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Neurologia básica

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Célula Nervosa
São os neurônios que sentem as mudanças no ambiente, que comunicam essas mudanças a outros neurônios e que comandam as respostas corporais a essas sensações. A glia, ou células gliais, contribui para as funções neurais, principalmente por meio do efeito isolante, de sustentação e de nutrição dos neurônios vizinhos. 
Se o sistema nervoso central fosse um biscoito com pedacinhos de chocolate e os neurônios fossem os pequenos pedaços de chocolate, a glia seria a massa do biscoito que preenche todos os espaços e assegura que os pedacinhos de chocolate se mantenham suspensos no seu local apropriado.
Estrutura Básica
· Formas 
1. Neurônios
Neurônios na coloração de Golgi
 O neurônio (também chamado de célula nervosa) consiste em várias partes: o soma, os dendritos e o axônio. O conteúdo interno de um neurônio é separado do meio externo por uma membrana limitante, a membrana neuronal, a qual recobre o neurônio como uma tenda de circo sustentada por um intrincado esqueleto interno, dando a cada parte da célula sua aparência tridimensional característica. 
O Soma, corpo celular do Neurônio
1. O Soma (Corpo Celular)
 	O corpo celular de um neurônio típico possui aproximadamente 20 mm de diâmetro. O fluido aquoso no interior da célula, chamado de citosol, é uma solução salina rica em potássio, separada do meio externo pela membrana neuronal. Dentro do soma, diversas estruturas delimitadas por membranas são coletivamente chamadas de organelas. As mais importantes são o núcleo, o retículo endoplasmático rugoso, o retículo endoplasmático liso, o aparelho de Golgi e as mitocôndrias. Tudo o que está contido no interior da membrana celular, incluindo as organelas, mas excluindo o núcleo, é referido coletivamente como citoplasma.
a. Núcleo
	O núcleo de uma célula é esférico, delimitado por uma dupla membrana, chamada de envelope nuclear. O envelope nuclear é todo perfurado, formando poros. 
	Dentro do núcleo estão os cromossomos, que contêm o material genético, o DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA de cada um de seus neurônios é o mesmo, assim como é o mesmo DNA que está presente nas células do seu fígado, rim ou outros órgãos. O que distingue um neurônio de uma célula hepática são as partes específicas do DNA que estão sendo utilizadas para compor a célula, os genes. 
	Os neurônios diferem das demais células do corpo, devido aos genes específicos que expressam como proteínas. 
b. Retículo Endoplasmático Rugoso
	Os neurônios utilizam a informação dos genes, sintetizando proteínas. A síntese proteica ocorre no citoplasma em estruturas globulares densas, chamadas de ribossomos. O transcrito de RNAm liga-se aos ribossomos, e estes traduzem as informações contidas no RNAm para sintetizar uma molécula de proteína.
	Nos neurônios, muitos ribossomos estão ligados a pilhas de membranas, chamadas de retículo endoplasmático rugoso, ou simplesmente RE rugoso. O RE rugoso é um importante sítio de síntese proteica nos neurônios, se a proteína está destinada a ser inserida na membrana da célula ou de uma organela, esta é sintetizada no RE rugoso. 
c. Retículo Endoplasmático Liso
 	 O restante do citosol do corpo celular neuronal está repleto de pilhas de organelas membranosas que lembram muito o RE rugoso sem os ribossomos, tanto que uma dessas estruturas é chamada de retículo endoplasmático liso, ou RE liso. 
	 O RE liso é bastante heterogêneo e assume diferentes funções em diferentes locais. Alguns RE lisos são contínuos ao RE rugoso, e acredita-se que sejam os locais onde as proteínas que emergem da membrana são cuidadosamente dobradas, assumindo sua estrutura tridimensional. Outros tipos de RE liso não desempenham um papel direto no processamento das moléculas proteicas, mas regulam as concentrações intracelulares de algumas substâncias, como o cálcio. (Essas organelas são principalmente proeminentes nas fibras musculares, onde são chamadas de retículo sarcoplasmático.)
d. Aparelho de Golgi
	As pilhas de discos de membrana no soma, dispostas longe do núcleo, constituem o Aparelho de Golgi. Acredita-se que uma função importante do aparelho de Golgi seja a distribuição de certas proteínas destinadas a diferentes partes do neurônio, como os axônios e os dendritos.
e. Mitocôndria
	As mitocôndrias são o local da respiração celular. 
