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peritonite infecciosa felina PIF

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1 Curso Veteduka| Alícia de Souza Silva | MEDICINA VETERINÁRIA UFPA | Turma 2019 | @drabichinho 
DIANÓSTICO DIFERENCIAL 
• Neoplasia 
• Uroabdome 
• Cardiopatias 
• Peritonite Séptica 
• Hepatopatia 
VÍRUS 
• Coronavírus Felino 
• Característica importante → é capaz de mutar! 
• Permanece no ambiente por até 7 semanas 
• Pode ser inativado por desinfetantes 
• Comum! 
o 16%-40% da população felina 
o 80 - 90% colônias em gatos 
• Assintomáticos ou Enterite leve 
 Como o vírus se dissemina? 
O gato com o corona vírus entérico defeca e elimina os 
vírus. Outro gato vai lá, mexe na areia com vírus e se 
contamina quando for se banhar. Após isso, existem 4 
opções: 
• Resistente a infecção: gato não fica doente → 5% 
- 10% 
• Infecção transitória: corona entra, dá uma diarreia 
e vai embora → 70% 
• Infecção persistente: o gato tem corona pro resto 
da vida, infecta o ambiente, mas não 
necessariamente tem sinais clínicos → 13% 
• PIF: é o corona vírus mutado, não é mais o corona 
vírus entérico. → 1% - 3% 
 
TRANSMISSÃO 
• Contato direto e contínuo 
• Contaminação orofecal 
o Doentes após uma semana ou; 
o Portadores assintomático 
• Se em colônias, pode ocorrer uma transmissão 
oral. 
FATORES DE RISCO 
• Idade de exposição → < 1 anos = 70% 
• FeLV e doenças respiratórios 
• Estresse → principalmente em colônias 
• Desnutrição 
• Tratamento imunossupressor. 
PATOGENIA 
Os vírus ficam nos enterócitos causando os sinais 
clínicos. Por algum motivo, o vírus sofre mutação e 
“chama” macrófagos para os enterócitos. Os 
macrófagos fazem fagocitose do vírus e o coronavírus 
passeia pelo corpo até os linfonodos periféricos. 
Chegando lá, ele entra nos linfócitos e podem ir para o 
corpo inteiro, fazendo a viremia. 
O corpo faz um imunocomplexo com os vírus (anticorpo 
+ vírus). Quando o complexo chega em capilares, ele 
fica preso e chama células brancas para atacar o vírus. 
Esse ataque provoca uma lesão nos capilares, 
causando uma vasculite. A partir disso, começa a vazar 
liquido do vaso para dentro do organismo, causando os 
sinais clínicos (PIF úmida). 
 
Dessa forma, entendemos que a PIF não é 
uma doença causada pelo vírus, mas sim 
uma doença imunomediada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
? 
 
2 Curso Veteduka| Alícia de Souza Silva | MEDICINA VETERINÁRIA UFPA | Turma 2019 | @drabichinho 
Outra lesão comum da PIF é quando o vírus se esconde 
em determinado tecido, chamam atenção dos 
anticorpos e também gera uma lesão nesse tecido: a 
lesão piogranulomatosa. (PIF seca) 
 
