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história da psicologia

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Questão 1)
SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só veem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que lhes exibem.
GLAUCO - Imagino tudo isso.
SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio.
GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!
SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica fronteira?
[...]
SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a ideia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos.
 
PLATÃO. A República. Ponta Grossa: 6 ed. Atena, 1956, p. 287-291. Disponível em: em http:livrosparatodos.net/livros-downloads/o-mito-da- caverna.html. Acesso em: 22 jun. 2020 (adaptado).
 
 
O excerto retirado de A República é parte integrante do mito da caverna, alegoria criada por Platão por volta do século IV a.C. Ainda assim, continua provocando reflexões, estudos e aplicações, inclusive no mundo pós-moderno. A partir do que se pode inferir dessa alegoria, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
 
I. O mito da caverna, interpretado à luz da filosofia de seu criador, é a alegoria do conhecimento, contrapondo os conceitos de doxa e episteme, ou seja, a opinião e o conhecimento racional, em que este se ancora na ideia do bem, do belo e do perfeito e aquele, no mundo da ilusão, da sombra e das cópias imperfeitas de uma pequena parte do real.
 
PORQUE
 
II. O mundo na visão dos prisioneiros da caverna, na alegoria de Platão, corresponde ao mundo das coisas, por ser iluminado apenas pela fogueira, visto através das sombras, assim percebido pelos sentidos, enquanto o mundo exterior, iluminado pela luz do sol, representa o conhecimento, a racionalidade, atributos para se chegar ao mundo das ideias, ou seja, o mundo inteligível, que propicia o conhecimento verdadeiro.  
 
 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) 
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
B) 
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
C) 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
D) 
As asserções I e II são proposições falsas.
E) 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
Questão 2)
Em algumas regiões rurais do Brasil, pessoas comuns costumam espremer limão ou laranja sobre a comida, especialmente sobre o feijão. No Brasil, a feijoada vem frequentemente acompanhada de laranja. Numa outra perspectiva analítica, sabe-se que a laranja, rica em vitamina C, facilita a quebra das ligações entre os átomos de ferro e cria a possibilidade de uma maior absorção do ferro pelo intestino humano. 
O texto acima trata, respectivamente, dos conhecimentos
A) 
religioso (teológico) e filosófico.
B) 
vulgar (senso comum) e intuitivo.
C) 
religioso (teológico) e científico.
D) 
mítico e filosófico.
E) 
vulgar (senso comum) e científico.
Questão 3)
O estudo dos princípios básicos da percepção teve uma considerável contribuição da Gestalt, uma tendência teórica da psicologia. A Gestalt entende que é de suma importância a disposição em que são apresentados à percepção os elementos unitários que compõe o todo. Uma de suas formulações bastante conhecidas é a de que o todo é diferente da soma das partes, ou seja, a percepção que temos de um todo não é o resultado de um processo de simples adição das partes que o compõem. A figura abaixo é bastante usual nos estudos gestaltistas da percepção. Analise-a e com base nas contribuições da Gestalt considere as afirmativas abaixo. 
 
I. A distinção entre uma figura e seu fundo é característica exclusiva da visão.
II. Para a percepção é fundamental a distinção de figuras separadamente do fundo da qual elas aparecem.
III. O nosso entendimento do mundo origina-se do fato de a percepção desconsiderar o preenchimento das lacunas existentes na figura.
IV. A tendência da percepção em buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo.
 
É correto apenas o que se afirma em
A) 
I e IV.
B) 
II e III.
C) 
I e III.
D) 
III e IV.
E) 
II e IV.
Questão 4)
Do que o mundo é feito, de onde viemos, para onde vamos, qual é o sentido da vida? São perguntas para as quais o homem busca respostas desde que descobriu que podia pensar. No início, a imaginação criava as respostas, dando corpo aos mitos e suas narrativas mirabolantes. Por que chove? Porque Zeus está furioso. Por que morremos? Porque Hades, o deus da morte, quis assim. A mitologia explicava tudo, da origem do Universo às chuvas.
Por volta do século 7 a.C., porém, a razão começou a substituir os mitos. Os primeiros filósofos passaram a não aceitar mais explicações fantasiosas para perguntas existenciais elementares, como “do que o mundo é feito”. O mundo não podia ter surgido do nada. Alguma coisa havia criado o Universo, e eles tinham até um nome para essa explicação eterna, perene e imortal: physis, do verbo grego “fazer surgir”.
 
Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/a-genese-da-filosofia/. Acesso em: 25 de jun. 2020.
 
Sobre a filosofia, julgue os itens a seguir.
 
I. A filosofia pode ser entendida como uma forma de conhecimento reflexivo que pretende conquistar um maior conhecimento do mundo.
 
II. Filosofia significa amor pelo saber, em que a busca por respostas e pela ampliação do conhecimento move os filósofos em busca de explicações.
 
III. A filosofia, assim como as demais ciências, possui seu campo de saber e objeto de estudo delimitados, objetivando formular e reformular conceitos.
 
É correto o que se afirma em 
A) 
II e III, apenas.
 
B) 
I, II e III.
C) 
III, apenas.
 
D) 
I e II, apenas.
 
E) 
I, apenas.
Questão 5)
Percebemos que o ser humano está propenso a uma série de restrições no uso de sua racionalidade, pois as limitações são inúmeras (cognitivas, sociais, psicológicas e econômicas). Na maioria das vezes, cometemos erros na hora de decidir, pois não temos informações suficientes para analisar ou julgar determinada situação, surgindo, desta maneira, os vieses da tomada de decisão. Marque a alternativa que contém a resposta correta para a seguinte pergunta: o que são vieses?
A) 
Os vieses são ferramentas subjetivas que usamos quando estamos analisando a pesquisa.
B) 
Os vieses são ferramentas cognitivas que usamos para simplificar a tomada de decisão.
C) 
Os viesessão erros matemáticos impulsionados pela limitação da pesquisa.
D) 
Os vieses são erros tendenciosos ou sistemáticos provocados pela limitação de nossa racionalidade.
E) 
Os vieses são erros de um problema de pesquisa que poderão ser descartados no final da análise.
Questão 5)
Percebemos que o ser humano está propenso a uma série de restrições no uso de sua racionalidade, pois as limitações são inúmeras (cognitivas, sociais, psicológicas e econômicas). Na maioria das vezes, cometemos erros na hora de decidir, pois não temos informações suficientes para analisar ou julgar determinada situação, surgindo, desta maneira, os vieses da tomada de decisão. Marque a alternativa que contém a resposta correta para a seguinte pergunta: o que são vieses?
A) 
Os vieses são ferramentas subjetivas que usamos quando estamos analisando a pesquisa.
B) 
Os vieses são ferramentas cognitivas que usamos para simplificar a tomada de decisão.
C) 
Os vieses são erros matemáticos impulsionados pela limitação da pesquisa.
D) 
Os vieses são erros tendenciosos ou sistemáticos provocados pela limitação de nossa racionalidade.
E) 
Os vieses são erros de um problema de pesquisa que poderão ser descartados no final da análise.
Questão 7)
Freud desenvolveu um segundo modelo de estruturação do aparelho psíquico: id, ego e superego, também conhecido como segunda tópica. Trata-se do segundo momento de sua teoria e eles se relacionam, diretamente, com o desenvolvimento psicossexual da energia afetiva. Suas características são descritas a partir da relação que constrói entre si e a realidade, mais especificamente com o princípio de realidade. O desenvolvimento de suas estruturas é de grande importância para a construção do que conhecemos como objeto para a psicanálise. Há uma estreita relação entre estas instâncias, uma vez que é a partir dessa relação que o aparelho psíquico pode se organizar. 
 
FIORI, W. R. Modelo Psicanalítico. In: RAPPAPORT, C. R.; FIORI, W, R.; DAVIS, C.  Teorias do Desenvolvimento: conceitos fundamentais. São Paulo: EPU, 1981.
 
Sobre o Id, o Ego e o Superego, julgue os itens a seguir.
 
I. O Id é o reservatório de energia do indivíduo. É constituído pelo conjunto dos impulsos instintivos inatos, que motivam as relações do indivíduo com o mundo. Ele é regido pelo princípio do prazer, é atemporal e compõe parte do inconsciente do indivíduo.
 
II. O ego será composto a partir do superego e servirá de intermediário entre o desejo e a realidade.
 
III. Ao fazer a ponte entre a realidade, o Id e o superego, o ego torna-se vulnerável a traumas. 
 
IV. O superego é a instância dos valores morais, sendo responsável pelos processos desculpabilizantes do indivíduo.
 
V. O ego é regido pelo mecanismo secundário.
  
É correto apenas o que se afirma em
A) 
I, II e V.
B) 
II e IV.
C) 
II, III e IV.
D) 
I, III e V.
E) 
I, IV e V.
Questão 8)
Sobre o senso comum, julgue os itens a seguir.
I. O senso comum é ametódico e assistemático e nasce da tentativa do homem de resolver os problemas da vida diária.
II. O senso comum é um conjunto de conhecimentos adquiridos por tradição, herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que pertencemos.
III. O senso comum tem origem no enfrentamento diário dos problemas que afligem o homem; é obtido sem qualquer planejamento rigoroso, porém capaz de guiar o homem em sua sobrevivência diária.
 
