Ativador do plasminogênio tissular recombinante (rt-PA); Alteplase (Actilyse®); Apresentação: 50 mg da substância acompanhada de 50 ml de diluente. TROMBÓLISE ENDOVENOSA Administração: •0,9mg/kg(dose total máxima: 90mg); •10% da dose total em bolus EV durante 1 minuto; •90% restante em bomba de infusão por 1h; Deve ser administrado em via exclusiva; •Só deverá ser diluído após a certeza que será realizada trombólise. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Diagnóstico clínico de AVCI com déficit neurológico mensurável; Início dos sintomas menor do que 4,5 horas; Idade acima de 18 anos; Assinatura do Termo de Consentimento Informado pelo paciente ou familiares. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO NIH < 4 (exceto afasia); Déficits neurológicos com resolução espontânea em menos de 4,5h (AIT); Crise convulsiva presenciada como início dos sinais e sintomas; AVC anterior, TCE grave ou cirurgia intracraniana nos últimos 3 meses; Uso de anticoagulação oral ou INR>1,5; Uso de heparina nas últimas 48hs com TTPA alargado; CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Plaquetas abaixo de100.000/mm³; Cirurgia de grande porte nos últimos 14 dias; Presença na TC de hipodensidade igual ou maior do que um terço do território da ACM; Punção ou procedimento invasivo nos últimos 7 dias em sítio não compressível; PAS > 185mmHg e PAD>110mmHg não responsiva a uso de drogas hipotensoras; Glicemia <50mg/dL ou >400mg/dL; Gravidez; CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Sintomas sugestivos de HSA, mesmo não evidenciando hemorragia na TC; História conhecida de hemorragia intracraniana; Sangramento gastrointestinal ou urinário nos últimos 21 dias; Presença de neoplasia intracraniana,MAV ou aneurisma; História de úlcera péptica, varizes esofágicas, doença hepática grave, pancreatite aguda nos últimos 3 meses; História de massagem cardíaca externa, parto, punção lombar nos últimos 10 dias. PROTOCOLO DE PA NA TROMBÓLISE PAS >185 e/ou PAD > 105mmHg Metoprolol EV Sem resposta ao Metoprolol administrar NIPRIDE PAD inicial ≥120mmHg administrar NIPRIDE Caso a PA for mantida > 185/110 mmHg não administrar trombolítico. NÃO CANDIDATOS A TROMBÓLISE PAS < 220 ou PAD< 120mmHg Não tratar, a menos que haja comprometimento de orgãos alvo. PAS>220 ou PAD>120- 140mmHg Reduzir PA lentamente em torno de 10 a 15% - Metoprolol 5 mg EV. PAD inicial >140mmHg Reduzir PA em torno de 10 a 15% - administrar NIPRIDE HIPOTENSÃO SF0,9% 250 a 500 ml a cada 20 a 30 min. Alvo: PA: 160-180/90- 100mmH. CUIDADOS PRÉ-TROMBÓLISE Tempo comprovado de início dos sintomas menor do que 4,5 horas; Conferir os critérios de inclusão e exclusão para o uso de trombolítico; Monitoração do nível de consciência (escala de coma de Glasgow) e do déficit neurológico (NIH); Obtenção de 2 acessos venosos periféricos calibrosos; Realização de tomografia de crânio para excluir hemorragia. CUIDADOS PRÉ-TROMBÓLISE Correção da hipertensão (PAS>185 ou PAD>110mmHg); Correção da hipoglicemia (<50mg/dL) e hiperglicemia(>400mg/dL); Correção da hipertermia (T ≥ 37,8°C); Monitorização rigorosa dos SSVV a cada 15 minutos, especialmente da PA; Solicitação de hemograma e plaquetas, sódio, potássio, creatinina, glicemia, TTPA, TAP e tipagem sanguínea. CUIDADOS DURANTE A INFUSÃO Monitorar a SSVV e NIH: A cada 15 min durante a infusão e nas duas primeiras horas após infusão; A cada 30 min da terceira a oitava hora; E após, a cada hora até completar 24h do início do tratamento; Qualquer sinal de piora neurológica ou evidência de hemorragia cessar a infusão. CUIDADOS DURANTE A INFUSÃO • Piora do déficit neurológico ou nível de consciência • Cefaléia súbita • Náuseas ou vômitos Descontinuar- PA TC de crânio urgente CUIDADOS PÓS-TROMBÓLISE Não passar sonda vesical até pelo menos 30 minutos do término da infusão do rt-PA; Realizar TC de crânio, ao final de 24 horas, INR e TTPA em até 24h, antes de iniciar medicação antitrombótica; NIH a cada 30 min por 6hrs após a infusão e a cada 60 min até completar 24hrs; Repouso no leito por, no mínimo, 24 horas; CUIDADOS PÓS-TROMBÓLISE Não administrar antitrombóticos nas próximas 24h pós trombolítico; Iniciar profilaxia para TVP 24h pós trombólise; Não alimentar por via oral por 24h; Evitar injeções intramusculares; Não realizar cateterização venosa central ou punção arterial nas primeiras 24h; Não passar SNE ou SNG nas primeiras 24h pós infusão. ❖ Causas ❖ Primária: HA ❖ Secundária: MAVs, Aneurismas e medicamentos Rompimento de um vaso sanguíneo do cérebro e sangramento. AVC HEMORRÁGICO ❖ Tratamento ❖ Cirúrgico ❖ Arteriografia ❑ Causa secundária ❖ Aneurisma intracraniano (cerebral) ❑Hemorragia intracerebral ❑Hemorragia Subaracnóide Cérebro se expõe ao sangue Aumento da PIC Metabolismo cerebral rompido Comprime e lesa o tecido cerebral Pressão de perfusão reduzida Isquemia secundária ❖ Complicações ❖ Hipóxia Cerebral e Fluxo sanguíneo cerebral diminuído ❖ PIC elevada ❖ Aumento da Área da lesão AVC Hemorrágico ❖ Tratamento ❖ Clínico ❖ Controlar a pressão arterial, complicações como crises convulsivas e infecções ❖ Cirúrgico ❖ Retirar o sangue de dentro do cérebro. ❖ Monitorar a PIC. ❖ Reabilitação Depende do volume da lesão, da localização e da condição clínica do paciente. ❖ Tratamento ❖ Clínico/Cuidados de Enfermagem ❖ Controle da PA e glicemia ❖ Oferecer suporte ventilatório ❖ Manter cabeceira elevada ❖ Administrar diurético osmótico ❖ Oferecer suporte hidroeletrolítico ❖ Monitorar gasometria arterial Escala de Rankin de incapacidade modificada
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