Buscar

PAPER JURÍDICO - SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 1 
 
 
Adriana Zóboli Silvério 2 
Danilo Rayme 3 
Sérgio Taquini4 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Um dos princípios fundamentais do direito do trabalho, é o princípio da continuidade 
da relação de emprego, exatamente por isso apena em casos especiais, ocorre a 
paralização do serviço, que é o caso da suspenção e da interrupção do contrato de 
trabalho, em ambos os casos o empregado não presta serviço, mas continua valendo 
o vínculo de emprego. 
 
Conceituando o tema, afirmamos que, seja na interrupção quanto na suspenção do 
contrato de trabalho, o empregado deixa de prestar serviço, essa é a característica 
principal, que existe tanto na interrupção quanto na suspenção do contrato de 
trabalho, além dessa característica principal, existem outros pontos em comuns entre 
suspenção e interrupção do contrato de trabalho (MARTINEZ, Luciano, 2019, s.p.). 
 
Enumerando as características, têm-se que: 
 
1º característica – o vínculo de emprego se mantém, independente das prestações 
de serviços do empregado. 
2º característica – o empregado quando retorna ao trabalho, ele mantém todas as 
vantagens que fora concebida aos empregados da mesma categoria, no período em 
que o empregado ficou com seu contrato suspenso ou interrompido. 
 
1 Paper apresentado à Disciplina de Direito do Trabalho I – Professora Stéphany Ulhôa Moratti - Para 
obtenção da nota N2B1 - 2021/1 - Faculdade Espírito Santense de Ciências Jurídicas - Faculdade PIO 
XII - Curso de Direito. 
2 Acadêmico de Direito – Turma D3AN. 
3 Acadêmico de Direito – Turma D3AN. 
4 Acadêmico de Direito – Turma D3AN. 
 
 
2 
 
3º característica – tanto no caso de suspenção quanto no caso de interrupção, é 
vedado o empregador dispensar o funcionário. 
 
1 – DEFINIÇÃO E RELEVANCIA 
 
A suspensão e a interrupção contratual são categorias do contrato de trabalho, 
originado em 13 de julho de 2017, com a lei nº 13.467, com objetivo de adequar as 
normas da Lei trabalhista. Com uma nova reforma, entre 15 de março e final de junho 
de 2020, foram aprovadas 32 leis, considerando alguns tipos de projetos legislativas, 
elaborando o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, diante da 
calamidade que o Brasil e o mundo vivencia diante da pandemia do corona vírus, 
conforme Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020. 
 
Conforme Luciano de Martinez, na suspenção contratual, ainda que preservado a 
relação contratual, sucede a descontinuação do fornecimento de trabalho e ao 
condizente pagamento do trabalhador, melhor dizendo, o trabalhador fica sem exercer 
suas atividades laborais e não aufere seu salário no decorrer do decurso de 
afastamento, diante disso, o tempo de serviço do empregado não será contado, 
exceto no caso de serviço militar e acidente/doença de trabalho (MARTINEZ, Luciano, 
2019). 
 
Reforça esse entendimento, nas palavras de Luciano Martinez, na suspensão do 
contrato de trabalho, que na hipótese de o empregado não estar prestando serviços, 
não receberá salário e o tempo em que ele estiver suspenso, não será contado como 
tempo de serviço para fins de aposentadoria. (MARTINEZ, Luciano, 2019, s.p.). 
 
Percebe-se que no caso da suspenção do contrato de trabalho, a principal obrigação 
tanto do empregado quanto do empregador fica dispensado, como no exemplo a 
seguir: 
 
- No caso de empregado com alguma estabilidade, exige-se um inquérito judicial para 
apuração de falta grave, no tempo estabelecido e enquanto estiver ocorrendo este 
inquérito, o empregado fica suspenso e sem a recompensa salarial. (Martinez, 
Luciano, 2019, s.p.) 
 
