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Aula 6 Word - Bases de Gestão - Mercado e Formação de Preço

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1 
 
DISCIPLINA: BASES DE GESTÃO (EGT0070/3558227) 9043 
Professor: RODOLPHO DE BRITTO SILVA 2020.1 
 
AULA 6 – Mercado e Formação de Preço. 
 
Objetivos: 
Módulo 1 - Identificar os custos diretos, indiretos, variáveis e fixos de um produto. 
Módulo 2 - Analisar lucro e margem de contribuição. 
Módulo 3 - Calcular o preço de venda de um produto. 
 
Definição. 
Aplicação básica dos conceitos de investimento, custo e preço na prática e seu uso para tomada de 
decisões gerenciais. 
 
Propósito. 
Explicar os conceitos de custo, investimento, despesa e formação de preços e suas aplicações nas mais 
variadas situações e contextos profissionais. 
 
TEMA: Introdução. 
 
No Brasil, cerca de 60% das empresas fecham suas portas em até 5 anos após a sua criação. Além disso, em 
2018, 96% das empresas que faliram no Brasil eram pequenas. Isso demonstra tanto a dificuldade do 
mercado brasileiro quanto a falta de preparo do pequeno empreendedor nacional. 
 
Sem ter uma noção prática de como se calcula uma margem de contribuição, sem saber quais são os custos 
fixos e variáveis de um negócio e, principalmente, sem ter uma base para se definir o preço de venda de 
um produto, as chances do sucesso de um negócio, que já são pequenas, tornam-se ínfimas. 
 
Por esta razão o tema Mercado e Formação de Preços é tão relevante. Aqui, nós exploraremos os conceitos 
contábeis básicos e as nomenclaturas, depois aprenderemos como calcular os custos e, por fim, usaremos 
esses resultados dos custos tanto para verificar a viabilidade de um negócio quanto para definir o preço de 
venda de um produto. 
 
TEMA: Conceito de custo, despesa e investimento. 
 
A teoria de formação de preços vem de uma parte da Contabilidade que é chamada de Contabilidade de 
Custos. 
 
DICA: 
Você já deve ter ouvido falar que a “Contabilidade é a língua dos negócios” e, como qualquer língua, se 
você não souber as principais palavras, termos e estruturas, não vai conseguir usá-la para se comunicar 
eficientemente. Assim é com a Contabilidade de Custos: para aplicá-la de forma eficaz e eficiente à sua 
tomada de decisão, você precisa conhecer seus principais termos. 
 
Toda vez que compramos algo (na Contabilidade, isso é chamado de dispêndio de caixa) estamos pagando 
um custo, realizando uma despesa ou fazendo um investimento. Essas três palavras têm conceitos 
específicos e são importantes para identificar quais os tipos de gastos (dispêndios de caixa ) que estamos 
realizando. 
 
1. Investimento: 
Vamos começar abordando o conceito de investimento: 
2 
 
Investimentos podem ser entendidos como a aquisição de bens ou serviços que irão gerar mais riqueza 
para os sócios da empresa no futuro. 
 
ATENÇÃO. 
Podemos diferenciar o investimento dos outros tipos de gastos, pelo fato de o investimento sempre 
resultar na aquisição de um ativo (bem ou direito. Ex: carro, máquina para empresa etc.) que a empresa 
pode utilizar para realizar a sua operação. 
 
Veja, a seguir, dois exemplos de investimentos, levando em conta um contexto de oferta de produto e 
outro de oferta de serviço: 
 
Padaria do Sr. José: 
O Sr. José é proprietário de uma pequena padaria na qual ele também trabalha como padeiro. Devido ao 
aumento da demanda, ele precisou ir até uma loja comprar um forno industrial para assar a quantidade de 
pães necessária para atender a todos os seus fregueses. Esse tipo de gasto que o Sr. José realizou foi um 
investimento. 
 
Consultório da Dra. Marcela: 
Marcela é recém-formada em Medicina e decidiu abrir seu próprio consultório com alguns colegas. O 
investimento para o consultório seria a compra de material para atendimento, tais como estetoscópios, 
cama médica, mesas e cadeiras, entre outros, pois tudo isso seria usado na atividade-fim da empresa 
(prestar o serviço de atendimento médico), o que, no final, geraria mais riqueza. Outro exemplo de 
investimento para uma empresa seria a compra de um imóvel, um veículo ou um computador. Em todos 
esses casos, a empresa está recebendo um bem como contrapartida de seu gasto. 
 
SAIBA MAIS: 
Agora, vamos supor que uma empresa compre uma patente de outra, a fim de desenvolver um produto. 
Esse é um tipo de investimento? Sim! Lembre-se de que o investimento é a aquisição de um bem ou de um 
direito. Assim sendo, tanto a compra de um ativo físico quanto a de um ativo intangível (como o caso de 
uma marca, patente, direito de exploração, concessão etc.) são investimentos. 
 
2. Custo: 
Custos são todas as saídas de dinheiro que são necessárias para que a empresa possa produzir um bem ou 
prestar um serviço. 
 
Como será que o custo pode ser classificado levando em consideração a padaria do Sr. José e o consultório 
da doutora Marcela? 
 
Padaria do Sr. José: 
Para fabricar os pães, o Sr. José precisa comprar farinha para servir de matéria-prima. Diferentemente do 
fogão, que pode permanecer durante anos sendo usado pela padaria, esse ativo será consumido 
rapidamente na produção do seu produto. Isto é, a farinha será utilizada de forma bem mais rápida para se 
fabricar os pães. Logo, esse tipo de gasto difere do investimento, pois a farinha faz parte do pão (produto 
final). Portanto, tal gasto é classificado como custo. 
 
Consultório da Dra. Marcela: 
Como o consultório presta serviço de atendimento clínico através de médicos, o salário dos médicos é um 
custo. Além disso, como é necessário um imóvel para que as consultas ocorram, o aluguel do imóvel 
também será um custo, bem como o álcool usado para se limpar um paciente, entre outros. 
 
Posteriormente, nós entraremos em mais detalhes sobre as tipologias de custos. Por enquanto, o 
importante é que você entenda a diferença entre investimento e custo. 
 
3 
 
Investimento: O investimento é um gasto alocado em outros tipos de ativos como maquinário, 
equipamentos, imóveis, veículos etc. 
 
Custo: O custo se diferencia do investimento porque ele é o gasto alocado em um produto. 
 
