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Fichamento sobre a atuação do Assistente Social no campo da Saúde

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UNIVERSIDADE FEDEAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
Seminário Temático II
Profª Raquel Soares 
Discente: William J. Vieira
Recife
Jul de 2019
Fichamentos:
Serviço Social e Práticas Democráticas na Saúde
Ana Maria de Vasconcelos
A autora busca fazer uma discussão a partir de um estudo sobre a realidade do Serviço Social na vivencia dos espaços de saúde na área municipal, e destaca a necessidade qualificar ações que possam estimular e impulsionar novas maneiras de realizar a prática profissional, em especial, o Serviço Social na área da saúde, tendo como referência a saúde como direito universal e com controle social e o projeto ético-político do Serviço Social brasileiro.
Isso tudo se dá diante de um contexto de fortalecimento da proposta neoliberal no Brasil, esse que por sua vez se pauta na abertura econômica e internacionalização da mesma, visando a privatizações de bens públicos, tal como é a saúde. Também a falta de investimento público, abrindo espaço para a precarização e o setor privado se firmar. Há muitos outros fatores que caracterizam o neoliberalismo, estes são os que afetam diretamente a saúde brasileira em sua essência, pública, gratuita e de qualidade. E nas palavras da autora, “E, para os assistentes sociais e demais profissionais, a necessidade de projetar e empreender uma prática tendo em vista uma participação consciente e de qualidade no enfrentamento dessa orientação econômico-social na direção dos interesses históricos dos diferentes segmentos da classe trabalhadora.”
Em relação a atuação do assistente social na saúde a autora afirma:
“Independente do tipo de unidade de saúde, independente das diferenças entre os usuários e das demandas dirigidas ao Serviço Social, os assistentes sociais vêm seguindo uma lógica de organização do seu trabalho e estratégias de ação.” A autora parece fazer uma crítica a esse sistema organizativo dentro da saúde, que se colocam em Plantão, Plantão e Programa e Programas e Projetos. 
A mesma afirma: “Esta forma de organização individual e coletiva do Serviço Social na saúde e a postura dos profissionais de se colocarem passivos, dependentes, submissos e subalternos ao movimento das unidades de saúde - às rotinas institucionais, às solicitações das direções de unidade, dos demais profissionais e dos serviços de saúde, aceitando ainda, como únicas, as demandas explícitas dos usuários - resultam numa recepção passiva das demandas explícitas dirigidas ao Serviço Social, o que determina a qualidade, quantidade, caráter, tipo e direção do trabalho realizado pelos assistentes sociais.” E assim ela segue explicitando como se dá tal organização dos assistentes sociais, as demandas que se apresentam no plantão, a rotina institucional e destaco aqui o que podemos considerar de extrema importância: “O plantão é a única atividade comum à maioria dos assistentes sociais, ainda que, em algumas unidades de saúde, esta atividade não seja reconhecida por este nome. O Plantão não se constitui assim, num serviço ou uma atividade pensada, planejada, organizada, reduzindo-se a ações isoladas desenvolvidas pelo assistente social para "resolver o(s) problema(s) do usuário". 
E destaca demandas dirigidas ao plantão pelos usuários de acordo com o tipo de procura. São elas:
· Procura espontânea: os usuários procuram espontaneamente o plantão do Serviço Social para obter acesso aos serviços da unidade. 
· Encaminhamentos internos: encaminhamentos dos usuários para o plantão do Serviço Social – por assistentes sociais - para atender a necessidade do usuário.
· Encaminhamentos externos: na procura do plantão pelos usuários através de encaminhamento externo à unidade os usuários demandam acesso aos recursos/serviços que a unidade oferece.
A autora crítica a forma como desenvolvido o plantão, afirma: “Desse modo, a prática dos assistentes sociais no plantão reduz-se a uma prática burocrática, não assistencial”. Pois prioriza atendimento de demandas mais técnicas como informações, preenchimento de formulários, cadastros, etc. ficando assim outras demandas como demandas por educação em saúde, prevenção, participação no controle social dos serviços prestados, por organização para efetivar o controle social, etc. ficam negligenciados.
