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18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 1/22 AO2 Entrega 16 jun em 23:59 Pontos 6 Perguntas 10 Disponível 7 jun em 0:00 - 16 jun em 23:59 10 dias Limite de tempo Nenhum Instruções Este teste foi travado 16 jun em 23:59. Histórico de tentativas Tentativa Tempo Pontuação MAIS RECENTE Tentativa 1 2.971 minutos 4,2 de 6 Pontuação deste teste: 4,2 de 6 Enviado 15 jun em 13:08 Esta tentativa levou 2.971 minutos. Importante: Caso você esteja realizando a atividade através do aplicativo "Canvas Student", é necessário que você clique em "FAZER O QUESTIONÁRIO", no final da página. 0 / 0,6 ptsPergunta 1 Leia o texto a seguir: “As gerações que vieram logo antes da nossa, nas últimas décadas do século XIX e até os primeiros anos do XX, viveram como alucinadas por uma imagem muito rígida, uma imagem verdadeiramente comtíana das ciências do mundo físico. Ao estender ao conjunto das aquisições do espírito esse prestigioso esquema, parecia-lhes então não existir conhecimento autêntico que não devesse desembocar em demonstrações incontinenti irrefutáveis, em certezas formuladas sob o aspecto de leis imperiosamente universais. Esta era uma opinião praticamente unânime. Mas, aplicada aos estudos históricos, dará origem, segundo os temperamentos, a duas tendências opostas. ” (BLOCH, Marc. Apologia da História, ou o Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001, p. 47) https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340/history?version=1 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 2/22 Marc Bloch aborda qual teoria no excerto acima? Física. Darwinista. Mentalidades. ocê respondeuocê respondeu A alternativa está incorreta. A história das mentalidades é uma perspectiva historiográfica que foi desenvolvida pela Escola dos Annales. No excerto, Bloch fala da imersão produzida pelo Positivismo de Auguste Comte no século XIX, que se manteve até o século XX. Comte promulgava a ideia de Física História e dos eventos que eram ordenados e em busca do progresso. Essa perspectiva rígida limitava a análise histórica. Culturalista. Positivista. esposta corretaesposta correta 0,6 / 0,6 ptsPergunta 2 Leia os textos abaixo e veja a imagem: Texto 1: “De origem medieval e ligadas à nobreza, as crônicas tinham a função básica de celebrar e salvaguardar os grandes feitos de monarcas, literalmente listados a título de exemplaridade. (...) Nessa época, o assombro e até mesmo certa repugnância para com aquela humanidade que o europeu desconhecia forjaram representações altamente hierarquizadas. Também a fauna e a flora produziram encantamento, assim como as fábulas e os relatos maravilhosos de monstros e demônios, embora com acentuado caráter moralizante. Em termos práticos, as crônicas se relacionavam com as projeções cartográficas existentes, as quais ainda representam importantes 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 3/22 fontes de conhecimento do período. ” (LIMA, Helder Silva; Lima, José Adil Blanco de; CARVALHO, Raphael Guilherme de. Historiografia brasileira: uma breve história da história no Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2018, p. 28.) Texto 2: “Entretanto, antes de Colombo escrever suas cartas e seu diário, antes mesmo que os exploradores medievais chegassem à Ásia mongólica e contassem suas viagens reais através de uma estrutura narrativa em que o elemento imaginário ainda ocupava lugar de destaque, tiveram grande voga no ocidente cristão as viagens imaginárias. As complexas narrativas de viagens e visões do período carolíngio constituíram um de seus núcleos mais interessantes. No século XII, o maravilhoso ganhou força nova e passou a se mesclar a descrições geográficas do mundo desconhecido ou pouco conhecido dos europeus: a lenda de Alexandre, por exemplo, popularizou as maravilhas indianas, as mulheres flores e outros seres insólitos que as Cruzadas haviam tornado mais próximos para o homem feudal. ” (SOUZA, Laura de Mello e. O diabo e a Terra de Santa Cruz: feitiçaria e religiosidade popular no Brasil Colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 23.) Imagem: 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 4/22 (DE BRY, Theodore. Cenas de Antropofagia no Brasil. Parte da Americae Tertia Pars Memorabile Provinciae Brasiliae Historiam. (1596). Coleção Brasiliana Itaú.) Considerando os textos e imagem apresentados, avalie as afirmações abaixo: I. O imaginário europeu acerca das terras desconhecidas tanto