3 
 
A suspensão contratual nos casos de: afastamento por motivo de doença a partir do 
16º dia; Período de suspensão disciplinar; Afastamento em decorrência de 
aposentadoria por invalidez; Participação pacífica em greve; Afastamento do 
empregado em casos de prisão; Eleição para cargo de direção sindical; Encargo 
público não obrigatório; Licença não remunerada concedida pelo empregador a 
pedido do empregado para tratar de interesses particulares; dentre outros, conforme 
artigos 472, 473, 475 e 476 da CLT. 
 
A definição da suspensão nada mais culto que as informações do relator e ministro do 
Tribunal Superior do Trabalho, Des. Joao Oreste Dalazen (RR 57392/2002-900-12-
00.7), no qual enfatizou testificando: 
 
A suspensão do contrato de trabalho e uma forma de intermitência, 
havida no liame trabalhista, que acarreta a sustação temporária dos 
principais efeitos do contrato em relação as partes, sem, contudo, 
afetar o vínculo de emprego (Des. João Oreste Dalazen – TST). 
 
Em contrapartida, afirma Luciano Martinez que na interrupção contratual, ainda que a 
relação empregatícia esteja mantida e as atividades laborais paradas, disponibilizando 
o seu ordenamento. Isto posto, o trabalhador não irá laborar, porém continuará 
recebendo seu ordenamento, conta o tempo efetivo de serviço, mantendo as 
obrigações neste período de interrupção, ocorrendo o desconto de recolhimento do 
FGTS e o encargo do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS (MARTINEZ, 
Luciano, 2019). 
 
O empregado fica dispensado de prestar serviço, mas a obrigação principal do 
empregador continua, ou seja, o empregador continua pagando o salário do 
empregado, então no caso da interrupção, o empregado não trabalha, mas recebe, se 
ele recebe não é categorizado como suspenção, na interrupção há do pagamento do 
salário, percebamos que a principal diferença entre a interrupção o a suspenção é 
esta. (MARTINEZ, Luciano, 2019, s.p.). 
 
Destaca-se que na interrupção contratual: afastamento por motivo de doença ou 
acidente de trabalho até o 15º dia; Férias; Licença maternidade (Art. 392 da CLT); 
 
4 
 
Descanso semanal remunerado e feriados civis e religiosos; Licença remunerada; 
Período que não houver serviço na empresa, por culpa ou responsabilidade desta, 
caso em que há a obrigação de pagamento de remuneração; Afastamentos previstos 
no artigo 473 da CLT; Período em que o representante dos empregados se afasta de 
suas atividades para realizar suas atribuições como tal; Tempo necessário para a 
empregada gestante realizar consultas médicas e demais exames complementares 
(artigo 392 II da CLT); Aborto não criminoso (artigo 395 da CLT), dentre outros. 
 
O Acórdão de Recurso Ordinário Trabalhista n° TST-ROT-16-57.2020.5.17.0000, 
trata-se de mandado de segurança impetrado por Suzano S.A, em que é Recorrente, 
e Recorrido FABIO BATISTA PINTO, julgado em 11/05/2021 e publicado em 
14/05/2021, com pedido liminar, em face de decisão proferida pelo Juízo da Vara do 
Trabalho de São Mateus, Autoridade Coatora JUÍZA ANA MARIA MENDES DO 
NASCIMENTO nos autos Reclamação Trabalhista nº 0000830-15.2019.5.17.0191, a 
qual acolheu a tutela de urgência requerida para determinar a reintegração do 
reclamante ao emprego, com restabelecimento de salários e benefícios, sob pena de 
multa diária de R$5.000,00 (cinco mil reais). 
 
“De fato, a suspensão do contrato de trabalho impede a concretização 
dos efeitos da demissão do empregado, que durante aquele interregno 
pode fazer jus a determinados benefícios decorrentes da relação de 
emprego, como é o caso, por exemplo, da manutenção do plano de 
saúde, conforme se depreende da Súmula nº 440 desta Corte, segundo 
a qual “Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou 
de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não 
obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-
doença acidentário ou de aposentadoria por invalidez”. (Relator 
Ministro Renato de Lacerda Paiva) 
 
Conforme acórdão, o recorrente Suzano S.A., recorreu ao agravo de instrumento, 
onde solicita rever a decisão judicial, onde determina a reintegração do empregado 
Fabio Batista Pinto a empresa. 
 
