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fungos|micologia

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Professora autora/conteudista:
ANA PAULA DA ROCHA TAKUSHI
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer 
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos 
ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em 
locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação 
pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
 
SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Micologia geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Reino Fungi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Reprodução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
Reprodução assexuada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Reprodução sexuada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Taxonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
Micoses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Micoses superficiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
 Micoses cutâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Micoses subcutâneas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
 Micoses sistêmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
 Micoses oportunistas e outras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
Antifúngicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Técnicas laboratoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Coleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Identificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Isolamento/semeadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Testes Cutâneos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Antifungigrama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
 
Pág. 4 de 73
INTRODUÇÃO
Os fungos estão presentes em nosso planeta há muito tempo. Há especulações científicas de 
que esses microrganismos são os primeiros eucariontes, porém, por causa da dificuldade em sua 
classificação no decorrer das décadas, não há um estudo profundo e conclusivo de sua cronologia.
Estudos recentes demonstram achados fósseis de células fúngicas entre 760 milhões e 1,06 
bilhão de anos atrás, porém, a comunidade científica ainda defende que os fungos colonizaram a 
terra no período câmbrico (542-488 milhões de anos), ou seja, muito antes das plantas terrestres.
Figura 1 – Fungos
Fonte: oizostudio/shutterstock
ACONTECEU
Há 400 milhões de anos havia fungos gigantes! Estudiosos descobriram fósseis de fungos 
classificados como Prototaxites, que possuíam uma largura de 1 metro e até 8 metros de altura.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prototaxites
Esse grupo de microrganismos foi por muito tempo classificado como reino Monera, depois 
Protista, e alguns exemplares até mesmo como Plantae. Somente em 1969, com o desenvolvimento 
de técnicas de identificação bioquímicas e celulares, foi criado o reino Fungi.
Hoje temos conhecimento de cerca de 100 mil espécies catalogadas no reino Fungi.
 
Pág. 5 de 73
Os fungos possuem distribuição mundial e são ubíquos,desenvolvendo-se em qualquer habitat, 
de regiões áridas a aquáticas, com resistência a altas concentrações de sais,a diferentes pressões 
atmosféricas e, em algumas espécies, até mesmo a radiações ultravioletas e cósmicas. Portanto, 
sua distribuição é facilitada por essas condições de resistências e adaptação.
Os fungos são de conhecimento de antigas civilizações e há muito tempo já eram empregados 
na alimentação, como fonte alimentícia ou na fermentação de outros elementos. Em cerimônias 
religiosas, eram usados como alucinógenos e até mesmo como veneno.
Mas foi a partir de 1940 que o fungo ganhou uma empregabilidade notável para a humanidade na 
composição de antibióticos. Possui destaque na indústria farmacêutica e alimentícia, e recentemente 
também passou a ser utilizado na indústria química e agrotóxica.
O fungo é um microrganismo eucariota e com células microscópicas, porém, é possível notar 
quando frutifica, seja como cogumelos ou como bolores.
Então, vamos conhecer um pouco mais sobre esses microrganismos de ampla dispersão e 
variadas características e propriedades.
MICOLOGIA GERAL
O termo micologia tem origem na linguagem grega, na qual mykes significa cogumelo e logos, 
estudo, ou seja, é o estudo dos cogumelos.
É uma parte da ciência microbiológica que estuda as características morfológicas, fisiológicas, 
bioquímicas e genéticas dos fungos, assim como suas interações com o meio ambiente e com 
outros seres vivos. Esses estudos são as bases para a classificação taxonômica e até mesmo 
revisão de classificações anteriores.
 
Pág. 6 de 73
Figura 2 – Cogumelo
Fonte: mahey/shutterstock
No universo clínico, esse estudo é direcionado para a identificação das características de 
colonização dos fungos e dos efeitos nocivos à saúde do homem e para o desenvolvimento de 
terapias de combate à proliferação deles e de inativaçãode suas toxinas e seus efeitos colaterais.
Reino Fungi
O reino Fungi foi criado em 1969, após descoberta de características celulares que diferenciavam 
os fungos dos reinos Monera e Plantae.
A presença de quitina na parede celular, a ausência de celulose (com exceção de algumas 
espécies aquáticas), a não produção de clorofila e o uso do glicogênio como reserva energética, 
semelhante à célula animal, propiciou a esse grupo uma nova classificação.
Os representantes desse grupo são eucariontes, podendo possuir um ou vários núcleos, 
delimitados por uma membrana nuclear.
 
Pág. 7 de 73
Possuem uma parede celular rígida, composta por glucanas, mananas, quitina, proteínas e 
lipídeos. A parede fúngica pode apresentar até oito camadas, sendo que cada uma possui um 
polissacarídeo dominante que contribui para a taxonomia desses microrganismos.
Para entender melhor a composição das camadas da parede celular fúngica, veja o quadro:
Quadro 1 – Camadas da parede celular fúngica
Esquema: camadas da parede celular fúngicaCamada Composição
1 Finos filamentos de associações a proteínas, formando glicoproteínas, manoproteínas 
e glicomanoproteínas.
2 Camada contínua de glicoproteínas, manoproteínas e glicomanoproteínas.
3 Camada de glicoproteínas, manoproteínas e glicomanoproteínas com baixa densidade.
4 Camada de glicoproteínas, manoproteínas e glicomanoproteínas com alta densidade.
5 Camada não delineada de glucanas e quitina.
6 Camada não homogênea de mananas e proteínas.
7 Camada espessa de quitina e glucanas.
8 Camada irregular de quitina, proteínas e polissacarídeos.
Fonte: elaborado pela autora.
As mananas representam o material amorfo das células fúngicas. São divididas em não 
enzimáticas e enzimáticas; esta última está envolvida na degradação de macromoléculas. A quitina 
é responsável pela rigidez e formatação da parede celular. Os lipídeos estão presentes em menor 
quantidade e conferem propriedades de compostos apolares e polares.
A membrana citoplasmática fúngica possui uma diferenciação em relação às membranas 
bacterianas por causa da composição de esteroides. 
O núcleo é composto por uma dupla fita helicoidal de DNA e possui um nucléolo composto por 
DNA, RNA e proteínas. Esse material é delimitado por uma membrana nuclear que, durante a divisão 
celular, desaparece, retornando quando o processo é finalizado.
 
Pág. 8 de 73
No citoplasma,há presença de ribossomos, mitocôndrias, retículo endoplasmático com aparelho 
de Golgi e lomassomos.
Figura 3 – Célula eucarionte
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Celula2.gif
 
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Figura 4 – Célula fúngica
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfRWcAB/introducao-a-micologia
Os fungos são, em sua maioria, aeróbios, mas podemos encontrar algumas formas de leveduras 
anaeróbias facultativas, muito empregadas nas indústrias alimentícias para fermentação.
São psicrófilas, mesófilas e termófilas, o que proporciona a presença em diferentes ambientes, 
porém, os fungos de interesse clínico são, em sua maioria, mesófilos.
Os fungos podem se apresentar com formas variáveis de acordo com sua classificação e seu 
estágio de vida/fase reprodutiva.
As colônias pastosas e geralmente esbranquiçadas são classificadas como leveduriformes, e 
as colônias algodonosas e aveludadas que caracterizam o bolor são classificadas como fungos 
filamentosos.
 
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Figura 5 – Colônias leveduriformes
Fonte: http://www.agorams.com.br/jornal/2012/03/modelo-de-selecao-
de-leveduras-sera-apresentado-em-simposio/
Figura 6 – Colônia Filamentosa
Fonte:http://www.portaleducacao.com.br/nutricao/artigos/14906/bolores
 
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As leveduras são unicelulares, portanto, suas células desempenham a função vegetativa e 
reprodutiva. A reprodução da levedura, em sua grande maioria, é assexuada, por brotamento ou 
gemulação. Elas são encontradas onde há concentração de matéria orgânica, sendo comuns em 
superfícies de vegetais, trato intestinal e substratos líquidos ou semilíquidos com alta concentração 
de carboidratos.Geralmente saprófitas ou parasitas secretam enzimas digestivas no substrato onde 
se desenvolvem. Essas enzimas catalisam a quebra de macromoléculas em moléculas menores 
para serem absorvidas pela célula fúngica.
As colônias filamentosas são formadas por elementos multicelulares em forma de tubo, 
denominados hifas. As hifas podem ser contínuas, não septadas,cenocíticas ou septadas e podem 
possuir um ou mais núcleos, sendo classificadas como haploides e dicarióticas.
Figura 7 – Hifas
Tipos de hifas. Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biofungos2.php
O conjunto de hifas forma o micélio. Este, quando no interior do substrato, é chamado de micélio 
vegetativo, e quando cresce acima do substrato é denominado de micélio reprodutivo. Podem ser 
saprófitos, parasitas ou simbióticos.
 