3. Despesa: 
As despesas são todos os gastos que não estão diretamente ligados à atividade-fim da empresa. 
 
Será que existe diferença no conceito de despesa quando se oferece produto ou serviço? Vamos ver, a 
seguir, o que é considerado despesa para a padaria e para o consultório. 
 
Padaria do Sr. José: 
O Sr. José deseja reformar a sua padaria e consegue um empréstimo bancário para poder realizar essa 
reforma. 
O valor que ele pagará pelo empréstimo é chamado de despesa financeira, pois este é um valor que não se 
transformou em um ativo (portanto, não é investimento) e nem pode ser alocado no produto, porque o 
gasto não foi utilizado na produção do produto (logo, não é custo). 
Se o Sr. José contratasse um caixa para atender aos seus clientes, o valor do salário pago seria também um 
tipo de despesa. 
 
Consultório da Dra. Marcela: 
No caso do consultório da doutora Marcela, a atividade-fim é prestar serviço médico. Sendo assim, são 
classificados como despesas o salário da recepcionista do seu consultório, a TV a cabo que está disponível 
na recepção, para que seus pacientes possam se entreter enquanto aguardam, a água do filtro que é 
fornecida, entre outras. 
 
ATENÇÃO: 
Perceba que, por mais que esses gastos sejam, muitas vezes, importantes, em nada influenciam de forma 
direta a atividade-fim da padaria que é vender pães ou do consultório, que é atender aos pacientes. E é por 
esse simples detalhe que esses gastos são classificados como despesa nos dois tipos de negócio. 
 
Vamos, então, entender os conceitos de forma resumida: 
 
1. Investimento: Caso você gaste um valor para comprar um ativo, este é um investimento. 
2. Custo: Se você gasta um valor para comprar matérias-primas ou outros tipos de insumos para produção 
(ou, ainda, se você compra diretamente um produto acabado para revenda), este gasto é um custo. 
3. Despesa: Agora, caso você gaste com outras finalidades que não compõem o custo do produto nem se 
encaixam como aquisição de ativo, então você incorreu em uma despesa. 
 
Os custos são o foco da Contabilidade de Custos. 
 
Por queeles são tão especiais para merecerem toda uma subdivisão da Contabilidade para eles? 
Justamente porque eles são essenciais para uma boa tomada de decisão com relação à fabricação de 
produtos e na decisão de quais produtos são mais rentáveis, tendo em vista que são gastos diretamente 
relacionados com a operação da empresa, pois são ligados aos produtos. 
 
Que tal testarmos se você compreendeu os conceitos que foram trabalhados até aqui? Leia as questões e 
assinale a alternativa correta: 
 
 
 
 
 
4 
 
Atividade 
1. (Técnico em Contabilidade da Prefeitura de Indaiatuba ‒ 2018) Um gasto relativo a um bem ou serviço 
utilizado na produção de outros bens ou serviços é considerado, na terminologia da matéria, como: 
 
a) Custo 
b) Investimento 
c) Desembolso 
d) Despesa 
 
Parabéns! A alternativa A está correta. Custo 
 
Comentário. 
O custo é o gasto para se produzir outro produto, bem ou serviço. 
 
Questão 2. (Auditor de Controladoria da Prefeitura de Jataí ‒ 2019) Segundo a terminologia aplicada à 
Contabilidade de Custos, denomina‐se despesa o: 
 
a) Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. 
b) Pagamento resultante da aquisição de bem ou serviço, que pode ocorrer antes, durante ou após a 
entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não desde o momento do gasto. 
c) Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. 
d) Bem ou serviço consumido, direta ou indiretamente, para a obtenção de receitas. 
 
Parabéns! A alternativa D está correta. Bem ou serviço consumido, direta ou indiretamente, para a 
obtenção de receitas. 
 
Comentário. 
Despesa é todo o desembolso de dinheiro para a obtenção de receita. Dessa forma, a única resposta que 
mais se assemelha a essa definição é a letra D, uma vez que a letra A é a definição de perda, a letra B é a 
definição de desembolso de caixa e a letra C é a definição de custo. 
 
TEMA: Custos diretos e indiretos. 
 
Custos diretos: 
São aqueles em que a atribuição do custo a um produto é fácil. Por exemplo, a matéria-prima é um tipo de 
custo direto, tendo em vista que é possível atribuí-la diretamente a um produto específico. Outro exemplo 
é a mão de obra direta, visto que o trabalhador executou o seu serviço diretamente no produto. 
 
Custos indiretos: 
São mais difíceis de ser diretamente atribuídos a um produto. Exemplos são a energia elétrica de uma 
fábrica ou a mão de obra indireta (pessoas que não trabalham diretamente na fabricação do produto). 
 
EXEMPLO: 
No caso da padaria do Sr. José, podem ser considerados custos diretos o valor da farinha utilizada nos pães 
e o valor que o Sr. José paga a si mesmo por atuar como padeiro. Já quando se trata do consultório, o valor 
gasto com a impressão das fichas dos pacientes, atestados e receitas médicas são considerados custos 
diretos, da mesma forma que a compra de insumos como algodão, seringa e outros materiais utilizados no 
cuidado dos pacientes. 
 
Entretanto, a energia elétrica e o valor do salário da balconista/recepcionista são exemplos de custos 
indiretos tanto da padaria quanto do consultório. 
 
 
5 
 
Definir custos diretos e indiretos pode ser mais complexo do que imaginamos... 
 
Nos exemplos anteriores, citamos que a energia elétrica é um tipo de custo indireto. Entretanto, se uma 
fábrica instalar diferentes medidores de energia e conseguir alocar o valor da conta de eletricidade entre os 
variados processos de produção, então este poderá ser um exemplo de custo direto. 
 
Outro caso que mostra a dificuldade de se atribuir um custo como direto ou indireto é o da remuneração 
do Sr. José. Ele trabalha como padeiro, mas, como também é o dono da padaria, tem que administrar o 
negócio. Em vista disso, na sua remuneração estão inclusos tanto os valores de custos diretos (a mão de 
obra direta do seu trabalho como padeiro) quanto os indiretos (a mão de obra indireta do seu trabalho 
como administrador). Assim, é preciso segregar os dois valores, pois cada parcela se refere a um tipo de 
custo. 
 
Uma dúvida que pode surgir na cabeça do administrador ou do dono do negócio é: 
 
Por que eu tenho que ter todo esse trabalho em segregar os meus custos entre diretos e indiretos? 
 
A contabilidade não existe como um fim em si mesma, mas, sim, como um meio de ilustrar e auxiliar a 
tomada de decisão. Assim sendo, saber quais são seus custos diretos e indiretos auxilia na tomada de 
decisão de uma empresa. Vamos ver como isso ocorre? 
 
