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DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS-Texto 10 06 14

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DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS 
Prof
a
 Dr
a
 Márcia Barbieri 
 
Saúde é um dos direitos fundamentais previstos na Constituição e consolida-se 
como um dever do Estado, que deve garantir o acesso aos serviços de saúde aos 
cidadãos, assegurando a equidade, a igualdade e a integridade das ações, com base 
nas políticas públicas e econômicas1. 
Os direitos reprodutivos, que abrangem certos direitos humanos já conhecidos 
em leis nacionais e em documentos internacionais, são essenciais para que os 
indivíduos exerçam seus direitos à saúde. Incluem o direito de todos exercerem 
controle sobre seu próprio corpo e de viverem relações consensuais, livres de 
violência e de coerção e o direito a serviços integrais e de boa qualidade, que 
assegurem privacidade, informação completa, livre escolha, confidencialidade e 
respeito. 
Nas últimas duas décadas houve grande evolução no cenário mundial no que 
refere aos conceitos de saúde sexual e reprodutiva dadas importantes contribuições 
de profissionais de saúde com base em suas experiências bem como do movimento 
de mulheres e cientistas sociais. 
Marcante evolução ocorreu em 1994, por ocasião da Conferência Internacional 
sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo, quando 
representantes de 179 países, entre eles o Brasil, participaram das negociações para 
elaboração de um plano de ação mundial sobre população e desenvolvimento para os 
20 anos seguintes. Pela primeira vez, um acordo internacional sobre população 
outorgou um papel primordial à saúde e aos direitos reprodutivos. 
Em 1995 ocorre a IV Conferência Mundial sobre a Mulher em Beijing, China, a 
qual reforçou o plano de ação traçado na Cairo e enfatizou a igualdade de gênero, 
reafirmando os avanços conquistados no campo dos direitos sexuais, reprodutivos e 
humanos2. 
Assim, a partir de discussões realizadas na Conferência Internacional sobre 
População e Desenvolvimento, surgem as seguintes definições3: 
 
DIREITOS REPRODUTIVOS: Os direitos reprodutivos abrangem 
certos direitos já reconhecidos nas leis nacionais e nos documentos 
internacionais legais sobre direitos humanos, incluindo: 
 Direito básico de todos os casais e indivíduos de decidir livre e 
responsavelmente o número de filhos e o intervalo entre eles, e de 
dispor de informação, educação e dos meios para tal; 
 Direito de alcançar o nível mais elevado de saúde sexual e reprodutiva; 
 Direito de tomar decisões referentes à reprodução sem sofrer 
discriminação, coerções nem violência. 
 
SAÚDE REPRODUTIVA: É um estado de completo bem estar físico, 
mental e social e não mera ausência de enfermidade ou doença, em 
todos os aspectos relacionados ao sistema reprodutivo e as suas 
funções e processos. 
Conseqüentemente, a saúde reprodutiva implica a capacidade de desfrutar de 
uma vida sexual satisfatória e sem riscos, tendo a capacidade de reproduzir e a 
liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo. Para tanto, está 
implícito que homens e mulheres têm o direito de receber informações e de terem 
acesso a métodos eficientes, seguros, aceitáveis e financeiramente compatíveis de 
planejamento familiar, assim como a outros métodos de regulação da fertilidade a 
sua escolha, desde que não contrariem a lei, bem como o acesso a serviços de 
saúde que propiciem às mulheres as condições de passar com segurança pela 
gestação e parto. 
 
 DIREITOS SEXUAIS DA MULHER: Os direitos humanos da mulher incluem o 
seu direito de ter o controle e decidir livremente e responsavelmente sobre problemas 
relacionados com sua sexualidade, incluindo a saúde sexual e reprodutiva, livre de 
coerção, discriminação e violência. Relações de igualdade entre homens e mulheres 
no tocante a relações sexuais e reprodução humana, incluindo respeito total pela 
integridade do indivíduo, requerem respeito mútuo, consentimento e responsabilidade 
de ambos pelo comportamento sexual e suas conseqüências. 
 
