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Manejo de caprinos Doctum - MV Etapas para o processo de criação de caprinos 1º Mercado (carne de cabrito ou leite de cabra?) 2º Plano de negócios (viabilidade econômica) 3º Escolha do local (alimentação, instalações, escolha dos animais) 4º Definir o manejo Características gerais do manejo com caprinos São características inerentes as espécies: Estes animais são essencialmente de locais secos. São animais muito adaptáveis a vida ao ar livre, onde se encontra no seu verdadeiro elemento, e onde vivem exclusivamente da vegetação espontânea. Atualmente criadores querem maior lucratividade por espaço ocupado, onde tem se intensificado a criação. O caprino é em geral dócil, sempre seguirá um outro. Recolher os animais à noite “em casos de presença de predadores”. Horários de saída: “soltar rebanho para pastoreio após a redução do orvalho no pasto” (verminose). Se chover todo o dia convém deixar os animais presos. Regresso ao curral: forma natural (instalação = proteção). Se houver demora, adicionar concentrados e/ou cães pastores. Manejo com os cabritos É muito importante o manejo da cria para a eficiência do sistema. A mortalidade das crias deve ser evitada através de medidas de manejo. ETAPAS: Logo após o nascimento, o cabrito deverá ser realizado a cura do umbigo. Desinfetar tesoura e seccionar o cordão umbilical (3 cm da base do umbigo). Desinfetar com solução de iodo a 10% + glicerina e monitorar. Secagem do cabrito (leiteiro) com papel toalha (descartável). Pesagem do animal ao nascimento. Anotar o dia do nascimento, o número da mãe e o número do pai. A partir daí é importante o acompanhamento periódico através de pesagens mensais (desempenho). Identificação (tatuagem/brincos) Colostro (colostro é rico em proteínas e anticorpos IGG, que irão proteger a cria de doenças. O colostro deve ser ingerido nas primeiras 24 horas de vida). Exame de fezes e vermifugação periódica. Manejo com os cabritos Aleitamento: é a primeira fase da criação e é fundamental para o futuro dos animais. Por isso e por ser a fase de custo mais elevado (criações de caprinos leiteiros), deve ser considerada com muito critério. Objetivo: fazer com que os animais cheguem ao ponto de desaleitamento o quanto antes. Para que isso ocorra é fundamental uma boa condição inicial, com um animal nascendo com um peso adequado, recebendo colostro suficiente e todos os cuidados necessários. Atenção às diarréias (coccidioses) que atrasam consideravelmente o desenvolvimento dos animais. OBS: em rebanhos caprinos soro-positivos para CAE tratar o colostro. Manejo com os cabritos Frequentemente os criatórios de cabras leiteiras adotam o manejo do aleitamento, com o cabrito em mamadeiras. Com o objetivo de facilitar o manejo do aleitamento do lote e perder precocemente o vínculo materno (mãe-cria) Número de refeições: 2 refeições diárias normalmente são suficientes, à exceção da fase de colostro, na qual é fundamental um número maior. Quando houver disponibilidade de MO, a utilização de uma terceira refeição é conveniente. No aleitamento natural, em cabritos de corte, os cabritinhos são soltos junto com a mãe, onde permanecem com ela 24 hs podendo ser usado o creep feeding. Para o aleitamento artificial existem diversos esquemas, com quantidades de leite e freqüências de aleitamento que variam bastante, desde propostas p/ desaleitamento aos 35 dias até aos 90 dias. Aleitamento artificial p/ Caprinos Colostro tratado – CAE (aquecer colostro em “banho-maria”, mantendo aquecido durante 1hora em temperatura de 56ºC). Colostro de outra espécie: bovinos. Opção para rebanhos soro- positivos de CAE (em caprinos). Aleitamento artificial: separação entre a cria e a mãe deve ser feita logo após o parto, antes que a cria toque a teta da mãe, evitando que se forme um relacionamento afetivo que poderá prejudicar tanto a cria como a própria cabra, tornando-se difícil a adaptação ao aleitamento artificial. (mamadeiras individuais). Vantagens do aleitamento artificial – substituir leite de cabra por um outro mais barato; controle do consumo da cria e da produção da cabra; consumo de alimentos sólidos mais precocemente; antecipação do desaleitamento; cabras com peito perdido, prevenção da CAE, etc.. OBS: paralelamente ao manejo do aleitamento do cabrito é recomendado o uso de alimentação sólida (concentrados + feno) a partir da 1ª semana de vida para acelerar o desempenho dos animais, consequentemente a desmama. Tipos de mamadeiras – qual é a melhor ? Mamadeira coletiva Esquema de aleitamento p/ cabritos leiteiros c/ desaleitamento aos 49 dias Período: Tipo de leite: Quantidade de leite (kg) 1º- 2º dia Colostro 1,2 Max 3º- 4º dia Colostro 1,5 5º dia Leite de cabra 1,5 6º dia L.cabra/L.vaca 1,0/0,5 1,5 7º dia L.cabra/L.vaca 0,5/1,0 1,5 2ª semana Substituto 1,5 3ª semana Substituto 1,6 4ª semana Substituto 1,7 5ª semana Substituto 1,8 6ª semana Substituto 1,7 7ª semana Substituto 1-0,5 Manejo com os cabritos Marcação Existem várias maneiras de marcar os animais de um rebanho. É importante que o produtor tenha todos os animais