 
SINAIS CLÍNICOS 
• Apresentação clínica variável! 
o Depende da distribuição e quantidade da 
vasculite. 
o Distribuição e quantidade das lesões 
piogranulomatosas 
• Forma seca: 
o Febre 
o Anorexia 
o Letargia 
o Sinais do órgão afetado → mais chato e difícil 
de diagnosticas! 
• Sinais oculares: mudança de cor da íris, anisocoria, 
perda súbita de visão, edema de córnea, uveíte. 
• Intestino e linfonodos mesentéricos: diarreia, 
vômito por 3 meses ou mais 
• Fígado: hepatite e icterícia. 
• Neurológicos: envolvimento focal, multifocal ou 
difuso, ataxia, hiperestesia, nistagmo, convulsões, 
mudanças de comportamento, alterações em 
nervos cranianos 
• DESAFIO!! 
DIAGNÓSTICO 
• Histórico 
• Sinais e achados clínicos → efusão não é sinônimo 
de PIF 
• Achados laboratoriais: são sugestivos e não 
específicos 
o Depende da fase da infecção 
o Proteína total alta > 7,8 g/dl (Ac = proteína) 
▪ 55% efusiva 
▪ 70% seca 
o Hiperglobulinemia > 4,6 g/dl 
o Proporção albumina/globulina < 0,5 → 
sugestivas para PIF 
• Análise do líquido da efusão: 
o Exsudato asséptico → se der outro nome, não 
é PIF 
o Amarelo palha/citrino 
o Fibrina 
o Densidade (1,017 a 1,047) 
o Proteína 5 - 8 g/dl 
o Macrófagos / leucócitos - 
Sem bactéria! 
o Albumina / globulina < 
0,81 
▪ Maior exclui peritonite 
▪ Menor não confirma 
▪ Diagnósticos 
diferenciais para 
<0,81: 
✓ Hepatopatias 
✓ Linfoma 
✓ insuficiência cardíaca 
✓ peritonite bacteriana ou pleurite. 
• Necrópsia/Histopato → única forma de ter 
certeza! 
• Teste de Rivalta: pode ser feito no consultório! 
 
o Se positivo: forma 
uma gota bem bonitinha 
que vai caindo bem 
lentamente. 
o Negativo: caso a 
efusão se misture na água 
ou forme várias gotinhas. 
o Falso positivo? Pode 
ser linfoma ou peritonite 
bacteriana. 
o Por que? Porque o líquido é super proteico! 
• Sorologia: não é 100% e deve ser interpretado 
com cautela, pois há reação cruzada. A sorologia 
vai se vai ter >algum< corona, o exame não sabe 
7-8ml de água destilada + 1 gota 
de ácido acético (vinagre) + 1 
gota da efusão 
 
3 Curso Veteduka| Alícia de Souza Silva | MEDICINA VETERINÁRIA UFPA | Turma 2019 | @drabichinho 
quem é quem. Se der positivo, talvez seja só um 
gato com diarreia. 
o Título negativo: 
▪ Fase inicial: ainda não tem anticorpo 
contra o vírus 
▪ Fase final: o gato tá quase morrendo 
▪ Nunca teve contato. 
o Título positivo: 
▪ Tá doente? Não sei! Pode ter tido um 
corona em alguma fase da vida. 
▪ Pode ficar doente? Não sei! 
o Título alto: 
▪ É pior? Não! 
▪ É melhor? Não! 
▪ Tá doente? Não! 
Ou seja, não peça sorologia! 
 
PROGNÓSTICO 
• Mortalidade 100% 
• Morte em 2-12 semanas. 
• Reservado para uveíte (monosintomática) 
TRATAMENTO 
• Não tem cura. 
• Focar na qualidade de vida do gatinho! 
• Eutanásia? TENHA CERTEZA ABSOLUTA DE PIF! 
• Doença imunomediada → Supressão para 
controlar 
o Corticóide: PredinisoLONA 2 a 4 mg/kg/dia 
o Interferon felino? Não se usa mais, pois é um 
imunoestimulante → Pode ser usado nos 
gatinhos que moram com o gato doente. 
MANEJO E PREVENÇÃO 
• Hospital: ter uma super higiente! 
• Casa: 
o Ideal que tenha 1 caixa para cada gato + 1 
extra. 
o Tigelas separadas 
o Se o paciente morreu, esperar uns 2 meses 
para ter outro. 
 
