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Abordagem familiar Conceito de família Grupo de pessoas que são interligadas por laços emocionais e/ou consanguíneos e compartilham uma história em comum Trata-se de um conjunto de pessoas, ligadas por laços de parentesco, por dependência doméstica ou normas de convivência, que residem no mesmo domicílio Sede das primeiras trocas afetivo-emocionais e da construção da identidade Entendida a partir de suas relações Todo o contexto social, econômico, e político influenciam no bem-estar do indivíduo e da família Importante observar na visita domiciliar para facilitar o entendimento da estrutura e do funcionamento familiar: • Limites ou fronteiras: espera-se que sejam claros e flexíveis, porém podem ocorrer disfuncionalidades quando são muito rígidos ou emaranhados. • Papeis: cada integrante do sistema familiar representa papeis em sua vida, entre eles estão: de homem, empregado, empregador, pai, marido, amigo, irmão, filho, torcedor... o De acordo com cada subsistema familiar é importante que o profissional de saúde identifique a função de cada integrante da família naquele contexto para poder resgatar funções e papeis, tornando o cuidado integral, e muitas vezes resgatando a funcionalidade da família, e extraindo a doença • Comunicação • Transgeracionalidade: deve-se observar a família nuclear e a trigeracional (avós, pais e filhos), avaliando padrões de repetição, segredos e rituais que possam estar enraizados entre as gerações Tipos de famílias Visão integral dos tipos familiares aponta variáveis que podem ocorrer quando se trabalha com família As diversas conjunturas podem gerar variadas formas de conflito, tendo em mente que as preconcepções dos profissionais de saúde não devem influenciar no tratamento do usuário • Convencionais • Nuclear de duas gerações, unidas pelo matrimônio e com seus filhos biológicos • Famílias extensas, incluindo três ou quatro gerações • Famílias adotivas temporárias • Famílias adotivas birraciais ou multiculturais • Casais que podem morar separadamente • Famílias monoparentais, chefiadas por pai ou mãe • Casais homossexuais, com ou sem crianças • Famílias resultantes de divórcios anteriores com ou sem filhos do casamento anterior • Várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo Estrutura familiar A partir da estrutura familiar levantam-se dados relevantes para compreender a funcionalidade familiar quais os pontos “fortes” e “fracos” da família para o cuidado domiciliar, onde a família pode cooperar e onde o profissional deverá trabalhar com a família para a melhor assistência Observa-se a dinâmica familiar e suas interrelações que se mostram através de seus limites, papéis e padrão de comunicação Sistema conjugal: casal formado pela união de duas pessoas com um conjunto de valores e expectativas, tanto explicitas quanto inconscientes. Para seu funcionamento é necessário renunciar a parte de suas ideias e preferências, perdendo individualidade, porém ganhando em pertinência Sistema parental: envolve a educação dos filhos e funções de socialização. Este subsistema pode ser ampliado para avós ou tios, ou então excluir completamente um dos pais desse sistema. Sistema fraterno (ou filial): sistema composto por similares, sendo o primordial aquele composto entre os irmãos, podendo ser constituído também por amigos e primos. Neste sistema desenvolve a capacidade de negociação, cooperação, pertinência, competição e reconhecimento. Abordagem familiar Remete ao conhecimento dos membros da família e dos seus problemas de saúde pela equipe de saúde Compreender os padrões das famílias atendidas para realização de intervenções condizentes com o contexto social em que estão inseridas Por isso, as ferramentas de abordagem familiar são úteis e assertivas no trabalho com famílias Abordagem familiar domiciliar permite o conhecimento da família e das possíveis disfuncionalidades que prejudicam o bem-estar biopsicossocial de seus membros Ferramentas Representação gráfica da família, representa o padrão de relacionamento entre eles e as suas morbidades; Reflete sobre a dinâmica familiar, os problemas mais comuns que a afligem e o enfrentamento do problema pelos membros da família Fornece uma visão rápida de como é a estrutura familiar e os padrões relacionais entre os membros de determinada família Permite ilustrar o passado hereditário, potenciais problemas de saúde, influências sociais, ocupacionais, aspectos religiosos, dentre outros Dois elementos fundamentais: • Elementos estruturais: trazem as informações relativas à composição familiar, data de nascimento, grau de escolaridade, ocupação, hábitos, patologias, mortes e separações; • Elementos funcionais: mostram a dinâmica funcional, como a família se relaciona e como reagem frente a dificuldades e stress, por exemplo Regras básicas para elaboração • Simbologia padrão; • Representação de pelo menos três gerações; • Início com a representação do casal e filhos; • Indicação do ciclo vital da família • Representação das relações familiares; • Indicação de fatores de stress • Cronologia de idades (dos mais velhos para os mais novos) Situações indicadas para utilização • Sintomas inespecíficos • Utilização excessiva dos serviços de saúde • Doença crônica • Isolamento • Problemas emocionais graves • Situações de risco familiar • Mudanças de ciclo de vida • Resistência ao