no Oriente quanto no Ocidente permeou as primeiras crônicas e relatos de viagens durante as Grandes Navegações. II. Os dois textos e a imagem conversam entre si por abordarem, de formas diferentes, as viagens exploratórias, porém, o texto 2 e a gravura se complementam. III. Os monstros marinhos muitas vezes eram retratados de forma antropomórfica e demonstravam os medos criados a partir do desconhecimento e preconceito dos autores. IV. As crônicas e diários de viagens retratavam o que seus autores viam e viviam. É correto o que se afirma apenas em: I e II 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 5/22 II e IV III e IV II e III I, II e III Correto!Correto! A alternativa está correta, pois apenas as afirmações I, II e III são verdadeiras. A afirmação I é verdadeira, pois as crônicas e relatos de viagens, como dito no Texto 2, tiveram como base eventos anteriores aos da Idade Moderna. Durante o medievo, as descrições geográficas e fantásticas do mundo fizeram parte do imaginário europeu que iniciou as Grandes Navegações. A afirmação II é verdadeira, pois o texto 2 fala sobre a origem da literatura de viagens moderna, que estava relacionada à expansão territorial durante o Império Carolíngio, além de expedições como as Cruzadas. Já a imagem de Theodor De Bry retrata o imaginário acerca das viagens em si, dos monstros marinhos e dos perigos “encontrados” nos percursos. A afirmação III é verdadeira, pois antropomorfismo era muito aplicado na construção imagética de figuras monstruosas, imaginárias ou não. Os relatos de viagem fantasiosos são imemoriais. Um exemplo é a Odisseia de Homero, na qual Odisseu (ou Ulisses) passou por diversos obstáculos no caminho de volta à Grécia. Junto da tradição medieval, os gravuristas modernos atribuíam características humanas aos animais perigosos. A afirmação IV é falsa, pois as crônicas e relatos de viagens não precisavam ser relatos fidedignos sobre a vivência do autor. Os textos falam sobre as obras de cunho fantástico, o que demonstra a existência de crônicas baseadas nas histórias ouvidas e não vividas. 0,6 / 0,6 ptsPergunta 3 Leia os textos a seguir: 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 6/22 Texto 1: “O gênero ensaístico, como forma comum de escrita da história pela geração de 1930, dá vazão a um sentimento de contemporaneidade de ordens temporais diversas e de estruturas políticas e institucionais arcaicas e à promessa de ruptura com elas. No caso de Sérgio Buarque de Holanda, a percepção dessa simultaneidade parece ser justamente a própria inspiração para a interpretação da brasilidade, no ímpeto de romper com as permanências do passado colonial agrário e escravista. Assim, o eixo da temporalidade carrega tanto o fardo da presença de raízes do passado arcaico quanto um horizonte (ainda que negativo) de possibilidades. A condição inicial da compreensão da temporalidade brasileira seria a presença viva desses elementos no presente histórico em transformação. ” (LIMA, Helder Silva; Lima, José Adil Blanco de; CARVALHO, Raphael Guilherme de. Historiografia brasileira: uma breve história da história no Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2018, pp. 164-165.) Texto 2: “Gilberto Freyretinha a pachorra e a paixão pelo detalhe, pela minúcia, pelo concreto. A tessitura assim formada, entretanto, levava-o frequentemente à simplificação habitual dos grandes moralistas. Na projeção de cada minúcia para compor o painel surgem construções hiper-realistas mescladas com perspectivas surrealistas que tornam o real fugidio. Ocorreu dessa forma na descrição das raças formadoras da sociedade brasileira. (...) O negro, e neste ponto o antirracismo de Gilberto Freyre ajuda, faz-se orgiástico por sua situação social de escravo e não como consequência da raça ou de fatores intrinsecamente culturais. Mesmo assim, para quem tinha o domínio etnográfico de Gilberto Freyre, o negro que aparece no painel é idealizado em demasia. ” (CARDOSO, Fernando Henrique. "Um livro perene", in: FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: a formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Ed Global, 2003, p. 20) Considerando o texto apresentado, avalie as afirmações abaixo: I. O Texto 1 analisa a inovação propagada pela Geração de 1930, que saiu da estrutura textual rígida para desenvolver um ensaio que questionava o passado acerca das interpretações do presente. II. O Texto 2 critica a idealização do negro realizada por Gilberto Freyre em sua obra mais famosa. 