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Roteiro Anatomia Prática de Digestório

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ROTEIRO ANATOMIA TEÓRICO-PRÁTICO DIGESTÓRIO 
 
Elaborado por João Felipe Serrão – Medicina UFPA 2015.D 
OSSOS 
 
 
MAXILA 
Processo Alveolar; 
Eminência Alveolar; 
Túber da Maxila (lateral e inferior) 
Processo Palatino da Maxila 
Fossa Incisiva + Forame Incisivo 
Espinha Nasal Anterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANDÍBULA 
Processo Condilar – 1ª estrutura (cabeça + colo) 
Cabeça – ponta do processo condilar 
Colo – abaixo da cabeça 
Processo Coronoide – 2ª estrutura 
Incisura da Mandíbula – entre processo condilar e coronoide 
Fóvea Pterigoidea 
Ramo Mandibular 
Ângulo Mandibular 
Corpo da Mandíbula 
Protuberância Mentual 
Forame Mentual D/E 
Tubérculo Mentual D/E 
Linha Oblíqua 
Língula 
Forame da Mandíbula – próximo à língua 
Sulco milo-hioideo 
Tuberosidade pterigoidea 
Linha milo-hioidea 
Fóvea Sublingual 
Fóvea Submandibular 
Espinhas Genianas 
Forame Lingual 
Eminências Alveolares + Arco Alveolar + Processo Alveolar 
 
 
 
PALATINO 
Espinha Nasal Posterior 
Lâmina Perpendicular 
Lâmina Horizontal 
Forames Palatinos (Maiores e Menores) 
Processo Piramidal 
Sutura Palatina Mediana 
Sutura Palatina Transversa 
 
TEMPORAL 
Processo Estiloide 
Fossa Mandibular 
Tubérculo Articular 
 
ESFENOIDE 
Processo Pterigoideo (Lâmina lateral e medial) + Fossa Escafoidea 
Hâmulo Pterigoideo 
Espinha do Osso Esfenoide 
 
HIOIDE 
Corpo 
Corno Maior – se liga ao corpo vertebral de CIII 
Corno Menor – se liga ao ligamento estilohioideo 
*Ligamento estilomandibular e ligamento estilohioideo 
 
 
 
DENTES 
Faces 
1. Face Vestibular 
2. Face Lingual 
3. Face Mesial 
4. Face Distal 
5. Face Oclusal 
 
Regiões 
1. Coroa 
2. Colo 
3. Raiz
Estruturas 
1. Esmalte – recobre a dentina sobre a coroa 
2. Dentina – constitui a maior parte do dente 
3. Cavidade Pulpar – c/ tecido conjuntivo + vasos + nervos 
4. Canal da Raiz do Dente – passam nervos e vasos 
5. Ápice da raiz do dente 
6. Forame do ápice do dente 
7. Cemento – recobre a dentina na porção da raiz 
8. Periodonto – fixa a raiz ao alvéolo dentário ou periósteo alveolar 
 
LÍNGUA 
1. Ápice 
2. Corpo 
3. Raiz 
4. Dorso 
5. Face Inferior 
6. Sulco Terminal 
(V lingual) 
7. Sulco Mediano 
8. Septo Fibroso 
(região branca 
no ventre da 
língua) 
9. Tonsilas 
Linguais 
10. Frênulo da 
Língua 
11. Papilas 
Circunvaladas 
12. Papilas 
Fungiformes 
13. Papilas 
Filiformes 
14. Papilas 
Foliadas 
15. Forame Cego 
 
 
 
PALATO 
1. Palato duro 
2. Palato mole 
3. Rafe do palato (mediano) 
4. Fossa Tonsilar 
5. Tonsilas Palatinas 
6. Pregas Palatinas Transversas 
(enrugadinho do céu da boca) 
7. Arco palatoglosso (+ anterior: 
liga palato com a língua) 
8. Arco palatofaríngeo (+ posterior: 
liga palato c/ faringe) 
ÓRGÃOS DO TUBO DIGESTIVO 
 
ESÔFAGO 
Constrição faringo-esofágica 
Constrição broncoaórtica 
Constrição diafragmática 
 
 
 
 
ESTÔMAGO 
Óstio da Cárdia 
Fundo 
Corpo 
Antro pilórico + canal pilórico + piloro (região pilórico) 
Incisura Cárdica 
Incisura Angular 
Curvatura Maior 
Curvatura Menor 
Pregas Gástricas 
 