ATENÇÃO: 
Já que os custos diretos podem ser diretamente alocados nos produtos, não é necessário um rateio geral. 
Porém, os custos indiretos precisam ser rateados entre todos os produtos. 
 
No caso da padaria do Sr. José, ele trabalha 6 horas por dia fazendo pães e 2 horas por dia fazendo bolos, 
portanto é fácil alocar o custo do salário de padeiro dele nos dois tipos de produtos: 2/3 são alocados nos 
pães e 1/3 nos bolos. 
 
Todavia, o salário do caixa não tem como ser diretamente alocado nos pães e nos bolos, então o rateio 
pode ser feito de forma igual para a quantidade de produtos. Se são produzidos 1.000 pães e 50 bolos por 
dia, uma forma de rateio seria dividir o valor do salário diário do caixa por 1.050 (1.000 pães mais 50 bolos) 
e, assim, alocar o valor individualmente em cada produto. 
 
Mas, esta não é a única forma de se alocar os custos nos produtos/serviços. Veremos em seguida a 
diferença entre custos variáveis e fixos, e como funciona a alocação entre eles. 
 
Custos variáveis e fixos. 
 
Uma forma adicional de se medir os custos de um produto pode ser posta em prática, caso a nossa análise 
seja pautada no comportamento do custo, quando alteramos a produção e fazemos a separação entre os 
custos que variam, de acordo com a produção, e os que não variam. Por exemplo, caso você aumente ou 
diminua a sua produção, os custos das matérias-primas irão aumentar ou diminuir conforme a sua 
produção. 
Porém, você deve estar se perguntando: 
Todos os custos no fim não variam de acordo com a produção? 
 
A resposta é sim! 
 
Por exemplo, o valor que uma empresa paga para alugar um prédio para utilizá-lo como fábrica vai 
aumentar se ela aumentar a sua produção e precisar alugar um espaço maior. Contudo, quando falamos do 
valor para o custo variar estamos falando na variação de curto prazo e de alterações não muito grandes na 
produção. Assim, caso uma empresa varie um pouco sua produção, o custo do aluguel não mudará. 
6 
 
Esses tipos de custos que não variam são chamados de fixos, enquanto os outros custos são chamados de 
variáveis. 
 
Custos variáveis e fixos na padaria: 
 
Custo Variável: 
No caso da padaria do Sr. José, a farinha que ele utilizou para fazer seus pães é um tipo de custo variável, 
assim como a água que ele usou para misturar na farinha e fazer a massa, todos os demais ingredientes e 
também o gás do fogão. Todos esses tipos de custos vão aumentar se a produção aumentar, e diminuir 
caso ela diminua. 
Custo Fixo: 
Um exemplo de custo fixo seria o valor pago para o salário do caixa. Não importa a produção de pães do Sr. 
José, o salário do funcionário que trabalha no caixa permanecerá o mesmo. 
 
ATENÇÃO: 
Lembre-se sempre de que estamos falando de custos de curto prazo. Pode ser que, caso o Sr. José aumente 
a sua padaria e abra uma filial, ele precise contratar um novo caixa. Porém, isso não significa que tal custo é 
classificado como variável, pois ele é fixo em curto prazo. 
 
Custos variáveis e fixos no consultório: 
 
Custo Variável: 
Quando o valor se altera conforme a quantidade de bens produzidos ou serviços prestados, esse custo deve 
ser classificado como custo variável. Então, o papel usado para forrar a cama médica toda vez que se 
atende um novo paciente, os palitos de madeira usados para se analisar a garganta de cada paciente, entre 
outros custos que variam conforme se atende a um paciente, são classificados como custo variável. 
Custo Fixo: 
São todas as despesas para a prestação do serviço de atendimento médico que não se alteram conformea 
quantidade de pacientes que são atendidos. Logo, é possível exemplificar como custo fixo o aluguel do 
imóvel, pois independente do fato de eles decidirem trabalhar 8 horas por dia e atender x pacientes ou 
trabalhar 24 horas por dia, alternando em escalas, e atender 3x pacientes, o aluguel do consultório 
permanecerá o mesmo. 
 
Relação entre os tipos de custo. 
 
Notamos aí que existe uma relação entre os dois tipos de custos que vimos até agora: direto/indireto e 
fixo/variável. Normalmente, custos diretos, por serem diretamente e facilmente relacionados ao produto, 
tendem a variar com a produção, sendo, assim, variáveis. O mesmo vale para os custos indiretos: por eles 
não serem tão associados com a produção, tendem a ser considerados fixos. 
 
ATENÇÃO: 
Isso é uma tendência geral, e não uma regra! Um exemplo é a energia elétrica, que é um custo indireto, 
porém variável: quanto maior a produção, normalmente maior é a utilização de energia elétrica. Outro 
exemplo é a mão de obra direta. Ela é um custo direto, porém fixo em curto prazo para pequenas variações 
na produção. 
 
Tais reconhecimentos variam de área para área. Na padaria do Sr. José, caso sejam produzidos 500, 800 ou 
1.000 pães por dia, apenas um padeiro irá trabalhar, o Sr. José. Portanto, para essa empresa, a mão de obra 
direta é um custo fixo. 
 
Já no consultório, onde cada médico possui uma especialidade, caso se queira aumentar a oferta de 
consultas, deverão ser contratados novos profissionais, tornando esse custo variável. 
7 
 
O rateio dos custos segue um padrão parecido com o exemplo que vimos dos custos diretos e indiretos. 
Os custos fixos são rateados entre todos os produtos, enquanto os variáveis não precisam ser rateados, 
porque já se sabe o valor para cada unidade do produto. 
 
Uma vantagem da análise através do custeio variável/fixo é que os valores dos custos fixos alocados na 
unidade do produto, como não tendem a mudar muito com a escalada da produção, tendem a diminuir 
conforme a produção aumenta. Assim, se uma empresa tem custos fixos de R$100.000,00 na produção de 
200.000 produtos, a parcela do custo fixo em cada produto é de R$0,50, mas se ela produzir 250.000 
produtos, o custo fixo cai para R$0,40 a unidade. Isso também pode ser uma armadilha, tão sutil e 
devastadora, que tem o nome em inglês de death spiral (espiral da morte). Vamos saber mais informações 
sobre isso em seguida. 
 
Death spiral (espiral da morte). 
 
Imagine que uma empresa, que tem lucro, produz quatro tipos de produtos: A, B, C e D. 
 
