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Anamnese Psiquiátrica e Psicopatologia Introdução: A anamnese é a entrevista que o médico faz com o paciente. É o momento no qual o médico escuta as queixas e demandas do cliente. O paciente psiquiátrico é um paciente como outro qualquer e, o psiquiatra é um médico. Então, o psiquiatra também faz uma anamnese durante sua consulta. Apesar de ter algumas diferenças, a anamnese em psiquiatria segue o mesmo raciocínio da anamnese geral. A anamnese psiquiátrica se inicia de forma semelhante à anamnese clínica, com a identificação. Neste item são coletados dados capazes de identificar o paciente. Tem-se o nome conforme a identidade, o nome social,sexo e identidade de gênero, idade,cor, religião, estado civil, religião, nível de escolaridade, profissão, naturalidade e procedência. Além dos dados do paciente, coloca-se também quem é o informante (o próprio paciente,familiar...) e grau de informação. Na identificação, também é colocado dados sobre o local e a data da anamnese. Após a identificação vem a queixa principal, ou seja, o motivo principal daquela consulta. Em seguida, tem-se a História da Moléstia Atual, onde se faz a descrição clínica minuciosa da queixa principal em ordem cronológica dos acontecimentos com os sinais e sintomas relatados. Então, vem o Interrogatório Sistemático (IS), onde é possível notar problemas que o paciente não relatou ao perguntar ativamente sobre os outros sistemas não abordados na HMA. Os Antecedentes Pessoais (AP) do paciente. De forma sucinta escrevemos os dados da infância, doenças e tratamentos prévios, acidentes, cirurgias e alergias. Nos Antecedentes Familiares (AF) Pesquisamos a saúde dos parentes. Perguntamos a idade dos pais, filhos e cônjuge, a situação de saúde deles.Nessa parte da anamnese avaliamos o risco do paciente desenvolver alguma doença conforme o padrão de adoecimento dos familiares. Já nos Hábitos de Vida (HV) buscamos por costumes do paciente que podem levar a patologias. Na História Psicossocial (HPS) abordamos toda a história de vida do paciente, perguntamos sobre sua infância, fatores de estresse, espiritualidade, projeto de vida, a constituição familiar, as relações interpessoais, grupos sociais que está inserido, atividades de lazer, atividade laboral e como enxerga o processo de adoecimento. Essa é uma parte que precisa ser bem detalhada na anamnese psiquiátrica, pois é preciso saber situações que aconteceram que podem ser fatores de risco para doenças psiquiátricas. A maior diferença entre uma anamnese geral e a anamnese psiquiátrica é o exame físico. Enquanto na anamnese clínica é feito o exame físico completo no sentido crânio-caudal, na psiquiatria nós temos também o Exame do Estado Mental (EEM). O exame do estado mental é o método que o profissional de saúde usa para avaliar as funções mentais do paciente. A primeira função mental que vamos estudar é a consciência. A consciência é o estado de ciência que o indivíduo tem em relação a si próprio e ao meio. Se o paciente não tiver alterações na consciência ele está vigilante.A alteração da consciência é causada na maioria das vezes por disfunções orgânicas. A atenção é a função psíquica que orienta a atividade mental para determinado ponto, é um processo consciente do paciente. Uma criança com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, por exemplo, pode apresentar uma hipervigilância, porém com uma dificuldade de focar, uma hipotenacidade. A orientação é a capacidade do indivíduo de se localizar no tempo e no espaço e da situação em que se encontra. Fala-se em orientação autopsíquica e alopsíquica. A autopsíquica está relacionada a si próprio, não sabe informações de sua própria biografia. A memória é a função mental que permite fixar (capacidade de gravar fatos), conservar (guardar para toda a vida), evocar (trazer consciência) e reconhecer (detectar algo que já foi fixado). Pode ser retrógrada (memória anterior a determinado evento) ou anterógrada (posterior a um evento). A sensopercepção é a função mental na qual o paciente percebe e sente subjetivamente a realidade objetiva. Envolve 3 fases: um evento sensorial; a captação do evento pelos órgãos do sentido e a percepção com significado do evento (por exemplo,ter consciência de estar vendo um objeto). O pensamento utiliza das outras funções psíquicas para compreender os estímulos apresentados ao ser humano. Durante a anamnese se avalia a forma, o curso e o conteúdo do pensamento, através do discurso do paciente. O curso do pensamento é o ritmo em que ele é expresso, a sua velocidade. O humor é o estado afetivo basal do paciente, é uma emoção difusa e prolongada que determina a forma subjetiva que o paciente percebe o mundo. O afeto é a forma como o indivíduo expressa suas emoções. É a resposta emocional a estímulos. É um estado mais superficial que o humor e varia conforme o tom dos eventos que estão ocorrendo no ambiente. Na psicomotricidade são avaliadas as alterações de movimentos espontâneos ou induzidos realizados pelos pacientes. A volição é determinada pela vontade que o paciente tem de alcançar algum objetivo determinado e consciente, podendo ser um plano de vida,como um sonho a ser alcançado ou um objetivo mais imediato como ir ao mercado fazer compras. A autopatognose ou consciência de doença é o grau de compreensão que o paciente tem sobre a doença que está enfrentando. Nas suspeitas diagnósticas escrevemos os possíveis diagnósticos que pensamos para o paciente de acordo com suas queixas e com o exame e, na conduta,todas as atitudes que tomamos para tratar o paciente, desde a prescrição de medicamentos, até encaminhamentos para outros especialistas.
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