 
OMENTO 
Omento Maior 
Omento Menor (ligamento hepatoduodenal e ligamento 
hepatogástrico) 
Forame Omental (de Winslow) 
Bolsa Omental 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTESTINO DELGADO 
Duodeno 
- Ampola duodenal 
- Parte Superior 
- Parte Descendente 
- Parte Horizontal/Inferior 
- Parte Ascendente 
- Papila duodenal maior (de Vater) 
- Ampola Hepatopancreática 
- Flexura Duodenojejunal 
- Flexura Inferior 
- Flexura Superior 
- M. Suspensor do Duodeno (Ligamento de Treitz) 
Jejuno 
Íleo 
- Óstio ileal 
Válvula ileocecal 
Vilosidades (microvilosidades – microscopia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTESTINO GROSSO 
Mesocólon 
Apêndice Vermiforme 
Ceco 
Colo Ascendente 
Flexura Direita do Colo 
Colo Transverso 
Flexura Esquerda do Colo 
Colo Descendente 
Colo Sigmoide 
Reto 
Flexura Sacral do Reto 
Ampola do Reto 
Flexura Anorretal 
Canal Anal 
Saculações ou Haustrações 
Tênia Livre (transverso – sem apêndice) 
Tênia Mesocólica – inserida com apêndices mesocólicos 
Tênia Omental – superior 
Pregas Semilunares 
Apêndices Omentais 
 
ÓRGÃOS ACESSÓRIOS 
 
 
VESÍCULA BILIAR 
Fundo 
Corpo 
Colo 
Ducto Cístico 
Ducto Hepático Comum 
Ducto Colédoco 
 
 
 
PÂNCREAS 
Cabeça 
Colo 
Corpo 
Cauda 
Processo Uncinado da Cabeça do Pâncreas 
Incisura Pancreática 
Ducto Pancreático Principal (Wirsung) 
Ducto Pancreático Acessório (Santorini) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FÍGADO 
Face Diafragmática 
Face Visceral 
Lobo Direito 
Lobo Esquerdo 
Lobo Caudado (superior em relação ao quadrado) 
Lobo Quadrado 
Hilo Hepático 
Fossa da Vesícula Biliar 
Ligamento Coronário 
Ligamento Triangular D/E 
Ligamento Falciforme (anterior) 
Ligamento Redondo (vestígio embrionário da veia umbilical) 
Ligamento Venoso (posterior) 
Fissura do Ligamento Redondo 
Fissura do Ligamento Venoso 
Sulco da Veia Cava Inferior 
Impressões: 
- Lado Direito: Suprarrenal, Renal, Duodenal, Cólica 
- Lado Esquerdo: Gástrica, Esofágica 
Processo Caudado 
Processo Papilar 
 
Obs: a vesícula biliar é formada por fundo, corpo e colo e dela sai o ducto cístico (porção com 
prega em espiral e porção lisa, que se une ao ducto hepático comum (oriundo da junção dos ductos 
hepáticos direito e esquerdo) para formar o ducto colédoco, que por sua vez, desemboca junto com 
o ducto pancreático pela ampola hepatopancreática na papila maior do duodeno. 
 
 
 
 
 
 
 
MÚSCULOS QUE ATUAM NO SISTEMA DIGESTÓRIO 
MUSCULATURA OROFACIAL 
MÚSCULO FUNÇÃO 
BUCINADOR Pressiona a bochecha contra os molares 
ORBICULAR DA BOCA Fechamento e protusão dos lábios 
LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR Move o lábio superior p/ cima e p/ lateral 
ABAIXADOR DO LÁBIO INFERIOR Move o lábio superior p/ baixo e p/ lateral 
LEVANTADOR DO ÂNGULO DA BOCA Move a rima bucal medialmente e p/ cima 
ABAIXADOR DO ÂNGULO DA BOCA Puxa o ângulo da boca p/ baixo 
ZIGOMÁTICO MAIOR Eleva a comissura bucal 
MUSCULATURA DA MASTIGAÇÃO 
MÚSCULO FUNÇÃO 
TEMPORAL Elevação e retrusão da mandíbula 
MASSETER Elevação e protusão da mandíbula 
PTERIGOIDEO MEDIAL Protusão da mandíbula 
PTERIGOIDEO LATERAL Protusão da mandíbula 
MUSCULATURA INTRÍNSECA DA LÍNGUA 
MÚSCULO FUNÇÃO 
LONGITUDINAL SUPERIOR Curva a língua longitudinalmente p/ cima, 
elevando o ápice e as laterais; retrai/encurta a 
língua 
LONGITUDINAL INFERIOR Curva a língua longitudinalmente p/ baixo, 
abaixando o ápice; retrai/encurta a língua 
TRANSVERSO DA LÍNGUA Estreita e alonga (protrai) a língua 
VERTICAL DA LÍNGUA Achata e alarga a língua 
MUSCULATURA EXTRÍNSECA DA LÍNGUA 
MÚSCULO FUNÇÃO 
GENIOGLOSSO Abaixa a língua 
HIOGLOSSO Depressão das laterais da língua 
ESTILOGLOSSO Retrusão da língua 
PALATOGLOSSO Elevação da parte posterior da língua 
MUSCULATURA DO PALATO MOLE 
MÚSCULO FUNÇÃO 
TENSOR DO VEU PALATINO Tensiona o palato mole durante a deglutição 
LEVANTADOR DO VEU PALATINO Eleva o palato mole durante a deglutição 
PALATOGLOSSO Eleva o palato mole sobre a língua 
PALATOFARÍNGEO Tensiona o palato mole e traciona as paredes 
da faringe durante a deglutição 
M. DA ÚVULA Eleva e encurta a úvula 
MUSCULATURA SUPRA-HIOIDE 
MÚSCULO FUNÇÃO 
DIGÁSTRICO (ventre ant + post) Eleva o osso hioide + mandíbula 
ESTILO-HIOIDE Eleva o osso hioide + mandíbula 
MILO-HIOIDE Eleva o osso hioide + mandíbula 
GENIOHIOIDE Eleva o osso hioide + mandíbula. 
Principalmente, protusão do osso hioide). 
MUSCULATURA INFRA-HIOIDE 
MÚSCULO FUNÇÃO 
TIREO-HIOIDE Abaixa o osso hioide 
OMO-HIOIDE Abaixa e retrai o osso hioide 
ESTERNO-HIOIDE Deprime do osso hioide 
ESTERNO-TIREOIDEO Abaixa a cartilagem tireoide e osso hioide 
MUSCULATURA DA FARINGE 
MÚSCULO FUNÇÃO 
CONSTRITOR SUPERIOR 
Contração da parede da faringe na deglutição – 
circular interna 
 