 
 
 
 
 
 
Ao analisar a produção do produto D, o empresário percebeu que a receita de vendas desse produto é 
menor do que a soma do custo variável e do custo fixo alocados para o produto D. “Não vale a pena, 
portanto, continuar fabricando o produto D, já que estou tendo prejuízo nele”, pensa o administrador e, 
assim, a linha de produção do produto D é encerrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embora isso acabe com os custos variáveis associados ao produto D, os custos fixos associados a ele não 
desaparecem (são fixos!) e, portanto, devem ser alocados agora aos outros produtos. Devido ao aumento 
dos custos fixos alocados aos produtos A, B e C, o produto C tem seus custos (variáveis e fixos alocados a 
ele) maiores que a receita de vendas dele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já percebeu para onde isso está indo? Usando a mesma justificativa, o gestor decide eliminar os produtos, 
C, B e A, respectivamente, pois os custos fixos que iam sendo alocados a eles aumentavam, devido a outra 
linha de montagem ser descontinuada. 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora, a empresa, que antes era lucrativa, acaba indo à falência, mesmo tomando decisões que pareciam 
fazer sentido. Essa é a armadilha da espiral da morte! 
Qual a moral da história? Os custos fixos são fixos! Quando fazemos um rateio dos custos fixos é para 
tomada de apenas algumas decisões gerenciais. Entretanto, existem decisões em que somente os custos 
variáveis devem ser considerados. 
 
FIM DO MÓDULO 1. 
 
Verificando o Aprendizado. 
 
Quetão 1. (Analista Financeiro Jr. EMDEC ‒ 2019) Em determinado período, a empresa XX, que fabrica e 
comercializa dois tipos de produtos (produto A e produto B), incorreu nos seguintes gastos, apresentados 
na tabela a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com relação aos gastos incorridos no período, assinale a alternativa que contenha informações corretas: 
 
a) O total de custos diretos foi R$500.000,00 e o total dos custos indiretos R$350.000,00. 
b) O total dos custos indiretos foi R$270.000,00 e o total das despesas operacionais R$130.000,00. 
c) O total dos custos diretos foi R$650.000,00 e dos custos indiretos R$120.000,00. 
d) O total das despesas operacionais foi R$400.000,00. 
 
Parabéns! A alternativa B está correta. O total dos custos indiretos foi R$270.000,00 e o total das despesas 
operacionais R$130.000,00. 
 
Comentário. 
Utilizando-se dos cálculos abaixo: 
Custos diretos: matéria-prima + mão de obra = 200.000 + 300.000 = 500.000 
Custos indiretos: aluguel da fábrica + salários/encargos dos supervisores = 150.000 + 120.000 = 270.000 
Despesas operacionais (despesas restantes que não são custos): comissões sobre as vendas + secretária da 
diretoria = 80.000 + 50.000 = 130.000 
 
 
 
9 
 
QUESTÃO 2. José herdou a granja de galinhas da sua família após se formar na faculdade. Pensando em 
expandir os negócios para uma escala nacional, a primeira exigência de José foi a de analisar os custos do 
negócio. Ele obteve os seguintes dados: 
 
 
 
 
 
 
Além disso, foi explicado para José que, como a atividade-fim do negócio é a criação e venda de aviário, 
tudo o que as galinhas precisavam era de ração e água, o que variava conforme a quantidade de galinhas 
que ele tivesse. Dessa forma, após entender o negócio, José decidiu que expandir era a melhor estratégia e 
calculou os novos custos necessários para a expansão, que seriam adicionados aos custos anteriores, 
conforme abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com esses novos custos, como ficariam divididos os custos da granja? 
 
a) Custo fixo 300.000,00 e custo variável 350.000,00. 
b) Custo fixo 277.000,00 e custo variável 450.000,00. 
c) Custo fixo 277.000,00 e custo variável 700.000,00. 
d) Custo fixo 270.00,00 e custo variável 300.000,00. 
 
Parabéns! A alternativa C está correta. Custo fixo 277.000,00 e custo variável 700.000,00. 
 
Comentário. 
Para se resolver a questão, primeiramente é necessário classificar os novos custos entre fixos e variáveis. 
Foi explicado que os únicos custos que variavam na criação e venda de galinhas eram a ração e a água, que 
somados dão R$450.000,00. Adicionalmente, como não foi especificado que a eletricidade seria um custo 
variável, devemos assumir que é um custo fixo (pois a granja precisa de iluminação constante, 
independentemente da quantidade de galinhas que ela possua), enquanto o aluguel e o seguro não se 
alteram conforme a quantidade de galinhas. Dessa forma, os custos fixos são R$112.000,00. Como a 
questão explicitou que os novos custos vão ser adicionados aos anteriores, então deve-se somar os novos 
custos fixos e variáveis aos anteriores, ficando um total de custo fixo de R$277.000,00 e custo variável de 
R$700.000,00. 
 
 
 
10 
 
Módulo 2. 
- Analisar lucro e margem de contribuição. 
 
Análise do custo x volume x lucro 
 
A análise de custo-volume-lucro (também chamada de CVL) é fundamental para se verificar a 
sustentabilidade do negócio e o quanto ele é factível. 
 
Utilizando o exemplo da padaria do Sr. José, quantos pães ele precisa produzir e vender para o seu negócio 
ser sustentável? Essa quantidade é factível? A fim de realizar essa análise, nós faremos a divisão dos custos 
dessa padaria entre fixos e variáveis. 
 
Abaixo, estão os custos que o Sr. José apurou: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora, para analisarmos esses números, nós temos que, em primeiro lugar, entender o conceito de lucro 
contábil. Na contabilidade, o lucro é a diferença entre as receitas e as despesas seessa diferença for 
positiva (e prejuízo se negativa). 
 
Portanto, temos a seguinte relação: 
Lucro = Receitas ‒ Despesas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
A receita é o valor de quanto a empresa conseguiu vender por mês, ou seja, é a quantidade vendida vezes o 
preço unitário. Já a despesa tem a parte que varia de acordo com as unidades vendidas (custos variáveis) e 
a que não varia (custos fixos). Assim, temos a seguinte relação que deriva da primeira: 
Lucro = Preço x Quant. Vendida ‒ Custo Variável x Quant. Vendida ‒ Custo Fixo 
 
Note que a quantidade vendida está multiplicando tanto o preço quanto o custo variável na equação 
anterior. Consequentemente, podemos colocar em evidência esse valor, assim como mostrado abaixo: 
Lucro = (Preço ‒ Custo Variável) x Quant. Vendida ‒ Custo Fixo 
 
Esse termo descrito acima como a diferença entre o preço e o custo variável unitário é chamado na 
contabilidade de Margem de Contribuição Unitária (MCU). 
 