marcados e identificados de modo que possa acompanhar sua vida produtiva e reprodutiva dentro do rebanho. O uso de brincos e chapas metálicas é bastante utilizado por ser de baixo custo, e deve ser usado logo após o nascimento da cria. No entanto, tem o inconveniente dos animais constantemente perderem este tipo de identificação. A tatuagem é outra forma de marcação. Geralmente tatuam-se os animais puros que possuem registro genealógico. Para proceder a prática utiliza-se um alicate tatuador. A marcação de ferro a fogo é realizada na tábua do queixo ou base do chifre. O método é barato, no entanto, de difícil execução. Os sinais chamados piques ou mossas, que são feitos nas orelhas quando os animais possuem entre dois e três meses de idade, constituem um dos tipos de marcação mais característicos dos sistemas extensivos de criação. (prática + dos ovinos) Manejo com os cabritos Descorna A descorna tem por finalidade facilitar o manejo dos animais, evitando a ocorrência de lesões causadas por chifres no rebanho. O método mais comum e eficiente é a descorna utilizando ferro quente aos dez dias de nascido. Deve-se prestar bastante atenção para que o ferro cauterize apenas o botão do chifre. As pastas cáusticas são perigosas por causar muitas vezes cegueira e intoxicação nos animais. A descorna cirúrgica só é recomendada após oito meses de idade. Manejo com os cabritos Castração A castração tem por objetivos melhorar a consistência e o sabor das carnes, tornar os animais mais dóceis, engordar os animais mais rapidamente e possibilitar a criação de machos e de fêmeas juntos, sem que ocorram coberturas indesejáveis. Existem vários métodos de castração. O método cirúrgico, burdizzo e anel de borracha são os mais conhecidos. O método cirúrgico é o mais seguro, porém de maior custo. O método do anel de borracha é muito simples e consiste em colocar um anel de borracha na base do saco escrotal de modo que não haja circulação sanguínea e com o passar dos dias os testículos caem. O burdizzo consiste no esmagamento dos cordões sem que haja o corte da pele. É um processo rápido, prático e simples. A eficiência deste método depende bastante do operador. Este deve estar atento para o funcionamento do alicate. Na hora de fazer a castração deve fazer o esmagamento de um lado do testículo e depois do outro. Não se deve fazer o esmagamento da região total. Ao final do processo o operador deve se certificar de que os dois cordões foram rompidos. OBS: em geral não usa-se castrar cabritos e cordeiros por apresentarem precocidade ao abate Manejo com os cabritos Desmame e separação por sexo O desmame constitui uma prática de manejo recomendada e pode ser usado nas propriedadescercadas e com divisões internas. As crias devem ser desmamadas e separadas por sexo, após 90 dias de idade. Esta prática favorece a eficiência reprodutiva do rebanho de matriz, evita cobrição precoce das fêmeas e diminui os riscos de consanguinidade do rebanho. Recomenda-se o tratamento anti- helmíntico das crias desmamadas e suplementação alimentar, caso o desmame ocorra na época seca. Manejo de caprinos leiteiros (continuação) Ordenha Para a obtenção do leite isento de odor desagradável, com boas condições de higiene e isento de bactérias, deve-se seguir as seguintes recomendações: Preparo para a Ordenha: - o ordenhador deve estar com unhas aparadas, roupa limpa, mãos e antebraços lavados com água e sabão neutro e não ser portador de doenças infecto-contagiosas; - a sala ou o local reservado para ordenhar as cabras deve ser distante das instalações dos reprodutores (150 m) e higienizadas rigorosamente; - os baldes e botijões utilizados durante a ordenha e no acondicionamento do leite devem estar bem limpos; - não ordenhar as cabras doentes ou recém-paridas (período colostral); - ordenhar as cabras diariamente pela manhã e à tarde, em um mesmo horário e sempre o mesmo ordenhador. Início da ordenha: “Pré-diping” - lavar o úbere e as tetas da cabra com água e sabão neutro e enxugá-los com papel toalha ou uma toalha de tecido, sendo que este material só deve ser usado em uma cabra e descartado para evitar contaminação. - coletar os primeiros jatos, 50 ml de leite das duas tetas, em uma caneca de fundo escuro, para diagnosticar a mamite clínica. Final da Ordenha: “Pós-diping” - para evitar a penetração no úbere, de bactérias causadoras de mastite. Deve-se ao final da ordenha imergir as tetas em um recipiente com glicerina iodada; - filtrar o leite em uma tela milimétrica, ou em um tecido filtrante próprio para eliminar as sujeiras capazes de favorecer o desenvolvimento das bactérias; - se as cabras forem ordenhadas no aprisco, retirar o leite deste local, imediatamente, para evitar absorção de odores desagradáveis e contaminação; - não fornecer, para o consumo humano, leite de cabras que receberam tratamentos com vermífugos ou antibióticos num período de 48 horas antes da ordenha; - pasteurizar o leite para destruir totalmente a flora microbiana patogênica; - higienizar o local e o material utilizado durante a ordenha. •
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