CONSTRITOR MÉDIO 
CONSTRITOR INFERIOR 
SALPINGOFARÍNGEO Eleva, encurta e alarga a faringe 
ESTILOFARÍNGEO Eleva, encurta e alarga a faringe 
PALATOFARÍNGEO Tensiona o palato mole e traciona as paredesda faringe durante a deglutição 
MUSCULATURA ABDOMINAL 
MÚSCULO FUNÇÃO 
RETO ABDOMINAL Flexão do tronco 
OBLÍQUO INTERNO Rotação ipsilateral do tronco 
OBLÍQUO EXTERNO Rotação contralateral do tronco 
TRANSVERSO DO ABDÔME Compressão das vísceras abdominais 
MUSCULATURA DA DEFECAÇÃO 
MÚSCULO FUNÇÃO 
LEVANTADOR DO ÂNUS (Puborretal + 
Pubococcígeo + Íleococcígeo) 
Eleva o canal anal durante a defecação 
ÍSQUIOCOCCÍGEO Sustenta o cóccix 
ESFÍNCTER EXTERNO Impede defecação (controle voluntário) 
BULBO COCCÍGEO 
BULBO RETAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESCREVA TUDO O QUE VOCÊ SABE SOBRE O SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
O sistema digestório é um dos mais complexos sistemas do corpo humano, mas seu 
entendimento é de suma importância para a prática médica. Essa importância do sistema digestório 
está associada às suas principais funções: ingestão – entrada de alimentos e líquidos por meio da 
boca; processamento mecânico – ato da mastigação com laceração e trituração realizada pelos 
dentes, além de movimentos de mistura e propulsão realizados pelo TGI para dar continuidade ao 
processamento mecânico após deglutição; digestão – quebra enzimática de carboidratos, lipídeos 
e proteínas para posterior absorção pelo epitélio gastrintestinal; secreção – por meio de enzimas 
produzidas principalmente pelas glândulas anexas, que auxiliam no processo de digestão; 
absorção – movimento de moléculas orgânicas por meio o epitélio do TGI em direção ao líquido 
intersticial; excreção – produtos residuais são secretados, principalmente pelo fígado; compactação 
– desidratação de materiais não digeridos para posterior eliminação (fezes); defecação – 
eliminação das fezes do corpo. 
O sistema digestório ainda possui plasticidade, que consiste na capacidade de tolerar 
distensão por meio de filamentos contráteis de células musculares lisas sendo importante para 
órgãos que passam por modificações em seu volume, como por exemplo, o estômago. Além disso, 
conceitos de peristalse e segmentação são importantes para o trajeto realizado pelo bolo alimentar 
ao longo do TGI, sendo a peristalse, ondas de contração muscular (camada circular interne e 
longitudinal externa) que permitem o movimento desse bolo alimentar, seja por meio de fibras 
eferentes ou aferentes de nervos (pélvicos, glossofaríngeo, vago). Já a segmentação, que ocorre 
nos intestinos, fragmentam e revolvem materiais digestivos, auxiliando na movimentação e na 
compactação das fezes. 
A histologia do sistema digestório é de suma importância para o entendimento de sua 
anatomia bem como de seu funcionamento no organismo. É composto por 4 camadas: mucosa, 
mais interna e de contato direto com o bolo alimentar, possui uma lâmina própria e uma camada 
muscular da mucosa, que auxilia tanto na movimentação do alimento como impede a adesão de 
partículas ao longo do tecido epitelial; submucosa, que contém o plexo submucoso ou plexo de 
Meissner, além de ser rica em nervos e possuir vascularização; muscular, formada por uma camada 
longitudinal externa e outra circular interna e possuir entre elas o plexo mioentérico ou plexo de 
Auerbach; serosa ou adventícia, que é um tecido de revestimento, mais externo, que envolve 
órgãos intraperitoneais (serosa) e retroperitoneais (adventícia). 
Essa parte nervosa do sistema digestório é importante para que o próprio plexo entérico 
promova as informações necessárias sem que SNC precise atuar diretamente nesse processo, ou 
seja, o plexo entérico apresenta certo caráter autônomo. Como já citados anteriormente, os 
principais são o plexo de Meissner ou plexo submucoso, localizado na camada submucosa e com 
função de controle da secreção glandular e o plexo de Auerbach ou plexo mioentérico, localizado 
entre as subcamadas da camada muscular (circular interna e longitudinal externa), cuja função é 
regular a atividade glandular bem como controlar a musculatura. 
Para a sua sustentação e estabilidade, o sistema digestório conta com o peritônio, que 