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Figura 8 – Decomposição
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/DecayingPeachSmall.gif
É importante destacar que os fungos podem apresentar morfologia diferenciada de acordo com 
exposição à pressão, variação de temperatura, pH e condições nutricionais. Essa diferenciação é 
denominada dimorfismo e/ou pleomorfismo.
Reprodução
Os fungos podem apresentar reprodução assexuada ou sexuada; essa variação se reflete 
diretamente na morfologia apresentada. A reprodução pode se originar do micélio germinativo por 
brotamento, fragmentação ou esporulação, ou, ainda, do micélio reprodutivo,com a formação dos 
propágulos assexuados e sexuados.
A estrutura reprodutiva possui papel fundamental na identificação e classificação do fungo. 
Sendo assim, é muito importante entendermos como as fases assexuadas e sexuadas ocorrem e 
quais são as estruturas responsáveis e características dessas fases.
Reprodução assexuada
A reprodução assexuada pode ser proveniente de uma célula ou micélio vegetativo, formando 
blastoconídeos, artroconídeos, clamidoconídios e esclerotos, ou ter origem em células ou micélios 
com funções reprodutivas, originando conídios, picnidioconídios e esporangiósporos.
A fase assexuada dos fungos é denominada anamórfica ou imperfeita.
 
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Vamos conhecer cada estrutura reprodutiva assexuada e suas interações morfológicas.
Figura 9 – Blastoconídeo
Os blastoconídeos originam-se pelo brotamento ou gemulação da célula mãe, podendo ficar ou não ligados a ela. 
Quando ligados,formam pseudo-hifas. Estas são frequentemente encontradas na gemulação das leveduras quando em 
pH e temperatura adequados. Fonte: http://biomedicinaunic.blogspot.com.br/2010/09/os-fungos.html
Figura 10 – Artroconídeo
Artroconídeos originam-se da fragmentação acidental ou espontânea de uma hifa. Fonte: 
http://biomedicinaunic.blogspot.com.br/2010/09/os-fungos.html.
 
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Figura 11 – Clamidoconídio
Clamidoconídios é a formação de esporos dentro de uma célula fúngica que possui seu tamanho aumentado com 
o surgimento de paredes duplas e espessas, conferindo ao fungo resistência a condições ambientais adversas. 
Pode ser localizado no corpo da hifa, denominado clamidoconídio intercalar, ou na região apical, denominado 
clamidoconídio terminal. Fonte: http://biomedicinaunic.blogspot.com.br/2010/09/os-fungos.html
Figura 12 – Escleroto
Esclerotos, também conhecido como esclerócios, são corpúsculos rígidos formados por um conjunto de hifas em estado de 
dormência até possuir condições adequadas para germinação, conferindo ao fungo grande resistência a condições ambientais 
impróprias. Fonte: http://sian.inia.gob.ve/repositorio/revistas_ci/Agronomia%20Tropical/at2102/imagen/polanco_4.jpg
 
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Figura 13 – Conídios
Conídios são gerados por células conidiogênicas que, por meio de estruturas denominados conidióforos, podem ser ou 
não ramificadas,formando os conídios. Os conídios apresentam formas variáveis e podem ou não apresentar pigmentação. 
Fonte: http://www.aloj.us.es/carromzar/Botanica_I/Temas_Botanica_I/T6_Deuteromicetos.html
Figura 14– Picnidioconídio
Picnidioconídio: algumas células conidiogênicas formam um corpo frutificativo piriforme 
denominado picnídio e, dentro dessa estrutura há a formação dos conidióforos e conídios. Fonte: 
http://biomedicinaunic.blogspot.com.br/2010/09/os-fungos.html
 
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Figura 15 –Esporangiósporos
Esporangiósporos são estruturas originadas por um processo interno de clivagem do citoplasma 
dos propágulos assexuados, denominados esporângios,que é sustentado pelo esporangióforo. 
Fonte: http://www.bemposta.net/cogumelos/imagens/fungo8.gif
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada é caracterizada pela formação dos propágulos sexuados,que podem ser 
internos, denominados ascósporos, ou estruturas externas, denominadas basidiósporos.
Ocorre com a fusão de duas células haploides formando um zigoto, com posterior divisão 
meiótica,que leva à formação de até oito núcleos haploides.
 
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A fase de reprodução sexuada é denominada de teleomórfica ou perfeita e é responsávelpelas 
inúmeras espécies e variações morfológicas existentes. Pode gerar, em algumas fases, estruturas 
assexuadas e, posteriormente, retornar à fase sexuada.
Figura 16 – Reprodução sexuada
Fonte:http://www.coleharbourhigh.ednet.ns.ca/library/images/biolog19.
gif e http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABrwYAE-95.jpg
Vamos conhecer cada estrutura reprodutiva sexuada e suas interações morfológicas.
 
Pág. 18 de 73
Figura 17 – Ascóporos
Ascósporos são propágulos formados dentro de uma estrutura reprodutiva chamada asco. Esses ascos podem 
ser simples, distribuindo-se nas cavidades do micélio, ou ainda constituir o corpo de frutificação, denominado 
o ascocarpo. Temos três tipos de ascocarpos conhecidos, com variação em suas formas e na distribuição 
dos ascos em seu interior. Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAAeHMAK-9.jpg
 
Pág. 19 de 73
Figura 18 – Basidiósporos
Basidiósporos são propágulos externos formados dentro de uma estrutura reprodutiva denominada basídio. Esse tipo de reprodução 
é comumente encontrada nos fungos macroscópicos. Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAAeHMAK-10.jpg
CURIOSIDADE
O maior organismo do mundo é um fungo! Leia sobre em:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151202_vert_earth_fungo_lab
Taxonomia
A taxonomia dos fungos não é uma tarefa fácil e está em constante adequação devido às 
descobertas recentes proporcionadas por novas técnicas de estudo moleculares e morfológicas. 
Eles classificam-se basicamente em dois grupos, os fungos verdadeiros (Eumycota) e os fungos 
imperfeitos (Deuteromycota). Sua classificação taxonômica segue a mesma padronização dos 
outros reinos, partindo de reino para filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. O nome do fungo 
é constituído de gênero e espécie.
A divisão mais difundida baseada nas características reprodutivas é a proposta por McGinnis 
em1990, segundo a qual o reino Fungi possui cinco divisões ou filos: Cythridiomycota, Zygomycota, 
Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota.
 
Pág. 20 de 73
Apenas quatro divisões possuem interesse clínico:
Figura 19 – Filos de fungos com interesse clínico
Fonte: https://imgv2-1-f.scribdassets.com/img/document/54655826/original/2b70316c42/1490243412
Zygomycota – chamados de zigomicetos ou ficomicetos, os fungos pertencentes a esse filo 
não formam o corpo de frutificação, pois seu micélio é cenocítico. A reprodução sexuada é por 
zigósporos, e a assexuada, por esporangiósporos. Essa divisão engloba duas classes, Trichomycetes 
e Zygomycetes, esta última de grande interesse médico.
Ascomycota – são chamados de ascomicetos e abrangem a metade de todas as espécies 
descritas de fungo. Sua principal característica é a formação de asco (hifas septadas em forma de 
 
Pág. 21 de 73
saco). Algumas espécies de ascomicetos vivem associadas a algas ou cianobactérias, formando 
os liquens. As classes que apresentam interesse clínico nessa divisão são Hemiascomycetes, 
Loculoascomucetes e Plectomycetes.
Basidiomycota – são chamados de basidiomicetos, denominados fungos superiores ou cogumelos. 
Sua reprodução sexuada é caracterizada pela formação de basidiósporos. A classe que apresenta 
interesse clínico é Teliomycetes.
Deuteromycota – são chamados de deuteromicetos ou fungos imperfeitos, por não apresentarem 
reprodução sexuada. Sua reprodução assexuada é caracterizada pela formação de conídios. Muitos 
fungos que foram classificados como deuteromicetos foram ou estão sendo reclassificados em 
outros filos. As três classes que apresentam interesse médico são Blastomycetes, Coelomycetes 
e Hyphomycetes.
MICOSES
As micoses são infecções causadas por fungos. Considerando que os fungos são ubíquos, a 
não exposição a eles é improvável, portanto, as condições de higiene, umidade, calor e resistência 
imunológica serão os fatores determinantes para o desenvolvimento dessas infecções.
A contaminação pode ocorrer por fontes endógenas ou exógenas. Endemias e epidemias são 
regionalizadas e concentradas em grupos de mesmas atividades. Idade, sexo e raça desempenham 
papel importante no desenvolvimento de certas micoses.
As micoses são classificadas conforme os tecidos e órgãos atingidos: superficiais, cutâneas, 
subcutâneas, sistêmicas e oportunistas.
O hospedeiro pode desencadear uma resposta imunológica inespecífica, mediada por barreiras 
físicas – pele, membranas e células imunológicas não específicas –, ou, ainda, uma resposta 
imunológica específica, mediada por macrófagos, linfócitos e anticorpos.
A prevenção consiste em uso de máscara para evitar aerossóis em ambientes propícios, uso de 
calçados e roupas para evitar traumatismos. A fim de minimizar as infecções fúngicas hospitalares, 
é importante o emprego de higiene local e assepsia, assim como o uso de filtros e isolamento em 
casos mais graves.
 