Quando uma mitocôndria “inspira”, ela internaliza ácido pirúvico (derivado de açúcares e proteínas digeridos) e oxigênio, os quais permeiam o citosol. Dentro do compartimento interno da mitocôndria, o ácido pirúvico entra em uma série complexa de reações bioquímicas, chamada de ciclo de Krebs, Os produtos bioquímicos do ciclo de Krebs geram energia, que, por outra série de reações dentro das cristas (chamada de cadeia de transporte de elétrons), resulta na adição de fosfato ao difosfato de adenosina (ADP), produzindo trifosfato de adenosina (ATP), a fonte de energia da célula.
Quando a mitocôndria “expira”, 15 moléculas de ATP são liberadas para cada molécula de ácido pirúvico metabolizado.
2. Membrana Neuronal 
	A membrana neuronal serve como uma barreira que delimita o citoplasma internamente no neurônio e exclui certas substâncias presentes nos fluidos externos que banham os neurônios. Uma importante característica dos neurônios é que a composição proteica da membrana varia dependendo de sua localização, seja no soma, nos dendritos ou no axônio.
3. Citoesqueleto
	Tenda que sustenta a membrana, um esqueleto interno. Os “ossos” do citoesqueleto são os microtúbulos, os microfilamentos e os neurofilamentos, 
a. Microtúbulos
	 Medindo 20 nm de diâmetro, os microtúbulos são grandes e percorrem longitudinalmente os neuritos. Um microtúbulo se parece com um tubo retilíneo de paredes espessas. A parede desse tubo é composta por fios menores entrelaçados como em uma corda ao redor do centro oco do tubo. Cada um desses pequenos fios consiste da proteína chamada tubulina. 
	Uma única molécula de tubulina é pequena e globular; o fio consiste na união de tubulinas, como contas de um colar. O processo de união das pequenas proteínas para formar um longo filamento é chamado de polimerização; o filamento resultante é chamado de polímero. A polimerização e a despolimerização dos microtúbulos e, consequentemente, a forma neuronal, podem ser reguladas por vários sinais dentro do neurônio.
b. Microfilamentos
	Os microfilamentos apresentam aproximadamente a mesma espessura da membrana celular. Localizados por todo o neurônio, eles são particularmente mais numerosos nos neuritos. Os microfilamentos são formados por duas delgadas fitas trançadas, e estas são polímeros da proteína actina. A actina é uma das proteínas mais abundantes em todos os tipos celulares, incluindo os neurônios, e acredita-se que tenha um papel na mudança do formato celular.
	Assim como os microtúbulos, os microfilamentos de actina estão constantemente sendo polimerizados e despolimerizados, e esse processo é regulado por sinalizações nos neurônios. Além de estarem dispostos longitudinalmente ao longo dos neuritos, como os microtúbulos, os microfilamentos também estão intimamente associados com a membrana. Eles estão ancorados na membrana por meio de ligações com a rede de proteínas fibrosas que revestem a superfície interna da membrana celular como uma teia de aranha
c. Neurofilamentos
	Os neurofilamentos possuem tamanho intermediário entre os microtúbulos e os microfilamentos. Eles existem em todas as células do corpo como filamentos intermediários; apenas nos neurônios são chamados de neurofilamentos.
	Dos diferentes tipos de estruturas fibrilares que discutimos, os neurofilamentos são os que mais se assemelham à estrutura dos ossos e dos ligamentos do esqueleto. Um neurofilamento consiste em múltiplas subunidades (blocos constitutivos) que estão organizadas como uma estrutura do tipo corda. 
 
3. Axônio 
	 O axônio, uma estrutura exclusiva dos neurônios, altamente especializada nos processos de transferência de informações, cobrindo distâncias no sistema nervoso.
	O axônio inicia em uma região chamada de conede implantação, que se torna afilado para formar o segmento inicial do axônio propriamente dito. Duas características marcantes distinguem o axônio do soma:
· Não há RE rugoso no axônio e há poucos, ou nenhum, ribossomos livres nos axônios maduros.
· A composição proteica da membrana do axônio é fundamentalmente diferente daquela observada na membrana do soma.