Portanto, podemos escrever a relação acima como: 
Lucro = MCU x Quant. Vendida ‒ Custo Fixo 
 
Ponto de equilíbrio. 
 
Ponto de equilíbrio é a quantidade mínima que deve ser vendida para que um resultado seja alcançado. 
Nesta seção, iremos utilizar dois tipos de pontos de equilíbrio: o contábil e o financeiro. 
 
1. Ponto de equilíbrio contábil (PEC): 
O ponto de equilíbrio contábil (PEC) acontece quando o lucro é igual a zero, ou seja, é a quantidade mínima 
para se vender sem ter prejuízo. Temos assim: 
0 = MCU x Quant. Vendida ‒ Custo Fixo 
 
Como queremos achar a quantidade vendida, temos que isolar esse termo. A fórmula fica então: 
Quant. Vendida (PEC) = Custo Fixo/MCU 
 
Ponto de equilíbrio contábil para a padaria: 
 
No caso do exemplo da padaria do Sr. José, podemos calcular o valor do ponto de equilíbrio contábil da 
seguinte forma: 
MCU = 0,15 (preço) ‒ 0,06 (matéria-prima) ‒ 0,04 (gás) ‒ 0,02 (energia) = 0,03 
CF = 4.000 + 2.000 + 4.500 + 300 = 10.800 
PEC = 10.800/0,03 = 360.000 pães por mês (12.000 pães por dia) 
 
Note que a quantidade de pães diária que o Sr. José tem que produzir e vender é altíssima, 12.000 pães! Ao 
verificar isso, o Sr. José percebeu que, para conseguir manter a sua padaria ativa, ele teria que diminuir a 
sua remuneração. Se ele não fizesse isso, não teria como atingir o PEC. 
 
Ele decidiu que, nesse início de operação, iria se pagar apenas R$2.000 (antes eram R$4.500, portanto, uma 
redução de R$2.500 na remuneração) por mês e que ele só aumentaria a sua remuneração quando o 
negócio já estivesse se expandindo o suficiente. 
 
Agora, os CF ficam com o 10.800 — 2.500 = 8.300, e o novo PEC fica em 8.300/0,03 = 276.667 pães por 
mês, ou 9.222 pães por dia, o que é uma meta bem menor do que os anteriores 12.000 pães diários. 
 
 
Ponto de equilíbrio contábil para o consultório: 
 
No caso do consultório da Dra. Marcela, o ponto de equilíbrio é a quantidade mínima de atendimentos que 
os médicos devem fazer por mês para que a empresa não dê prejuízo. Isto é, dados todos os gastos 
12 
 
mensais do consultório e o preço da consulta, quantos atendimentos serão necessários para que o 
consultório saia no zero a zero? 
 
Para se calcular o ponto de equilíbrio do consultório, basta usar a fórmula do lucro e substituir o lucro por 
zero, conforme abaixo: 
 
0 = (MCU x Quant. de Atendimento) ‒ Custos e Despesas Fixas 
 
E depois de isolar o termo quant. de atendimentos, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isto é, os médicos precisam realizar, no mínimo, 71,42 atendimentos por mês para que o consultório pague 
todos os seus custos e despesas. 
 
2. Ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio financeiro (PEF): 
Nós iremos analisar outro ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio financeiro (PEF). Na contabilidade, 
existem certos tipos de despesas que são puramente contábeis: depreciação, amortização e exaustão. 
Essas despesas estão relacionadas com o uso do ativo, mas não geram saída de recursos financeiros da 
empresa. 
 
Assim, para se verificar o ponto de equilíbrio financeiro, elas são desconsideradas, pois nesta análise não se 
quer verificar se o lucro é zero, mas se a empresa está gerando receita suficiente para custear as suas 
despesas financeiras (retirando da conta as despesas puramente contábeis). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Portanto, o PEF é um ajuste do PEC e pode ser calculado como: 
PEF = (Custos Fixos ‒ Depreciação, Amortização e Exaustão)/MCU 
 
No caso do Sr. José, o PEF para quando ele se paga R$2.000 por mês ao invés dos R$4.500 fica em: 
(8.300 ‒ 300)/0,03 = 266.667 pães por mês, ou 8.889 pães por dia 
 
Note que esse valor é menor do que os 9.222 pães anteriores que o Sr. José tinha que vender. Isso 
acontece porque no PEF o Sr. José não precisa cobrir os R$300 de depreciação do fogão que acontece todo 
mês, assim, a quantidade necessária para se alcançar o ponto de equilíbrio é menor. 
 
Ainda existe mais um tipo de ponto de equilíbrio: o econômico. Mas, para calcularmos esse índice, 
necessitamos de um novo conceito: o custo de oportunidade, que estudaremos a seguir. 
 
TEMA: Custo de oportunidade. 
 
“Nada na vida é de graça”, você já deve ter ouvido essa expressão. Ela reflete que cada escolha é uma 
perda. Ao fazermos uma escolha, renunciamos a todas as escolhas possíveis que poderíamos ter feito. 
Desta forma, a Contabilidade de Custos também incorpora esse fato ao ajudar na tomada de decisão. 
 
Custo de oportunidade para Dra. Marcela: 
Quando decidiram montar um consultório médico, Marcela e seus sócios renunciaram usar esse dinheiro 
para outras atividades, tais como investir na bolsa de valores, em um fundo de investimentos, aplicar o 
dinheiro na poupança etc. 
 
Essa renúncia, referente ao quanto se poderia ganhar aplicando o dinheiro em outro área, é chamada de 
custo de oportunidade e deveria ser levada em consideração pelos médicos, pois ela é importantíssima na 
tomada de decisão, já que é o custo de oportunidade que norteia os médicos para definir se eles devem ou 
não abrir o consultório, pois, caso eles recebam no final do mês de trabalho apenas R$10 cada, talvez 
optem por não abrir o consultório e trabalhar em um hospital. 
 
Para se calcular o PEE, utilizamos o custo de oportunidade como o nosso objetivo de lucro. Sendo assim, 
temos a fórmula abaixo: 
 
 
 
 
 
 
Vamos supor que a Dra. Marcela e seus sócios decidam que apenas compense trabalhar em um consultório 
caso eles lucrem R$1.000 no final do mês, e considerando a tabela de custos a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Levando esses dados em conta, o cálculo do custo de oportunidade pode ser realizado como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dessa forma, é necessário que Marcela e seus sócios atendam no mínimo 214 pacientes por mês para que 
seja favorável a eles trabalharem em um consultório. 
 