É CORRETO o que se afirma em
A) 
I, apenas.
B) 
I e III, apenas.
C) 
III, apenas.
D) 
I, II e III.
E) 
II, apenas.
Questão 9)
O que são as religiões? São sistemas psicoterapêuticos. E o que fazemos nós, psicoterapeutas? Tentamos curar o sofrimento da mente humana, do espírito humano, da psique, assim como as religiões se ocupam dos mesmos problemas. Assim, Deus é um agente de cura, é um médico que cura os doentes e trata dos problemas de espírito; faz exatamente o que chamamos de psicoterapia. Não estou fazendo jogo de palavras ao chamar a religião de sistema psicoterapêutico. É o sistema mais elaborado, por trás do qual se esconde uma grande verdade prática. [...] Gostaria de ser eu próprio um homem de estrutura mais medieval para provar um credo semelhante; infelizmente é preciso uma psicologia um tanto medieval para isso, e não a tenho suficientemente".
JUNG, C.G. A vida simbólica. Petrópolis: Vozes, 2013.
 
No texto acima, o que C.G. Jung conceitua como "uma grande verdade prática" nas religiões pode ser compreendido pelo fato de que
A) 
as práticas religiosas podem contribuir com a psicoterapia.
B) 
existe certa prepotência das religiões diante da ciência.
C) 
a religião e a psicoterapia têm pressupostos idênticos.
D) 
a religião é um método comprovado de psicoterapia.
E) 
os conceitos religiosos se impõem aos da psicoterapia.
Questão 10)
“O que denominamos ciência tem uma história recente. Até o século XVII, filosofia e ciência estavam muito interligadas, mas a partir da revolução científica iniciada por Galileu teve início a história da ciência como um setor autônomo, independente da filosofia. [...] Contudo, dos antigos gregos à ciência contemporânea, o próprio entendimento do que é ciência e das condições nas quais se dá o conhecimento científico mudou imensamente. ” (COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 244).
Com apoio no texto citado, pode-se afirmar que uma característica da ciência moderna é
A) 
a ideia de um universo hierarquizado, limitado e místico.
B) 
um conhecimento transcendente à ciência, denominado de metafísica.
C) 
o conhecimento baseado exclusivamente no método experimental e quantitativo.
D) 
a ruptura com a contemplação da ciência antiga, tornando-se operativa.
E) 
o abandono das ciências naturais e da cientificidade.
Questão 11)
Leia o trecho abaixo.
 
“Vi muitas vezes que os homens ficam neuróticos quando se contentam com respostas insuficientes ou falsas às questões da vida. Procuram situação, casamento, reputação, sucesso exterior e dinheiro; mas permanecem neuróticos e infelizes, mesmo quando atingem o que buscavam. Essas pessoas sofrem, frequentemente, de uma grande limitação de espírito. Sua vida não tem conteúdo suficiente, não tem sentido. Quando podem expandir-se numa personalidade mais vasta, a neurose em geral cessa. Por esse motivo a ideia de desenvolvimento, de evolução tem desde o início, segundo me parece, a maior importância”.
 
(Jung, C. G. Memórias, sonhos e reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.)
 