Cinco anos após a Conferência do Cairo, houve a tendência internacional que 
apontou para uma discussão maior sobre a saúde sexual e reprodutiva de homens e 
mulheres. Nesse contexto, a saúde sexual foi incluída como parte da definição de 
saúde reprodutiva, surgindo à expressão mais ampla “saúde sexual e reprodutiva”. 
Assim sendo, o Family Care International4 em colaboração com outros órgãos 
definiu: 
Saúde sexual é a parte da saúde reprodutiva que inclui: 
desenvolvimento sexual saudável, relacionamentos responsáveis e 
equitativos com prazer sexual, e a ausência de enfermidades, doenças, 
deficiência, violência e outras práticas de risco relacionadas com a 
sexualidade. 
Por sua vez, um grupo internacional de mulheres, o Health, Empowerment, 
Rights and Accountability (Hera)5 , elaborou uma definição ainda mais ampla: 
Saúde sexual é a habilidade de mulheres e homens para desfrutar e 
expressar sua sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente 
transmissíveis, gestações não desejadas, coerção, violência e 
discriminação. A saúde sexual possibilita experimentar uma vida sexual 
informada, agradável e segura, baseada na auto estima, que implica 
uma abordagem positiva sexualidade humana e o respeito mutuo nas 
relações sexuais. A saúde sexual valoriza a vida, as relações pessoais 
e a expressão da identidade própria da pessoa. Ela é enriquecedora, 
inclui o prazer e estimula a determinação pessoal, a comunicação e as 
relações. 
Cabe ressaltar que os programas e as plataformas de ação propostos nessas 
conferências enfatizaram a necessidade de promover o efetivo envolvimento dos 
homens, adultos e adolescentes, estimulando-os à co-responsabilidade nas questões 
referentes à saúde sexual e reprodutiva. 
Na Conferência do Cairo, a construção da equidade entre homens e mulheres 
foi colocada como um requisito essencial para a conquista de melhores condições de 
saúde e qualidade de vida. 
 
 
DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DAS MULHERES A PARTIR DA 
CONFERÊNCIA DO CAIRO 
Durante os últimos cinqüenta anos, a atenção dada às questões 
populacionais tem evoluído sensivelmente, e muitas mudanças têm sido 
incorporadas em políticas e ações programáticas nos diferentes países. 
A Conferência do Cairo muito contribuiu para isso. Sob a perspectiva de 
relações equitativas entre os gêneros e na óptica dos direitos humanos, o conceito 
elaborado sobre direitos sexuais e direitos reprodutivos aponta duas vertentes 
diversas e complementares. De um lado, aponta para a dimensão individual 
desses direitos afirmando o direito a liberdade, privacidade, intimidade e 
autonomia, o que compreende a garantia do livre exercício da sexualidade e da 
reprodução humana, sem nenhum tipo de discriminação, coerção ou violência. 
Consagra-se, desse modo, a liberdade de mulheres e homens para decidirem 
quando e se desejam reproduzir-se. De outro, o efetivo exercício dos direitos 
sexuais e dos direitos reprodutivos de forma consciente, responsável e satisfatória, 
demanda políticas públicas especificas que assegurem um conjunto de direitos 
indispensáveis para seu livre exercício2. 
Assim, as principais recomendações desta conferência assumidas pelos 
Estados participantes, no que se refere aos direitos sexuais e reprodutivos das 
mulheres, estabeleciam as garantias expostas a seguir. 
 