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Micoses superficiais
São as micoses com comprometimento da camada mais superficial da pele e dos pelos. As 
micoses superficiais são causadas geralmente por fungos saprofíticos.
As principais micoses representadas por esse grupo são: pitiríase versicolor, tinea nigra, piedra 
negra e piedra branca.
Pitiríase versicolor
Micose causada pela Malassezia furfur. Esse microrganismo, na forma leveduriforme, está 
presente na microbiota da pele, tornando-se patógeno quando na forma filamentosa. É um fungo 
lipofílico, portanto, seu cultivo requer substâncias oleaginosas. Geralmente ao meio de cultivo é 
adicionado azeite de oliva para melhor resultado do crescimento.
Em meio de cultura, as colônias de Malassezia furfur são de cor branca a creme, de aspecto 
cremoso e brilhoso.
Figura 20 – Malassezia furfur
Fonte: http://www.gefor.4t.com/hongos/malasseziafurfur.html.
Essa micose de pele é caracterizada por lesões hipo ou hiperpigmentadas, furfuráceas (farinhosas), 
de bordas delimitadas. Geralmente são localizadas em tórax, abdome, pescoço, face, membros 
inferiores e superiores, axilas e coxas. Também podem atingir áreas cobertas com pelo, tornando-
se reservatórios do fungo. Alguns casos estão relacionados à dermatite seborreica. Tem incidência 
em regiões tropicais e subtropicais, sendo conhecida como micose de praia.
 
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Figura 21 – Pitiríase versicolor
Fonte: http://geriderme.blogspot.com.br/2011/11/sera-que-e-pano-branco.html.
O tratamento baseia-se na aplicação tópica de hipossulfito de sódio 40% e/ou uso oral de 
imidazólico.
Tinea nigra
Também conhecida como tinha negra, é causada por Phaeoannelomyces werneckii ou Stenella 
araguata, fungos filamentosos que, quando em meio de cultura, apresentam colônia úmida, brilhante 
e leveduriforme, tornando-se filamentosa, aveludada e de coloração verde-escura com o tempo.
 
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Figura 22 – Hifas de tinea nigra
Fonte: http://piel-l.org/blog/339.
Essa micose é caracterizada por infecções assintomáticas na sola do pé ou na palma da mão, 
formando uma mancha escura fuliginosa.
Figura 23 – Lesão de tinea nigra
Fonte: http://www.healthhype.com/tinea-nigra-black-fungus-on-palm-or-sole-information-and-pictures.html
O tratamento consiste no uso tópico de iodo e agentes ceratinofílicos.
 
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Piedras brancas e piedras pretas
As piedras brancas são causadas por Trichosporon beigelii e geralmente afetam os pelos das 
regiões genitais. As colônias de crescimento rápido possuem característica leveduriformes. Seus 
micélios são compostos por hifas septadas e ramificadas, formando artroconídeos e blastoconídeos.
Figura 24 – Piedra Branca
Fonte: http://scielo.sld.cu/img/revistas/mtr/v61n2/f0115209.jpg
 
Pág. 26 de 73
Figura 25 – Trichosporon beigelii
Fonte: https://phil.cdc.gov/phil_images/20030610/19/PHIL_3936_lores.jpg
A piedra negra é causa por Piedraia hortae e geralmente afeta a região capilar. As colônias são 
escuras, formadas por hifas unidas contendo ascos que possuem ascósporos típicos, fusiformes 
com filamento polar.
 
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Figura 26 – Colônia de Piedra negraFonte: http://2.bp.blogspot.com/-6HgUbPq-f8w/TdSI_axj_-I/AAAAAAAAAuY/ZOXt8Ivu9BA/s1600/piedra-negra.png
Figura 27 – Colônia de Piedraia hostae
Fonte: http://www.micologia.com.br/imagens.shtml
 
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As piedras são infecções caracterizadas pela presença de nódulos – trama de hifas irregulares 
– nos pelos, podendo ser claros ou negros, de acordo com o agente etiológico.
O tratamento é à base de álcool sublimado 1/2.000 e corte dos pelos das regiões infectadas.
 Micoses cutâneas
Também conhecidas como dermatomicoses, são as micoses causadas por dermatófitos, fungos 
filamentosos que comprometem pele, pelos, unhas e mucosas.
As lesões cutâneas geralmente ramificam; após sete dias, iniciam uma reação cutânea com 
formação de vesículas ao redor e, posteriormente, descamação e bordas eritematosas de propagação 
radial.
A infecção do pelo pode ser externa, classificada como ectothrix, na qual o fungo fica circunscrito 
à bainha externa, ou interna, classificada como endothrix, na qual o fungo destrói a bainha externa, 
proliferando no interior do pelo. Ela ainda ser caracterizada pelas duas fases, com classificação 
endoectothrix.
Quando a infecção é no nível da unha, as infecções iniciam-se na margem lateral ou distal 
da placa ungueal e resultam em inflamação paroniquial com radiação subungueal, tornando-a 
quebradiça e porosa, com alteração na coloração.
Os dermatófitos são taxonomicamente relacionados, pertencentes aos gêneros Trichophyton, 
Microsporum, Epidermophyton, Arthroderma e Candida.
Os Trichophyton apresentam colônias de crescimento rápido, algodonosas com reservo multicor, 
e possuem hifas claviformes multisseptadas.
O Trichophyton rubrum possui crescimento lento, colônia branca de consistência algodonosa, 
aveludada ou granular. A principal característica é a produção de um pigmento hidrossolúvel de 
coloração vinho no reverso da colônia que se difunde no ágar. Esse fungo pode causar nódulos ou 
abscessos subcutâneos em pacientes imunodeprimidos.
 
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Figura 28 – Trichophyton rubrum
Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_X5UZqPW3nj4/Ra-4Y31kFLI/AAAAAAAAAJk/ica5oPRk0u0/s400/trrum.
jpg e http://fce-study.netdna-ssl.com/2/images/upload-flashcards/61/67/33/9616733_m.png
O Trichophyton mentagrophytes possui crescimento rápido e dois tipos de colônias: algodonosa 
ou granular. As colônias apresentam coloração branca a amarelo-forte, tornando-se acastanhadas 
e marrons. Pigmentos avermelhados podem ser observados, mas nunca são tão intensos quanto 
a vermelhidão do T. rubrum. É causa comum de pé de atleta.
Figura 29 –Trichophyton mentagrophytes
Fonte: http://www.mold.ph/trichophyton-mentagrophytes.htm.
 
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Figura 30 – Pé de atleta
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-SrfEbrY9lvc/T8EDE-KtgMI/AAAAAAAAAHw/9mKjd7VSGGA/s400/2.jpg.
O Trichophyton tonsurans possui crescimento lento, exigindo de 7 a 10 dias para a maturidade. 
As colônias apresentam superfície amarelo-clara granular característica, com o desenvolvimento 
de profundas rugas radiais no amadurecimento. Macronídios nunca são observados nos isolados 
laboratoriais, e os microconídios assumem formato de baqueta ou balão. Causa tinha do couro 
cabeludo, tinha capilar com pontos pretos e às vezes dermatofitose do corpo, dos pés e das unhas.
 
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Figura 31 –Trichophyton tonsurans
Fonte: https://o.quizlet.com/PyCUpIWkMA3hVKeJ.JDnfA_m.png
Figura 32 – Micose ungueal
Fonte: http://www.skinatlas.com/catalog/nails-common/onychomycosis/441.html.
No Brasil, os dermatófitos mais frequentes são T. rubrum e M. canis.
 
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Os Microsporum apresentam colônias de crescimento rápido, algodonosas ou pulverulentas, 
com reverso de amarelo a marrom. Possuem hifas fusiformes, isoladas, multisseptadas.
Figura 33 – Exame direto Microsporum
Fonte: http://labmed.ucsf.edu/education/residency/fung_morph/fungal_site/dermatpage.html
Figura 34 – Lesão causada por Microsporum
Fonte: http://www.saber.ula.ve/micosis/contenido/capitulo2/figuras/2-0015-de.html.
 
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O Microsporum canis possui crescimento rápido. As colônias são brancas e lustrosas e, com 
o tempo, desenvolvem um pigmento amarelo-limão na região periférica, com reverso amarelo 
acastanhado. 
O Microsporum gypseum possui crescimento rápido com colônias achatadas brancas, com 
o tempo tornando-se castanho-claras a vermelho-acastanhadas. A superfície torna-se granular à 
medida que são produzidos os conídios.
Figura 35 – Epidermophyton
Fonte: http://www.mold.ph/epidermophyton.htm.
Os Epidermophyton apresentam colônias de crescimento lento, aveludadas, com sulcos radiados 
de cor amarelo-esverdeado. Suas hifas possuem macroconídios clavados, multisseptados em 
microcachos ou isolados.
No caso do Epidermophyton floccosum, as colônias crescem rapidamente, em 3 a 5 dias, e 
inicialmente apresentam coloração cinza-esbranquiçada, desenvolvendo um pigmento cáqui-
esverdeado característico quando maduros. Fitas amarelo-esbranquiçadas podem ser observadas 
irradiando do centro da colônia para a periferia. A superfície torna-se granular, com amadurecimento 
adicional à medida que os conídios são produzidos. Microconídios nunca são produzidos; portanto, 
se estes forem observados, a hipótese de se tratar de amostra de E.floccosum pode ser descartada. 
Causa dermatofitose epidêmica (pé de atleta) e dermatofitose inguinal.
Os Arthroderma são a fase sexuada do Trichophyton e do Microsporum.
 