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 7/22 III. A base epistemológica de Freyre e Buarque de Holanda, forjadas no exterior, auxiliou na criação de uma análise descarnada do passado brasileiro. IV. O negro se tornou personagem partícipe da construção do povo brasileiro a partir de Freyre e Buarque de Holanda. É correto o que se afirma apenas em: I e II Correto!Correto! A alternativa está correta, pois apenas as afirmações I e II são verdadeiras. A afirmação I é verdadeira, pois uma das grandes mudanças trazidas pela Geração de 1930 era questionar a estrutura agrária- exportadora como a única narrativa possível para a análise do passado. O texto 1 deixa claro que o Brasil do presente ainda era afetado pelas estruturas coloniais, mas não precisava se entender como parte delas. O contexto político e econômico da década de 1930 foi fundamental para que essa postura surgisse. A afirmação II é verdadeira, pois Darcy Ribeiro elaborou um prefácio para esta edição de Casa Grande e Senzala no qual exalta o trabalho de Freyre, mas aponta a idealização da figura do negro (alegre, sexual, acostumada ao trabalho) como um dos problemas. Apesar dos adjetivos tidos como elogiosos, a realidade do negro no país durante e após a escravidão era de violência profunda. Rotulá-lo como contribuidor da sociedade brasileira dessa forma diminuía o tom da vivência deles no país. A afirmação III é falsa, pois a análise descarnada do passado é aquela que privilegia grandes estruturas interpretativas, que observa mais o processo do que os participantes dele. Um exemplo disso é Fernand Braudel, que produziu a historiografia da longa-duração dos eventos. Tanto Gilberto Freyre quanto Sérgio Buarque de Holanda tinham uma abordagem mais pessoalizada da História, com as minúcias e detalhes que são destacados nos textos do enunciado. A afirmação IV é falsa, pois Karl Friederich Phillipe Von Martius já escrevera, em 1838, sobre a importância de se analisar as “três raças” para a compreensão da sociedade brasileira. Freyre e Buarque de Holanda aprofundaram essa perspectiva e a modificaram tanto do ponto de vista epistemológico quanto metodológico, mas não foi uma novidade. III 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 8/22 I e III II, III e IV III e IV 0 / 0,6 ptsPergunta 4 Leia os textos a seguir: Texto 1: “O caso do negro é para o historiador mais simples. Uniformizado pela escravidão sem restrições que desde o início de sua afluência lhe foi imposta, e que ao contrário da do índio, nunca se contestou, ele entra nesta qualidade e só nela para a formação da população brasileira. Não surgiram problemas nas suas relações com os colonos brancos: nos dois séculos e meio que decorrem da introdução dos primeiros africanos até o momento que ora nos ocupa, a sua situação foi sempre a mesma. A contribuição que traz é considerável, e certamente muito superior à do índio. Não só pelo estoque inicial, que em princípios do século XIX, já antes das grandes importações deste século, não teria sido de menos de 5 a 6 milhões de indivíduos introduzidos, mas por outros fatores que asseguram a perpetuação do seu sangue em proporção mais elevada: a resistência maior que oferece na presença do branco e o contato mais íntimo que teve com ele, donde a multiplicação dos cruzamentos. ” (PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: colônia. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1961, pp. 100-101.) Texto 2: “O critério histórico-cultural, porém, que tantas vezes tem retificado o fisiológico e o psíquico na discriminação de característicos étnicos, mostra-nos ter havido da parte dos ameríndios incapacidade antes social e técnica que psíquica e biológica. (...) Fique bem claro: não pretendemos negar ao critério de tipos psicológicos a possibilidade de vantajosa aplicação à discriminação de traços étnicos. A introversão dos índios, em contraste com a extroversão do negro da África, pode- se verificar a qualquer momento no fácil laboratório que, para 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 9/22 experiências desse gênero, é o Brasil. Contrastando-se o comportamento de populações negroides como a baiana – alegre, expansiva, sociável, loquaz – com outras menos influenciadas pelo sangue negro e mais pelo indígena – a piauiense, a paraibana ou mesmo a pernambucana – tem-se a impressão de povos diversos. Populações tristonhas, caladas, sonsas e até sorumbáticas, as do extremo Nordeste, principalmente nos sertões; sem a alegria comunicativa dos baianos; sem aquela sua petulância às vezes irritante. Mas também sem a sua graça, a sua espontaneidade, a sua cortesia, o seu riso bom e contagioso. Na Bahia tem-se a impressão de que todo dia é de dia de festa. Festa de igreja brasileira com folha de canela, bolo, foguete e namoro. ” (FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: a formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Ed Global, 2003, pp. 371-372.) Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. A história dos negros no Brasil sofreu com a homogeneização e despessoalização. PORQUE II. A quebra da narrativa tradicional não ampliou os estudos sobre os negros. O texto 1 os insere na lógica economicista e política, enquanto o texto 2 ficou famoso por solidificar estereótipos que nos acompanham até hoje. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. esposta corretaesposta correta A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 10/22 As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. ocê respondeuocê respondeu A alternativa está incorreta, pois as asserções I e II são proposições verdadeira, mas a II não é uma justificativa da I. A asserção I é uma proposição verdadeira, pois os dois textos apresentam história generalizantes sobre a população negra no Brasil. Por exemplo, mesmo que Caio Prado Júnior tenha mencionado no começo do capítulo as organizações de escravos para lutarem contra seus proprietários, como ocorreu constantemente sobretudo na Bahia, ele dedica poucas páginas para explicitar as minúcias acerca desse povo na formação da população brasileira. A asserção II é verdadeira e não justifica a I, mas a complementa. O primeiro texto temuma lógica economicista, ainda que inovadora para a época. Já o texto 2 se tornou célebre por estabelecer a ideia de democracia racial no Brasil. Ao descrever os negros como amáveis, alegres, pacíficos, sendo estas as características primordiais trazidas para o “amálgama das raças”, Gilberto Freyre amenizou a luta e a violência do processo escravagista. As asserções I e II são proposições falsas. 0,6 / 0,6 ptsPergunta 5 Leia o texto a seguir: “Assim, o IHGB foi criado para ajudar o Brasil a se conhecer geográfica e historicamente. No âmbito geográfico, a meta era situar mais precisamente as cidades, os portos, os rios, as estradas, os caminhos etc., bem como conhecer melhor e enaltecer a natureza típica do país. No âmbito histórico, buscava estabelecer e eternizar os fatos e os homens memoráveis para a pátria. O dever do instituto era narrar o processo civilizador na formação nacional do Brasil, aproximando o país tropical dos padrões europeus. O Império brasileiro, recém-independente, precisava de um passado que 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 11/22 trouxesse orgulho e identidade a seus cidadãos e que permitisse à nação avançar para o futuro com confiança e determinação. ” (LIMA, Helder Silva; Lima, José Adil Blanco de; CARVALHO, Raphael Guilherme de. Historiografia brasileira: uma breve história da história no Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2018, p. 67). O IHGB ajudou na construção de qual processo de formação da nação? Da História oficial. Da memória coletiva. Do mito edênico. Da História evolutiva. Da identidade nacional. Correto!Correto! A alternativa está correta. A identidade nacional é um processo que amálgama diversas ideias e questões consideradas importantes para a unidade da nação. Tem base tanto governamental quanto popular, pois os elementos desenvolvidos por uma instituição, como o IHGB, precisam ser aceitos e absorvidos pela população para que se solidifiquem. O Império tentou construir uma narrativa de vitória e desenvolvimento social, e o IHGB corroborou para que isso fosse estabelecido. 0,6 / 0,6 ptsPergunta 6 Leia os textos a seguir: Texto 1: “Os motins por alimentos às vezes eram tumultuados, como o ‘Grande Motim do Queijo’ na Feira do Ganso em Nottingham, em 1764, quando queijos inteiros rolaram pelas ruas; ou o motim na mesma cidade, em 1788, provocado pelo alto preço da carne, quando as portas e 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 12/22 venezianas dos açougues foram arrancadas e incendiadas, juntamente com os livros de contas dos açougueiros, na praça do mercado. Mas mesmo essa violência mostra um motivo mais complexo que a fome: os varejistas eram punidos pelos seus preços e pela má qualidade da carne. No mais das vezes, as ‘turbas’ mostravam autodisciplina, com um modelo habitual