 IGUALDADE ENTRE OS SEXOS E FORTALECIMENTO DAS MULHERES 
Os governos devem promover a eqüidade e a igualdade dos sexos e os direitos da 
mulher, eliminar todo o tipo de violência contra a mulher e a ela garantir o controle 
de sua própria fecundidade. A participação da mulher, em igualdade de condições 
na vida civil, cultural, econômica, política e social em nível nacional, regional e 
internacional e a erradicação e todas as formas de discriminação por razões do 
sexo são objetivos prioritários da comunidade internacional. 
 DIREITOS REPRODUTIVOS E SAÚDE REPRODUTIVA 
Mediante o sistema de atenção primária à saúde, todos os países devemse 
esforçar para que a saúde reprodutiva esteja ao alcance de todas as pessoas em 
idade reprodutiva o quanto antes e o mais tardar até o ano de 2015. Entende-se por 
esta atenção primária o aconselhamento, informação, educação, comunicação e 
serviços no que se refere ao planejamento familiar, atenção pré-natal, partos sem 
riscos, atenção pós-parto, em particular atenção a lactância materna a atenção 
materno-infantil, prevenção e tratamento adequado aos casos de infertilidade, 
interrupção da gravidez, tratamento das infecções do aparelho reprodutor, das 
doenças sexualmente transmissíveis, informação, educação sobre a sexualidade 
humana, a saúde reprodutiva e a paternidade responsável. 
 PLANEJAMENTO FAMILIAR 
Os governos devem utilizar os meios de que dispõem para sustentar o princípio da 
liberdade de escolha no planejamento familiar; prevenir as gravidezes indesejadas, 
reduzir a incidência de gravidez de alto risco, a morbidade e a mortalidade; 
melhorar a qualidade dos serviços de planejamento familiar, colocá-lo ao alcance 
de todas as pessoas que o necessitam e desejam; e, por fim, permitir que os 
homens sejam mais participativos e assumam uma maior responsabilidade no 
planejamento familiar. 
 PREVENÇÃO DAS DST E DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (HIV) 
Em todos os países, os programas de saúde reprodutiva devem intensificar seus 
esforços no sentido da prevenção, diagnóstico e tratamento das DST e de outras 
infecções do aparelho reprodutor. Todos os prestadores de cuidado à saúde, 
devem receber informações especializada sobre a prevenção, diagnóstico das DST, 
inclusive o HIV. Todo serviço de atenção à saúde reprodutiva deve promover o uso 
e fornecer preservativos de boa qualidade. 
 EXERCÍCIO DA SEXUALIDADE HUMANA E RELAÇÕES ENTRE OS SEXOS 
Os governos devem dar apoio às atividades e serviços no âmbito da educação 
sexual integral aos jovens. Insistir na responsabilidade dos rapazes no que 
concerne a própria saúde sexual e fecundidade, ajudando-os a exercer suas 
responsabilidades. Encorajar e apoiar por meio de programas educativos em nível 
nacional e comunitário o debate ativo e aberto sobre a necessidade de proteger 
mulheres, jovens e crianças contra todo tipo de abuso sexual, a exploração, o 
tráfico para fins sexuais e a violência. 
 APOIO AOS ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS 
Os países, com a ajuda da comunidade internacional devem proteger os direitos 
dos adolescentes à educação, à informação e ao atendimento em matéria de saúde 
reprodutiva, e reduzir consideravelmente o índice de gravidez na adolescência. 
Devem estabelecer, também, programas voltados à saúde sexual e reprodutiva dos 
adolescentes. 
 SAÚDE DA MULHER E MATERNIDADE SEM RISCO 
Os países devem tentar reduzir significativamente a mortalidade materna para o 
ano de 2015. Uma redução para a metade dos níveis de 1990 até o ano 2000 e 
uma nova redução à metade para o ano de 2015. A redução da morbidade e da 
mortalidade materna deve chegar a níveis em que elas não constituam um 
problema de saúde pública. 
Todos os países devem aumentar a prestação de serviços de atenção primária à 
mulher grávida, incluindo: educação sobre maternidade sem risco, cuidados pré-
natais coordenados e eficazes, programas de nutrição materna, assistência 
adequada ao parto, evitando-se o excessivo recurso a cirurgias de cesariana e 
providenciando o atendimento obstétrico de emergência, serviços de 
encaminhamentos nos casos de complicações.Todos os nascimentos devem contar 
com pessoas capacitadas para assisti-los, de preferência enfermeiras ou 
obstetrizes ou pelo menos parteiras capacitadas. 
O aborto não deverá ser promovido como um método de planejamento familiar. A 
prevenção da gravidez indesejada deve se tornar uma prioridade. Quaisquer 
medidas ou mudanças relacionadas ao aborto que sejam introduzidas no sistema 
de saúde podem ser determinadas somente em nível nacional ou local, em 
conformidade com o processo legislativo nacional. Nos países em que o aborto não 
é ilegal, devem ser realizados em condições adequadas. Em todos os casos as 
mulheres devem ter acesso a serviços de qualidade para tratar as complicações 
decorrentes do aborto. Serviços de planejamento familiar devem ser 
disponibilizados, bem como educação e aconselhamento pós-aborto que auxiliem 
na prevenção de sua repetição. 
 PREVENÇÃO DO CÂNCER GINECOLÓGICO 
Os governos devem estabelecer programa de qualidade e acompanhamento de 
detecção oportuna no câncer de colo de útero e infecção pelo papiloma vírus 
humano (HPV); integrar as atividades de detecção, diagnóstico e tratamento do 
câncer de colo de útero com outros serviços de saúde reprodutiva; e estabelecer 
sistemas de referência para mulheres com câncer de colo de útero avançado, 
assegurando-lhes tratamento. 
 
 
 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL 
Os governos devem organizar programas e serviços em que os provedores de 
saúde conheçam a freqüência, as manifestações e os modos de detectar sinais de 
violência doméstica e sexual; e serviços especiais com pessoal capacitado para 
assistir, aconselhar e orientar as vítimas de violência. 
Em resumo, a Conferência do Cairo reconheceu o papel central da 
sexualidade e das relações entre homens e mulheres no tocante à saúde e aos 
direitos da mulher. Nessa oportunidade, a ONU recomendou ainda que fossem 
implantados serviços de saúde capazes de oferecer a todos informações de boa 
qualidade sobre saúde, reprodução e sexualidade. 
 