Custo de oportunidade para o Sr. José: 
O Sr. José calcula que, além dos R$4.500 que ele gostaria de receber de salário fixo no futuro, também 
gostaria que o negócio desse um lucro mensal de R$5.000, a fim de que ele pudesse usar esse dinheiro para 
expandir a sua padaria para outras localidades no bairro. 
 
Esses R$5.000 também são os valores mínimos que o Sr. José acredita que precisa ter de lucro para 
compensar o fato do risco que é ter a sua própria padaria, ao invés de trabalhar como padeiro em outro 
local (como empresário, ele não tem acesso a férias, décimo terceiro, FGTS e seguro-desemprego, além do 
risco que é ter seu próprio negócio). Portanto, este valor é o custo de oportunidade do Sr. José. 
 
Conforme você já sabe, para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico (PEE), utilizamos o custo de 
oportunidade como o nosso objetivo de lucro. Assim: 
Custo de Oportunidade = MCU x Quant. Vendida ‒ Custo Fixo 
 
Ou seja, podemos calcular a quantidade necessária para se chegar ao PEE da seguinte maneira: 
Quant. Vendida (PEE) = (Custo Fixo + Custo de Oportunidade)/MCU 
 
Para o caso da padaria do Sr. José. temos que: 
PEE = (10.800 + 5.000)/0,03 
PEE = 15.800/0,03 =526.667 pães por mês ou 17.556 pães por dia 
Isto é, para compensar o custo de oportunidade do Sr. José, ele teria que vender 17.556 pães por dia. 
Assim, seu salário seria de R$4.500 e teria um lucro de R$5.000 para reinvestir no negócio. 
 
O Sr. José, ao analisar os números, verificou que eles estão muito altos e que não está sendo 
compensatória a venda dos pães a R$0,15 a unidade. Ele decidiu, então, verificar se a política de preços da 
sua padaria está adequada. No próximo módulo, iremos discutir a formação de preços e como isso pode 
ajudar o Sr. José na sua jornada de empreendedor. 
 
 
FIM DO MÓDULO 2. 
 
Verificando o Aprendizado. 
 
 
 
 
15 
 
QUESTÃO 1. (Técnico de Nível Superior da UEPA ‒ 2020) A margem de contribuição representa uma 
importante ferramenta da Contabilidade de Custos para o processo decisório. De acordo com os dados a 
seguir, da produção e comercialização dos produtos Rabeta e Canoa, as margens de contribuição de cada 
produto são, respectivamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Rabeta = 2.500,00; Canoa = 3.000,00. 
b) Rabeta = 6.500,00; Canoa = 5.400,00. 
c) Rabeta = 5.000,00; Canoa = 4.000,00. 
d) Rabeta = 9.500,00; Canoa = 6.000,00. 
 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
 
Comentário. 
A margem de contribuição pode ser calculada usando a diferença do preço de venda e os custos e despesas 
variáveis. 
Rabeta = 12.000 ‒ 3.000 ‒ 4.000 = 5.000 
Canoa = 7.000 ‒ 1.800 ‒ 1.200 = 4.000 
 
QUESTÃO 2. (Contador da Câmara de Feira de Santana — 2018) Segundo Padoveze (2013), a margem de 
contribuição e o ponto de equilíbrio são informações importantes que auxiliam na tomada de decisão das 
empresas. A empresa Controle S/A, que produz um único produto, no último mês vendeu um total de 
R$600.000,00 e teve como custos variáveis o montante de R$120.000,00 e despesas variáveis de 
R$60.000,00. Os custos fixos do período totalizaram R$350.000,00. Sabendo-se que durante o período 
foram vendidas 6.000 unidades do produto, assinale a alternativa que apresenta respectivamente a 
margem de contribuição unitária em Reais e o ponto de equilíbrio contábil da empresa em unidades: 
 
a) R$420.000,00 e 6.000 unidades. 
b) R$70,00 e 6.000 unidades. 
c) R$70,00 e 5.000 unidades. 
d) R$80,00 e 5.125 unidades. 
 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
 
Comentário. 
Se a empresa vendeu um total de 6.000 unidades a R$600.000,00, o valor unitário do produto é igual a 
600.000/6.000 = 100 reais. Podemos calcular os custos e despesas variáveis unitárias da seguinte maneira: 
 
CV unit.= 120.000/6.000 = R$20,00 
DV unit.= 60.000/6.000 = R$10,00 
Assim, podemos calcular a MCU como 100 ‒ 20 ‒ 10 = 70 reais. 
O PEC é a relação entre custos fixos e a MCU, que podemos calcular como 350.000/70 = 5.000. 
 
 
16 
 
Módulo 3. 
- Calcular o preço de venda de um produto. 
 
Estratégias para formação de preço. 
 
 
Existem diversas formas de se determinar o preço de um produto, mas o importante é ter em mente que o 
preço está intimamente relacionado com a demanda que o seu produto pode ofertar. Por exemplo, se você 
dá um desconto no seu produto, a tendência é que você venda mais unidades, porém, caso você aumente 
o valor do produto, venderá menos. 
 
Na contabilidade, isso é chamado de dilema da margem versus giro. Caso você aumente seu preço de 
venda (e, em consequência, a sua margem), você vai diminuir a sua quantidade vendida (o seu giro). Agora, 
caso você diminua o seu preço, a margem cai, mas o seu giro aumenta. O importante é que você saiba em 
que tipo de setor você está localizado. 
 
SAIBA MAIS: 
Existem setores que normalmente ganham através da margem, enquanto outros ganham através do giro. 
Por exemplo, um supermercado ganha no giro (isto é, tem uma margem pequena na revenda dos produtos, 
mas vende uma quantidade muito grande deles), enquanto uma joalheria ganha na margem (vende poucos 
produtos, mas com uma margem de lucro grande). 
 
Sempre leve em consideração que não se pode aumentar o preço indiscriminadamente. 
Porém, como se pode saber qual o preço que as pessoas estariam dispostas a pagar? Uma das formas é 
perguntar a elas! 
 
Esse tipo de método é chamado de método survey e consiste em fazer uma pesquisa para saber se as 
pessoas comprariam um determinado produto com diferentes níveis de preços. 
 