Para Jung (1998), a expansão de personalidade comentada no texto pode ser obtida no exercício da espiritualidade, o que contribui para aliviar as neuroses, visto que
A) 
os que sofrem com as neuroses transferem a demanda psíquica por algo de significado mais elevado por coisas fúteis ou insuficientes para esse papel, o que gera a neurose.
B) 
o exercício da espiritualidade estimula a fala do paciente, aliviando os sintomas da neurose.
C) 
as crenças provocam efeito placebo, resolvendo a neurose.
D) 
o materialismo sempre provoca neuroses, de modo que se faz necessário e obrigatório afastar-se dele.
E) 
o conforto espiritual colabora suficientemente para eliminar a neurose.
Questão 12)
A liberdade só existe em uma estrutura de escolha, dada pela situação onde está inserida. Portanto, o indivíduo se escolhe dentro de determinadas condições. A liberdade só pode ser em situação, pois em tudo aquilo que a liberdade empreende há uma face não escolhida por ela, que lhe escapa e com a qual tem de se haver. Portanto, a liberdade não é gratuita e caprichosa, ela é a escolha inelutável que o sujeito tem de fazer dentro de determinada situação, ou seja, dentro de uma estrutura de escolha, que acaba por defini-lo. Por exemplo, quando Genet foi flagrado roubando, o modo como as pessoas lidaram com a situação implicou uma estrutura de escolha, na qual Genet, ainda muito jovem, teve de tomar uma posição. Essa estrutura de escolha definiu-lhe um campo de possibilidades de ser: Genet decidiu ser ladrão, ainda que na alienação. Portanto,uma das características essenciais da liberdade é a do compromisso ontológico, significando que, ao escolher, ainda que de forma alienada, sob pressão das circunstâncias, o sujeito escolhe o ser que ele é e será. A escolha que faz compromete seu ser em um devir. Não adianta em nada, por exemplo, eu dizer que quero ser uma pessoa calma, se cada vez que me deparo com uma dificuldade perco o meu próprio controle, começo a roer as unhas, a brigar com as pessoas próximas, etc. Meus atos acabarão por me definir como uma pessoa nervosa e os outros me confirmarão nesse perfil que tento negar. Sou, assim, responsável pelo meu ser, mesmo que esteja numa situação adversa, perigosa, excludente. Sempre sou responsável pela maneira como vou enfrentar uma situação, ainda que extrema. A tradicional justificativa para a desresponsabilização de meus atos, contida na frase “não pedi para nascer”, só faz enfatizar minha facticidade. Posso indagar por que nasci, declarar que não pedi para nascer, maldizer esse dia, mas todas essas atitudes não fazem mais do que fazer com que eu assuma com plena responsabilidade esse meu nascimento e o torne cada vez mais meu. Portanto, não há como fugir da liberdade, nem a alienação absoluta me livra dela (ibid.). Podemos agora compreender a amplitude da frase: “o essencial não é aquilo que se fez do homem, mas sim aquilo que ele fez daquilo que fizeram dele” (Sartre 1952). É a expressão do sujeito enquanto liberdade em situação. Estamos cercados de determinações, mas, ainda assim, não somos seres passivos, condicionáveis, pois sempre fazemos algo do que fazem de nós (como Genet fez ao decidir “ser o que o crime fez dele”), ainda que seja simplesmente corresponder à expectativa dos outros.
 
SCHNEIDER, D.R. Liberdade e dinâmica psicológica em Sartre. Natureza Humana 8(2): 283-314. Jul.-Dez., 2006.
 
Sobre a liberdade e a alienação humana, julgue os itens a seguir.
I. A liberdade é da condição humana e isso é imutável, sobretudo, ao indivíduo solitário.
II. A alienação é oriunda do fato de não podermos ser senhores de nós mesmos em termos absolutos.
III. O sentido de nossos atos, depende do contexto cultural, e sempre nos escapa, em razão do que os outros fazem de nós.
IV. Uma personalidade pode ser alienada quando o sujeito passa a ser problemático e o sentido do seu ser lhe evade.
 
É correto o que se afirma em
A) 
I, II, III e IV.
B) 
II e IV, apenas.
C) 
III e IV, apenas.
D) 
I e II, apenas.
E) 
I e III, apenas.
Questão 13)
Os sistemas de validação do conhecimento são formas de garantir a validade científica dos mesmos. Ao longo da história da ciência, o positivismo foi um dos sistemas adotados, e isso trouxe problemas para o estudo dos fenômenos psicológicos.
Assinale a alternativa que descreve de forma correta o critério de validação positivista.
A) 
Um fenômeno só é válido se sua explicação for útil para compreensão do próprio fenômeno.
B) 
Uma explicação é válida se for parcimoniosa, ou seja, se não se perder em elucubrações teóricas.
C) 
Um fenômeno só pode ser validado cientificamente se for observável e se houver consenso entre observadores.
D) 
A validade de um construto teórico depende de sua capacidade de ser absolutamente verdadeiro.
E) 
Um fenômeno será tão mais válido quanto maior for sua capacidade de generalidade.
Questão 14)
A reflexão filosófica é tida como radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações. A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações. (Disponível em: ttps://www.algosobre.com.br/filosofia/a-reflexao-filosofica.html>. Acesso em: 22 maio 2017.)
 