Sobre a Prática na Saúde e o Serviço Social a autora afirma que a prática da maioria dos assistentes sociais não se remete ao projeto hegemônico da profissão, mas está presa aos condicionantes político-institucionais que limitam suas escolhas. 
A autora defende que exista de fato “apropriação de uma perspectiva teórico metodológica que, colocando referências concretas para a ação profissional, possibilite a reconstrução permanente do movimento da realidade objeto da ação profissional, enquanto expressão da totalidade social, gerando condições para um exercício profissional consciente, crítico, criativo e politizante, que só pode ser empreendido na relação de unidade entre teoria e prática.
E defende como uma das estratégia para enfrentamento deste quadro os processos de Assessoria/Consultoria – indicado como necessidade pela maioria dos assistentes sociais -, com o objetivo de projetar e analisar, permanentemente, a prática, o que significa contrapor a realidade dos espaços profissionais ocupados pelo Serviço Social com as análises, estratégias e ações realizadas no seu enfrentamento, no sentido de uma ação profissional pensada, consciente, dinâmica, articulada à realidade social.
Entretanto, para tal enfrentamento se faz necessário um profissional com comprometimento em relação a uma capacitação pautada sob as dimensões teórico-metodológica, ético política e técnico-operativa que possibilite ao assistente social: 
· Apreensão crítica dos processos sociais numa perspectiva de totalidade;
· Análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país;
· Compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio histórico – (nacional/inter) desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade; 
· Identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular respostas profissionais p enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado.
Isso se faz necessário pois, segundo a autora, é no planejamento e na execução de determinadas estratégias e ações que o assistente social vai se formando e se transformando num recurso vivo, cada vez mais qualificado. Vai formando e consolidando a sistematização, a análise, a crítica e a avaliação das ações; vai fortalecendo suas referências, seus valores, seus compromissos, seus objetivos. Ao mesmo tempo, vai assegurando o acesso e a ampliação dos direitos e do controle social.
A autora segue pontuando o que ela considera estratégias e ações necessárias que, nas suas relações e conexões, facilitem o acesso aos direitos e contribuam para o exercício do controle social e da organização, tais como: 
Planejamento: é no planejamento do Serviço Social e das ações que os assistentes 
sociais/equipes se preparam para trabalhar. O produto resultante do planejamento, não é um simples documento a ser consultado. É um instrumento de luta, de negociação, de registro da prática. Se a formação profissional oferece os instrumentos 
teóricos para captar o movimento da realidade social é ao projetar suas ações que os 
profissionais se transformam em “recurso vivo”. Assim, cabe aos assistentes sociais, a partir dos princípios e do objeto da ação profissional – a questão social - planejar e realizar ações assistenciais que contribuam para a promoção da saúde, a prevenção de doenças, danos agravos e riscos e o tratamento, priorizando o sofrimento social, para o fortalecimento da consciência sanitária e do controle social.
A autora continua destrinchando ações que são dadas nos planejamentos e suas finalidades. E conclui o texto trazendo a afirmação que tais objetivos mostrados antes só serão alcançados quando os profissionaistiverem a clareza de que tais objetivos só serão alcançados colocando-se como fim último a meta marxiana de apropriação dos meios de produção pelos próprios produtores, a única forma de se extinguir das relações humanas a exploração do homem pelo homem, tendo como base uma organização social em que a produção esteja voltada para as necessidades dos trabalhadores e não para as do capital. Uma ação profissional a partir destas referências não condiz com uma prática que se reduza ao acolhimento e à humanização das relações sociais capitalistas. 
Caminhar na direção do projeto ético-político dos assistentes sociais possibilita aos 
assistentes sociais contribuir para enfrentar o grande desafio que coloca a luta contra o projeto capitalista neoliberal: promover uma interlocução entre os setores organizados da sociedade que buscam a radicalização da democracia e superação da organização social capitalista e expressivos segmentos dos trabalhadores que não têm condições, num primeiro momento, de se organizarem.
