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Maria Luiza Peixoto – FMT LXII MALFORMAÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ESTENOSES LARÍNGEAS CONGÊNITAS Inadequada recanalização durante a 10ª semana Três formas de apresentação: Estenose subglótica: é diminuição da luz (estenose de um órgão tubular, passa ar/líquido, porém tem uma luz diminuída da laringe) estenose abaixo da glote = subglótica Atresia: é ausência de luz, totalmente constituída por um cordão fibroso. Agenesia: não formação de um órgão ou parte dele Até a 8 semana ocorrerá a recanalização da luz, as áreas onde teve apoptose vão confluindo até voltar uma luz, se essa recanalização for incompleta pode acontecer a estenose. Algumas traves conjuntivas que passam o ar (ela não é totalmente livre, no meio sobra restos teciduais que deveriam ter sido absorvidos). Principal causa das estenoses laringes congênitas: inadequada recanalização durante a 10 semana de desenvolvimento. MALFORMAÇÕES DA TRAQUEIA → Fístula traqueoesofágica → Fenda laringotraqueoesofágica → Agenesia, estenose e atresia traqueais → Divertículo traqueal Divertículo traqueal: é um achado sem sintomas clínicos. Mais comum é a fístula traqueoesofágica = é um trajeto fistuloso, comunicação de um lado para o outro, pode comunicar 2 órgãos tubulares/2 alças intestinais/1 alça intestinal com 1 cav. abdominal…. esse trajeto pode passar substâncias/secreções (trajeto anômalo, não deveria existir) essa fístula é uma comunicação anormal entre o esôfago e a traqueia, a incidência é maior no sexo masculino e não se sabe o motivo. FÍSTULA TRAQUEOSOFÁGICA • 1 a cada 3000 a 4500 nascidos vivos • Maioria do sexo masculino • 85% associado com atresia esofágica • Fusão incompleta das pregas traqueoesofágicas A maioria dos casos associadas com a atresia esofágica (não formação de uma parte do esôfago). Principal causa da fístula: é uma fusão incompleta do septo traqueoesofágico, levando a uma comunicação entre o esôfago e parte do sistema respiratório. VARIAÇÕES DA FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA Mais comum associada com a atresia esofágica (traqueia totalmente formada, porém na porção mais distal/caudal ela possui uma comunicação com o esôfago e a porção proximal/cranial do esôfago termina em fundo cego). Tudo o que a criança engole não desce. É quando a porção proximal termina em fundo cego e a distal termina em uma fístula. (A) A ou B demoraria mais para fazer diagnóstico? B, pois dependendo do tamanho da fístula demoraria para ter início dos sintomas, na A a criança ja apresentaria tosse desde o início. CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS DE FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICAS Associação com polidramnio • Recém-nascido pode apresentar: → Acúmulo de saliva na boca → Tosse → Asfixia → Cianose → Regurgitação → Pneumonia Se tiver atresia, a mãe pode apresentar polidrâmnio (aumento da quantidade de líquido amniótico). Avaliamos a quantidade de líquido amniótico durante o ultrassom pré-natal vendo os bolsões (entre a criança e a parede do saco amniótico), esses espaços darão um índice de líquido, quando ele é menor que 8 teremos um oligoidrâmnio (diminuição de líquido amniótico) Uma das causas de polidrâmnio é a atresia esofágica/duodenal: a criança tenta engolir o líq. amniótico, mas por conta da atresia ele não passa, só entra pelo nariz. Ele vai se acumulando mais do que o normal levando ao polidrâmnio. Maria Luiza Peixoto – FMT LXII POLIDRÂMNIO Repercussão menor que o oligoidrâmnio. Distúrbios do volume do fluido amniótico Aumento do fluido amniótico • Causas: → 60% dos casos: idiopática → 20% fatores maternos: Diabetes mellitus, hipertensão → 20% fetais: atresia esofáfica ou duodenal, anecefalia, gemelidade Após o nascimento a criança se tiver a atresia não conseguirá engolir, vai gerar acúmulo de saliva na boca (não consegue passar a saliva para a traqueia e pulmão) e pela ligação com a traqueia e pulmão ela pode estar mais bolhosa devido a presença do ar. Dependendo do diâmetro dessa fístula pode ir saliva ou leite para os pulmões, podendo causar tosse, asfixia, cianose (falta de oxigenação tecidual periférica) - podendo levar hipóxia, regurgitação (alimento volta) e pneumonia. DIAGNÓSTICO • Clínico: → Altura uterina aumenta para ig → Sensação palpatória de aumento líquido → Desconforto abdominal e respiratório → Edema • USG → Aumento de coleções líquidas → ILA > 24cm → Radiográfica com contraste → Seta: área fistulosa Não deveria ter contraste dentro da traqueia, era para estar escuro na radiografia, como o contraste passou pela fistula do esôfago a traqueia ele vai para os pulmões, então ao engolir acaba indo certa quantidade para os pulmões, se for uma quantidade pequena essas substâncias se acumulam no pulmão facilitando a proliferação bacteriana e causando pneumonia. Secreções do esôfago para a traqueia (imagem) e consequentemente aos pulmões, apresentando infecções pulmonares repetidas. MAL FORMAÇÕES DA TRAQUEIA • Fenda laringotraqueoesofáfica → Separação incompleta da laringe e traquéia com o esôfago → Sintomas semelhantes aos da fístula traqueoesofáfica • Estenose e atresia traqueais → Anomalias incomuns → Associados à fistula traqueoesofágica • Divertículo traqueal: → Anomalia extremamente rara. → Projeção semelhante a um brônquio, mas em fundo cego. → Se acumular secreção na sua luz pode dar infecções bacterianas Agenesia: sem