DESAFIOS DA SAUDE SEXUAL E REPRODUTIVA DA MULHER NO BRASIL 
 
A política brasileira em saúde sexual e reprodutiva precedeu as resoluções 
vindas das conferências internacionais em dez anos. Três programas implementados 
pelo Ministério da Saúde, desde a década de 80 possuíram alguma convergência 
com as recomendações da CIPD, são eles: Programa de Assistência Integral à 
Saúde da Mulher (PAISM, 1984), Programa Nacional de Prevenção das Doenças 
Sexualmente Transmissíveis (1986) e o Programa de Saúde do Adolescente 
(Prosad, 1988). Todos estes programas tiveram problemas operacionais inclusive 
com carência de recursos, ficando muito a desejar6. 
Neste contexto, durante muitos anos o governo brasileiro, por meio de seus 
órgãos competentes, careceu de posição explícita diante das questões de saúde 
sexual e reprodutiva e da saúde da mulher. Assim, tornou-se um desafio 
operacionalizar as metas propostas nas conferências internacionais por meio de 
programas e ações7. 
Em decorrência do compromisso assumido internacionalmente, muitos 
programas e ações, no entanto, foram ao longo dos últimos anos implementados no 
país, especialmente após 1994, em decorrência das recomendações da Conferência 
do Cairo e com a evolução dos conceitos de Saúde Reprodutiva que ganharam 
enfoque prioritário os indicadores de saúde relativos a morbidade, à mortalidade e ao 
bem estar da população feminina. 
Após pouco mais de uma década das discussões ocorridas no âmbito 
internacional, muitas foram as ações voltadas para a saúde sexual da mulher no 
Brasil. A integralidade da atenção e a promoção da saúde tornaram-se eixos 
norteadores da política governamental que buscou consolidar os avanços no campo 
dos direitos sexuais e reprodutivos8. 
Nesse sentido, as principais questões da saúde da mulher a serem 
implementadas a partir de 1995 e que interferem na vivência plena dos direitos 
sexuais e reprodutivos foram: 
 Mortalidade materna 
 Atenção ao pré- natal, ao parto e ao pós-parto 
 Abortamento 
 Anticoncepção 
 Prevenção das DST/ Aids 
 Câncer ginecológico 
 
A redução da mortalidade materna, a expansão da assistência pré-natal, a 
melhoria da atenção obstétrica e a prevenção do câncer cérvico-uterino foram 
priorizadas. Metas para a redução da mortalidade materna foram definidas. Vários 
projetos, programas e ações foram propostos tais como o Projeto Maternidade Segura, 
Programa de Humanização de pré-natale nascimento, o incentivo ao parto normal 
com incentivo à redução nas taxas de cesáreas, contribuíram para melhores índices, 
porém ainda estamos longe do ideal. Mais recentemente surge o Programa Rede 
Cegonha, que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à 
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito 
ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis9. Na área da 
anticoncepção surge a Lei 9.600 que normatiza a assistência à anticoncepção no 
Sistema Único de Saúde, a Lei 9.26310 que estabelece normas, diretrizes, condições e 
punições acerca do Planejamento Familiar no país como também a aquisição e a 
distribuição de anticoncepcionais reversíveis além do oferecimento de capacitação por 
todo o país à profissionais voltados para esta assistência. Surge o Programa Viva 
Mulher para a Prevenção do Câncer cérvico-uterino, coordenado pelo Instituto 
Nacional do Câncer com parcerias das secretarias municipais de saúde, destaca-se a 
ampliação na rede básica de saúde de postos de coleta de exames citopatológicos 
dentre as ações implantadas. 
Nesta disciplina abordaremos especificamente o aspecto da anticoncepção. 
Alguns dos demais aspectos serão melhor discutidos na Disciplina Princípios Gerais e 
Diretrizes para Atenção Obstétrica. 
 
 
REFERÊNCIAS 
1- Brasil. Constituição, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 
São Paulo: Saraiva; 1995. 
2-Direitos sexuais e reprodutivos na perspectiva dos direitos humanos. Síntese para 
gestores, legisladores e operadores do direito. VENTURA M (Org.). Advocaci : Rio de 
Janeiro; 2003. 
3- Family Care International. Acción para el siglo XXI salud y derechos reproductivos 
para todos. Conferencia Internacional sobre la Población y el Desarrollo. New York; 
1994. 
4- Family Care International. Briefing Cards – Key terms for ICPD+5. 1999. 
5- Hera - Health, Empowerment, Rights and Accountability. 1999. 
6- Comissão Nacional de População e Desenvolvimento. Cairo +5, O caso brasileiro. 
Brasília; 1999. 
7- Barbieri M. Direitos sexuais e reprodutivos da mulher. In: Fernandes RAQ, Narchi 
NZ. Enfermagem e saúde da mulher. 2ª. ed. São Paulo: Manole; 2013. p.72-95. 
8- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Direitos sexuais e 
reprodutivos: uma prioridade do governo. Brasília, 2005. 
9- Brasil. Ministério da Saúde GM. Portaria n. 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, 
no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Brasília; 2011. 
10- Brasil, Lei n. 9.263 de 12 de janeiro 1996. Regula o Planejamento familiar. Diário 
Oficial da União, Brasília (DF); 1996 jan 15; Parágrafo 7º, art. 226.

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