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Direito Processual Civil V Guia 05 Prof. Flávio Porpino Cabral de Melo Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais Os arts. 569 a 598 NCPC tratam da ação de divisão e demarcação de terras particulares. A ação de demarcação de terras serve para que o proprietário saiba quais os limites entre seu terreno e outro, fixando-se novos limites ou aviventando-se os já apagados. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais CPC, Art. 569. Cabe: I - ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando- se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados; Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais Enunciado 69, FPPC: (art. 569) Cabe ao proprietário ação demarcatória para extremar a demarcação entre o seu prédio e do confinante, bem como fixar novos limites, aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos (art. 1.297 do Código Civil). Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Finalidades. Nada mais é que seu direito potestativo saber os limites de sua propriedade, uma vez que uma das características mais notáveis do direito de propriedade é sua exclusividade. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Finalidades. A condição de direito potestativo conduz à compreensão da inexistência de prazo prescricional para tal tipo de demanda. Não há prazo decadencial previsto em lei para tanto. Assim, a parte pode requerer a demarcação a qualquer tempo. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Aplicação do Código Civil Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Aplicação do Código Civil Art. 1.297. [...] § 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Aplicação do Código Civil Art. 1297 [...] § 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários. § 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer nas despesas. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Aplicação do Código Civil Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Finalidades A ação de divisão de terras serve para que um imóvel em condomínio seja dividido entre os condôminos, de acordo com a fração correspondente a cada quinhão. Art. 569 NCPC. Cabe: II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes a estremar os quinhões. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Finalidades A ação de divisão de terras serve para que um imóvel em condomínio seja dividido entre os condôminos, de acordo com a fração correspondente a cada quinhão. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CC, Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. § 1o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CC, Art. 1.320. [...] § 2o Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador. § 3o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CUIDADO! O imóvel tem que ser divisível. Se for indivisível, seja por determinação judicial, seja por lei, será necessária a alienação do bem, que poderá se dar nos termos do art. 730, CPC. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CUIDADO! Art. 730. Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os interessados sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz, de ofício ou a requerimento dos interessados ou do depositário, mandará aliená-lo em leilão, observando-se o disposto na Seção I deste Capítulo e, no que couber, o disposto nos arts. 879 a 903. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CUIDADO! Se houver indivisibilidade negocial entre os condôminos, essa indivisibilidade durará apenas cinco anos (art. 1.320, CC), prazo depois do qual poderão proceder à divisão. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CUIDADO! Trata-se de ação dúplice, porquanto independentemente do pedido do réu, o resultado do processo lhe será favorável se suas alegações na contestação forem acolhidas. Não haverá, pois, necessidade de o réu reconvir para que seja beneficiado. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CUIDADO! O juiz demarcará os limites entre terrenos e se dividirá um imóvel comum, resultando em perdas e ganhos para ambas as partes, independente de reconvenção ou pedido contraposto do réu. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. CUIDADO! Cumulação de pedidos NÃO impede que, na ação demarcatória, a parte autora cumule pedidos com reintegratória ou reivindicatória, a fim de delimitar até onde o confinante está ocupando seu terreno. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. É possível a cumulação entre pedido demarcatório e divisório na mesma demanda: a) primeiro a demarcação, participando do feito os condôminos e confinantes. b) depois, definida a extensão da coisa, proceda-se à divisão, agora apenas entre os condôminos. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Art. 570. É lícita a cumulação dessas ações, caso em que deverá processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa comum, citando-se os confinantes e os condôminos. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Curiosidade. Art. 572. Fixados os marcos da linha de demarcação, os confinantes considerar-se-ão terceiros quanto ao processo divisório, ficando-lhes, porém, ressalvado o direito de vindicar os terrenos de que se julguem despojados por invasão das linhas limítrofes constitutivas do perímetro ou de reclamar indenização correspondente ao seu valor. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Curiosidade. § 1o No caso do caput, serão citados para a ação todos os condôminos, se a sentença homologatória da divisão ainda não houver transitado em julgado, e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se a ação for proposta posteriormente. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Curiosidade. § 2o Neste último caso, a sentença que julga procedente a ação, condenando a restituir os terrenos ou a pagar a indenização, valerá como títuloexecutivo em favor dos quinhoeiros para haverem dos outros condôminos que forem parte na divisão ou de seus sucessores a título universal, na proporção que lhes tocar, a composição pecuniária do desfalque sofrido. Ação de Divisão e Demarcação de Terras 1. Disposições Gerais. Curiosidade. Extrajudicial Art. 571. A demarcação e a divisão poderão ser realizadas por escritura pública, desde que maiores, capazes e concordes todos os interessados, observando-se, no que couber, os dispositivos deste Capítulo. Art. 573. Tratando-se de imóvel georreferenciado, com averbação no registro de imóveis, pode o juiz dispensar a realização de prova pericial. Ação de Demarcação 1. Competência. Competência territorial ou de foro. A competência é absoluta do foro da situação do imóvel (art. 47, §1o), aplicando-se o art. 60 para situações peculiares ali descritas. Ação de Demarcação 1. Competência. Competência territorial ou de foro. Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. Ação de Demarcação 1. Competência. Competência territorial ou de foro. Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. Ação de Demarcação 2. Legitimidade. a) O legitimado ativo é o proprietário. b) Se tiver cônjuge, dele terá de obter a autorização do cônjuge, pelo fato de a demanda tratar de direito real imobiliário (art. 73, CPC). c) Se houver copropriedade, qualquer condômino pode propor a demanda, até porque não há litisconsórcio necessário no polo ativo. Ação de Demarcação 2.1. Não há Litisconsórcio Necessário Ativo. 1ª razão: não é possível obrigar alguém a ser autor, a litigar em demanda judicial. Assim, não pode o magistrado ordenar a integração do polo ativo pelos colegitimados faltantes; 2ª razão: não é possível condicionar o direito de ação de uma parte (autor) à presença daquele outro colegitimado que não quer ir à juízo. O direito fundamental de acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CRFB) não pode depender da vontade de outrem. Ação de Demarcação 2.1. Não há Litisconsórcio Necessário Ativo. Art. 115. [...] Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. Ação de Demarcação 2.2. Legitimação Extraordinária e Legitimidade Ativa. É um caso de legitimação extraordinária (um sujeito A defendendo em nome próprio direito dele e também de outros possíveis litisconsortes). E, nos casos de legitimação extraordinária, a doutrina é quase unânime em aceitar a extensão da coisa julgada aos que não fizeram parte do processo. Ação de Demarcação 2.2. Legitimação Extraordinária e Legitimidade Ativa. CPC, Art. 575. Qualquer condômino é parte legítima para promover a demarcação do imóvel comum, requerendo a intimação dos demais para, querendo, intervir no processo. CC, Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. Ação de Demarcação 2.2. Legitimação Extraordinária e Legitimidade Ativa. Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. O art. 575 aduz que os demais condôminos deverão ser intimados, para, querendo, intervir no feito. Ação de Demarcação 2.2. Legitimação Extraordinária e Legitimidade Ativa. Obs1: Nesses casos de legitimação extraordinária, o projeto do NCPC previa que o juiz deveria determinar a ciência do substituído (titular do direito material) para que este, intervindo no processo, fizesse cessar a substituição. Ação de Demarcação 2.2. Legitimação Extraordinária e Legitimidade Ativa. Enunciado 110, FPPC: (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição processual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve determinar a intimação deste último para, querendo, integrar o processo. (Grupo: Litisconsórcio e Intervenção de Terceiros). Ação de Demarcação 2.2. Legitimação Extraordinária e Legitimidade Ativa. Enunciado 68, FPPC: (art. 569) Também possuem legitimidade para a ação demarcatória os titulares de direito real de gozo e fruição, nos limites dos seus respectivos direitos e títulos constitutivos de direito real. Assim, além da propriedade, aplicam-se os dispositivos do Capítulo sobre ação demarcatória, no que for cabível, em relação aos direitos reais de gozo e fruição. Ação de Demarcação 3. Legitimidade Passiva O polo passivo, por sua vez, é ocupado pelo proprietário, titular do