Ética e Saúde
Maurílio Castro de Matos
O planejamento da intervenção do Serviço Social: assumindo o caráter ontológico de projetar a ação
O autor começa a discussão deste texto com uma afirmação de Marx sobre “o ato de planejar é ontológico ao homem”. Ou seja, mesmo contra suas vontades ou consciência, os homens planejam suas ações, mas é importante considerar que as ações sempre serão diferentes do planejado, visto que a realidade por sua vez é dinâmica e nesse processo muda-se também o sujeito da ação.
Ainda de início o autor destaca a importância do planejamento escrito, afirmando que “ao escrever para planejar o que fazer, a equipe está apurando ideias, sugestões, intenções e transformando-as em propostas. Baseado nisso, o autor afirma que o plano de trabalho do Serviço Social deve ser um documento escrito, onde a equipe envolvida no processo possa traçar as prioridades que serão desenvolvidas em determinado período. Para tal faz-se necessário tomar referência as condições objetivas que o trabalho será desenvolvido, para que tal plano de trabalho não venha a ser uma proposta de sobre-trabalho.
O autor destaca a importância do profissional ter total compreensão sobre sua profissão antes de elaborar o plano de trabalho do Serviço Social, e para além disso, se faz necessário também que seja feita uma leitura constante da conjuntura - seja em esfera nacional ou internacional, analisando a política de saúde formada pelas três esferas de governo do Brasil, até as questões institucionais de como tudo isso se materializou no trabalho coletivo em saúde -, tal como o conhecimento das demandas apresentadas pelos usuários do Serviço Social dentro do serviço de saúde já planejado.
O autor dar instruções técnicas de como deve-se produzir o plano de trabalho do Serviço Social, mostrando os elementos constituintes, organização e processos.
Por fim, ele afirma que um plano de trabalho do Serviço Social no serviço de saúde, independente do nível de complexidade da unidade, elaborado coletivamente pela equipe é de extrema importância para a qualidade da intervenção profissional.
Diário de Campo
Esse instrumento, segundo o autor, acaba sendo mais usado durante a formação do assistente social do que como ferramenta de trabalho no dia a dia profissional. O diário de campo se constitui como um instrumento de uso exclusivo de quem o faz. Deve ser um registro das ações desenvolvidas na intervenção profissional, detalhando suas impressões, sentimentos e ideias para novos projetos e intervenção.
O autor cita em tom de concordância outro autor que afirma: “Para o Serviço Social a adoção do diário de campo possibilita uma ruptura com o espontaneísmo e o ativismo, e assume a necessidade de uma competência teórica e política, para o qual é preciso mobilizar iniciativa, esforço, capacidade de trabalho, e ações sistematicamente planejadas e desenvolvidas, como horizonte da profissionalidade.
A seguir o autor sugere e faz uma discrição sobre como deve ser estruturado um diário de campo e sinaliza a importância de se fazer o registro logo após as atividades, para que com o tempo a memória venha a falhar e sejam inseridos fatos que não correspondem ao ocorrido.
A ficha social
O autor define a ficha social como um roteiro a ser utilizado para entrevista realizada pelo assistente social à população usuária. É geralmente é construída em conjunto pela equipe, onde são definidas as questões principais para serem identificadas, havendo espaço para outras informações.
O autor faz uma crítica a falta de informação que há nas instituições sobre a existência do Serviço Social ali, e que o mesmo poderia contribuir de uma forma mais ampla com os serviços. E em contramão à isso, existem o que o autor, citando Velozo, chama de “Serviço Social obrigatório”, sendo submetido a um processo de atendimento que não têm clareza, onde entra a necessidade que o assistente social esclareça.
Nas unidades de saúde cabe ao assistente social identificar os determinantes sociais, culturais, econômicos e políticos que influenciam no processo que o autor chama de saúde-doença. Isto só é possível porque a profissão Serviço Social é fundamentada sob o tratamento coma as diferentes expressões da questão social.
O autor então sugere a ficha social para que seja possível juntar o concreto pensado com o concreto real, e segue dando instruções para como elaborar tal instrumento, e finaliza ressaltando a importância de não se fazer um questionário ou um “inquérito social ao invés da ficha social, tal instrumento deve ser composto apenas por questões que serão trabalhadas pela equipe e que de forma alguma venha a constranger ou expor o usuário.