reveste as superfícies internas das paredes da cavidade abdominopélvica, impedindo assim 
aderência e conferindo mobilidade aos órgãos e demais estruturas localizadas nessa cavidade. 
Lâminas duplas fundidas de peritônio formam os mesentérios que estabilizam o enovelamento 
intestinal durante os movimentos peristálticos e demais movimentos do corpo. O omento (tecido 
gorduroso), também formado pelo peritônio é classificado em maior, começa na curvatura gástrica 
maior e se insere no cólon transverso; e menor, que auxilia na posição do estômago associado ao 
fígado, sendo formado por 2 ligamentos: hepatoduodenal e hepatogástrico, vindos da curvatura 
menor do estômago. Sendo que há o mesocolo, que é um mesentério anexo ao intestino grosso, 
podendo ser mesocolo transverso e mesocolo sigmoide. 
Detalhando a anatomia topográfica, tem-se o sistema digestório dividido em tubo digestivo 
e glândulas anexas, que serão detalhadas posteriormente. Inicialmente, tem-se a cavidade oral ou 
boca, constituída pela cavidade própria da boca e pelo vestíbulo e localizada desde os lábios 
anteriormente, bochechas lateralmente até os arcos palatoglossos das fauces internamente. O 
assoalho da boca é constituído pelo músculo milo-hioideo e é ocupado pela língua. Lateralmente a 
boca é delimitada pelas bochechas e pelas regiões retromolares. A cavidade oral ainda é 
constituída de glândulas, sejam elas maiores como parótida – localizada lateralmente ao ramo da 
mandíbula, sublingual, localizadas nas fóveas sublinguais; e submandibulares – localizadas nas 
fóveas submandibulares; além de inúmeras glândulas menores (linguais, palatinas, labiais). A 
cavidade oral está relacionada à função de ingestão, mastigação, fonação e ventilação. A mucosa 
oral ainda é dividida em mucosa de revestimento, mastigatória e especializada, relacionada com a 
sua função específica e sua localização. Sendo a mucosa de revestimento a de coloração 
avermelhada, que reveste grande parte da cavidade oral; mucosa mastigatória é a submetida ao 
estresse da mastigação, sedo firmemente aderida ao osso subjacente. 
Na porção orofacial, há músculos e ossos que irão compor essa estrutura que atua na 
mastigação. Dentre os principais músculos orofaciais, tem-se o bucinador (pressiona a bochecha 
contra os molares), orbicular da boca (protusão labial), levantador e abaixador dos lábios tanto 
superior quanto inferior, bem como levantador e abaixador do ângulo da boca, e também o 
zigomático maior, que atua elevando a comissura labial. Esses músculos atuam no movimento da 
rima bucal e é importante no ato da mastigação. Ainda sobre músculos, é importante falar sobre os 
músculos da mastigação, sendo eles 4: temporal (retrusão da mandíbula), masseter (protusão da 
mandíbula), bem como o pterigoideo medial e lateral (atuam na protusão da mandíbula). É válido 
ressaltar que a articulação temporomandibular (ATM) é do tipo gínglimo, sinovial. 
Em relação à parte óssea ligada à porção digestiva tem-se: maxila, mandíbula, palatino, 
esfenoide, temporal, hioide. As principais estruturas desses ossos são processos alveolares, arco 
alveolar, eminências alveolares, fossa e forame incisivo na maxila; processo condilar, processo 
coronoide, incisura da mandíbula, ramo, ângulo, corpo, língula, fóveas suglinguais e 
submandibulares, espinhas genianas, forame lingual, forames mentuais, tubérculos mentuais, 
protuberância mentual, sulco e linha milo-hoidea na mandíbula; espinha nasal posterior, lâmina 
perpendicular e horizontal, processo piramidal, forames palatinos maiores e menores no osso 
palatino; processo estiloide, fossa mandibular, tubérculo articular no osso temporal; processo 
pterigoide com lâminas laterais e mediais, hámulo pterigoide, espinha do osso esfenoide no osso 
esfenoide; corpo, cornos maiores e cornos menores no osso hoide. 
Na cavidade oral, há também os dentes, inseridos nos alvéolos dentários tanto na maxila 
como na mandíbula por meiodos ligamentos periodontais. Há 4 tipos de dentes: incisivos (cortam 
alimento); caninos (furam alimento); pré-molares e molares (esmagam e trituram o alimento). Cada 
dente apresenta 5 faces (lingual, labial, mesial, distal e oclusal), sendo divididos em coroa, colo e 