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Segue quadro com as principais ocorrências de dermatofitoses:
Quadro 2 – Quadro de dermatofitoses
Agente Pele Unhas Pelo invasão ectotrix
Pelo invasão 
endotrix
Microsporum + + (raro) + -
Epidermophyton + - - -
Trichophyton 
mentagrophytes
+ + + -
Trichophyton 
rubrum
+ + + (raro) -
Trichophyton 
tonsurans
+ + - +
Fonte: adaptado de http://www.abcdamedicina.com.br/wp-content/
uploads/2014/04/dermatofitoses-e1398101947233.jpg
O tratamento para dermatofitose baseia-se nos tópicos imidazólicos e miconazol, ou medicação 
oral como itraconazol, griseofulvina e terbinafina.
As dermatomicoses ocasionadas por Candida possuem como representante a Candida albicans, 
que infecta tecidos, unha e mucosas. É caracterizada por lesões úmidas, esbranquiçadas ou 
avermelhadas, de bordas descamativas. O tratamento de dermatomicoses por Candidas consiste 
no uso tópico de iodo, violeta de genciana, nistatina e imidazólico.
 
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Figura 36 – Micose oral
Fonte: http://www.scielo.org.ve/scielo.php?pid=s0001-63652000000300015&script=sci_arttext.
Figura 37 – Candida em coloração de Gram
Fonte: http://www.asm.org/division/c/fungi.htm.
 
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Micoses subcutâneas
São micoses que comprometem a camada subcutânea da pele na ocorrência de infecção por 
traumatismo com material infectado. As micoses subcutâneas são classificas conforme o patógeno 
e a etiologia da infecção. São esporotricose, cromoblastomicose, feo-hifomicose, micetoma, 
rinosporidiose, lobomicose e zigomicose subcutânea.
Vamos conhecer um pouco de cada uma dessas patologias.
Esporotricose
Causa infecção linfocutânea que compromete pele, tecido e gânglios linfáticos regionais, 
caracterizada por lesões ulceradas e nódulos exsudativos. A contaminação dá-se por traumatismo 
com materiais contaminados por Sporothrix schenckii ou por inalação de propágulos do fungo, em 
caso de imunodeprimidos.
O Sporothrix schenckii é um fungo dimórfico, possui uma colônia branca acinzentada que 
escurece com o tempo da periferia para o centro e apresenta células leveduriformes e/ou hifas 
septadas com a formação de conídios isolados ou agrupados em pétalas.
Figura 38 – Esporotricose
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-el9i6KOSvqw/U7SeZXCND5I/AAAAAAAAkSI/
gmzbLpnSVFA/s1600/doen%C3%A7a-000.jpg
Figura 39 – Sporothrix schenckii
 
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Fonte: http://lib.jiangnan.edu.cn/asm/326-introduce.htm
O tratamento consiste em iodeto de potássio por via oral ou intravenosa. Anfotericina B, itraconazole cetoconazol também podem ser utilizados, com acompanhamento do resultado.
Cromoblastomicose
Também conhecida como dermatite verrucosa cromoparasitária, é uma infecção de pele e 
tecidos principalmente dos membros inferiores, podendo invadir a região linfática, caracterizada 
pelo surgimento de nódulos cutâneos de desenvolvimento lento que podem ou não ulcerar.
Essa patologia é ocasionada pelos fungos pertencentes à família Dematiaceae (Fonsecaea, 
Phialophora, Cladosporium e Rhinocladiella). A contaminação dá-se por trauma com materiais 
contaminados.
Os fungos representados por essa família apresentam colônias de aspecto aveludado, variando 
de cor verde a marrom e preto. Possuem hifas e corpos escleróticos escuros. A identificação da 
espécie é possível por meio da morfologia do corpo de frutificação ou conidiação.
 
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Figura 40 – Família Dematiaceae
Fonte: https://pt.slideshare.net/DaPereira1/micoses-subcutneas-10028803
O tratamento envolve desde antifúngicos, como 5-fluorocitosina, tiabendazol e anfotericina B, 
a eletrocoagulação, crioterapia e cirurgias. A associação de diversas técnicas se reflete em um 
efeito mais favorável.
Feo-hifomicose
São micoses subcutâneas caracterizadas pela presença de micélios septados escuros. São 
causadas por diversos agentes; entre os principais, destacam-se os representantes dos gêneros 
Phialophora, Cladosporium e Exophiala.
A contaminação dá-se por traumatismo e, em geral, possui baixa patogenicidade.
O diagnóstico é realizado pelo achado de hifas escuras septadas em exame direto; porém, a 
técnica para identificação mais indicada é o estudo histológico.
O tratamento consiste no uso de anfotericina B, 5-fluorocitosina, itraconazol e, quando necessário, 
procedimento cirúrgico.
 
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Figura 41 – Cladosporium
Fonte: http://micros-vita.blogspot.com.br/2006/09/cladosporium-sp.html
Rinosporidiose
É uma infecção do tecido mucocutâneo, como micose nasal, ocular e genital. É caracterizada 
por pólipos friáveis, sésseis ou pedunculados de coloração avermelhada, podendo desenvolver 
sangramento.
É causada pelo Rhinosporidium seeberi. Não se conhece o mecanismo de contaminação 
ao homem, visto que essa patologia é considerada como uma infecção de peixes. É um fungo 
caracterizado por células redondas contendo grandes números de esporos-esporângios.
Figura 42 – Lesão por rinosporidiose
Fonte: http://www.stanford.edu/class/humbio103/ParaSites2002/rhinosporidiosis/
Figura 43 –Rhinosporidium seeberi
 
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Fonte: http://www.sciencephoto.com/image/148923/530wm/C0086196-
Cross-section_of_human_nasal_tissue-SPL.jpg
O tratamento baseia-se em remoção cirúrgica e uso de quimioterápicos com acompanhamento.
Eumicetonas
São infecções causadas por fungos com formação de grãos, compostos por emaranhados de 
hifas, denominados micetomas. Infectam os tecidos de pés, pernas e braços por traumatismo.
Os agentes mais frequentes nessa infecção são Madurella grisea, Madurella mycetomatis (grãos 
negros) e Pseudoallescheria boydii (grãos brancos).
O tratamento consiste em drenagem cirúrgica e uso de quimioterápicos com acompanhamento. 
Alguns casos com infecção avançada necessitam da amputação do membro atingido.
 
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Figura 44 – Madurella mycetomatis
Fonte: http://madurella.blogspot.com.br/2016/02/madurella.html
Lobomicose
Infecção subcutânea caracterizada por aspectos dermatológicos variados, porém com 
predominância de lesões queloidiformes gomosas, ulceradas, verruciformes e/ou infiltrativas. 
A infecção ocorre por traumatismo da pele com material infectado por Paracoccidioides loboi, 
geralmente na região da orelha em indivíduos que carregam cargas sobre os ombros.
Também conhecida como doença de Jorge Lobo ou blastomicose queloidiana, seu diagnóstico 
caracteriza-se por achado de células redondas que se unem por pontes tubulares, formando um 
rosário.
 
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Figura 45 – Paracoccidioides loboi
Fonte: http://powersite3.com/drfungus/wp-content/uploads/par1_l2.jpg
O tratamento consiste em remoção cirúrgica e uso de antifúngicos convencionais.
 Micoses sistêmicas
São micoses profundas com comprometimento de órgãos e vísceras. A infecção geralmente é 
proveniente da inalação de propágulos. Quando é crônica, pode desencadear uma resposta celular 
granulomatosa semelhante à tuberculose.
Possui maior ocorrência na América. São fungos dimórficos, e as principais infecções conhecidas 
são: paracoccidioidomicose, coccidioidomicose, blastomicose, histoplasmose e criptococose.
Paracoccidioido
Essa infecção é causada pela inalação de fragmentos do Paracoccidioides brasiliensis, geralmente 
infectando o pulmão; o fungo lesa o tecido, formando abcessos ou inflamações granulomatosas 
 
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com centros necróticos. No tecido infectado podemos observar células redondas leveduriformes 
com brotamento, que podem formar uma estrutura semelhante à “roda de leme”.
A infecção pode ter longos períodos de incubação assintomáticos.
O diagnóstico consiste em estudo histopatológico e exame direto de secreção e escarro. Quando 
cultivado, esse fungo apresenta crescimento de colônias brancas lisas com o desenvolvimento de 
micélios aéreos curtos. Conforme a variação da temperatura, pode-se observar hifas septadas, 
conídios e clamidioconídios.
Figura 46 – Paracoccidioides brasiliensis
Fonte: http://botit.botany.wisc.edu/toms_fungi/jan2005.html
O tratamento consiste em associações terapêuticas de sulfamidas, trimetoprima, anfotericina 
B, miconazol e itraconazol.
Coccidioidomicose
Essa infecção é causada pela inalação de artroconídios do Coccidioides immitis, geralmente 
infectando o pulmão; o fungo lesa o tecido gerando uma infecção de aguda à crônica. No tecido 
 
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infectado, podemos observar células redondas contendo numerosos endósporos globosos de 
tamanho irregular.
A infecção pode ter longos períodos de incubação de forma assintomática.
O diagnóstico consiste em estudo histopatológico e aspectos clínicos e epidemiológicos. 
Quando cultivado a 37°C, esse fungo apresenta crescimento de colônia branca, algodonosa, rica 
em artroconídios, nos quais podemos observar as hifas.
Figura 47 – Infecção de tecido por Coccidioides immitis
Fonte: http://precisionpath.us/education/case/09-06-05/June_09_Coccidioides.aspx
O tratamento consiste no uso de anfotericina B.
Blastomicose
Essa infecção é causada pela inalação de propágulos do Blastomyces dermatidis, que é 
disseminado hematogenicamente. Geralmente infecta pulmão, pele e ossos; lesa o tecido, iniciando 
uma infecção granulomatosa com a formação de microabscesso, no qual podemos observar células 
leveduriformes com unibrotamento.
 
