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Puerpério imediato e alojamento conjunto Disciplina: Saúde da Mulher Profa Nathália Ruder Borçari Curso de Enfermagem Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU Puerpério PUERPÉRIO = SOBREPARTO OU PÓSPARTO - É o período que vai da dequitação à volta do organismo materno às condições pré-gravídicas - Duração aproximada de 6 a 8 semanas - Período de intensos ajustes fisiológicos e psicológicos Puerpério CLASSIFICAÇÃO - IMEDIATO – do 1° ao 10° dia pós-parto - TARDIO – do 11° ao 45° dia pós-parto - REMOTO – a partir do 46° dia pós-parto, ocorre total recuperação dos sistemas genital e reprodutor. Puerpério – Modificações Locais MODIFICAÇÕES LOCAIS ÚTERO E COLO - Útero duro, não doloroso à palpação e contraído - Após o parto, o útero mede de 15 a 20 cm e diminui 1 cm/dia (involução uterina) - No décimo dia, torna-se pélvico - O colo se fecha Lóquios (sangramento pós parto): volume de 250 a 300 ml por dia na 1ª semana MODIFICAÇÕES LOCAIS LÓQUIOS quanto à cor: 1. Lóquios Rubros: vermelho vivo, do 1° ao 3° dia pós-parto (sangue, tecido morto, vérnix e mecônio) 2. Lóquios Fuscos: vermelho escuro, do 3° ao 4° dia (proteínas, leucócitos e muco cervical) 3. Lóquios Flavus: amarelado, do 5° ao 10° dia 4. Lóquios Alba: esbranquiçado, a partir do 10° dia (leucócitos, gordura e muco cervical) Puerpério – Modificações Locais MODIFICAÇÕES LOCAIS LÓQUIOS quanto à cor: - Os lóquios podem estar presentes até quarenta dias pós-parto - Retorno da menstruação: depende da ação da Prolactina: 1. Dois meses pós-parto para quem não amamenta; 2. Quatro meses pós-parto para mulher que amamenta. Puerpério – Modificações Locais Puerpério – Modificações Sistêmicas SISTEMA CARDIOVASCULAR: - Relativa ↓ FC - DC regride entre a 8ª a 10ª semana pós-parto SISTEMA HEMATOLÓGICO: - Redução do Ht e Hb - ↓ fatores de coagulação SISTEMA URINÁRIO: - As alterações gestacionais podem levar até 3 meses pós-parto para regredirem totalmente - ↑ diurese e ↓ do tônus pela compressão da bexiga no parto SISTEMA DIGESTÓRIO: - Constipação - Náuseas e vômitos pelo jejum ou não aceitação da dieta no trabalho de parto e efeito anestésico Puerpério – Sinais Vitais SINAIS VITAIS - Pressão arterial: mantém-se em níveis pré-gravídicos - Temperatura: não deve ultrapassar 37,5°C - Pulso: ↓ frequência, em torno de 50 a 70 pulsações/min. - Respiração: ↓ FR Puerpério – Aspectos Gerais - Logo após o parto apresenta-se cansada, com sudorese, pele úmida e sonolenta - Mucosas hipocrômicas e palidez facial - Queixa de sede e fome são manifestações frequentes - Tremores e calafrios resultantes de fatores emocionais, hormonais e perdas sanguíneas. Puerpério – Aspectos Emocionais - Período de maior fragilidade psíquica - Estabelecimento do vínculo afetivo mãe-filho - O bebê real ≠ bebê ideal - 70 a 90% das puérperas apresentam baby blues: estado depressivo, brando, transitório, que aparece no 3º dia pós parto e tem duração aproximada de duas semanas - Luto pelas perdas vivenciadas após o nascimento do bebê - Aleitamento materno: reconstrução do cordão umbilical - Necessidade de rearranjos na relação familiar Puerpério – Aspectos Emocionais Puerpério – Diagnósticos de Enfermagem • Amamentação ineficaz relacionada à cirurgia prévia da mama, prematuridade, história prévia de fracasso na amamentação, reflexo pobre de sucção da criança, ansiedade materna e déficit de conhecimento • Risco para integridade da pele prejudicada, relacionada à técnica incorreta de amamentação • Risco para volume de líquidos deficiente relacionado ao sangramento uterino pós- parto • Integridade tissular prejudicada relacionada à episiotomia, roturas perineais, ferida operatória supra-púbica Puerpério – Diagnósticos de Enfermagem • Risco para infecção relacionado ao procedimento invasivo, ferida operatória supra- púbica, episiorrafia • Dor aguda relacionada à ferida operatória, episiorrafia, trauma perineal, contração uterina pós-parto • Alteração da resposta do sistema imune relacionada à isoimunização Rh • Risco para perfusão tissular periférica alterada relacionado ao comprometimento do fluxo sanguíneo secundário a discrasias sanguíneas (alterações sanguíneas que envolvem os elementos do sangue) Puerpério – Diagnósticos de Enfermagem • Risco para padrões de