Método survey (método da pesquisa) 
 
Método survey no contexto da Padaria: 
O Sr. José, dono da padaria do nosso exemplo, resolveu perguntar no seu bairro quantas pessoas 
comprariam pão com 5 valores unitários diferentes: R$0,15 (valor atual), R$0,18, R$0,20, R$0,22 e R$0,25. 
 
Ao entrevistar as pessoas, ele percebeu que 85% delas comprariam a R$0,15, 80% comprariam a R$0,18, 
60% comprariam a R$0,20, 45% comprariam a R$0,22 e 30% comprariam a R$0,25. Atualmente, ele vende 
8.000 pães por dia cobrando R$0,15 por cada um. 
 
Como ele pode utilizar esses dados para verificar que preço cobrar? 
 
Primeiro, ele já sabe que 85% da demanda global equivale a 8.000, já que 85% das pessoas responderam 
que comprariam o pão a R$0,15. Ou seja, a demanda global é de 8.000/0,85 = 9.412 pães. 
 
Essa é a quantidade máxima de pães que ele conseguiria vender (100%). Utilizando os percentuais acima, 
temos que as demandas são de 7.530 pães a R$0,18, 5.647 pães a R$0,20, 4.235 pães a R$0,22 e 2.824 pães 
a R$0,22. 
 
17 
 
Agora, ele já pode calcular o seu lucro em cada um dos cenários usando a fórmula do lucro que nós já 
vimos: 
Lucro = (Preço ‒ Custo Variável) x Quant. Vendida ‒ Custo Fixo 
 
Para cada preço, temos os seguintes lucros mensais (30 dias): 
 
Lucro = (0,15 — 0,12) x 8.000 x 30 — 10.800 = R$3.600 
Lucro = (0,18 — 0,12) x 7.530 x 30 — 10.800 = R$2.754 
Lucro = (0,20 ‒ 0,12) x 5.647 x 30 — 10.800 = R$2.753 
Lucro = (0,22 ‒ 0,12) x 4.235 x 30 — 10.800 = R$1.905 
Lucro = (0,25 ‒ 0,12) x 2.824 x 30 — 10.800 = R$213 
 
ATENÇÃO: 
Note que ele está cobrando muito barato pelo pão, pois está tendo um prejuízo agora. Porém, em todos os 
outros cenários testados, ele está tendo lucro! Caso ele venda a R$0,18 a unidade, o lucro esperado é de 
R$2.754, R$2.753 caso ele venda cada pão a R$0,20 a unidade, R$1.905 de lucro se for a R$0,22 e, 
finalmente, R$213, caso o valor de venda seja de R$0,25. Portanto, o Sr. José poderia escolher qualquer 
valor entre R$0,18 e R$0,20 para vender seu pão, já que o lucro para R$0,18 e para R$0,20 é virtualmente 
idêntico. 
 
Método survey no contexto do Consultório: 
Para calcular o preço ideal de suas consultas, a doutora Marcela e seus sócios fizeram uma pesquisa de 
mercado entrevistando diversas pessoas para saber quanto elas estariam dispostas a pagar por uma 
consulta médica. Após entrevistar diversas pessoas, descobriram que elas estariam dispostas a pagar até 
R$20 por consulta médica. Sendo assim, em um cenário com 4 médicos em que cada um pode atender até 
50 pacientes (200 pacientes no final do mês), a receita máxima seria de R$4.000 (200 pacientes x R$20 por 
consulta). 
 
Com isso, baseado na tabela abaixo, o lucro do consultório seria: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quant. de Atendimentos = 4 médicos x 50 pacientes 
Quant. de Atendimentos = 200 
 
Custo de Atendimento = 200 atendimentos x R$1 
Custo de Atendimento = R$200 
 
Custo Médico = 4 médicos x 50 atendimentos 
Custo Médico = R$200 
18 
 
 
Custo Variável Total = Custo de Atendimento + Custo Médico 
Custo Variável Total = 200 + 200 
Custo Variável Total = R$400 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Então, temos: 
Lucro = (Preço ‒ Custo Variável) x Quant. de Atendimentos ‒ Custos Fixos 
Lucro = (20 ‒ 2) x 200 ‒ 500 
Lucro = R$3.100 
 
O método survey é um dos mais utilizados atualmente para se definir preço, desde a introdução da internet 
e dos computadores, o que diminuiu em muito o custo de se fazer uma pesquisa e de se analisar os dados. 
 
Porém, você deve estar se perguntando: 
Eu gostaria de saber por qual preço eu devo vender meu produto, mas não tenho como utilizar o método 
survey nesse momento. Como faço para calcular o meu preço de venda ideal? 
 
DICA: 
Umaforma alternativa é verificar os preços cobrados pelos concorrentes e fazer uma estimativa do valor de 
venda. 
 
A seguir, iremos discutir outra estratégia para formação de preço. 
 
TEMA: Markup. 
 
Quando não se tem dados reais sobre demanda e como ela se comporta com determinados níveis de 
preços, devemos utilizar métodos alternativos para se calcular o valor do preço para venda de um 
determinado produto. Todas essas fórmulas se baseiam em um certo nível que queremos alcançar, seja ele 
um multiplicador do custo ou um percentual de margem de contribuição unitária. Todas essas técnicas são 
chamadas de markup. 
 
Uma das formas de se calcular o markup é se utilizando do custo unitário para se calcular um multiplicador 
em cima do custo. 
 
Markup no contexto da padaria: 
Por exemplo, vamos supor que o Sr. José produza 8.000 pães por dia. O custo unitário de cada produto é de 
R$0,12 + R$10.300/(8.000 x 30) (rateio do custo fixo) = R$0,16 por unidade. Se ele quiser um markup de 
0,25 em cima desse valor, ele calcula da seguinte maneira: R$0,16 x 1,25 = R$0,20 como preço de venda. 
Podemos generalizar isso para: 
Preço de Venda = (Custo Variável + Rateio de Custo Fixo) x (1 + Markup) 
 
19 
 
Outra forma de se calcular é utilizar o markup não para o cálculo do preço de venda, mas como o cálculo da 
margem de contribuição unitária desejada. 
 
Por exemplo, se o Sr. José deseja que cada pão tenha uma margem de contribuição de R$0,06, então o 
valor de venda deve ser de R$0,12 + R$0,06 = R$0,18. 
 