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A infecção possui sintomas semelhantes aos de tuberculose, gripe severa, carcinoma, osteomielite, 
periostite e artrite.
O diagnóstico consiste em exame direto do material clínico. Quando cultivado em temperatura 
ambiente, esse fungo apresenta crescimento de colônia branca filamentosa.
Figura 48 – Blastomyces dermatidis
Fonte: http://www.microbiologybook.org/mycology/blast1.jpg
O tratamento consiste no uso de anfotericina B e itraconazol.
Histoplasmose
Essa infecção é causada pela inalação de fragmentos de Histoplasma capsulatum. Desenvolve-
se uma infecção primária pulmonar que pode afetar outros órgãos por meio das células do sistema 
reticuloendotelial. Podemos observar células leveduriformes pequenas no interior dos macrófagos.
A infecção pode ser assintomática ou com discretos sintomas semelhantes aos de uma gripe. 
Também pode formar nódulos calcificados no pulmão.
O diagnóstico consiste em exame microscópico corado por Giemsa e observação de células 
leveduriformes com a presença de um halo claro em volta. A melhor técnica para identificação é a 
realização da cultura a 22°C, na qual se observa o crescimento de uma colônia branca algodonosa 
com micélios aéreos e se visualizam hifas septadas com microconídioslisos e macroconídios 
equinulados. Quando cultivadas a 36°C, as colônias são claras e cremosas com leveduras em 
brotamento.
 
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Figura 49 – Histoplasmose
Fonte: http://www.gefor.4t.com/hongos/histoplasmacapsulatum.html
O tratamento da histoplasmose disseminada é baseado no emprego de anfotericina B.
Criptococose
A criptococose é causada pela inalação do fungo Cryptococcus neoformans, encontrado nas 
fezes de pombos. Pode se desenvolver em uma infecção subaguda ou crônica, em que podemos 
observar células leveduriformes capsuladas.
A infecção inicial é no pulmão, podendo desenvolver-se para sistêmica principalmente em 
indivíduos imunodeprimidos.
Sua característica encapsulada confere grande poder de virulência e grande resistência a 
ambientes inóspitos.
Esse fungos dividem-se em quatro sorogrupos, A, B, C e D, sendo A e D os mais frequentes.
O diagnóstico é feito por meio de exame direto do material biológico (LCR, escarro, secreção) 
com a adição de tinta da China ou nanquim. Visualizam-se células leveduriformes encapsuladas 
de tamanho irregular, algumas com brotamento. Quando cultivado, o fungo apresenta crescimento 
rápido de colônias cremosas, brilhantes e mucoides de cor clara branca a marrom.
 
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Figura 50 – Cryptococcus neoformans
Fonte: http://thunderhouse4-yuri.blogspot.com.br/2010/09/cryptococcus-neoformans.html
O tratamento consiste na associação de anfotericina B com 5-fluorcitosina.
 Micoses oportunistas e outras
Micoses oportunistas são infecções por fungos de baixa virulência. Alguns deles são pertencentes 
à microbiota, outros estão presente no meio ambiente. A infecção por esses fungos só ocorre quando 
o organismo sofre previamente de condições favoráveis de supressão do sistema imunológico. 
Sendo assim, podemos listar alguns fatores de risco que podem proporcionar tais condições:
• Neoplasia;
• Diabetes;
• Hemopatias;
• AIDS (síndrome de imunodeficiência adquirida);
• Gravidez;
• Prematuridade;
• Velhice;
• Antibioticoterapia;
• Corticoidoterapia;
• Antiblásticos;
• Transplantes;
• Infecção hospitalar.
Um fungo não virulento pode ser considerado o patógeno em uma infecção quando isolado em 
amostras clínicas recorrentes, nas quais não há outro agente patogênico.
 
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Diversos fungos podem compor as micoses oportunistas, destacando-se Aspergillus spp., Candida 
spp., Mucor spp., Rhizopus spp. e Cryptococcus neoformans. Este último vimos anteriormente, no 
item Micose Sistêmica, por causa de suas características de virulência invasiva.
Candidíase
A candidíase é causada por fungos representantes do gênero Candida spp. A C. albicans é o 
patógeno mais comum nas infecções de mucosas e tecidos, seguida de C. tropicalis, C.glabrata, 
C. krusei, C.parapsilosis, C. guilliermondii, C. lusitanae e C. kefyr.
Essa infecção pode acometer diversos órgãos e tecidos, desenvolvendo micoses específicas 
conforme a região, como estomatite (mucosa oral e gastroestomacal), balanite (glande), candidíase 
vaginal (órgãos genitais), candidíase cutaneomucosa (pele e mucosas) e candidíase sistêmica 
(órgãos e sangue).
O diagnóstico consiste no achado de células leveduriformes em exame direto ou colorações 
diversas. Quando cultivada, podemos observar colônias claras e cremosas.
Figura 51 – Células fúngicas de Candida
Fonte: http://laboratorionossodecadadia.blogspot.com.br/2013/05/significado-do-sumario-de-urina.html
O tratamento é bem amplo e depende do estágio e da região da infecção. Observamos o emprego 
de anfotericina B, pimaricina e imidazólico. Violeta de genciana e ácido bórico também podem ser 
empregados em uso tópico.
 
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Mucormicose
As mucormicoses são infecções graves em seios paranasais, cérebro, pulmões, aparelho 
digestivo etc., tendo como principal patógeno o Rhizopus spp.
Essa micose caracteriza-se pela invasão dos vasos sanguíneos por hifas, que também podem 
atingir cartilagens e nervos.
O diagnóstico baseia-se no achado de hifas em tecidos, visualizadas em exames diretos ou 
colorações por hematoxilina. Quando cultivado, os rizoides e esporangióforos podem ser visualizados 
e utilizados na classificação das espécies.
Figura 52 – Rhizopus
Fonte:http://thunderhouse4-yuri.blogspot.com.br/2010/06/rhizopus-species.html
O tratamento consiste no emprego precoce de anfotericina B.
Entomoftoromicose
A entomoftoromicose é uma zigomicose subcutânea causada por fungos da ordem Entomophthorales 
spp. Essa infecção origina-se da picada de inseto ou da inalação de propágulos, comprometendo a 
mucosa nasal e podendo evoluir até a faringe, o que se denomina rinoentomoftoromicose.
O diagnóstico baseia-se no achado direto de fungos em material de biópsia.
 
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Figura 53 – Entomoftoromicose
Fonte: http://www.mold.ph/basidiobolus.htm
O tratamento baseia-se no emprego de anfotericina B.
Aspergilose
A aspergilose é uma micose visceral, geralmente uma infecção secundária causada pela inalação 
de propágulos de Aspergillus spp., que acomete pulmão, ouvido, sistema nervoso central, olhos 
e outros órgãos. A evolução dessa infecção pode causar o aspergiloma intracavitário, também 
conhecido como bola fúngica. A aspergilose alérgica também pode ser desenvolvida por causa de 
sua característica morfológica e tóxica.
O diagnóstico consiste no achado de hifas septadas, ramificadas, dicotômicas, irradiando de 
um ponto. Quando cultivado, podemos observar o corpo de frutificação, característica da espécie.
 