4 Curso Veteduka| Alícia de Souza Silva | MEDICINA VETERINÁRIA UFPA | Turma 2019 | @drabichinho 
EXERCÍCIOS (CASO CLÍNICO) 
• Histórico: Proprietário relata que a paciente caiu 
do 4º andar há 1 mês atrás. Nessa ocasião, foi 
levada a um hospital veterinário e ficou internada 
por 2 dias, nega alterações neurológicas ou 
ortopédicas após a queda. Foi para casa medicada 
com: 
o Prednisolona (3 mg/mL) 0,7 mL BID durante 5 
dias 
o Tramadol (12mg) 1 comprimido SID 3 dias 
o Cobavital (4 mg/5mL) 2,5 mL SID durante 7 
dias 
o Dipirona (gotas) 2 gotas BID 2 dias. 
Retornou ao veterinário após 15 dias e este iniciou 
administração de Amoxicilina com ácido clavulânico e 
manteve o uso de Cobavital. Relata também que a 
paciente vem perdendo peso, tinha obesidade e nesse 
mês perdeu aproximadamente 3 kg. 
 
No momento, apresenta vômito e anorexia há 6 dias, 
nega diarreia, apatia e “andar estranho”. 
 
• Vacinação: OK 
• Vermífugo: desatualizado 
• Contactantes: 1 cão saudável 
 
• Exame físico: 
o Peso: 3,2 Kg 
o Frequência Cardíaca: 198; 
o Frequência Respiratória: 30 
o TPC: 2’’ 
o Mucosas: Hipocoradas 
o Temperatura: 38,2°C 
o Desidratação: 8% 
o Pressão Arterial: 108mmHG 
o Nível de consciência: deprimida 
o Escore corporal 3 de 5 
o Linfonodos: Sem alterações 
o Palpação abdominal: estrutura estranha 
palpável em região abdominal cranial, sem 
demais alterações. 
o Alterações neurológicas: Ataxia, ausência de 
propriocepção em membros pélvicos, 
diminuição da propriocepção em membros 
torácicos, reflexo patelar aumentado 
bilateralmente, reflexos flexores presentes nos 
quatro membros e presença de dor superficial 
e profunda nos quatro membros. Ausência de 
reflexo sensitivo do nervo trigêmeo e sem 
demais alterações em nervos cranianos. 
 
• Ultrassonografia de abdome: (dois dias após o 
internamento). 
o Fígado: tamanho, forma e contornos 
preservados, ecogenicidade reduzida 
difusamente, parênquima com ecotextura 
grosseira. Vesícula biliar preenchida por 
conteúdo anecóico, parede fina e regular. 
o Baço: hipoecóico difusamente. Em corpoesplênico nota-se área de contorno irregular, 
mais espessada que as outras porções do 
órgão. 
o Rins: tamanho, forma e contorno 
preservados, corticais hipoecóicas 
difusamente. Diferenciação corticomedular 
preservada. Pelves renais dilatadas, medindo 
0,72 cm a esquerda e 0,87 cm a direita. 
o Bexiga: normodistendida, preenchida por 
conteúdo anecogênico, parede vesical fina e 
contorno regular. 
o Estômago: distendido, preenchido por 
conteúdo fluido/ mucoso. Parede com 
espessura e estratificação preservada. 
o Alças intestinais: duodeno dilatado por 
conteúdo fluido/ mucoso. Mesentério 
sobrepondo porção média de duodeno. 
Demais alças de difícil avaliação devido a 
alteração mesentérica. 
o Adrenais: Glândula esquerda com tamanho, 
forma, contornos e ecogenicidade 
preservados, medindo 0,69 x 0,25 cm 
(comprimento x polo caudal). Glândula direita 
não individualizada. 
o Útero e ovários: ovário esquerdo hipoecóico 
homogêneo, útero sem conteúdo, parede fina 
e regular. 
o Outros: pâncreas difusamente hipoecóico. 
Linfonodos mesentéricos hipoecóicos. 
Peritônio e retroperitônio hiperecóicos 
difusamente, de aspecto heterogêneo. 
Moderada quantidade de líquido livre 
abdominal anecóico com importante 
quantidade de pontos hiperecóicos em 
suspensão – indicando alta celularidade. 
• Impressão diagnóstica: 
o Sinais de peritonite severa. 
o Presença de moderada quantidade de efusão 
peritoneal. 
o A imagem do pâncreas é sugestiva de 
pancreatite. 
o A imagem do estômago e duodeno é sugestiva 
de processo obstrutivo. 
o A imagem do fígado tem como principal 
diferencial processo inflamatório/ infeccioso 
sistêmico. 
o Suspeita-se de torção esplênica parcial ou 
total. 
o Pielectasia bilateral. 
o Os diferenciais são: aumento da diurese, 
fluidoterapia, pielonefrite, ureter ectópico 
(menor probabilidade). 
 