Ou seja, nesta forma de calcular o preço, nós usamos a seguinte fórmula: 
Preço de Venda = Margem de Contribuição de Markup + Custo Variável 
 
Markup no contexto do consultório: 
O método markup se baseia no quanto a doutora Marcela e seus sócios esperam obter de retorno por cada 
produto ou serviço vendido. Considerando que eles desejassem obter de retorno R$5,00 por cada consulta 
médica que eles realizassem, então eles deveriam calcular o preço ideal da consulta da seguinte forma, 
baseada na tabela abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiro, era necessário que eles calculassem o rateio de custo fixo, isto é, que eles incorporassem o custo 
fixo à quantidade de atendimentos. Em um cenário em que os 4 médicos atendam 50 pacientes, o que 
resulta em 200 atendimentos por mês, basta fazer o seguinte cálculo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feito isso, basta completar a fórmula abaixo: 
Preço do Atendimento = (Custo Variável + Rateio de Custo Fixo) x (1 + Markup) 
 
Preço do Atendimento = (2 + 2,50) x (1 + 5) 
Preço do Atendimento = 4,5 x 6 
Preço do Atendimento = R$27 
 
 
20 
 
Dessa forma, conforme o método markup, em que os médicos estipularam o valor de R$5,00 de margem 
por atendimento, o preço da consulta deve ser R$27,00. 
 
Esse método é mais simples que o anterior, pois não necessita do rateio do custo fixo e, por conseguinte, 
você não precisa saber quantas unidades vai vender. 
 
Em compensação, você não vai conseguir calcular se o valor de venda está cobrindo o rateio dos seus 
custos fixos, e pode ter prejuízo caso não consiga vender unidades suficientes para cobrir esse custo. 
 
Como você pode notar, essas técnicas de formação de preço não são tão precisas quanto a técnica de 
survey, porém elas exigem menos esforço e podem ser úteis para pequenos empreendedores que não 
conseguem ter acesso a recursos para fazer uma pesquisa de demanda e de preços. Além disso, ambas são 
melhores do que o empreendedor apenas chutar um valor sem conhecer direito seus custos fixos e 
variáveis, aumentando, assim, a sua chance de fracasso. 
 
Considerações finais. 
 
Ao longo dos módulos, foi possível definir o conceito de despesas, custos e investimentos. Quais as 
peculiaridades de cada um, como se classificar os diferentes gastos e como eles são usados nas tomadas de 
decisões estratégicas nas empresas. 
 
Adicionalmente, transmitimos a forma correta de se precificar um produto ou bem e as diferentes 
estratégias usadas por gestores para se encontrar o preço ideal. 
 
Dessa forma, esperamos que, ao chegar no final deste tema, o estudante tenha entendido os principais 
pontos referentes à análise de custos e seja capaz de tomar melhores decisões gerenciais, a fim de alcançar 
maiores eficiência e eficácia empresarial. 
 
FIM DO MÓDULO 3. 
 
Verificando o aprendizado. 
 
QUESTÃO 1. (Contador do Inaz — 2019) Situação hipotética: A Indústria CABROBÓ, que produz e 
comercializa bonés, apresentou seus custos de produção: MP (matéria-prima) R$5,50; MOD (mão de obra 
direta) R$3,30; Os CIF (custos indiretos de fabricação) são apropriados com base em 200% da MP. Despesas 
gerais como administração, publicidade e fretes equivalem a R$2,00. A Indústria CABROBÓ pretende 
alcançar um lucro de R$2,50 por cada unidade vendida do boné. Diante dos dados apresentados, o preço 
que será praticado na venda do boné equivale a: 
 
a) R$21,80 
b) R$19,80 
c) R$20,80 
d) R$24,30 
 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
 
Comentário. 
Se os CIFs são no valor de 200% da MP, então eles são calculados como 2 x 5,50 = R$11,00. Se eu quero um 
lucro de R$2,50, então o preço final deve ser de: Preço = 5,50 (MP) + 3,30 (MOD) + 11,00 (CIF) + 2,00 (DG) + 
2,50 = 24,30 
 
21 
 
QUESTAO 2. (Técnico em Contabilidade da UFU — 2019) Uma fábrica de cadernos produz e vende, 
mensalmente, 2.500 cadernos ao preço de R$5,00 cada. As despesas variáveis representam 20% do preço 
de venda e os custos variáveis são de R$1,20 por unidade. 
 
A fábrica tem capacidade para produzir 5.000 cadernos por mês, sem alterações no custo fixo atual de 
R$5.000,00. Uma pesquisa de mercado revelou que, ao preço de R$4,00 a unidade, haveria demanda no 
mercado para 6.000 unidades por mês. Para atender à nova demanda, a despesa variável reduziria para 
10% o preço de venda. 
 
Caso a empresa adote a redução de preço para aproveitar o aumento de demanda, mantendo a estrutura 
atual de custos fixos e a capacidade produtiva, o resultado final do período será de: 
 
a) R$7.000,00 
b) R$9.400,00 
c) R$5.000,00 
d) R$2.400,00 
 
Parabéns! A alternativa A está correta. 
 
Comentário. 
O cálculo do lucro pode ser efetuado da seguinte maneira: 
 
Vendas = 5.000 x 4,00 = 20.000,00 
(-) Custos fixos............. -5.000,00 
(-) Custos variáveis...... -6.000,00 (5.000 x 1,20) 
(-) Desp. variáveis........ -2.000,00 (Vendas x 10%) 
(=) Lucro........................ 7.000,00 
 
 
Referências 
COELHO, Fabiano Simões. Formação Estratégica de Precificação: Como Maximizar o Resultado 
das Empresas. Rio de Janeiro: Atlas, 2009. 
FERREIRA, Ricardo. Contabilidade de Custos: Teoria e Questões Comentadas. 11. ed. Rio de 
Janeiro: Ferreira, 2018. 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018. 
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Contabilidade de Custos: Livro de Exercícios. 11. ed. Rio 
de Janeiro: Atlas, 2015. 
PINTO, Alfredo Augusto Gonçalves et al. Gestão de Custos. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2017. 
 
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Para aprender mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia: 
22 
 
 Contabilidade de Custos, MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: 
Atlas, 2018. 
 Formação estratégica de precificação, COELHO, Fabiano Simões. Formação Estratégica de 
Precificação: Como Maximizar o Resultado das Empresas. Rio de Janeiro: Atlas, 2009. 
 Gestão de custos, PINTO, Alfredo Augusto Gonçalves et al. Gestão de Custos. 3. ed. Rio de 
Janeiro: FGV, 2017. 
Para aprender mais sobre os assuntos tratados neste tema, acesse: 
 Canal Finanças 101 
 Como Investir | ANBIMA; 
 Dinheirama; 
 Infomoney; 
 Portal do Investidor; 
 Portal Sebrae.

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