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Figura 54 – Aspergillus
Fonte: http://micol.fcien.edu.uy/atlas/Deuteromycetes.htm
O tratamento baseia-se na forma clínica e na região da infecção, porém o uso de anfotericina 
B destaca-se no caso de aspergiloma pulmonar.
Outras micoses oportunistas podem surgir em pacientes com alguma supressão da resposta 
humoral ou celular, como micoses oculares, otomicoses, sepses fúngicas, infecções hospitalares. 
Diversos fungos menos virulentos podem ser os agentes infecciosos, portanto, o exame direto, o 
cultivo e o aspecto clínico são fundamentais para um diagnóstico assertivo.
ANTIFÚNGICOS
O emprego do agente antifúngico é um desafio para a clínica em geral, pois há poucos alvos 
potenciais de ação que não sejam compartilhados entre os fungos e a espécie humana.
O antifúngico ideal deve ter um amplo espectro de atividade; ter ação fungicida ao invés de 
fungistática; deve estar disponível em formulações oral e parenteral; causar poucas interações 
medicamentosas; ser seguro em doses eficazes; ter baixo custo-efetivo; e ser estável à resistência 
microbiana.
Portanto, para um tratamento efetivo de micose, os seguintes aspectos devem ser avaliados:
• Tipo de micose;
• Agente etiológico;
 
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• Estado do paciente;
• Mecanismos de ação dos antifúngicos;
• Espectro de ação dos antifúngicos;
• Efeitos colaterais do tratamento.
Veja no quadro abaixo o mecanismo de ação de cada agente químico com seu respectivo lugar 
de atuação.
Quadro 3 – Mecanismo de ação antifúngico
Por mecanismo de ação
Alvo Antifúngico
Parede celular Nicomicina
Caspofungina
Função da membrana 
celular - ligação aos 
esteróis
Anfotericina B
Nistatina
Natamicina
Síntese do lanosterol Terninafina
Tolnaftato
Síntese do ergosterol Azóis Imidazóis Miconazol
Cetoconazol
Triazóis Fluconazol
Itraconazol
Voriconazol
Amorolfina
Divisão nuclear Griseofulvina
Síntese de DNA/RNA Flucitosina
Quelante de íons Ciclopirox/olamina
Síntese de proteínas Sordarina
Fonte: http://rbp.fmrp.usp.br/sites/default/files/antifngicos.pdf
 
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Os antifúngicos podem ser divididos em dois grupos, conforme sua atuação: drogas que atuam 
sobre a membrana celular e drogas que atuam intracelularmente.
A seguir, algumas drogas que atuam na membrana:
Derivados de poliênicos: rompem a membrana celular, ocasionando desequilíbrio hídrico e perda 
de componentes essenciais a célula. São eles anfotericina B, nistatina e pimaricina.Derivados de imidazólicos: inibem a síntese de esteroides da membrana fúngica. São eles 
clotrimazol, miconazol, cetoconazol, itraconazol e fluconazol.
Outros derivados, como saperconazol, terconazol, tiaconazol, butoconazol, também estão sendo 
empregados como antifúngicos que atuam sobre a membrana celular.
Drogas que atuam intracelularmente:
São os antimicóticos de maior eficácia e também de maior toxicidade ao homem. Agem nos 
microtúbulos e na síntese de ácido nucleico. São eles: griseofulvina (dermatófitos), imidazólico, 
5-fluorocitosina, tolnaftato, tolciclato, hipossulfato de sódio, sulfeto de selênio, etruscomicina, 
violeta de genciana, permanganato de potássio, H2O2, ácidos orgânicos (acido caprílico, propiônico 
e undecilênico), ácido benzoico, salicílico e paraidroxibenzoico, iodetos e sulfamídicos.
O emprego desses antifúngicos pode ser tópico ou oral, conforme quadro abaixo:
 
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Quadro 4 – Apresentação dos antifúngicos
1. Sistêmicos 2. Tópicos
Caspofungina Cetoconazol
Flucitosina Ciclopirox
Griseofulvina Haloprogina
Itraconazol Miconazol
Fluconazol Nistatina
Cetoconazol Terbinafina
Anfotericina B Tolnaftato
Fonte: http://biomedicinaunic.blogspot.com.br/2010/11/antifungicos.html
Assim como na antibioticoterapia, o comportamento de alguns fungos frente aos agentes 
antifúngicos já é conhecido, sendo a base para o tratamento de primeira linha quando é identificado 
o agente causador da micose. Segue no quadro abaixo as principais micoses e antifúngicos 
empregados.
Quadro 5 – Principais antimicóticos
Principais Antifúngicos Utilizados no Tratamento das Micoses
Micoses Antifúngicos
Pitiriase versicolor Hipossulfito de sódio, sulfeto de selênio, 
cetoconazol, tolciclato, tolnalftato e itraconazol
Piedras Solução de bicloreto de mercúrio, mercúrio 
amoniacal e álcool sublimado
Tinta negra Solução de enxofre, ácido salicílico e tintura de 
iodo
Dermatofitoses Griseofulvina, tolciclato, tolnaftato, clotrimazol, 
miconazol, cetoconazol, tiabendazol, itraconazol 
e terbinafina
Esporotricose Iodeto de potássio, Anfotericina B e itraconazol*
 
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Principais Antifúngicos Utilizados no Tratamento das Micoses
Cromoblastomicose Anfotericina B, 5-fluorocitosina, cetoconazol e 
itraconazol*
Maduromicose Sulfonamidas* e Anfotericina B*
Rinosporidiose Anfotericina B
Paracoccidioidomicose Sulfametoxazol-trimetoprima, Anfotericina B, 
cetoconazol, miconazol e itraconazol*
Histoplasmose Sulfamidas, Anfotericina B e cetoconazol
Criptococose Anfotericina B, 5-fluorocitosina e fluconazol
Candidíase Nistatina, violeta de genciana, miconazol, 
cetoconazol, Anfotericina B, 5-fluorocitosina, 
fluconazol e itraconazol
Zigomicose Anfotericina B
Doença de Jorge Lobo Ausência de antifúngicos eficazes
Ceratomicose Natamicina, Anfotericina B, nistatina e pimaricina
Otomicose Sulfanilamida e acetato de metacresil
Aspergilose Anfotericina B e itraconazol
* Valor discutido
Fonte: Trabulsi, 2002, p. 383.
SAIBA MAIS
Terapia fotodinâmica
Pesquisadores do instituto de Física de São Carlos desenvolveram uma terapia à base de luz e 
compostos medicamentosos para combater fungos. Leia sobre em
http://www.if.sc.usp.br/index.php?option=com_content&view=article&id=779:tratamento-para-
micose-de-unha-atraves-de-terapia-fotodinamica&catid=7:noticias&Itemid=224
 
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TÉCNICAS LABORATORIAIS
A forma mais usual de diagnóstico microbiológico de micoses é a análise do material clínico. 
Testes indiretos como reações intradérmicas e pesquisa de antígenos e anticorpos também podem 
ser empregados.
As amostras biológicas para realização dos testes laboratoriais variam com o tipo de hipótese 
diagnóstica. Veja abaixo o quadro resumido.
Quadro 6 – Suspeita clínica de micoses
Suspeita clínica de micoses Material biológico a ser estudado
Superficiais e cutâneas Escamas de pele, pelo e unhas
Subcutâneas Secreção, biópsia, pus e sangue.
Sistêmicas Escarro, fezes, urina, biópsia e líquidos 
cefalorraquidiano.
Fonte: elaborado pela autora
O procedimento diagnóstico de identificação de uma micose no laboratório inicia-se na coleta, 
seguido do exame direto,da cultura e, quando aplicável, do antifungigrama. Vamos conhecer um 
pouco dessas técnicas.
Coleta
A primeira etapa do diagnóstico laboratorial é a coleta, e em micologia não é diferente. A qualidade 
da amostra é de suma importância para não comprometer do resultado final.
Alguns cuidados e técnicas devem ser seguidos para obtenção de uma amostra adequada para 
o exame direto e/ou a cultura.
Pele: realizar assepsia do local. Amostras de lesões de pele descamativas ou crostas devem 
ser colhidas com uma lâmina de bisturi descartável ou com a borda da lâmina de vidro, raspando 
em vários pontos. Para as lesões cutâneas com vesículas (bolhas pequenas) e pústulas (bolhas 
pequenas inflamadas com pus), coletar o líquido e realizar uma lâmina em forma de esfregaço.
 
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Couro cabeludo: as amostras de lesões no couro cabeludo devem ser obtidas pela raspagem 
do local. Devem conter folículos capilares e escamas de pele.
Cabelos e pelos: coletar fios com presença e/ou ausência de nódulos.
Unhas: coletar fragmentos de unhas raspando-as com o bisturi ou com o auxílio de uma tesoura 
limpa. O material embaixo da unha pode ser retirado com o bisturi, com um palito (tipo de manicure) 
previamente esterilizado ou com outro objeto pontiagudo estéril.
Mucosas e secreções: coletar secreções com swab e realizar lâmina em forma de esfregaço.
Fluidos orgânicos: coletar em recipiente estéril adequado, conforme quadro a seguir:
Quadro 7 – Tipos de coleta
Exames Material Biológico Onde colher
Pesquisa de fungos (ou Exame 
Direto ou Exame Micológico 
Direto)
Cultura para fungos
Pele, couro cabeludo, unha, 
cabelo
Secreções
Escarro
Líquido pleural
Aspirado ou lavado brônquico
Sangue
Medula óssea
em placa de Petri estéril ou em 
envelope de papel impermeável 
estéril;
em seringas, ou swab;
em pote ou frasco com boca 
larga estéril;
em frasco estéril;
em frasco estéril;
em frasco próprio de 
hemocultura;
em frasco contendo 0,5 mL de 
heparina diluída 1:1000.
Pesquisa ou cultura 
para BLASTOMICOSE ou 
Paracoccidioides brasiliensis
Raspado das lesões
Escarro
Lavado ou aspirado brônquico
em placa de Petri estéril;
em pote descartável próprio;
em frasco estéril.
Imunodifusão dupla (IDD) 
para BLASTOMICOSE ou 
Paracoccidioides brasiliensis
Sangue (soro) em tubo seco - 5 mL;
 