Uma vez que não existem ribossomos, não há síntese proteica no axônio. Isso significa que todas as proteínas presentes no axônio devem se originar do soma, e são as diferentes proteínas da membrana do axônio que permitem ao mesmo funcionar como um “fio condutor” que envia informações ao longo de grandes distâncias.
Os axônios podem se estender por menos de um milímetro, ou podem alcançar mais de um metro de comprimento. Os axônios frequentemente se ramificam, e essas ramificações são chamadas de colaterais axonais, as quais podem viajar longas distâncias para se comunicarem com diferentes partes do sistema nervoso, a velocidade do sinal elétrico que percorre o axônio – o impulso nervoso – varia conforme o diâmetro do axônio. Quanto maior o calibre do axônio, mais rápida é a transmissão do impulso. 
a. Terminação Axonal 
	Todos os axônios têm um início (o cone de implantação), uma porção intermediária (o axônio propriamente dito) e uma porção final. A porção final é chamada de terminação axonal, ou botão terminal. 
	 A terminação é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios (ou outros tipos de células) e passa a informação para eles. Esse ponto de contato é chamado de sinapse, uma palavra derivada do grego para “amarrar junto”. Às vezes, os axônios apresentam muitas ramificações curtas em suas regiões terminais, e cada ramificação forma uma sinapse com dendritos ou corpos celulares na mesma região. Essas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal. 
	 Outras vezes, os axônios formam sinapses com regiões dilatadas ao longo de sua extensão antes de terminarem em outro lugar. Essas regiões intumescidas são chamadas de “boutons en passant” (botões ou terminações de passagem). Em qualquer dos casos, quando um neurônio estabelecer contato sináptico com outra célula, diz-se que ele inerva aquela célula, ou promove a inervação. 
b. Sinapse
 A sinapse tem dois lados: o pré-sináptico e o pós-sináptico. Esses nomes indicam a direção habitual do fluxo de informação de “pré” para “pós”. O lado pré-sináptico geralmente consiste em uma terminação axonal, ao passo que o lado pós-sináptico pode ser um dendrito ou soma de outro neurônio. O espaço entre a membrana pré-sináptica e a pós-sináptica é chamado de fenda sináptica. A transferência de informação através da sinapse de um neurônio para outro é chamada de transmissão sináptica.
Na maioria das sinapses, a informação que viaja na forma de impulsos elétricos ao longo de um axônio é convertida, na terminação axonal, em um sinal químico, que atravessa a fenda sináptica. Na membrana pós-sináptica, esse sinal químico é convertido novamente em um sinal elétrico. O sinal químico é chamado de neurotransmissor e fica estocado nas vesículas sinápticas dentro da terminação, sendo liberado destas na fenda sináptica. 
Essa transformação da informação, de-elétrica-para-química-para-elétrica, torna possível muitas das capacidades computacionais do encéfalo. Modificações desse processo estão envolvidas na memória e no aprendizado, e distúrbios nas transmissões sinápticas resultam em certos transtornos mentais. A sinapse também é o local de ação para muitas toxinas e para a maioria das drogas psicoativas.
c. Transporte Axoplasmático
	Os axônios não sobrevivem quando separados do corpo celular do qual se originam. A degeneração dos axônios que ocorre quando estes são separados é denominada degeneração Walleriana. Como pode ser detectada com certos métodos de coloração, a degeneração Walleriana é uma maneira de se traçar as conexões axonais no sistema nervoso central.
	Atualmente, já se conhece muito sobre a maneira como funciona o transporte axoplasmático. O material é incluso dentro de vesículas, as quais, então, “caminham” ao longo dos microtúbulos do axônio. As “pernas” são formadas por uma proteína chamada cinesina, e o processo ocorre com gasto de ATP. 
	4. Dendritos
Dendritos recebendo aferências sinápticas das terminações axonais.
		O termo dendrito é derivado da palavra grega para “árvore”, referindo-se ao fato de que os neuritos se assemelham aos ramos de uma árvore à medida que se projetam do soma. Os dendritos de um único neurônio são coletivamente chamados de árvore dendrítica, ou arborização dendrítica, e cada ramo da árvore é chamado de ramo dendrítico. As grandes variedades de formas e tamanhos das árvores dendríticas são utilizadas para classificar os diferentes grupos de neurônios. 