Neste caso, deu-se a liminar como indeferida, visto que a recorrente não apresentou 
provas contundentes para que nãoreadmitisse o empregado, onde alegou que o 
mesmo apresentava laudos “falsos”, o Ministro Renato de Lacerda Paiva, dito que, na 
data em que o empregado foi demitido, encontrava-se enfermo, e com o contrato de 
trabalho suspenso, isto posto, o documento ASO (atestado de saúde ocupacional), 
 
5 
 
não pode estar inapto ao admitir ou demitir algum empregado, o mesmo encontrava-
se enfermo. 
 
Neste caso, na data ocorrida da demissão, além do empregado estar enfermo, estava 
com suspensão contratual, de acordo com o artigo 476 CLT, em caso de seguro-
doença ou auxílio-enfermidade do empregado, o contrato de trabalho do mesmo será 
suspenso pelo prazo do benefício, e a Súmula nº440, onde beneficia o empregado de 
“usufruir” do direito ao plano de saúde, tendo em vista que, o empregado estava com 
o contrato suspenso, diante disso, tinha vínculo empregatício com a empresa Suzano 
S.A. 
 
É salutar, no entanto, afirmar que doutrina não é unânime quanto à identificação dos 
institutos da interrupção e da suspensão do contrato de trabalho. Oportunamente, 
trazemos a inteligência das palavras de Carlos Henrique Bezerra Leite: 
 
Em rigor científico, contudo, não há suspensão ou interrupção do 
contrato, mas sim, dos seus efeitos, isto é, das obrigações atribuídas a 
cada uma das partes figurantes da relação de emprego. É por esta 
razão que melhor seria falar em suspensão ou interrupção do trabalho, 
e não do contrato, uma vez que este, em ambos os casos, continua 
vigendo e até produzindo efeitos (LEITE, 2019, pgs.821 e 822). 
 
De certo é que tanto a interrupção quanto a suspensão do trabalho provocam efeitos 
no contrato, ainda que a vigência continue trazendo efeitos na relação jurídica. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante das análises realizadas até aqui, é possível inferir que os institutos da 
suspensão e da interrupção do contrato de trabalho compartilham semelhanças 
quanto a situação empregatícia do trabalhador, mas trazem diferenças significativas, 
também, o que exige precisão no diagnóstico da situação. Ao empregado, espera-se 
clareza da apresentação dos fatos e veracidade nessas informações. Ao advogado 
da parte, precisão metodológica para que encontre o melhor caminho para a 
orientação jurídica necessária. 
 
Em suma, a suspenção é a paralisação dos trabalhos exercido pelo empregado ao 
empregador, ainda que temporariamente, e a interrupção de contrato de trabalho uma 
 
6 
 
pausa no contrato de trabalho do empregado. As relações jurídicas de ambas situações 
se mantém, mas os resultados são distintos. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Lei nº. 13.467/17. Altera a Consolidação as Leis do Trabalho (CLT). 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm. Acesso em: 26 
mai. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº. 14.020/20. Institui o Programa Emergencial de Manutenção do 
Emprego e da Renda. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm. Acesso em: 26 mai. 2021. 
 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 11ª ed. - São Paulo: 
Saraiva Educação, 2019.1. 
 
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. – São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019.1. 
 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Acórdão nº 16-57.2020.5.17.0000 (ROT). 
Relator Min. RENATO DE LACERDA PAIVA. Acórdão em 11 de mai de 2021. 
Disponível em: https://file:///C:/Users/Taquini/Downloads/A%20C%20%C3%93%20 
R%20D%20%C3 %83%20O%20suspensao%20contratual.pdf. Acesso em 27 de 
Maio de 2021.