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Exames Material Biológico Onde colher
Imunodifusão dupla (IDD) 
Aspergilus fumigatus
Sangue (soro) em tubo seco - 5 mL;
Pesquisa direta ou cultura para 
Candida albicans
Qualquer material biológico próprio para cada tipo;
Imunodifusão dupla para 
Candida albicans ou 
CANDIDÍASE
Sangue (soro) em tubo seco - 5 mL;
Pesquisa de Criptococcus 
neoformans pelo método direto
LCR (líquor) ou qualquer outro 
material biológico
em frasco estéril;
Pesquisa de Criptococcus 
neoformans, pelo método da 
tinta da China
LCR (líquor) em frasco estéril;
Cultura para Criptococcus 
neoformans
LCR (líquor) ou qualquer outro 
material biológico a critério 
médico
em frasco estéril;
Prova do látex para 
Criptococcus neoformans
LCR (líquor)
Sangue (soro)
em frasco estéril;
em tubo seco.
Fonte:http://lacen.saude.sc.gov.br/arquivos/doc/micologia.pdf.
Identificação
Exame direto
É a técnica mais difundida na micologia. Essa metodologia, também conhecida como exame 
microscópico direto, consiste na clarificação do material biológico com uso de soluções como 
KOH (hidróxido de potássio) 10% a 20% ou DMSO (dimetilsulfóxido) sobre uma lâmina coberta com 
lamínula e visualização em microscópio em aumento de 40x e 100x. Permite a visualização do fungo 
e a classificação de acordo com sua morfologia e célula reprodutiva. Algumas variações podem 
ser utilizadas para melhor visualização.
Parker – exame direto com clarificação utilizando KOH 20% e tinta azul permanente Parkerna 
proporção 2:1.
 
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Tinta da China – sobre uma lâmina, misturar uma gota de nanquim com o material biológico 
(escarro e LCR), cobrir com lamínula e realizar a visualização em microscópio com aumento de 40x. 
Permite a visualização da cápsula do Cryptococcus neoformans.
Colorações
Algumas colorações são mais específicas para identificação de algumas espécies.
Coloração Giemsa: também conhecida como panótico, consiste na coloração do material em 
lâmina com preparado do corante Giemsa e visualização em microscópio por imersão. Permite a 
visualização do Histoplasma capsulatum.
Coloração de Gram: coloração difundida na microbiologia pela qual as leveduras se coram de 
roxo (Gram-positivas).
Imunofluorescência: com uso de soros hiperimunes específicos e marcadores com fluorocromos. 
Permite a visualização de Cryptococcus neoformans, Sporothrix sceckii, Coccidioides immitis e 
Candida albicans.
Colorações como Gomori, Grocott, Pas e Meyer são de uso para estudo histológico de biópsia.
Identificação de leveduras
Há várias técnicas de identificação de leveduras. A mais antiga é o teste de tubo germinativo, 
que consiste na identificação de C. albicans com o crescimento em hifas (tubos germinativos) 
quando inoculada em soro humano/de coelho e incubada a 37°C por duas horas.
Técnicas baseadas no auxanograma (pesquisa do metabolismo dos açúcares) são muito 
utilizadas para identificação das leveduras. Alguns kits comerciais e de automação para fungos 
também adotam essas técnicas.
Identificação dermatófito
O microcultivo é a técnica mais efetiva utilizada em micologia clínica para identificação de 
dermatófitos. Consiste na cultura do fungo em pequenos pedaços de meio de cultura – ágar 
Sabouraud –, entre lâmina e lamínula, onde o crescimento se expande e se fixa na porção inferior 
da lamínula. Quando esta é retirada, apresenta as estruturas do corpo de frutificação, que auxiliam 
 
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na identificação do fungo. O material deve ser analisado em microscopia 40x com emprego de uma 
gota de corante de azul de algodão para auxílio na visualização das estruturas fúngicas.
O macrocultivo é a cultura de fungo propriamente dita, na qual são analisados critérios como:
• Velocidade do crescimento;
• Aspecto da colônia (cor, topografia, textura, pigmento);
• Microscopia (hifas, conídios, ascos etc.);
• Termorresistência;
• Dimorfismo.
Recomenda-se ter uma micoteca e um atlas para uso comparativo nas identificações.
Outras técnicas também podem ser usadas, como espectrofotometria de massa, cromatografia 
com pesquisa de antígenos circulantes para candidíases sistêmicas, testes intradérmicos e pesquisa 
de anticorpos séricos por Elisa e Western-blot em micoses sistêmicas.
Isolamento/semeadura
A técnica mais utilizada para isolamento de um fungo é a cultura, porém as dificuldades 
ocasionadas pelo lento crescimento e pela contaminação por outros microrganismos inviabilizam 
esse procedimento para algumas amostras.
O meio de cultura seletivo indicado para o isolamento de fungos é o ágar Sabouraud dextrose 
com cloranfenicol, por causa de seu pH ácido (pH= 5,8), alta concentração de glicose e uso de 
antibiótico para inibição de contaminação por bactérias.
O meio de ágar Mycosel é específico para dermatófitos. Em uma cultura de fungos devem ser 
utilizados sempre os dois meios (Sabouraud e Mycosel), sendo que o primeiro a ser semeado deve 
ser o Sabouraud.
Realize a semeadura do fungo ou material biológico utilizando cotonete, alça estéril e/ou alça 
L. Faça uma pequena perfuração no início da inclinação para melhor isolamento. Os repiques para 
fungos de crescimento lento devem ser feito em tubos, pois em placa há o ressecamento do ágar. 
A incubação deve ocorrer em temperatura entre 19°C a 25°C.
Para suspeita de Malassezia, acrescente uma gota de azeite para melhor isolamento.
 
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Quadro 8 – Classificação
Classifica-
ção Patologia Microrganismo Material Clínico
Técnica labo-
ratorial Resultado
Micose Su-
perficial
Pitiríase Versico-
lor
Malassezia 
furfur
Raspado de pele Exame direto 
com Parker
Células leveduri-
formes ovaladas 
ou filamentos 
septados com 
azulado
Tinea Negra Phaeoan-
nellomyces 
werneckii
Stenella ara-
guata
Raspado de Pele Exame direto Hifas septadas 
de coloração es-
cura, com septos 
irregulares
Piedra Branca Trichosporon 
beigelli
Pelos genitais Exame direto Micélio de 
hifas septadas, 
artroconídeos e 
blastoconídeos
Piedra Negra Piedraia hortae Fios de cabelos Exame direto Hifas escuras 
com ascos, 
constituídos 
por ascósporos 
fusiformes com 
filamento polar
 
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Micose 
Cutânea
Dermatofitose Trichophyton 
rubrum,
Trichophyton 
mentagro-
phytes,
Trichophyton 
tonsurans e
Trichophyton 
spp.
Microsporum 
canis,
Microsporum 
gypseum
Raspado de pele, 
unha, pelos
Exame direto 
com Parker
Macroconídios 
claviformes 
multiseptados e 
microconódios 
redondos ou 
piriformes
Dermatofitose Epidermophyton 
floccosum
Raspado de pele, 
unha, pelos
Exame direto 
com Parker
Macroconídios 
clavados, 
multiseptados 
isolados ou 
em pequenos 
cachos
Dermatofitose Candida spp. Raspado de pele, 
unha, pelos
Exame direto
Coloração de 
Gram
Tubo 
germinativo 
(C. albicans)
Células 
leveduriformes e 
hifas septadas. 
Presença de 
blastoconídeos e 
pseudo-hifa
 
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Micoses 
Subcutâneas
Esporotricose Sporothrix 
schenchii
Pus e secreção Coloração 
de Gram ou 
Giemsa
Células leveduri-
fórmicas peque-
nas, esféricas 
com formato 
de charutos. 
Hifas septadas e 
conídios pirifor-
mes isolados ou 
agrupados como 
pétalas
Cromoblastomi-
cose
Dematiaceae 
(Fonsecaea, 
Phialophora, 
Cladosporium e 
Exophiala
Pus e descama-
ção da região 
afetada
Exame direto Corpos murifor-
mes ou escle-
róticos de cor 
escura
Feo-hifomicose
Phialophora, 
Cladosporium e 
Exophiala
Tecido Exame 
direto e 
istopatológico
Hifas septadas 
de coloração 
escura
Rinosporidiose
Rhinosporidium 
seeberi
Mucosa nasal, 
ocular e genital
Histopatoló-
gico
Células arredon-
dadas de parede 
espessa com 
grande número 
de esporos (es-
porângios)
Eumicetomas Madurella grisea
Madurella my-
cetomatis
Pseudoallesch-
eria boydii
Tecido Histopatoló-
gico
Micromorfologia 
dos grãos
Lobomicose Paracoccidioi-
des loboi
Tecido e exsu-
datos
Histopatoló-
gico
Células redonda 
que se unem por 
pontes tubula-
res, formando 
um rosário
 