 
5 Curso Veteduka| Alícia de Souza Silva | MEDICINA VETERINÁRIA UFPA | Turma 2019 | @drabichinho 
Durante a realização do Ultrassom abdominal foi coletada amostra de liquido cavitário e foi então enviado para 
análise. O resultado segue abaixo: 
 
Exame físico 
Volume (mL) 6,0 
Cor Amarelo claro 
Aspecto Intensamente turvo 
Densidade 1,030 
Proteína (g/dL) 4,2 
 
Contagem de células 
Nucleadas 53.000 
Eritrócitos 0,04 
Hemoglobina 1,1 
Hematócrito - 
 
Citologia 
Predomínio de neutrófilos segmentados (89%), seguido de linfócitos (9%) e macrófagos (2%) 
Presença moderada de neutrófilos degenerados, raras hemácias 
Observa-se grupos de macrófagos, com vacuolização citoplasmática 
 
Análise bioquímica 
Proteína total (g/dL) 3,6 
Glicose (mg/dL) 36,3 
LDH (U/L) 4.417,9 
Creatinina (mg/dL) 1,2 
Albumina (g/dL) 1,7 
Globulina (g/dL) 1,9 
Relação Albumina/Globulina 0,89 
 
Bacteriológico e antibiograma: ausência de crescimento bacteriano 
 
Teste de rivalta: positivo 
 
1. O diagnóstico final dessa paciente fechou como peritonite infecciosa felina (PIF), quais dados você acredita que 
nos fizeram chegar a esse diagnóstico? 
 
I - Hemograma e Leucograma 
II - Exames Bioquimicos 
III - Relação Albumina: Globulina no líquido cavitário 
IV - Relação Albumina: Globulina no sangue 
V - Ultrassom Abdominal 
VI - Análise do líquido cavitário 
VII - Teste de rivalta 
VIII - Sinais Clínicos 
IX - Histórico 
X - Sorologia para coronavírus 
XI - Exame de fezes 
 
a) II, III, IV, VI, VII, VIII e X 
b) II, III, IV, VII, VIII e XI 
c) I, II, IV, V, VI, VII, VIII, X e XI 
d) I, II, IV, V, VI, VII, VIII e X 
e) IV, V, VI, VII, VIII e IX 
 
 
6 Curso Veteduka| Alícia de Souza Silva | MEDICINA VETERINÁRIA UFPA | Turma 2019 | @drabichinho 
2. Qual exame seria capaz de fazer o diagnóstico definitivo de PIF nesse caso? 
 
a) Histopatológico de lesões piogranulomatosas 
b) Sorologia 
c) Teste de rivalta 
d) Hiperglobulinemia > 4,6 g/dl 
e) Proporção albumina/globulina <0,5 
 
3. Qual o seu tratamento para esse caso? 
 
a) Interferon Felino / Humano 
b) Antibioticoterapia (Amoxicilina com clavulanato 12 mg/kg BID) 
c) Imunossupressão com corticoide (prednisolona 2 a 4 mg/kg SID) 
d) Por ser uma doença sem cura deve-se propor eutanásia independente da condição do paciente 
 
Gabarito! 
 
1. E 
2. A 
3. C

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