tratamento ou dificuldades de aceitar o diagnóstico • Alterações nos papeis familiares por eventos agudos A interpretação em forma horizontal é o ciclo vital e, na vertical, é por meio das gerações. Pode ajudar na reflexão dos membros da família individualmente e do sistema como um todo Instrumento de avaliação destinado a refletir a satisfação de cada membro da família A partir de um questionário pré-determinado, as famílias são classificadas como: • Funcionais • Moderadamente disfuncionais • Gravemente disfuncionais Adaptation (Adaptação) Partneship (Participação) Growth (Crescimento) Affection (Afeição) Resolve (Resolução) Instrumento de avaliação familiar Realizado através de representação gráfica das ligações de uma família às pessoas e/ou estruturas sociais do meio em que habita Identifica os padrões organizacionais da família e a natureza das suas relações com o meio Mostra o equilíbrio entre as necessidades e os recursos familiares Representa as várias etapas pelas quais as famílias passam e os desafios/ tarefas a cumprir em cada etapa, desde a sua constituição em uma geração até a morte dos indivíduos que a iniciaram Entendimento do ciclo vital permite uma visão panorâmica e focal, simultaneamente O estudo do ciclo vital permite que o profissional da AD perceba os entraves que a família está atravessando, seja por uma crise previsível ou não Permite identificar fenômenos que envolvem cada estágio de desenvolvimento pelo qual passa a família Possibilita à equipe de saúde prever quando e como as doenças podem ocorrer Geralmente os conflitos familiares surgem em períodos de transição entre um estágio e outro Permite que as equipes tenham ideia de quais agravos à saúde determinada família está mais suscetível e, a partir desse conhecimento os profissionais poderão planejar ações de saúde mais assertivas Ex.: Estágio Lançando os Filhos e Seguindo em Frente → princípio-chave é a aceitação de várias entradas e saídas no sistema familiar em que é preciso: • Reestabelecer o relacionamento conjugal como díade • Mudar o status de relacionamento com os filhos, agora adultos • Incluir parentes por afinidade e netos na família • Conviver com a perda de capacidades e mortes de avós OBS.: ciclos de vida ampliados OBS.: Em famílias de classe social vulnerável, alguns fenômenos contribuem para encurtar as fases do ciclo de vida: A gravidez ocorre precocemente,geralmente nos adolescentes → as fases de casamento e nascimento do primeiro filho dão lugar a famílias com filhos pequenos. Tendo que estudar ou trabalhar, os adolescentes e adultos jovens deixam seus filhos com as avós, até que cheguem à adolescência e por sua vez passem a ter seus próprios filhos. A estrutura, geralmente monoparental, e a aglomeração de gerações sob um mesmo teto faz com que famílias populares tenham ciclos de vida abreviados Utilizada em situações de conflitos em que o profissional aborda questões de saúde, interação e comunicação entre membros da família Reunião, previamente planejada, entre os membros da família, em que se trabalha a partilha da informação e de sentimentos com objetivo de mudar alguns padrões interacionais na família (Fundamental Interpersonal Relations Orientation // Orientações Fundamentais nas Relações Interpessoais) Busca compreender o funcionamento da família a partir de suas relações de poder, comunicação e afeto/ intimidade Estudam-se as dimensões de: • Inclusão: interação dentro da família para sua vinculação e organização • Controle: interações do exercício de poder dentro da família, o qual pode ser: o Dominante, quando um exerce influência sobre todos os demais; o Reativo, quando se estabelecem reações contrárias a uma influência que quer tornar-se dominante o Colaborativo, quando há divisão de influências entre os familiares • Intimidade: interações familiares correlatas às trocas interpessoais, ao modo de compartilhar sentimentos, ao desenvolvimento de atitudes de aproximação ou de distanciamento entre os familiares e às vulnerabilidades Quando aplicar? Avaliação do funcionamento da família, no que se refere a um caso específico; Disponibiliza informações sobre a organização e posicionamento da família diante dos problemas; Foca no problema existente e permite uma aproximação esquematizada para trabalhar com a família, facilitando a coleta de informações e a elaboração de intervenções • Presenting problem (problema apresentado) refere-se ao modo como a família vê o problema e tenta superá-lo; • Roles and structure (papéis e estrutura) que diz respeito ao modo como cada membro desempenha e evolui o seu papel; • Affect (afeto) refere-se à maneira como o afeto é demonstrado pelos membros da família e como isso interfere no contexto familiar; • Comunication (comunicação) esclarece como se dá a comunicação verbal e não verbal dentro da família; • Time of life cycle (fase do ciclo de vida) diz respeito à relação entre o problema e as tarefas condizentes com o ciclo de vida; • Illness in family (doença na família) demonstra a história de morbidade familiar, valorizando as atitudes de cuidado; • Coping with stress (enfrentamento do estresse) refere-se ao potencial que a família tem para lidar com o problema; • Ecology (meio ambiente, rede de apoio) diz respeito aos recursos ambientais, sociais e familiares que podem ser explorados para superação do problema
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