raiz. Os dentes apresentam uma camada mais externa (esmalte), uma camada intermediária 
(dentina) e uma camada mais interna (polpa). O esmalte dentário é um material extremamente duro 
e rígido que recobre as coroas dos dentes. A dentina é um tecido amarelado avascular que forma 
a maior parte de um dente, sendo um material composto duro e complacente, sendo formada 
lentamente ao longo da vida. A polpa dentária fornece o suporte nutritivo para a atividade de síntese 
da camada de odontoblastos. Cemento é um tecido semelhante ao osso que sobre as raízes 
dentárias, sendo avascular e não possui nervos. O ligamento periodontal promove sustentação dos 
dentes, gera força para erupções dentárias, bem como fornece informações sensitivas sobre a 
posição do dente para facilitar a atividade reflexa da mandíbula. 
O teto da cavidade oral é constituído pelo palato duro e pelo palato mole, sendo o primeiro 
constituído por osso e o segundo por músculos. No palato duro, encontram-se as rugas palatinas, 
rafe palatina, enquanto no palato mole encontra-se a úvula. Entre os palatos, encontram-se tonsilas 
e fossas tonsilares, onde se alojam as tonsilas, como a tonsila palatina devido à presença de 2 
arcos: palatoglosso, que une o palato mole à língua (mais anterior) e o palatofaríngeo, que une o 
palato à faringe (mais posterior). O palato mole apresenta uma musculatura que atua no ato da 
deglutição: músculo da úvula (eleva e encurta a úvula); tensor do véu palatino (tensiona o palato 
mole durante a deglutição); levantador do véu palatino (eleva o palato mole durante a deglutição); 
palatoglosso (eleva o palato mole sobre a língua) e palatofaríngeo (tensiona o palato mole e 
traciona as paredes da faringe durante a deglutição). 
Ademais, há a língua, órgão altamente vascular que participa da deglutição, paladar e fala. 
Posição parcialmente oral e parcialmente faríngea, sendo fixada pelos seus músculos ao osso 
hioide, mandíbula, processos estiloides, palato mole e parede da faringe. Apresenta raiz, ápice, 
dorso curvo e face inferior. As fibras musculares intrínsecas estão dispostas em um padrão de 
entrelaçamento que permite maior mobilidade dentre o complexo de fascículos transversais, 
longitudinais, verticais e horizontais. A raiz da língua está fixada ao osso hioide e à mandíbula. O 
dorso da língua é dividido em sulco terminal em forma de V uma porção oral (anterior e uma porção 
faríngea (posterior). Apresenta diversas papilas gustativas, relacionadas com o sentido da 
gustação, são elas as papilas foliadas, filiformes, circunvaladas e fungiformes. A parte móvel da 
língua corresponde à região anterior (ápice e corpo), inervados pelo nervo facial. Já o segmento 
fixo é a raíz da língua, posterior ao sulco terminal, sendo inervado pelo nervo glossofaríngeo. A 
musculatura da língua é dividida em intrínseca e extrínseca, sendo os músculos intrínsecos 
(longitudinal superior – curva a língua para cima e eleva seu ápice e laterais; longitudinal inferior – 
curva a língua para baixo, abaixando seu ápice; transverso – estreita e alonga a língua; vertical – 
achata e alarga a língua; sendo estes todos relacionados com a mudança na morfologia da língua). 
Os músculos extrínsecos, que por sua vez, conferem mobilidade à língua, são genioglosso (abaixa 
a língua; hioglosso (depressão das laterais da língua); estiloglosso (retrusão da língua) e 
palatoglosso (elevação da parte posterior da língua). 
As glândulas salivares são glândulas exócrinas compostas e tubuloacinares com ductos que 
se abrem na cavidade oral. Secretam saliva, que por sua vez é um líquido que lubrifica os alimentos 
para ajudar na deglutição, umidifica a mucosa oral, é importante para a fala, fornece solvente 
aquoso para a gustação, sendo também um selante líquido para sucção e amamentação. Secretam 
enzimas digestivas como a amilase salivar, agentes antimicrobianos como IgA, lactoferrrina e 
lizosima. São classificadas em maiores pares e em inúmeras menores. As maiores e pares são as 
parótidas, submandibulares e sublinguais. A parótida está localizada lateralmente ao ramo da 
mandíbula em ambos os lados D e E; as sublinguais nas fóveas sublinguais na mandíbula e as 
submandibulares nas fóveas submandibulares na mandíbula. 