A partir da leitura do texto, julgue os itens a seguir.
 
I. A reflexão filosófica envolve o autoconhecimento e a interrogação de si mesmo.
II. A reflexão filosófica explora motivos, razões e causas.
III. A reflexão filosófica explora conteúdo ou sentido.
IV. A reflexão filosófica explora intenção ou finalidade.
 
É correto o que se afirma em
A) 
I, II e III, apenas.
 
B) 
I e II, apenas.
 
C) 
II, III e IV, apenas.
 
D) 
III e IV, apenas.
E) 
I, II, III e IV.
 
Questão 15)
Os conceitos de sujeito e subjetividade, importados e adaptados da filosofia pela psicanálise, ganham novas conotações na era das mídias digitais. Surgem novos tipos de saberes histórica e culturalmente determinados como as “It Girls”, figuras femininas de suposto saber que, muitas vezes, expõem seu dia-a-dia e intimidade em prol de autopromoção e fama num novo formato de veiculação de produtos. Esse novo formato apoia-se na exaltação e na manifestação de beleza individualista e exacerbada, próprias de outro conceito da filosofia, que também foi importado e estudado pela psicanálise. Qual é esse conceito?
A) 
Helenismo.
B) 
Narcisismo.
C) 
Lacanismo.
D) 
Sexismo.
E) 
Marxismo.
Questão 16)
Em contrapartida, Sócrates, distanciando-se dos primeiros filósofos e opondo-se aos sofistas, afirmava que a verdade pode ser conhecida, mas primeiro devemos afastar as ilusões dos sentidos, das palavras ou das opiniões e alcançar a verdade apenas pelo pensamento. Os sentidos nos dão as aparências das coisas e as palavras, meras opiniões sobre elas. Conhecer é passar da aparência à essência, da opinião ao conceito, do ponto de vista individual à ideia universal de cada um dos seres e de cada um dos valores da vida moral e política.
CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, p. 43
Considerando a postura de Sócrates e sua própria Filosofia, avalie as afirmações a seguir.
I. Foi condenado, pelo mesmo motivo que acusava os sofistas, isto é, corromper o espírito dos jovens.
II. Inaugurou aquilo que ficou conhecido como “Filosofia Moral”, pois buscava o a ética e a verdade.
III. Foi discípulo de Platão, definindo a Filosofia como a tese do inatismo da razão ou das ideias verdadeiras, ou seja, nasce-se com elas.
IV. Propôs que, antes de querer conhecer a Natureza e querer persuadir os outros, cada um deveria, antes de tudo, conhecer-se a si mesmo.
É correto apenas o que se afirma em
A) 
III e IV.
B) 
I, II e IV.
C) 
II e III.
D) 
I e II.
E) 
I, III e IV.
Questão 17)
A história da Filosofia é marcada pela tensão entre dois termos paradigmáticos: mito e logos. Como conceitos aparentemente excludentes entre si, eles foram cunhados com a intenção de marcar um limite claro e intransponível entre o mundo dos mitos do período arcaico grego e o mundo do pensamento racional. Com os poetas do período arcaico, o discurso oral marcava uma comunicação direta com as musas e o seu conteúdo era carregado do poder divino [...]. Nesse momento, o mito se apresenta como o discurso do divino, que pode ser traduzido pelo poeta inspirado. A narrativa mítica está dentro de um contexto próprio: tradições orais são revividas através de rituais e relações sociais específicas, sendo que não há distinção entre a ordem da palavra e a ordem da realidade [...]. No entanto, a partir do século VI o mito passa a ser questionado e reinterpretado a partir de novas perspectivas [...]. 
 CAVALCANTE, T.; CORNELLI, G. Para uma ontologia da complementariedade: mito e logos em Heráclito. Ágora. Estudos Clássicos em Debate, 22 (2020), p. 47-65.
A partir do texto e dos seus conhecimentos, analise as afirmativas acerca das motivações da passagem do pensamento mítico para o pensamento crítico racional.
 