eliminação urinária alterados relacionado à traumatismo vesical no parto, efeitos anestésicos e redução do tônus vesical por efeito hormonal • Risco para constipação relacionado à dor perineal, redução da motilidade gastrointestinal secundária à ação hormonal e/ou anestésica, presença de hemorroidas • Risco para desgaste do papel do cuidador relacionado à recursos psicológicos inadequados para adaptar-se à maternidade, falta de apoio Puerpério – Intervenções de Enfermagem • Controlar loquiação 1. Volume 2. Cor 3. Odor • Controlar involução uterina 1. Verificar se está firme, contraído 2. Acompanhar involução uterina 1cm/dia • Controlar SSVV 1. Pressão arterial normal 2. Pulso bradicárdico 3. Temperatura por volta de 37,5°C - atentar para apojadura Puerpério – Intervenções de Enfermagem Apojadura Preparo da mama para a produção de leite que, geralmente, acontece até cinco dias após o parto. As mamas ficam maiores e bem cheias, por igual, e algumas vezes quentes. É normal haver um pequeno fluxo de leite, começando a descer em forma de gotinhas, que é suficiente para o bebê ficar satisfeito • Avaliar condições do períneo (episiorrafia, lacerações, hematoma, edema) • Avaliar dor, ferida operatória ou períneo e promover analgesia (analgésicos, anti-inflamatórios e compressas frias em períneo) • Orientar higienização da ferida operatória com água e sabão • Explicar as dores de tortos (24 a 48h): cólicas uterinas pós-parto – involução uterina e • Orientar higiene íntima • Verificar sinal de Homans e Bandeira – teste de confirmação de trombose venosa profunda • Estimular deambulação Puerpério – Intervenções de Enfermagem Puerpério – Intervenções de Enfermagem TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: formação de trombos nas veias do sistema venoso profundo promovendo obstrução parcial ou oclusão Sinal de Homans - Consiste na dorsiflexão do pé sobre a perna e a puérpera vai referir dor na massa muscular na panturrilha Sinal da Bandeira - Quando a puérpera apresenta menor mobilidade da panturrilha quando comparada com o outro membro • Oferecer líquidos VO • Oferecer dieta laxativa rica em proteínas, vitaminas e sais minerais • Orientar consulta puerperal até 42 dias pós-parto • Observar aspectos das mamas • Incentivar e apoiar aleitamento materno • Administrar Imunoglobulina Anti Rh (Rhogam ou Mathergam) até 72h pós-parto: se Rh negativo e RN Rh positivo • Orientar sobre métodos contraceptivos • Orientar, incentivar e supervisionar cuidados com o RN. Puerpério – Intervenções de Enfermagem Puerpério – CASO CLÍNICO • REGISTRO DE TRANSFERÊNCIA REALIZADO NO CO: 26/06/2015 (16:50h) – No PPN imediato, apresentando útero contraído, sangramento vaginal fisiológico e episiorrafia com edema de infiltração. Em venoclise periférica em MSE com infusão de SG 5% com 15UI de ocitocina, 30 gts/min. Sem queixas de dor. RN apresentou dificuldade em sugar o seio materno. ANA COREN/SP 0001 Enf. • REGISTRO DE ADMISSÃO REALIZADO NO AC: 17:30h – Admitida no AC com o RN, apresentando útero hipotônico, sangramento vaginal aumentado, com saída de pequena quantidade de coágulos à expressão uterina, sendo realizado massagem em fundo uterino, com boa resposta. Sem queixas de dor. PA=110x70 mmHg, P=64 bpm e T=36,8°C. Validadas as demais condições descritas em evolução anterior. Demonstra ansiedade ao referir que não sabe e que nunca cuidou de um bebê. Adriana COREN/SP 0002 Enf. ESTABELEÇA CINCO DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PRIORITÁRIOS Referências BARROS, Sônia Maria Oliveira de. Enfermagem no Ciclo Gravídico-puerperal. 2. ed. São Paulo: Manole, 2009. BARROS, S.M.O.;MARIN, H.F.; ABRÃO, A.C.F.V. Enfermagem Obstétrica e Ginecológica: Guia para a Prática Assistencial. 2. ed. São Paulo: Roca, 2009. CARVALHO, G.M.; LULA, H.M.; OLIVEIRA, L.R. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Neonatologia. 1. Ed. São Paulo: Yendis, 2010. GAIDZINSKI, Raquel Rapone. Diagnóstico de Enfermagem na Prática Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2008. NANDA. NANDA: Definições e Classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015. REZENDE, Jorge de; REZENDE FILHO, Montenegro. Obstetrícia Fundamental. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2011.
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