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Micoses 
sistêmicas
Paracoccidioido-
micose
Paracoccidioi-
des brasiliensis
Secreção e es-
carro
Exame direto
Histopatoló-
gico
Células levedu-
riformes, calici-
formes com três 
ou mais brota-
mentos ligados à 
celula-mãe
Quando culti-
vada, pode-se 
observar hifas 
septadas, coní-
dios e clamido-
conídios
Coccidioidomi-
cose
Coccidioides 
immitis
Secreção,escarro 
e tecido
Histopatoló-
gico
Células redon-
das contendo 
numerosos 
edosporos de 
tamanhos irregu-
lares
Blastomicose Blastomyces 
dermatidis
Secreção, escar-
ro e tecido
Exame direto
Histopatoló-
gico
Células redon-
das com unibro-
tamento, quando 
cultivado há 
formação de 
micélio
Histoplasmose Histoplasma 
capsulatum
Secreção e 
tecido
Coloração de 
Giemsa
Células levedu-
riformes com a 
presença de um 
halo claro em 
volta, quando 
cultivado hifas 
septadas com 
microconídeos 
lisos e macroco-
nídios equinila-
dos
Criptococose Cryptococcus 
neoformans
LCR, escarro, se-
creção e tecido
Tinta da Chi-
na/nanquim
Leveduriformes 
encapsuladas de 
tamanho irregu-
lar, algumas com 
brotamento
 
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Micoses 
oportunistas
Candidíase Candida spp. Tecido, mucosa 
e sangue
Exame direto
Grocott
PAS
Células levedu-
riformes e hifas 
septadas
Murcomicose Rhizopus spp. Tecido Exame direto 
Coloração de 
hematoxilina
Hifas retas, 
quando cultiva-
do observação 
de rizoides e 
esporangiósforo
Entomoftomicose Entomophtho-
rales
Tecido Exame direto
histopatoló-
gico
Hifas largas 
septadas com 
ramificação
Aspergilose Aspergillusspp. Tecido e secre-
ção
Exame direto
Histopatoló-
gico
Hifas largas sep-
tadas, ramifica-
dasde dicotomi-
cótica, quando 
cultivada obser-
va-se corpo de 
frutificação
Fonte: produzido pela autora.
Testes Cutâneos
Os testes cutâneos utilizados para detecção de sensibilidade do hospedeiro ao patógeno é de 
grande contribuição para diagnóstico de doenças fúngicas, visto que os métodos laboratoriais 
tradicionais podem levar de 3 a 40 dias.
Os principais testes cutâneos empregados para fungos são intradérmicos e consistem na injeção 
de uma substância, geralmente fragmentos inativados, sob a pele, e a reação positiva é determinada 
pelo surgimento de eritemas ou edemas superiores a 5mm (inflamação do local e aparecimento de 
manchas avermelhadas/rubras) dentro de um determinado tempo preestabelecido.
Teste para Blastomicose
O antígeno blastomicina é injetado por via intradérmica. A leitura é realizada após 48 horas, e 
o surgimento de eritema e enduração de raio igual ou superior a 5mm é considerado positivo.
Teste para Coccidioidomicose
 
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O antígeno coccidioidina é extraído de uma cultura e injetado por via intradérmica. A leitura é 
realizada entre 24 e 72 horas, e o surgimento de eritema e enduração de raio igual ou superior a 
5mm é considerado positivo.
Teste para Histoplasmose
O antígeno histoplasmina, extraído a partir de uma cultura, é injetado por via intradérmica. 
A leitura é realizada entre 24 e 48 horas, e o surgimento de eritema e enduração de raio igual ou 
superior a 5mm é considerado positivo. Porém, este método é de pequeno valor diagnóstico por 
causa das reações falso-negativos.
Teste para Cândida
O antígeno é uma mistura de tricofitina e oidium e é injetado por via intradérmica. A leitura é 
realizada entre 48 e 72 horas, e devem ser seguidas as preconizações do Center for Disease Control 
and Prevention (CDC), que dispõe de classificações para paciente de alto risco, risco moderado e 
sem risco, já que o surgimento de eritema e enduração de raio igual ou superior a 5mm, 10mm e 
15mm são significantes conforme a classificação de risco.
Antifungigrama
Diversas técnicas de antifungigrama podem ser realizadas, como diluição em caldo, diluição 
em ágar, difusão em ágar com disco, E-test em meio sólido (MIC) e automação.
 
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Figura 55 – Teste de sensibilidade
Fonte: http://rbp.fmrp.usp.br/sites/default/files/antifngicos.pdf
Porém, há alguns fatores limitantes na realização dos testes, como solubilidade e estabilidade 
química do antifúngico, composição e pH do meio de cultura, concentração do inóculo, tempo e 
temperatura de incubação. Estes fatores restringem a realização em centros especializados, pois 
o teste, a leitura e sua interpretação devem ser feitos de forma muito criteriosa. A determinação 
do perfil de sensibilidade/resistência clínica está diretamente associada à concentração sérica do 
antifúngico e sua farmacocinética, portanto, é necessária a determinação dos “endpoints” de cada 
droga, o que só é possível para drogas de uso sistêmico. Abaixo são apresentados esses valores, 
estabelecidos pelo CLSI.
 
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Tabela 1 – Sensibilidade de antifúngicos
Antifúngico Sensível S-DD = 
Sensível Dose-
dependente
Resistente Concentração 
plasmática
Cetoconazol ≤ 4,0 µg/ml 8,0 - 16,0 µg/ml ≥ 32,0 µg/ml 3 - 4,5 µg/ml
Fluconazol ≤ 8,0 µg/ml 16,0 - 32,0 µg/ml ≥ 64,0 µg/ml 4,0 - 8,0 µg/ml
Itraconazol ≤ 0,125 µg/ml 0,25 - 0,5 µg/ml ≥ 1,0 µg/ml 1,0 - 2,3 µg/ml
Anfotericina B ≤ 1,0 µg/ml 1,0 - 4,0 µg/ml ≥ 4,0 µg/ml 1,8 - 3,5 µg/ml
Flucitosina ≤ 4,0 µg/ml 8,0 - 16,0 µg/ml ≥ 32,0 µg/ml 45,0 µg/ml
Fonte: http://rbp.fmrp.usp.br/sites/default/files/antifngicos.pdf
Algumas técnicas e antifúngicos não possuem padronização normativa. Portanto, é recomendado 
sempre consultar as preconizações do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) e do 
European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST).
Assim como na microbiologia, resistências de fungos como C. lusitaniae, C. krusei e C. glabrata 
a agentes antimicóticos, como anfotericina B, são conhecidas.
Segue quadro com os antifúngicos e as concentrações utilizadas para teste de sensibilidade 
de Candida.
 
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CONCLUSÃO
Como podemos observar nesta disciplina, há uma grande variedade de fungos que podem 
acometer o corpo humano, e estes fungos, na maioria oportunistas, podem colonizar praticamente 
qualquer tecido em diferentes fases.
Portanto, fica sob responsabilidade do micologista a atribuição de identificar e classificar os 
fungos com precisão e agilidade, para que o clínico possa iniciar o tratamento de forma assertiva.
GLOSSÁRIO
Equinulados
Que possui espinhos retos e rígidos, como um ouriço.
https://www.uc.pt/herbario_digital/learn_botany/glossario
Eucariontes
Os organismos vivos que possuem uma membrana envolvendo seu núcleo celular, que contém 
a maior parte de seu material genético, separado do citoplasma, possuindo diversas organelas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eukaryota
Exsudativos
A saída de líquidos orgânicos através das paredes celulares, tanto de animais quanto plantas, 
por lesão ou inflamação.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Exsudato
Gemulação
Ou “brotamento”, é um processo de reprodução assexuada em que forma-se uma dilatação 
conhecida como “gema” através de mitoses na superfície do organismo, que vem a se separar e 
dar origem a um novo organismo.
 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Gemula%C3%A7%C3%A3o
Período Câmbrico
Também chamado de Cambriano, é o período da história terrestre que iniciou-se há mais de 
500 milhões de anos, em que a superfície estava dividida em quatro continentes: Laurentia, Báltica, 
Sibéria e Gondwana. Ainda não haviam plantas, sendo que estudos supõem que a maior parte do 
planeta estava dominado por fungos, algas e liquens, e alguns ancestrais dos primeiros animais 
invertebrados como artrópodes, anelídeos, esponjas e outros.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cambriano
Propágulos
Estruturas constituídasbasicamente por células meristemáticas que se desprendem de uma 
planta adulta para dar origem a uma nova planta, geneticamente idêntica à planta de origem (clones).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prop%C3%A1gulo
Saprófitas
A classificação de organismos, como plantas, fungos e outros, que se alimentam absorvendo 
substâncias orgânicas de matéria orgânica em decomposição.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Saprotrofia
Teleomórfica
A forma capaz de reprodução sexuada de um fungo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teleomorfo
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LEVEDURAS. Disponível em: http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_grad2004/
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Acesso em: 27abr. 2013.
MINAMI, P. S. Micologia: métodos laboratoriais de diagnóstico das micoses. 1. ed. São Paulo, 
Manole, 2003.
MURRAY, P. R. et al. (eds.). Manual of clinical microbiology. 9. ed. Washington, ASM, 2007.
RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 6. ed. Rio Janeiro, Guanabara Koogan, 2001.
RODRIGUES, Acácio Gonçalves. Introdução à micologia. Disponível em: http://users.med.up.pt/
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FISCHBACH, F. T. et al. Manual de Enfermagem – Exames laboratoriais e diagnósticos. 5. ed. Rio 
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MAFFEI, C. M. L. Agentes antifúngicos. Disponível em: http://rbp.fmrp.usp.br/sites/default/files/
antifngicos.pdf.Acesso em: 14 fev. 2017

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