		Como os dendritos funcionam no neurônio de forma similar a antenas, eles recebem milhares de sinapses. 
· Impulso nervoso ou Potencial de Ação
	Considere o problema que seu sistema nervoso enfrenta quando você pisa em uma tachinha. Suas reações são automáticas: você grita de dor enquanto levanta rapidamente o pé. Para que essa simples resposta ocorra, o rompimento da pele deve ser traduzido em sinais neuronais que viajam rápida e confiavelmente pelos longos nervos sensoriais de sua perna. Na medula espinhal, esses sinais são transferidos aos interneurônios. Alguns desses neurônios se conectam com outras partes de seu encéfalo, as quais interpretam os sinais como dolorosos. Outros se conectam aos neurônios motores que controlam os músculos da perna que levantam seu pé.
	Ao contrário dos sinais elétricos conduzidos passivamente, os potenciais de ação não diminuem com a distância, pois são sinais de tamanho e duração fixos. A informação está codificada na frequência dos potenciais de ação dos neurônios, bem como na distribuição e no número de neurônios disparando os potenciais de ação em um dado nervo.
	Quando uma célula com membrana excitável não está gerando impulsos, diz-se que ela está em repouso. No neurônio em repouso, o citosol em contato com a superfície interna da membrana possui carga elétrica negativa em relação ao exterior. Essa diferença de carga elétrica através da membrana é chamada de potencial de repouso da membrana. 
	O potencial de ação é simplesmente uma breve inversão dessa condição e, por um instante de aproximadamente um milésimo de segundo, o interior da membrana torna-se positivamente carregado em relação ao exterior. 
· Movimento de Difusão
	Íons e moléculas dissolvidos na água estão em constante movimento. Esse movimento aleatório e dependente da temperatura tende a distribuir os íons igualmente através da solução. Desse modo, há um movimento direcionado de íons de regiões de alta concentração para regiões de baixa concentração; esse movimento é chamado de difusão.
· Eletricidade
	 Outra maneira de induzir um movimento direcionado de íons em uma solução é utilizando um campo elétrico, uma vez que íons são partículas carregadas eletricamente. O movimento de carga elétrica é chamado de corrente elétrica, acontece devido aos catodos e os anodos do Na e o Cl. 
· Potencial elétrico
		O potencial elétrico, também chamado de voltagem, reflete a força exercida sobre uma partícula carregada, assim como a diferença de carga entre o ânodo e o cátodo. Quanto maior for essa diferença, mais corrente fluirá. 
· Potencial da Membrana
	O potencial de membrana é a voltagem através da membrana neuronal em qualquer momento. 
	Os gradientes de concentração iônica são estabelecidos pela ação de bombas iônicas na membrana neuronal. Duas bombas iônicas são particularmente importantes em neurofisiologia celular: a bomba de sódio e potássio e a bomba de cálcio. 
	A bomba de sódio e potássio é uma enzima que hidrolisa ATP na presença de Na+ intracelular. A energia química liberada por essa reação impele a bomba, que troca Na+ intracelular por K+ extracelular. A ação dessa bomba garante que o K+ esteja mais concentrado dentro do neurônio e que o Na+ esteja mais concentrado fora. 
	A bombade cálcio é também uma enzima que transporta ativamente Ca2+ para fora do citosol através da membrana celular. Outros mecanismos diminuem a [Ca2+] intracelular para níveis muito baixos (0,0002 mM). Esses mecanismos incluem proteínas ligantes de cálcio e organelas, como a mitocôndria e alguns tipos de retículo endoplasmático que sequestram os íons de cálcio do citosol. 
Bomba de sódio e potássio
Em axônios mielinizados, o potencial de ação pula de um nódulo a outro. Esse tipo de propagação do potencial de ação é chamado de condução saltatória.
	
	
	
· Classificação dos Neurônios
		- Número de Neuritos
			Um neurônio que apresenta um único neurito é dito unipolar. Se possuir dois neuritos, a célula é bipolar, e, se apresentar três ou mais, é multipolar. A maioria dos neurônios no encéfalo é multipolar.