parede na porção proximal da traqueia DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA/SÍNDROME DA DEF. RESPIRATÓRIA DO RECÉM-NASCIDO/SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA DO RECÉM-NASCIDO/ADULTO Pulmão imaturo - deficiente na quantidade e na composição do surfactante Pode estar associado com diabetes materno e parto cesárea. Material eosinofílico rico em fibrina cobre os ductos alveolares – membrana hialina • Para ocorrer uma respiração adequada é necessário ter uma quant. suficiente de surfactante, além dessa quantidade suficiente a composição dele deve estar adequada. • Quantidade inadequada ocorre geralmente quando o pulmão está imaturo, leva a formação de um material fibrinoso que reveste os alvéolos, ele parece uma membrana hialina. • Quando ocorre um parto prematuro esse pulmão pode estar sem suas céls desenvolvidas e sem produzir o surfactante ainda, podendo ocorrer essa doença. Surfactante = produzido pelos pneumocitos tipo 2 e reveste a superfície alveolar impedindo o colabamento do alvéolo após a expiração (lembrar da bexiga colando uma na outra ao tirar o ar). Maria Luiza Peixoto – FMT LXII → Criança nasce com respiração rápida e com dificuldade → A insulina, glicose e outros hormônios influenciam na produção do surfactante. → Contribuição dos corticosteroides (hormônios) que estimulam a formação do surfactante, existem algumas causas maternas como o diabetes que influenciam nessa formação do surfactante pela criança. Corticoide estimula a formação do surfactante como forma de prevenção ao ter um parto prematuro. → Era para ter ar dentro do alvéolo, mas possui uma substância proteica fibrinosa (chamada de membrana hialina) revestindo esse alvéolo, impedindo as trocas gasosas normais (respiração rápida/dispneia). → Quantidade surfactante menor do que o adequado podendo formar: ▪ atelectasia (colabamento dos alvéolos na expiração), causando uma perfusão desigual no pulmão (sangue não consegue penetrar adequadamente no septo alveolar) ▪ hiperventilação (alvéolo colabado diminui as trocas). → Tudo isso causa uma acidose respiratória, levando uma vasoconstrição pulmonar que levam a hipoperfusão pulmonar (se não tem oxigenação adequada pode ocorrer lesão permanente dessas células que revestem o alvéolo). Essas células que morrem deixam restos celulares proteicos que se acumulam dentro dos alvéolos formando a membrana hialina (formada por fibrina+ células necróticas e restos proteicos). *Criança tem que se manteroxigenada e ser observada ou então intervir. CISTOS PULMONARES • Distúrbio no desenvolvimento brônquico • Formado por dilatações de brônquios terminais • Geralmente na periferia do pulmão. Brônquios se ramificam e outras não se ramificam, mas formam uma cavidade/cisto pulmonar Malformação adenomatoide: o epitélio que reveste produzia secreção (glandular). área cística de líquido. tratamento cirúrgico Na imagem: Uma parte cresce formando uma cavidade cística com líquido dentro. E, acontece geralmente na periferia (5meses de idade com dificuldade de respirar). Radiografia do tórax. Direita muito escuro pq tem líquido e não tem ar, então é cisto, Tomografia: líquido preto. dentro do cisto tem septo (linhas brancas) tratamento é cirúrgico. AGENESIA E HIPOPLASIA PULMONAR Ausência de formação dos pulmões (agenesia): falta do desenvolvimento de um broto brônquico, um deles não se desenvolve é uma agenesia pulmonar unilateral, se não houver formação de 2 deles é bilateral. Hipoplasia: pode ocorrer pela hérnia diafragmática congênita, parte do diafragma não se formou e muitos órgãos abdominais foram para o tórax devido a pressão intrabdominal e como não tem espaço p pulmão crescer ele vai ficar pequeno/hipoplásico ou ele pode não formar tendo uma agenesia CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS Oligoidramnio: quando a mulher perde líq. amniótico, seja lenta e gradual, a criança vai se desenvolvendo inadequadamente, esse pulmão pode não crescer na mesma proporção que uma criança que tenha quantidade de líq. normal. DIAGNÓSTICO: • Clínico → Altura uterina menor para a IG estimada → Menor movimentação fetal → Palpação mais fácil de partes fetais → Auscuta mais fácil • Ultrassonografia: → Ausência de coleções adequadas de líquidos Pulmão é responsável pela produção de líquido amniótico, se ele não cresce adequadamente/hipoplásico também diminui a quantidade desse líquido amniótico quando começa a funcionar o sistema urinário da criança, não tem substâncias tóxicas, pois o sangue dela já vem filtrada da mãe. Maria Luiza Peixoto – FMT LXII EXAMES NO PULMÃO 1. Pulmão após a respiração aumenta seu volume 2. Quando não se estabelece a circulação pulmonar, pré nascimento o pulmão possui coloração mais parda, pós nascimento vermelho 3. Antes de entrar ar a superfície é mais lisa, depois de entrar fica mais irregular 4. Consistência antes de respirar é mais duro/firme semelhante a um pulmão c pneumonia 5. Antes de respirar o pulmão afunda na água, depois ele boia Docimasia hidrostática de galeno (importante juridicamente) fazer o exame de uma criança que foi a óbito para saber se respirou depois de sair do útero REFERÊNCIAS: • Anotações da aula • MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia C línica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016 • SADLER, Thomas W.. Langman | Embriologia Médica, 13ª edição. Guanabara Koogan, 03/2016.
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