No processo de deglutição, os movimentos voluntários seguem até a orofaringe, a partir de 
então os movimentos tornam-se involuntários. A musculatura hioidea já apresenta controle 
involuntário e é dividida em musculatura supra-hioide (acima do osso hioide) e infra-hioide (abaixo 
do osso hioide). A musculatura supra-hioide é composta pelos ventres anterior e posterior do 
músculo digástrico, estilo-hioide, milo-hioide e genio-hioide, todos esses relacionados com a 
aelevação do osso hioide e da mandíbula, sendo que o músculo gênio-hioide atua principalmente 
na protusão do osso hioide. A musculatura infra-hioide está relacionada principalmente com a 
retração e abaixamento do osso hioide e é composta pelos músculos tireo-hioide, omo-hioide, 
esterno-hioide e esterno-tireoideo. 
A faringe é composta por músculos pertencentes à subcamada circular interna da camada 
muscular (constritores superior, médio e inferior) com função de contração da parede faríngea 
durante a deglutição e os músculos da subcamada longitudinal externa, com função de elevação, 
encurtamento e alargamento da faringe (salpingofarínego, estilofaríngeo e palatofaríngeo, sendo 
este último relacionado com a tensão no palato mole, além da tração da parede faríngea durante a 
deglutição). A deglutição é um processo que inicia voluntário, mas passa a ser involuntário, sendo 
dividido em fases oral, faríngea e esofágica. 
Da orofaringe é ainda importante ressaltar que existe o esfíncter cricofaríngeo que está 
contraído em repouso, mas se alarga quando o bolo alimentar chega para ajudar na passagem 
deste. Isto através do alargamento do esôfago pela protusão e elevação do osso hioide e também 
pela elevação da laringe, bem comopela diferença de pressão (que é menor em direção ao 
estômago). 
Em seguida, tem-se o esôfago que é um tubo muscular, sendo composto de músculo 
estriado esquelético em seus 2/3 superiores e o 1/3 inferior composto de músculo liso. Apresenta 
cerca de 25 cm e é localizado posteriormente à traqueia. Faz conexão da orofaringe com o 
estômago, sendo dividido em 3 porções: cervical, torácica e abdominal. Ao longo da sua extensão 
é perceptível dois esfíncteres: um superior anatômico e outro inferior fisiológico, que funciona 
como uma válvula mantendo o esfíncter fechado quando não há deglutição. Além dos esfíncteres, 
se percebem quatro constrições: uma a nível do esfíncter esofágico superior, outra na passagem 
do arco aórtico, uma na passagem do brônquio principal esquerdo e uma última na passagem pelo 
hiato esofágico. 
O esôfago termina no estômago, chegando neste na região da cárdia. O estômago é 
intraperitonial, tem forma de “J”, está localizado à esquerda do fígado, posterolateral ao pâncreas 
e lateralmente ao baço, que está à sua esquerda. Funções do estômago são de acumular 
transitoriamente os alimentos ingeridos e preparar mecânica e quimicamente os alimentos, seja 
pela ação de contração das pregas gástricas, seja pela ação de enzimas e HCl (que iniciam a 
digestão de proteínas). É dividido em cárdia, fundo, corpo e região pilórica (onde se destaca o antro 
pilórico, o canal pilórico e o próprio piloro). Na cárdia se percebe a incisura cárdica e na região 
pilórica se nota a incisura angular. Ao longo da curvatura menor do estomago pode se observar o 
omento menor, enquanto que ao longo da curvatura maior se observa o omento maior. Vale ainda 
lembrar que amucosa do estômago apresenta ainda uma dupla camada espessa de muco que 
protege o epitélio da ação do HCl, além da muscular da mucosa (própria do tubo digestivo) e a 
túnica muscular conta com mais uma camada: obliqua interna, circular média e longitudinal 
externa. 
A gastrina, produzida mais na região pilórica, aumenta a motilidade gástrica, que também é 
regulada pelos hormônios entéricos. A regulação nervosa para secreção gástrica se dá por reflexos 
longos (estímulos externos tratados pelo SNC e SNA) da fase cefálica, e curtos (estímulos são logo 
detectados e processados no próprio órgão através de captação por mecanorreceptores) da fase 
gástrica, sendo que há ainda uma fase intestinal, regulada pela passagem do quimo para o 
duodeno. Antes de passar para o duodeno, o quimo vai se acumulando na região pilórica em 