Prontuário único
O autor ressalta a importância do trabalho coletivo dentro da saúde, neste sentido, destaca a importância do prontuário único como um instrumento a ser usado por todos profissionais que atenderam o usuário, os diferentes registros compõem um elo na compreensão das diferentes dimensões que envolve este processo.
Também é mostrado pelo autor o problema de que poucas unidades de saúde o Serviço Social registra a evolução do atendimento no prontuário único do usuário, destaca algumas hipóteses sobre os motivos:
O primeiro refere-se à forma como o trabalho coletivo na saúde vem se dando, pois, um possível dificultador pode ser como vem se materializando o fluxo desse trabalho. Os prontuários, em geral, são organizados em espaços distantes do Serviço Social.
O segundo é como a intervenção do Serviço Social tem sido construída, a partir de uma rotina quem que, no geral, tem dificultado o registro, que aliada à dificuldade de compreensão do que faz o assistente social no trabalho coletivo em saúde propícia uma dificuldade para a realização dos registros profissionais.
O terceiro diz respeito a preocupação com o sigilo profissional, muitos assistentes sociais afirmam não registrar no prontuário único por se preocupar com quem vai ler as informações sobre os usuários. O atual Código de Ética do Assistente Social, de 1993, afirma a importância do sigilo profissional como um direito profissional e uma responsabilidade para com o usuário, de forma a lhe proteger.
Para além do registro: a sistematização da prática e a dimensão investigativa
O autor afirma que mesmo que com tantas contradições, o registro ainda permanece no trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais. Entretanto, muitas das vezes, feitos burocraticamente, onde os próprios profissionais de Serviço Social não sabem ao certo por que fazem isso.
E conclui ressaltando a defesa da construção de um trabalho coletivo dentro d saúde, mesmo que por vezes fragmentado, possam tomar o potencial da construção de uma outra política de saúde que não seja marcada pela centralização e direcionada apenas ao atendimento à doença. E relembra o momento importante de ruptura do Serviço Social e a construção de um projeto ético-político que rompeu com o conservadorismo. 
Serviço Social E Saúde Mental
José Augusto Bisneto
O autor faz uma Análise institucionaldo Serviço Social em Saúde Mental, mas ressalta que não é uma análise dos estabelecimentos ou instituições, e sim da prática do Serviço Social desenvolvida nos mesmos, observando quem são os autores e como é feita a prática concreta.
Para tal análise, o autor sistematiza sua pesquisa de tal forma:
· a análise das contradições da prática, reveladas pelos fatos analisadores, históricos ou construídos, através da participação cotidiana, trabalhos profissionais e militantes, visitas, supervisões, orientações etc.;
· a análise da oferta de serviços profissionais e das demandas oficiais e encobertas dos mesmos;
· a análise em grupos com pessoas envolvidas na prática profissional, juntamente com análise de implicações dos atores envolvidos;
· a articulação com as teorias do Serviço Social e em Saúde Mental, com as determinações sociais, institucionais e organizacionais, e com as transversalidades e atravessamentos históricos;
· a indicação e para encaminhamentos práticos para superação das contradições e para encaminhamentos práticos de atuação (táticas e estratégias).
Em seguida o autor mostra uma tabela de dados resultantes de tal pesquisa.
Elementos de análises da prática
O autor afirma que ao longo da história existiram diversos objetos institucionais do Serviço Social em Saúde Mental no Brasil, e diz que vivemos em um momento conjuntural em que existem vários tipos e formulações práticas desses objetos. E isso se torna possível porque na sociedade existem possibilidades de coexistência de projetos sociais diferentes.
o texto segue-se com a explicação do que é o trabalho real do assistente social nas instituições psiquiátricas, e levanta a questão que tal entendimento do que é o Serviço Social é muito complexa. Segundo o autor, o assistente social quase sempre reflete, como objetivo, sua adesão a uma teoria, ou ao estatuto do estabelecimento, ou a um programa de organização institucional, ou as políticas sociais que julga adequadas. Não é raro o assistente social que o estabelecimento psiquiátrico deve seguir os objetivos estatuários, mas não vê na realidade institucional a plena capacidade de atingir esses objetivos.