I. As culturas de tradição oral predominaram durante o período da consciência mítica, enquanto a invenção da escrita possibilita uma cultura abstrata e reflexiva acessível a todos e vinculada à religião.
II. A justiça divina, característica do pensamentomítico, a partir do surgimento da lei escrita, passa à norma racional, codificada e modificada, o que implica nova ordem administrativa, ainda que permaneçam os laços consanguíneos da organização tribal.
III. O surgimento da cidade grega, pólis, centralizada na praça pública, onde se discute os interesses comuns, implica a separação entre o domínio público e privado. Assim, o saber deixa de ser a palavra dos deuses para o conhecimento discutido.
É correto o que se afirma em
A) 
I e III, apenas.
B) 
II, apenas.
C) 
I, II e III.
D) 
III, apenas.
E) 
I e II, apenas.
Questão 18)
Os cinco movimentos que criaram a Psicologia são
A) 
Psicanálise, Estruturalismo, Gestalt, Construtivismo e Comportamentalismo.
B) 
Funcionalismo, Estruturalismo, Comportamentalismo, Gestalt e Psicanálise.
C) 
Comportamentalismo, Construtivismo, Psicanálise, Gestalt e Estruturalismo.
D) 
Gestalt, Psicanálise, Estruturalismo, Interacionismo e Funcionalismo.
E) 
Funcionalismo, Comportamentalismo, Gestalt, Psicanálise e Teoria Sistêmica.
Questão 19)
Sobre a relação entre autoconhecimento e liberdade na perspectiva do behaviorismo radical, leia as asserções abaixo.
I. Na concepção do behaviorismo radical, a liberdade total, como ausência de controles ou como autoconhecimento completo, é possível.
 
PORQUE
II. A relação entre autoconhecimento e liberdade é inversamente proporcional.
 
A) 
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
B) 
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
C) 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
D) 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
E) 
As asserções I e II são proposições falsas.
Questão 20)
Leia o texto a seguir.
 
Ciclo do contato
Perls e cols. (1951/1997), inicialmente, descreveram o processo do contato como um todo unificado, representado em uma sequência contínua de figura-fundo, que tem origem numa vaga sensação que se delineia como figura, levando à mobilização de energia e a uma ação organizada que responde a uma necessidade emergente. O ciclo se fecha quando o organismo tem a experiência de satisfação plena, entrando em retraimento e colocando-se, em seguida, à disposição de uma nova figura. Para os autores, em todo processo de contato há uma unidade subjacente de funções perceptivas, motoras e sensório-afetivas que funcionam de modo integrado. A experiência do contato foi definida como um excitamento crescente consciente que ocorre em quatro estágios:
1) Pré-contato: o corpo é o fundo, e o estímulo ambiental ou a excitação organísmica é a figura.
2) Contato: a) o excitamento no corpo torna-se o fundo, e algum objeto ou conjunto de possibilidades é a figura; b) há a escolha e a rejeição de possibilidades, ocorrendo as identificações e alienações de objetos e experiências.
3) Contato final: o ambiente e o corpo são o fundo e o objetivo vívido é a figura; há uma ação espontânea unitária da percepção, do movimento e do sentimento; o self está plenamente aware da figura que descobriu e inventou.
4) Pós-contato: há uma interação fluida entre organismo/ambiente e não há uma diferenciação figura/fundo, mas uma unidade figura/fundo; o self se retrai em uma sensação de completude.
De acordo com a teoria da Gestalt, os bloqueios do contato são mecanismos psicológicos que exercem funções defensivas e constituem padrões de comportamento e percepção pelos quais o indivíduo mantém, no presente, situações mal resolvidas do passado, impedindo-se de realizar um contato saudável. Segundo Clarkson (1989) e Ribeiro (1997) cada indivíduo pode interromper o ciclo em qualquer ponto, conforme as exigências do contexto, porém existe um lugar onde o bloqueio é mais constante e define a sua dinâmica intra e interpessoal. É válido ressaltar que esses processos do contato possuem uma função saudável quando empregados flexivelmente, atendendo às condições da situação e às necessidades originais do indivíduo.
 
ANTONY, S. & RIBEIRO, J.P. A criança hiperativa: uma visão da abordagem gestáltica. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Mai-Ago 2004, vol. 20 n. 2, pp. 127-134
 
Depois de ler o texto acima, pode-se afirmar que, a partir da visão holística da GT, acreditamos que é fundamental, para compreensão, diagnóstico e tratamento da hiperatividade, levar em conta aspectos como
 
I. avaliar a influência do ambiente social e familiar.
II. compreender o funcionamento psicológico da criança hiperativa com base na abordagem gestáltica.
III. identificar os fatores de cura que são utilizados pela criança.
IV. observar bloqueios do contato pela criança hiperativa.
 
É correto o que se apresenta em
A) 
I e II, apenas.
B) 
III e IV, apenas.
C) 
I, II e III, apenas.
D) 
I, II, III e IV.
E) 
II, III e IV, apenas.

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