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A respeito do signo no contexto da semiótica peirceana

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A respeito do signo no contexto da semiótica peirceana, leia o trecho a seguir.
“[...] o signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele. Ora, o signo não é o objeto. Ele apenas está no lugar do objeto. Portanto, ele só pode representar esse objeto de um certo modo e numa certa capacidade. 
[...]
Ora, o signo só pode representar seu objeto para um intérprete, e porque representa seu objeto, produz na mente desse intérprete alguma outra coisa (um signo ou quase-signo) que também está relacionada ao objeto não diretamente, mas pela mediação do signo.
Cumpre reter da definição a noção de interpretante. Não se refere ao intérprete do signo, mas a um processo relacional que se cria na mente do intérprete. A partir da relação de representação que o signo mantém com seu objeto, produz-se na mente interpretadora um outro signo que traduz o significado do primeiro (é o interpretante do primeiro)”.
SANTAELLA, L. O Que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
Charles Peirce formalizou a Teoria Geral dos Signos, acrescentando à interpretação a ideia de percepção, terceira categoria do conhecimento, que se refere à cognição. O filósofo padronizou as três categorias do conhecimento da seguinte forma: primeiridade (quali-signo), que se relaciona à primeira sensação ao observar um fenômeno; secundidade (sin-signo), sobre a existência do objeto em si; e terceiridade (legi-signo), que se refere ao aprendizado, à cognição e à lei como convenção. 
Assim, o sentido perceptivo da análise de um fenômeno pela Teoria Semiótica ocorreria partindo dos sentimentos e das sensações (primeiridade) para a relação deles com a realidade física (secundidade), que é mediada pela cultura e pelas convenções (terceiridade).
Nesse sentido, partindo da visão semiótica de Peirce e da categorização do conhecimento por ele proposta, analise a obra a seguir, de Tarsila do Amaral, intitulada “Os Operários”, publicada em 1933. Ela tem cerca de 150 por 230 centímetros. 
Fonte: WIKIART, 2012.
WIKIART. Visual Art Encyclopedia. Os Operários. [S. l.], 28 jul. 2012. Disponível em: https://www.wikiart.org/en/tarsila-do-amaral/oper-rios-1933. Acesso em: 23 ago. 2020.
Atentando-se aos detalhes da obra, faça uma análise relacionando os elementos às três categorias: primeiridade, secundidade e terceiridade
 De acordo com Peirce, signo é uma coisa que representa outra coisa, ou seja o objeto e que produz um efeito interpretativo. Sendo assim, essa pintura histórica figurativa, como a obra de Tarsila do Amaral, intitulada “Os Operários”, publicada em 1933 nos remete à leitura de, com base na reflexão de suas questões estéticas. 
Ao contemplar esteticamente essa obra buscando subsídios nas três categorias de Peirce, 
Primeiridade: percebo uma pintura de rostos de trabalhadores. Em segundo plano, a obra sugere a representação de uma indústria. Denota-se pela própria data da pintura em 1933 a retratação do período em que teve início a industrialização brasileira e nascimento de uma classe de trabalhadores operários. Se percebe também a representatividade da diversidade racial e cultural. A cor da pele tanto dos homens como mulheres que sugerem uma diversidade racial. Pessoas coma a cor da pele negra, outras branca e alguns da cor de pele parda. 
Secundidade: percebo uma pintura de rostos de trabalhadores sem expressão. Não se percebe um olhar de entusiasmo ou de alegria, nem mesmo de tristeza notável, como por exemplificação choro. Rostos apáticos, como se se fossem pessoas muito comuns, postas lada a lado, trazendo uma leitura de que todos são iguais, ou seja apenas trabalhadores para servir de exército de mão de obra para a indústria vigente.
Terceiridade: interpreto essa obra como a representação da vulnerabilidade da classe trabalhadora da época, formada por operários imigrantes que se submetem ao trabalho nas fábricas e por que não demonstraram alegria denunciam como são “enxergados” pela sociedade dominante, ou seja, os patrões, como pessoas iguais desprovidades de sentimentos, como se fossem peças de uma engrenagem no processo de industrialiazação do pais na época vigente.

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