Objeto de prática
O autor inicia esta discussão trazendo a discussão do que seria o objeto do Serviço Social neste campo de atuação, e revela que nas instituições psiquiátricas o assistente social não é requisitado para definir o seu objeto de prática nem o seu objeto institucional, por isso fica sem segundo plano em relação aos objetos da psiquiatria que são considerados mais importantes, como: a doença mental e a saúde mental.
Uma contradição que surge na prática do assistente social em instituições psiquiátricas é decorrente da dissociação entre o objeto do Serviço Social e o desta organização institucional.
O Serviço Social atua em diversos programas e projetos nas instituições psiquiátrica e sua prática tem se modificado em função das transformações pelas quais tem se passado a assistência psiquiátrica no Brasil a pluralidade de sua atuação remete a uma complexidade que torna potencialmente contraditória.
Produto da Prática
O autor afirma que o produto da prática, assim como o objeto da prática, é difícil de se caracterizar, pois a intervenção do assistente social é uma forma de processo e não uma intervenção pontual. Nisto, existem diversas modificações do objeto da prática e não se sabe em que momento o trabalho do Serviço Social está acabado.
O Serviço Social atua na obtenção de algum benefício, direito ou assistência material que permita ao usuário uma melhor integração ao atendimento psiquiátrico ou à sua vida social. O Serviço Social atua encaminhando os usuários para os serviços diversos não prestados pelo estabelecimento, no encaminhamento para a justiça, INSS e abrigos para moradia. Para além disso, há também os encaminhamentos internos para as oficinas, grupos e outros programas que são ofertados pelo próprio estabelecimento.
Objeto Institucional
O autor afirma que o objeto institucional se obtém pela oposição ao objeto de prática ou pela justaposição ao produto, e isto se deve ao efeito de transformação realizado pela prática institucional.
E em seguida ele lista algumas atividades que podem ser definidas como tais práticas, são ela:
· a primeira ocorre em todos os estabelecimentos psiquiátricos: é contornar, nas condições sociais do paciente, qualquer fator negativo que impeça a melhor intervenção psiquiátrica;
· a segunda se dá nos programas alternativos: é trabalhar junto com os usuários, no sentido de eles poderem estabelecer uma socialização mais satisfatória;
· a terceira é típica do Serviço Social, de dá quando há autonomia do assistente social e recursos no estabelecimento psiquiátrico: é tentar resolver suas condições de cidadania, garantia de direitos e uma certa proteção social aos usuários.
Âmbito institucional
O âmbito institucional do Serviço Social em Saúde Mental, segundo o autor, abrange toda relação social em que encontrar seus objetos de prática, ou seja, as rupturas entre o paciente e a lógica de instituição psiquiátricas. Em todos os níveis de análise, o assistente social pode intervir tanto nos processos terapêuticos, como nos aspectos administrativos e ainda nas relações sociais de controle da clientela que a organização exige.
O autor aponta um problema do qual os assistentes sociais se queixam recorrentemente é a demanda do Serviço Social por atividades que aparentemente não se relacionam com a profissão. O autor acredita que, na maioria dos casos, a questão não está em fazer encargos que são ou não do Serviço Social.
Destaco aqui como importante a discussão que o autor faz para encerrar o texto, a discussão sobre A Apropriação do Objeto, onde faz uma exposição analítica dos elementos institucionais com a intenção de mostrar que há uma possibilidade de apropriação pelo Serviço Social de práticas corretas, de conhecimento político e de sentido para sua própria atuação em Saúde Mental.
A autor afirma que o instrumento notório é a complementação da psiquiatria no que se refaz à intervenção social. Este objeto não é o idealizado pelos assistentes sociais: é o encontrado nas práticas. Na interlocução do autor com os assistentes sociais, foi visto que muitos não aceitam esse objeto complementar à Psiquiatria. O Serviço Social não valoriza esse objeto, e os assistentes sociais também não gostam de sua posição subordinada na Saúde Mental.

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