de comportamento. ” (THOMPSON, Edward P. A formação da classe operária inglesa. Vol 1: A árvore de liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987, p. 67.) Texto 2: “Este livro estuda o que, de um ponto de vista, não passa de ideias e episódios secundários na Revolução Inglesa: as tentativas de vários grupos, formados em meio à gente simples do povo, para imporem as suas próprias soluções aos problemas de seu tempo, em oposição aos propósitos dos seus melhores, que os haviam chamado a ingressar na ação política. O leitor interessado em completar essa perspectiva terá interesse em conhecer a valiosa obra recentemente publicada pelo professor David Underdown, Pride's Purge (Oxford U. P., 1971) Underdown aborda um período quase exatamente igual ao meu, porém de um ângulo inteiramente distinto. O seu ponto de vista é o do alto, do paço de Whitehall, enquanto o meu é o ponto de vista da minhoca. O índice no final de seu livro e o meu contêm listas de nomes completamente diferentes. ” (HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a revolução inglesa de 1640. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 29) Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações abaixo: I. E. P Thompson e Christopher Hill foram historiadores marxistas britânicos que desenvolveram as análises de superestrutura e modos de produção. II. A “história vista de baixo” ampliou o escopo analítico da historiografia marxista por incluir a formação cultural com tanta importância quanto a econômica. III. O texto 2 deixa clara a predileção pelo ponto de vista das classes mais baixas, e que este era tão significativo para a compreensão de grandes episódios da história inglesa quanto o das elites. IV. O texto 1 aborda uma questão comportamental – ou seja, cultural – como parte de motins alimentícios. Estão corretas as afirmações: 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 13/22 II e III I e III I, II e IV II e IV II, III e IV Correto!Correto! A alternativa está correta, pois apenas as afirmações II, III e IV são verdadeiras. A afirmação II é verdadeira, pois uma das grandes mudanças realizadas a partir das décadas de 1960 e 1970 foi a capilarização temática com o aprofundamento das análises históricas. A entrada da Linguística, Psicologia e Antropologia como disciplinas complementares ampliou o escopo, e o marxismo também foi atingido. Os aspectos culturais passaram a ser tão importantes quanto a economia e a política para se compreender o passado. A afirmação III é verdadeira, pois ao dizer que seu ponto de vista partia das “minhocas”, Christopher Hill escancara ao leitor sua análise “vinda de baixo”. Isto não é um juízo de valor e sim uma exaltação das classes baixas como partícipes fundamentais nos eventos da História inglesa. A afirmação IV é verdadeira, pois Thompson ficou muito conhecido por abordar as formações culturais e comportamentais para analisar as consequências da Revolução Inglesa na sociedade britânica. A afirmação I é falsa, pois E. P. Thompson e Christopher Hill participaram do movimento que surgiu com a New Left Review. Os autores desenvolveram novas formas de aplicação metodológica do marxismo, que fugiam da rigidez da superestrutura, infraestrutura e dos modos de produção. 0,6 / 0,6 ptsPergunta 7 Leia o texto a seguir: 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 14/22 “As rupturas introduzidas por Carlo Ginzburg situam-se, neste contexto, na construção de novos objetos – a feitiçaria, a metamorfose animal, os ritos de fertilidade, a cosmogonia, a iconografia –, na pesquisa sobre paradigmas de conhecimento – a noção de alto e de baixo nos séculos XVI e XVII, a emergência do procedimento por indícios no século XIX –, na reflexão sobre os métodos utilizados – quer na história da arte, debatendo os pressupostos de Warburg, Saxl, Panofsky ou Gombrich, quer na antropologia, discutindo as perspectivas de Lévi-Strauss, Dumézil, Wittgenstein ou Propp. Uma linha condutora atravessa a maior parte dos seus trabalhos: a valorização dos fenômenos aparentemente marginais, como os ritos de fertilidade, ou dos casos obscuros, protagonizados pelos pequenos e pelos excluídos, cuja verdadeira dimensão cultural e social acaba por ser demonstrada. ” (GINZBURG, Carlo (org.). A micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel, 1989, p. VIII.) Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. A micro-história consistiu em um gênero historiográfico que analisava histórias específicas de personagens ou ideias e, a partir deles, conseguia aprofundar a compreensão do período em questão. PORQUE II. As análises culturais ganharam destaque na década de 1970, e os marginalizados e aqueles que tinham suas histórias silenciadas tanto pelas grandes estruturas de análise quanto pela construção de sua condição irrelevante, tiveram espaço na escrita da História. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. Correto!Correto! 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 15/22 A alternativa está correta, pois as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. A micro-história só pôde surgir com a virada culturalista pois as histórias silenciadas foram resgatadas. Isto é, devido aos métodos voltados para a análise de estruturas sociais, de longos eventos e até das mentalidades, as histórias individuais ficaram esquecidas. Ginzburg e outros mergulharem em diversos arquivos e enfatizaram essas narrativas. Por isso que a asserção II é uma justificativa da I. As asserções I e II são proposições falsas. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 0,6 / 0,6 ptsPergunta 8 Leia o texto a seguir: “Que povos eram aquelles que os portuguesez acharam na terra de Santa Cruz, quando estes aproveitaram e estenderam a descoberta de Cabral? D’onde vieram elles? Quaes as causas que os reduziram a esta dissolução moral e civil, que n’elles não reconhecemos senão ruinas de povos? A resposta a esta e outras muitas perguntas semelhantes deve indubitavelmente preceder ao desenvolvimento de relações posteriores. Só depois de haver estabelecido um juízo certo sobre a natureza primitiva dos autochthonos brasileiros, poder-se-ha continuar a mostrar, como se formou o seu estado moral e physico por suas relações com os emigrantes; em que estes influiram por leis e commercio, e communicação sobre os indios; e qual a parte que toca aos boçaes filhos da terra no desenvolvimento das relações sociaes dos portuguezes emigrados. ” 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 16/22 (VON MARTIUS, Karl Friederich Phillipe. “Como se deve escrever a história do Brasil”. (1843). In: GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Livro de fontes de historiografia brasileira. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010, p. 67.) Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: I. O autor destaca que a história dos nativos deve ser entendida a partir das relações com os portugueses. PORQUE II. Era a maneira de se compreender o desenvolvimento social segundo os parâmetros europeus. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. Correto!Correto! A alternativa está correta, pois as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. Von Martius teve seu texto destacado como exemplo de metodologia para a escrita da História do Brasil. Uma de suas contribuições foi relacionar as três raças formadoras da sociedade brasileira, mas não era de forma paritária. Os nativos ainda eram vistos como seres selvagens, mas que contribuíram para o desenvolvimento do país. Por isso que a segunda asserção justifica a primeira, pois os parâmetros sociais europeus eram o guia para se compreender outras civilizações, mesmo no século XIX. 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 17/22 A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. As asserções I e II são proposições falsas. 0,6 / 0,6 ptsPergunta 9 Leia o texto e veja a imagem abaixo: Imagem: (MEIRELLES, Victor. A Primeira Missa no Brasil. (1860). Museu Nacional de Belas Artes.) Texto: “Este gentio não tem conhecimento algum de seu Creador, nem de 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 18/22 cousa do Céo, nem se ha pena nem gloria depois desta vida, e portanto não tem adoração nenhuma nem ceremonias, ou culto divino, mas sabem que têm alma e que esta não morre e depois da morte vão a uns campos onde ha muitas figueiras ao longo de um formoso rio, e todas juntas não fazem outra cousa senão bailar; e têm grande medo do demonio, ao qual chamam Curupira, Taguaigba, Macachera, Anhanga, e é tanto o medo que lhe têm, que só de imaginarem nelle morrem, como aconteceu já muitas vezes; não no adorão, nem a alguma outra creatura, nem têm idolos de nenhuma sorte, somente dizem alguns antigos que em alguns caminhos têm certos postos, aonde lhe oferecem algumas cousas pelo medo que têm delles, e por não morrerem. Algumas vezes lhe apparecem os diabos, ainda que raramente, e entre elles ha poucos endemoninhados.” (CARDIM, Fernão. Tratados da terra e gente do Brasil. (1583 e 1601). Rio de Janeiro : J. Leite & Cia, 1925) Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I - A crônica de Fernão Cardim (1548-1625) utiliza elementos da tradição cristã para descrever a sociedade nativa. Esse ponto de vista se manteve durante a História e no século XIX esse gênero histórico foi resgatado. PORQUE II - No século XIX, o indígena passou a ser valorizado, tanto na pintura (como a de Victor Meirelles) quanto nas políticas públicas. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. Correto!Correto! 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 19/22 A alternativa está correta, pois a asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. A asserção I é verdadeira, pois todo cronista carrega consigo as tradições nas quais está imergido. Fernão Cardim foi um padre jesuíta português que viajou pela colônia no final do século XVI e relatou seu ponto de vista acerca da natureza e da sociedade brasileira. No século XIX suas crônicas foram resgatadas pelos historiadores que se aprofundavam nos estudos sobre o passado brasileiro. Uma das coisas que não mudou foi a compreensão acerca dos nativos a partir das próprias ideias e até preconceitos. A asserção II é falsa, pois a pintura de Victor Meirelles fez parte tanto do desenvolvimento do estilo acadêmico no Brasil quanto do Romantismo, que se caracterizou pelo resgate dos índios como parte do passado idílico do país. Porém, eles não foram valorizados em relação à política e à economia. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. As asserções I e II são proposições falsas. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. 0 / 0,6 ptsPergunta 10 Veja as imagens abaixo: Imagem 1: 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 20/22 (POST, Franz. Paisagem Brasileira. (1650). Metropolitan Museum of Art, New York) Imagem 2: (MAÍNO, Juan Bautista. A recuperação da Bahia de Todos os Santos. (1635). Museu do Prado.) Considerando as obras apresentadas, avalie as afirmações abaixo. I. As duas imagens abordam, de forma direta ou indireta, as invasões holandesas no Brasil. II. Na escrita da História, a análise de imagens contribui para 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 21/22 complementar as fontes escritas. Elas podem ser analisadas por si mesmas ou como narrativas históricas. III. Na Imagem 2, Juan Bautista Maíno insere elementos que relativizam a importância do reino ibérico, pois nesse momento o Brasil vivia a União Ibérica. IV. Na Imagem 1, Franz Post demonstra a calma e tranquilidade nas quais a população pernambucana vivia durante o Brasil Holandês. Ao interpretar as imagense as afirmações, quais estão corretas: I e II apenas. esposta corretaesposta correta II e IV apenas. I, II e III apenas. I e III apenas. II e III apenas. ocê respondeuocê respondeu 18/06/2021 AO2: Historiografia Brasileira https://famonline.instructure.com/courses/12598/quizzes/42340 22/22 A alternativa está incorreta, pois apenas as afirmações I e II são verdadeiras. A afirmação I é verdadeira, pois o Brasil Holandês foi o período em que, entre 1630 e 1654, a Companhia das Índias Ocidentais conseguiu ocupar o Nordeste brasileiro. Vale destacar que a imagem 1 aborda a invasão a Salvador, capital da colônia, que não deu certo. Os holandeses decidiram se instalar em Pernambuco, uma das principais capitanias. Essas informações podem ser adquiridas a partir das datas. A afirmação II é verdadeira, pois ambas as imagens complementam as crônicas que narravam tanto a história política brasileira quanto as obras sobre a natureza. Franz Post se caracterizou por retratar a paisagem da colônia, utilizando o estilo comum aos pintores modernos flamengos. Já Juan Bautista Maíno cria uma obra ensaiada que exalta a condição ibérica, que expulsou os invasores. A afirmação III é falsa, pois Maíno não relativiza o reino nem os reis ibéricos. No canto superior direito vemos a Família Real ser exaltada pelos seus súditos e como líder do conflito que resultou na recuperação da capital. A cena é posada e pensada para enfatizar a grandiloquência do evento. A afirmação IV é falsa, pois o estilo de Franz Post era o mesmo em boa parte de suas obras, que retratavam a paisagem do Brasil de forma idílica. O clima e a natureza tropicais eram totalmente diferentes do que ele e seus contemporâneos conheciam, mas o país não viveu um período de calma com as invasões holandesas. Pontuação do teste: 4,2 de 6
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