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ANÁLISE DA COLINESTERASE EM AMOSTRAS DE PLASMA CONTAMINADAS Introdução As colinesterases são enzimas do grupo das hidrolases que catalisam a hidrólise dos ésteres da colina. Essas enzimas são primordiais na regulação dos impulsos nervosos por meio do processo de degradação da acetilcolina, nas junções neuro muscular e nas sinapses nervosas. As colinesterases são classificadas em dois tipos: ● Acetilcolinesterase (AChE) denominada de colinesterase verdadeira por que possui afinidade específica para a acetilcolina. É encontrada no tecido nervoso, na junção neuromuscular e nos eritrócitos. É sintetizada durante a eritropoiese e renovada a cada 60 a 90 dias. ● Pseudocolinesterase denominada de butirilcolinesterase (BChE) ou colinesterase plasmática que é sintetizada no fígado e está presente no pâncreas, intestino delgado, sistema nervoso central e periférico. Hidrolisa vários ésteres, entre eles a acetilcolina. Sua síntese ocorre no hepatócito, e sua renovação se dá em 7 a 60 dias. Os agentes inibidores da colinesterase (INCHE) são substâncias capazes de inibir a ação da enzima acetilcolinesterase, com variado grau de toxicidade para os seres humanos. Os agentes anticolinesterásicos agem como inibidores da enzima acetilcolinesterase, acumulando acetilcolina nos receptores colinérgicos, fazendo com que a transmissão colinérgica pós-sináptica não cesse no tempo adequado, levando assim à hiperestimulação. A colinesterase pode sofrer alterações como a diminuição da concentração basal em pessoas que são expostas constantemente a inseticidas organofosforados. Atualmente, tanto os organofosforados como os carbamatos, são usados no controle e combate a pragas e devido ao uso destes produtos, tanto em ambiente de trabalho, como no domicílio, a intoxicação acidental é muito frequente principalmente em crianças e trabalhadores que lidam diretamente com essas substâncias, além da intoxicação proposital nas tentativas de suicídio. Os agrotóxicos inibidores da colinesterase são compostos lipossolúveis absorvíveis pelo organismo por via cutânea, respiratória e digestiva. A velocidade de absorção depende da formulação, das propriedades físico-químicas do composto e das condições do ambiente. A utilização dos agrotóxicos no meio rural brasileiro tem trazido uma série de consequências tanto para o ambiente como para a saúde do trabalhador rural. Em geral, essas consequências estão relacionadas ao uso inadequado dessas substâncias, a alta toxicidade de certos produtos, a falta de utilização de equipamento de proteção e a precariedade dos mecanismos de vigilância. Esse quadro é agravado pelo baixo nível socioeconômico e cultural da grande maioria desses trabalhadores. Para verificar o grau de exposição de trabalhadores que utilizam produtos tóxicos, como pesticidas, inseticidas, herbicidas e adubos, por exemplo, é indicado o exame de colinesterase. Materiais e métodos - ver o protocolo Resultados e discussão Absorbâncias verificadas: tubo com aldicarb - 0,553 tubo com malation - 0,534 tubo com controle - 0,471 tubo com neostigmina - 0,499 Absorbância 2 (após 30 min em banho maria) tubo com aldicarb - 0,517 tubo com malation - 0,412 tubo com controle - 0,260 tubo com neostigmina - 0,476 Tabela com as absorbâncias dos grupos grupo 1 grupo 2 abs 1 abs 2 abs2/abs1 conc. abs 1 abs 2 abs2/abs1 controle 0,471 0,260 0,552 93,90 0,424 0,294 0,693 aldicarb 0,553 0,517 0,934 -29,32 0,572 0,482 0,842 malation 0,534 0,412 0,771 23,25 0,412 0,315 0,764 neostigmina 0,499 0,476 0,953 -35,45 0,542 0,463 0,854 Grupo 1 Equação da reta dada: y= -0,0031x + 0,8431 Aldicarb abs2/abs 1 = 0,934 aplicando na equação x= -29,32 Malation abs2/abs 1 = 0,771 aplicando na equação x= 23,25 Controle abs2/abs 1 = 0,552 aplicando na equação x= 93,90 Neostigmina abs2/abs1 = 0,953 aplicando na equação x= -35,45 Gráfico com os dados do grupo 1: Análise gráfica de acetilcolina hidrolisada nas amostras Ao analisarmos os valores obtidos das absorbâncias das amostras contaminadas com malation, aldicarb e neostigmina, que são inibidores da enzima colinesterase, vemos que eles são valores muito próximos, o que indica que não houve degradação da acetilcolina pela enzima. No gráfico é possível notar que os valores obtidos a partir dessas três amostras foram ou negativos ou perto 20, bem abaixo da faixa de 50 a 100 micromoles de acetilcolina hidrolisada que indicaria a função normal da enzima colinesterase. Já na amostra com água, vemos que houve uma grande diferença das absorbâncias tanto que o valor obtido pela equação da reta ficou próximo de 100 micromoles de acetilcolina hidrolisada, indicando a atuação normal da enzima colinesterase sob a amostra de plasma. Referências CALGARO, Valdecir. Determinação dos Níveis de Colinesterase Plasmática e Problemas Causados Pelos Agrotóxicos. Disponível em: http://www.isciweb.com.br/revista/13-numero-01-2014/33-determinacao-dos-niveis-de-colin esterase-plasmatica-e-problemas-causados-pelos-agrotoxicos. Acesso em: 12 abril. 2021. LEMOS, Marcela. Exame de colinesterase: o que é, para que serve e o que significa o resultado. 2020. Disponível em: https://www.tuasaude.com/teste-de-colinesterase/. Acesso em: 12 abr. 2021. SCHIMTZ, Monique Kowalski. Intoxicação por agrotóxicos inibidores da colinesterase. 2003 Trabalho de conclusão de curso - Universidade Federal de Santa Catarina, Curso de Medicina - Departamento de Clínica Médica. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/114514 Acesso em: 12 abr. 2021 CAXIAS, Marina. Colinesterase plasmática e eritrocitária: qual a diferença entre elas e para que serve esse exame? Disponível em: https://ibapcursos.com.br/colinesterase-plasmatica-e-eritrocitaria/. Acesso em: 12 abr. 2021. SOUSA, Fernanda Vieira de et al. Intoxicação por compostos organosfosforados e síndrome Intermediária. Med Minas Gerais, Minas Gerais, v. 3, n. 19, p. 50-57, jan. 2009.
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