		- Dendritos
			A classificação geralmente é específica para uma determinada área do encéfalo. Por exemplo, no córtex cerebral (a camada mais externa do cérebro), existem duas grandes classes: as células estreladas (com forma de estrela) e as células piramidais (com forma piramidal). Os neurônios também podem ser classificados de acordo com a presença de espinhos dendríticos. Aqueles que os possuem são chamados de espinhosos, ao passo que os que não os possuem são chamados de não espinhosos. 
		- Conexões
			As células com esse tipo de conexão são os neurônios sensoriais primários. Outros neurônios possuem axônios que fazem sinapses com os músculos e comandam movimentos; estes são chamados de neurônios motores. No entanto, a maioria dos neurônios do sistema nervoso forma conexões apenas com outros neurônios. De acordo com esse esquema de classificação, essas células são chamadas de interneurônios.
		- Comprimento do Axônio
	2. Glia
		A glia contribui de maneira muito importante para o processamento das informações no sistema nervoso central. A glia contribui para a atividade neural principalmente oferecendo suporte às funções neuronais. Ainda que seu papel possa ser subordinado, sem a glia o sistema nervoso não funcionaria corretamente. 
		1. Astrócitos 
			As células gliais mais numerosas no encéfalo são os astrócitos. Essas células preenchem os espaços entre os neurônios. 
			Um papel essencial dos astrócitos é a regulação do conteúdo químico desse espaço extracelular. Por exemplo, os astrócitos envolvem as sinapses no sistema nervoso central , restringindo a difusão de moléculas neurotransmissoras que foram liberadas. Os astrócitos também possuem proteínas especiais em suas membranas que removem ativamente os neurotransmissores da fenda sináptica. 
			Além de regular os neurotransmissores, os astrócitos também controlam rigorosamente as concentrações extracelulares de diversas substâncias que poderiam interferir na função neuronal adequada. Por exemplo, os astrócitos regulam a concentração de íons potássio no líquido extracelular. 
		2. Glia Formadora de Mielina
			Ao contrário dos astrócitos, a função principal dos oligodendrócitos e das células de Schwann é bem clara. Essas células gliais formam as camadas de membrana que fazem o isolamento dos axônios, esse envoltório, chamado de mielina, enrola-se, formando uma espiral que envolve os axônios. 
			Como o axônio se ajusta ao interior desse envoltório espiralado como uma espada em sua bainha, o nome bainha de mielina descreve todo o envoltório. A bainha de mielina é interrompida periodicamente, deixando pequenos espaços onde a membrana axonal está exposta. Esta região é chamada de nódulo de Ranvier.
A mielina serve para acelerar a propagação dos impulsos nervosos ao longo do axônio. 
3. Outras células
	Primeiro, células especiais, chamadas de células ependimais, formam a camada de células que atapeta os ventrículos no encéfalo e desempenham um papel no direcionamento da migração celular durante o desenvolvimento do encéfalo. Segundo, uma classe de células, chamada de micróglia, atua como células fagocitárias que fazem a remoção de fragmentos celulares gerados pela morte ou degeneração de neurônios e da glia.
O processo da Bainha de Mielina.
Processos Químicos e Elétricos
1. Sinapses Elétricas
	As sinapses elétricas são relativamente simples em estrutura e função e permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra.
As sinapses elétricas ocorrem em sítios especializados, denominados junções comunicantes. As junções comunicantes ocorrem em quase todas as partes do corpo e interconectam muitas células não neurais, como células epiteliais, musculares lisas e cardíacas, hepáticas, algumas células glandulares e células gliais. 
	
		Na junção comunicante, as membranas celulares são separadas por uma distância de apenas 3 nm, e essa estreita fenda é atravessada por conjuntos de proteínas específicas, denominadas conexinas. A maioria das junções comunicantes entre neurônios permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos; portanto, diferentemente da maioria da sinapses químicas, as sinapses elétricas são bidirecionais. 
		A transmissão nas sinapses elétricas é muito rápida e, se a sinapse for grande, é também infalível. Assim, um potencial de ação em um neurônio pré-sináptico pode gerar, quase instantaneamente, um potencial de ação no neurônio pós- -sináptico. 
		Quando dois neurônios estão acoplados eletricamente, o potencial de ação no neurônio pré-sináptico induz um pequeno fluxo de corrente iônica para o outro neurônio através da junção comunicante. Essa corrente causa um potencial pós-sináptico (PPS) eletricamente mediado no segundo neurônio.