direito real ou possuidor do imóvel, de acordo com o objetivo do autor. No caso de mais de um imóvel for confinante àquele que se pretende demarcar, todos deverão ser colocados no polo passivo, em litisconsórcio necessário. Ação de Demarcação 3. Legitimidade Passiva. Cuidado. Se o autor pretender demarcar a divisa com apenas um confrontante, não há litisconsorte nenhum (ressalvadas as hipóteses de o imóvel vizinho ser objeto de copropriedade ou de o proprietário do imóvel vizinho ser casado – casos em que serão citados como réus, respectivamente, todos os coproprietários ou, nos termos do art. 10, par. 1o, I - 73, par. 1o, I, CPC/15, o cônjuge do proprietário). Ação de Demarcação 3. Legitimidade Passiva. Cuidado. Pergunta: Já se o autor visar a uma demarcação mais extensa, que abranja a divisa com mais de um imóvel vizinho, aí sim surgirá o litisconsórcio. É possível demarcatória para outros direitos? Ação de Demarcação 3. Legitimidade Passiva. Cuidado. Resposta: 1a corrente (Marcus Vinicius Gonçalves): Sim. Seria possível demarcatória para determinar os limites do direito de posse. 2a corrente (Cássio Scarpinella): Não. Apenas serve para o direito de propriedade. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Petição Inicial Art. 574 NCPC. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela situação e pela denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Citação Art. 576. A citação dos réus será feita por correio, observado o disposto no art. 247. Após a propositura, os réus serão citados pelos correios. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Citação Obs1: Assumpção ainda complementa que, se houver possibilidade de citação por meio eletrônico, melhor, até porque é bem mais fácil e rápida. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Contestação Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15 (quinze) dias para contestar. Art. 578. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á o procedimento comum. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Contestação 1a possibilidade: Se o réu for revel e o efeito material da revelia ocorrer (presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial), o magistrado poderá julgar antecipadamente o mérito (art. 355, II, CPC). Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Contestação 2a possibilidade: Se for revel e o efeito material não ocorrer, o juiz intimará o autor para especificar as provas que pretende produzir e o feito prosseguirá. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Peritos Segundo Assumpção, em qualquer dessas 3 possibilidades, o magistrado nomeará um ou mais peritos para levantaro traçado da linha demarcanda. Art. 579. Antes de proferir a sentença, o juiz nomeará um ou mais peritos para levantar o traçado da linha demarcanda. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Peritos Art. 580. Concluídos os estudos, os peritos apresentarão minucioso laudo sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os títulos, os marcos, os rumos, a fama da vizinhança, as informações de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Peritos Enunciado 70, FPPC: (art. 580) Do laudo pericial que traçar a linha demarcanda, deverá ser oportunizada a manifestação das partes interessadas, em prestígio ao princípio do contraditório e da ampla defesa. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Peritos Ainda segundo Assumpção, aplicam-se as mesmas regras da prova pericial, com 15 dias de prazo comum para indicação de quesitos e assistentes técnicos e prazo comum de 15 dias para manifestação das partes sobre o laudo. Sobrevindo o laudo pericial e solucionadas eventuais controvérsias, o juiz sentenciará o processo. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Sentença Se for improcedente, a sentença é recorrível por apelação e, caso não haja reforma, o processo será extinto. Se for procedente, determinará o traçado da linha demarcanda, nos termos do art. 581, CPC e, consequentemente, imporá a restituição da área invadida, se houver. Ação de Demarcação 4. Procedimento Ação de Demarcação. Sentença Se for improcedente, a sentença é recorrível por apelação e, caso não haja reforma, o processo será extinto. Se for procedente, determinará o traçado da linha demarcanda, nos termos do art. 581, CPC e, consequentemente, imporá a restituição da área invadida, se houver. Ação de Demarcação 5. Segunda Fase. Efetivação. Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos necessários. Parágrafo único. Todas as operações serão consignadas em planta e memorial descritivo com as referências convenientes para a identificação, em qualquer tempo, dos pontos assinalados, observada a legislação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural. Ação de Demarcação 5. Segunda Fase. Efetivação. Art. 582 usque 586 Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos necessários. Parágrafo único. Todas as operações serão consignadas em planta e memorial descritivo com as referências convenientes para a identificação, em qualquer tempo, dos pontos assinalados, observada a legislação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural. Ação de Divisão 1. Competência. A competência é absoluta do foro da situação do imóvel (art. 47, §1o), aplicando-se o art. 60 para situações peculiares ali descritas. Ação de Divisão 2. Legitimidade. A legitimidade ativa é de qualquer condômino. Art. 569. Cabe: II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes a estremar os quinhões. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. Petição Inicial Art. 588. A petição inicial será instruída com os títulos de domínio do promovente e conterá: I - a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os limites e as características do imóvel; II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas; III - as benfeitorias comuns. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. Citação A citação do(s) réu(s) se dá da mesma forma que na demarcatória, isto é, pelos correios. Art. 589. Feitas as citações como preceitua o art. 576, prosseguir-se-á na forma dos arts. 577 e 578. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. Citação A citação do(s) réu(s) se dá da mesma forma que na demarcatória, isto é, pelos correios. Art. 589. Feitas as citações como preceitua o art. 576, prosseguir-se-á na forma dos arts. 577 e 578. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. Defesa 1a possibilidade: Se o réu for revel e o efeito material da revelia ocorrer (presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial), o magistrado poderá julgar antecipadamente o mérito (art. 355, II, CPC). Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. Defesa 2a possibilidade: Se for revel e o efeito material não ocorrer, o juiz intimará o autor para especificar as provas que pretende produzir e o feito prosseguirá. Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. Defesa 3a possibilidade: O réu contesta e o juiz impulsiona o feito para o deslinde dos pontos controvertidos. Segundo Assumpção, em qualquer dessas 3 possibilidades, o magistrado nomeará um ou mais peritos para levantar o traçado da linha divisória. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. Sobrevindo sentença de procedência, dar-se-á início à segunda fase do processo, de natureza executiva, previsto nos arts. 591 a 597, CPC. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. Art. 591. Todos os condôminos serão intimados a apresentar, dentro de 10 (dez) dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito, e a formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 (quinze) dias. § 1o Não havendo impugnação, o juiz determinará a divisão geodésica do imóvel. § 2o Havendo impugnação, o juiz proferirá, no prazo de 10 (dez) dias, decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos na formação dos quinhões. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 (quinze) dias. § 1o Não havendo impugnação, o juiz determinará a divisão geodésica do imóvel. § 2o Havendo impugnação, o juiz proferirá, no prazo de 10 (dez) dias, decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos na formação dos quinhões. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. Ao serem definidas as divisões de cada parte, há necessidade de se atentar para as benfeitorias que estejam sob as linhas. Resolvidas as impugnações, as questões relativas às benfeitorias e à restituição de benfeitorias usurpadas, os peritos apresentarão um laudo propondo a divisão. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. Art. 596. Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 (quinze) dias, sobre o cálculo e o plano da divisão, o juiz deliberará a partilha. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. Art. 596. [...] Parágrafo único. Em cumprimento dessa decisão, o perito procederá à demarcação dos quinhões, observando, além do disposto nos arts. 584 e 585, as seguintes regras: I - as benfeitorias comuns que não comportarem divisão cômoda serão adjudicadas a um dos condôminos mediante compensação; Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. II - instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis em favor de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente; III - as benfeitorias particulares dos condôminos que excederem à área a que têm direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho mediante reposição; IV - se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e as reposições serão feitas em dinheiro. Ação de Divisão 3. Procedimento da Ação de Divisão. 2ª Fase. II - instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis em favor de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valorno orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente; III - as benfeitorias particulares dos condôminos que excederem à área a que têm direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho mediante reposição; IV - se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e as reposições serão feitas em dinheiro.
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