decorrência das contrações no órgão que além de auxiliarem na trituração do alimento, ficam mais 
potentes a medida que se aproxima da região pilórica, pois a camada muscular vai ficando mais 
espessa (nota-se uma propulsão que acontece através de onda peristálticas do fundo ao piloro). 
O acúmulo do quimo na região pilórica acontece, pois existe uma retropulsão que faz com que 
10% do quimo só passe para o duodeno, além do piloro ser estreito, pois quando fechado apresenta 
apenas uma pequena abertura que permite a passagem apenas de água. 
Após o piloro do estômago, tem-se o intestino delgado. Sua função majoritária é a absorção. 
Ele é um órgão longo e sinuoso que ocupa a maior parte da cavidade abdominal e é dividido em 
duodeno (menor parte), jejuno e íleo (maior parte). É separado do intestino grosso por meio da 
valva ileocecal. A única parte do intestino delgado que não é retroperitonial é a ampola duodenal, 
de resto todas as partes são retroperitoneais. 
O duodeno, primeira porção do intestino delgado e a mais curta tem formato de “C” e começa 
a partir do piloro. Possui quatro segmentos: superior (suspendido pelo ligamento hepatoduodenal), 
descendente (faz uma curva sob a cabeça do pâncreas e recebe secreções do fígado e maior 
parte do pâncreas através da papila duodenal maior, e recebe secreções do colo e da cabeça do 
pâncreas pela papila duodenal menor quando o ducto de Santorini está presente), inferior (abaixo 
da cabeça do pâncreas) e ascendente (na margem inferior do corpo do pâncreas, sendo 
suspendida pelo músculo suspensor do duodeno, que também se contrai para facilitar a passagem 
do quilo), terminando na flexura duodeno-jejunal. 
A partir desta flexura, começa o jejuno. Não existe uma divisão clara que separa o jejuno do 
íleo, uma das diferenças é enquanto a coloração: o jejuno é mais avermelhado enquanto que o 
íleo é mais pálido. O mesentério fixa o jejuno e o íleo na parede abdominal posterior. Tanto o 
jejuno quanto o íleo apresentam pregas circulares na mucosa, em decorrência da tonicidade. Tais 
pregas são importantes, pois desaceleram a passagem do quilo, aumentam a superfície de contato 
e permitem a rotação desse material ao longo das pregas, misturando com os sucos entéricos. 
Tudo isso contribui para melhorar a absorção, que é feita pelas vilosidades (com muitas 
microvilosidades - histológico) presentes ao longo de todo o intestino. Vale lembrar que quanto 
mais perto se chega na válvula ileocecal mais glândulas mucosas estão presentes. O intestino 
delgado (íleo) termina na junção íleo-cecal. 
O intestino grosso vem logo em seguida, a partir da junção íleo-cecal, uma valva que possui 
um lábio íleo-cólico e um lábio íleo-cecal. Essa valva é influenciada pela gastrina produzida no 
estômago e relaxa, permitindo passagem do quilo para o intestino grosso. A gastrina tem 
participação também no íleo aumentando a intensidade das contrações de segmentação, e no 
intestino grosso também contribui para aumentar o deslocamento de massa no cólon. A função 
principal do intestino grosso é absorver água dos resíduos não digeridos, formar as fezes e 
servir como um armazenamento temporário dos resíduos para defecação. Os componentes 
do intestino grosso são o ceco (segmento inferior a valva ileocecal), o apêndice vermiforme (órgão 
importante para o sistema imune), colo ascendente, flexura cólica direita (hepática), colo 
transverso, flexura cólica esquerda (esplênica), colo descendente, colo sigmoide, reto e 
ânus. Apenas o colo transverso e o sigmoide são intraperitoniais, o resto do intestino grosso é 
retroperitonial. 
Estruturalmente, o intestino grosso apresenta 3 tênias do colo (bandas de musculatura lisa 
longitudinal): uma livre central que não tem associação com nenhuma estrutura; uma epiploica 
que tem associação com os apêndices epiploicos, inferiormente; e uma mesocólica que tem 
associação com o mesocolon. As tênias finalizam na junção retossigmoidea, a nível da 3ª vértebra 
sacral. É ainda percebido no intestino grosso as haustrações (dilatações), que possuem no seu 
interior as pregas semilunares (largura maior que as circulares do intestino delgado) separando 
essas haustrações. 
O reto tem uma mucosa mais espessa e possui 3 flexuras retais (superior, intermediaria e 