		As funções precisas das sinapses elétricas variam de uma região encefálica para outra. Elas são frequentemente encontradas onde a função normal requer que a atividade dos neurônios vizinhos seja altamente sincronizada. 
		Sinapses elétricas ajudam os neurônios a sincronizar suas atividades.
2. Sinapses Químicas
	As membranas pré e pós-sinápticas nas sinapses químicas são separadas por uma fenda – a fenda sináptica -. A fenda é preenchida com uma matriz extracelular de proteínas fibrosas. Uma das funções dessa matriz é manter a adesão entre as membranas pré e pós-sinápticas. 
	O lado pré-sináptico de uma sinapse, também chamado de elemento pré-sináptico, normalmente é um terminal axonal. Em geral, um terminal contém dúzias de pequenas esferas envoltas por membrana, cada uma com cerca de 50 nm de diâmetro, chamadas de vesículas sinápticas. Essas vesículas armazenam neurotransmissores, substâncias químicas utilizadas na comunicação com neurônios pós-sinápticos. 
	O acúmulo denso de proteínas dentro e logo abaixo da membrana pós-sináptica é denominado densidade pós-sináptica (DPS). A densidade pós-sináptica contém os receptores pós-sinápticos, que convertem os sinais químicos intercelulares (i.e., neurotransmissores) em sinais intracelulares (i.e., uma mudança no potencial de membrana ou uma mudança química) na célula pós-sináptica. 
		Sinapses químicas também ocorrem entre axônios de neurônios motores da medula espinhal e o músculo esquelético. Esta sinapse é chamada de junção neuromuscular e possui muitos dos aspectos estruturais das sinapses químicas no SNC. 
		Considere os requisitos básicos para a transmissão sináptica química. Deve haver um mecanismo para a síntese dos neurotransmissores e seu consequente “empacotamento” dentro das vesículas sinápticas, um mecanismo que cause o derramamento de neurotransmissores das vesículas na fenda sináptica em resposta a um potencial de ação pré-sináptico, um mecanismo para produzir uma resposta elétrica ou bioquímica ao neurotransmissor no neurônio pós-sináptico, e um mecanismo para remoção dos neurotransmissores da fenda sináptica. E, para serem úteis à sensação, à percepção e ao controle do movimento, todos esses eventos devem ocorrer de maneira muito rápida, dentro de milissegundos. 
3. Neurotransmissores
Os principais neurotransmissores estão dentro de uma de três categorias químicas: (1) aminoácidos, (2) aminas e (3) peptídeos. Os neurotransmissores aminoácidos e aminas são pequenas moléculas orgânicas contendopelo menos um átomo de nitrogênio, os quais são armazenados em vesículas sinápticas e delas liberados, os neurotransmissores peptídicos são moléculas grandes – cadeias de aminoácidos – armazenadas e liberadas de grânulos secretores.
Diferentes neurônios no SNC liberam diferentes neurotransmissores. A velocidade da transmissão varia amplamente. Formas rápidas de transmissão duram de 10 a 100 ms e, em sua maioria, são mediadas no SNC pelos aminoácidos glutamato (Glu), ácido γ-aminobutírico (GABA) ou glicina (Gli). A amina acetilcolina (ACh) medeia a transmissão sináptica rápida em todas as junções neuromusculares.
A transmissão sináptica química requer que neurotransmissores sejam sintetizados e estejam prontos para liberação. Diferentes neurotransmissores são sintetizados de diferentes maneiras. Uma vez sintetizados no citosol do terminal axonal, os neurotransmissores aminoácidos e aminas devem ser captados pelas vesículas sinápticas. Concentrar esses neurotransmissores dentro da vesícula é o trabalho dos transportadores, proteínas especiais embutidas na membrana vesicular.
A liberação de neurotransmissores é desencadeada pela chegada de um potencial de ação ao terminal axonal. A despolarização da membrana do terminal causa a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem nas zonas ativas. 
A ligação do neurotransmissor ao receptor é como inserir uma chave em uma fechadura: isso causa uma mudança conformacional na proteína, e esta, então, pode funcionar diferentemente. Embora haja bem mais de 100 diferentes receptores para neurotransmissores, eles podem ser divididos em dois tipos: canais iônicos ativados por neurotransmissores e receptores acoplados a proteínas G.

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