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DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
3. DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO (CPC, arts. 354 a 357)
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
“Art. 353.  Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X”.
O juiz vai julgar o processo conforme o processo se apresentar para ele. Na matéria anterior o juiz irá dotar providências preliminares, aqui ele irá julgar o processo. Terminada a primeira fase do processo de conhecimento, o juiz adota as providencias preliminares, ou não sendo elas necessárias, o juiz parte para o julgamento do processo, observando as regras dos artigos 354 a 357 do CPC. 
3.2. EXTINÇÃO DO PROCESSO
“Art. 354.  Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.
Parágrafo único.  A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento”.
Quando o processo de conhecimento está em curso o juiz pode julgá-lo de duas formas: um julgamento de mérito (caminho natural - decide aquela questão definitivamente, de modo que as partes não poderão voltar a discuti-la posteriormente – art. 487 CPC); extinção sem julgamento de mérito (juiz extingue o processo, mas não decide a situação litigiosa que lhe foi apresentada, juiz extingue por ter alguma irregularidade no processo, como a falta de pressuposto processual, o autor pode promover outra ação caso queira – art. 485 CPC). Terminou a primeira fase, o juiz vai verificar se vai extinguir o processo com ou sem julgamento de mérito, emitirá uma sentença. 
Inciso II – extingue o processo por ter ocorrido prescrição ou decadência 
Inciso III – réu reconhecer que o autor tem razão, juiz homologa isso e julga procedente o pedido do autor 
Nessas hipoteses ocorrem a extinção, sem julgamento de mérito ou com julgamento de mérito do processo inteiro, mas pode ocorrer a extinção parcial do processo, parte do processo termina, parte do processo continua. Essa extinção parcial pode sem tanto com quanto sem mérito. 
3.3. JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO
“Art. 355.  O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349”.
O legislador previu que em regra, um processo de conhecimento com quatro etapas: 1 fase postulatória que vai até a oportunidade de defesa do réu; 2 fase de saneamento do processo; 3 fase probatória; e 4 fase decisória, sentença. Mas por vezes, da primeira fase o juiz pula para a última fase, ele não aborta a fase de saneamento e fase probatória de produção de prova, e quando isso ocorre, quando ele julga o processo logo após a fase postulatória chama-se julgamento antecipado do processo. Isso ocorre quando essas fases intermediárias são desnecessárias. 
I – ex. autor alega não precisar pagar x tributo, pois aquele tributo é inconstitucional, o município alega a constitucionalidade, o juiz não precisa promover a produção de prova, basta ele verificar as alegações das partes e ordenamento jurídico para ver a legitimidade do tributo.
II – réu revel e ocorrer a confissão ficta, além de ser revel, ou seja, não apresentar contestação, ocorre o efeitos da revelia, a presunção de veracidade das alegações do autor. Juiz de imediato julga o mérito, a favor do autor, sem a necessidade de produção de provas, pois os fatos que poderiam gerar provas são presumidos verdadeiros (direito indisponível se o réu for revel não gera revelia, quando o direito patrimonial for disponível geral confissão ficta) 
Nesses dois incisos o juiz deve julgar imediatamente a sentença, pois não há necessidade de produção de provas, ele já tem condições de receber uma sentença de mérito integralmente. 
3.4. JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
“Art. 356.  O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento”.
O julgamento antecipado pode ser meramente parcial e não total, exemplo, o autor promove ação de indenização por acidente automobilístico pleiteando danos materiais e morais, o réu oferece contestação só em relação ao danos morais, esse pedido de danos materiais se torna incontroverso, (aquele que não há discussão entre as partes) – quanto ao pedido de danos materiais – só há controvérsia sobre os danos morais, que vai precisar produzir provas. O juiz parcela o julgamento, julga agora os pedidos de danos materiais, pois o réu não ofereceu contestação, e determina a produção de prova para que posteriormente ele defira outra decisão dobre danos morais. 
Quando é total julga imediatamente tudo, quando parcial julga em parte, há um parcelamento do julgamento. Isso foi permitido pelo legislador para tornar o processo mais justo. 
3.5. SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO
“Art. 357.  Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
Julgamento conforme o estado do processo, o juiz julga o processo, em regra, mas nem sempre o juiz vai julgar o processo. Em todos os casos vistos anteriores, o juiz julga uma sentença com ou sem mérito. Mas há uma hipótese que em realidade o juiz não julga o processo, ele proferi uma decisão interlocutória de saneamento e organização do processo, ele organiza o processo, é uma exceção do título. Significa que o juiz vai decidir tudo o que estiver pendente no processo, e vai determinar as provas a serem produzidas no processo. Ainda não é possível que o juiz julgue o processo, há necessidade de produção de provas para depois deferir a sentença. Esse saneamento e organização só ocorre quando não for o caso de julgar, for necessária a produção de provas, caso contrário ele tem condições de julgar o processo. Depois de produzidas as provas ele julga. 
§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devemlevar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.
§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.
§ 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
§ 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências”.

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