inferior) que impedem a volta das fezes e de gases. É separado do canal anal por um esfíncter 
interno de tecido muscular liso e um esfíncter externo de tecido estriado esquelético. Não 
existem mais vilosidades e no canal anal existem musculaturas que se opõem ao aumento de 
pressão abdominal exercida pela musculatura abdominal (reto abdominal, obliquo externo e 
interno e transverso do abdômen) que são o músculo levantador do ânus (puborretal, 
pubococcigeno e ileococcigeno) e o isquiococcigeno, que são considerados os músculos da 
defecação. 
Sobre as glândulas anexas que irão compor o sistema digestivo, é importante falar sobre o 
fígado e pâncreas. O fígado, é a maior glândula do corpo e se encontra no epigástrio. É um órgão 
peritonial visceral, mas possui uma parte superior nua. Voltado ao sistema digestório, sua função 
é de produzir a bile. Anatomicamente, o fígado possui uma face diafragmática superoanterior, uma 
face visceral inferoposterior e quatro lobos (direito, esquerdo, caudado e quadrado). Ele apresenta 
alguns ligamentos que o fixam em sua posição: na face diagramática pode ser observado o 
ligamento falciforme ao centro, que se divide superiormente em ligamentos coronários direito e 
esquerdo, os quais continuam e formam os ligamentos triangulares direito e esquerdo; na face 
visceral, podem ser vistos o ligamento redondo inferiormente e o ligamento venoso superiormente, 
e o ligamento da veia cava inferior estabilizando a veia cava inferior. As fissuras onde se alojam os 
ligamentos venoso e redondo podem formar também a fissura sagital esquerda, enquanto que a 
fissura onde está o ligamento venoso forma também a fissura sagital direita. 
Outros acidentes anatômicos do fígado são o próprio hilo hepático na parte visceral, onde 
chegam artéria hepática e veia portal e saem os ductos hepáticos; a fossa da vesícula biliar 
com a própria vesícula biliar (dividida em fundo, corpo e colo); incisura do ligamento redondo, ápice, 
túber omental, e as impressões de estruturas importantes no parênquima hepático: esofágica, 
gástrica, renal, suprarrenal, cólica e duodenal. 
O pâncreas é um órgão retroperitonial, localizado posteriormente ao estômago, 
estendendo-se lateralmente a partir do duodeno em direção ao baço cujas porções são a cabeça 
(circundada pelo duodeno), o colo (posterior aos grandes vasos), o processo uncinado da cabeça 
do pâncreas, o corpo (à esquerda da artéria mesentérica superior) e a cauda (anterior ao rim 
esquerdo). Possuem componentes endógeno (ilhotas de Langerhans) e exógeno (ácinos 
produtores de enzimas digestivas). Possui um grande ducto pancreático principal (ducto de 
Wirsung) que conduz secreções digestivas à ampola hepatopancreática. Um pequeno ducto 
pancreático acessório (ducto de Santorini) se ramifica a partir do ducto pancreáticoprincipal e 
deixa o pâncreas, esvaziando-se no duodeno por meio da papila menor do duodeno, superiormente 
à papila maior do duodeno. 
A bile é uma solução alcalina que é produzida no fígado cuja função é de emulsificar as 
gorduras ingeridas. Na vesícula biliar ela se torna mais concentrada na forma de sais biliares, sendo 
que a reabsorção aumentada de sais biliares quando estes chegam ao intestino é um sinal para 
produção de mais bile (fatores nervosos e hormonais estão presentes também, como a secretina e 
colecistoquinina). A colecistoquinina age contraindo a vesícula biliar e liberando os sais biliares 
que seguem para o intestino delgado, passando pelo fundo, corpo e colo. Em seguida chegam 
nos ductos hepáticos direito e esquerdo e formam o ducto hepático comum que, junto com 
o ducto cístico, formam o ducto colédoco. Tal ducto desce e adentra a cabeça do pâncreas se 
juntando ao ducto pancreático principal na ampola hepatopancreatica. Quando o esfíncter de 
Oddi relaxar, o conteúdo da bile do pâncreas passa pela papila duodenal maior e cai no duodeno, 
local de ação de todas essas secreções. A colecistoquinina é quem traz informação para os 
esfíncteres de Oddi, do ducto colédoco e do ducto pancreático relaxarem e, assim, permitirem o 
escoamento das secreções, ela também permite a produção de enzimas pancreáticas nos ácinos.

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