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Patologias reprodutivas em éguas

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Disciplina: Reprodução Animal 1 – prof. Renata Lançoni. 
Resumo por: Denise Ramos Pacheco (Universidade Federal de Uberlândia, 2021). 
 
 Palpação transretal; 
 Avaliação do períneo; 
 Exame ultrassonográfico do trato reprodutivo; 
 Uso de espéculo vaginal; 
 Citologia uterina; 
 Cultura uterina. 
 Principais afecções: 
 Endometrite: bacteriana, fúngica e persistente pós-cobertura. 
 Folículo hemorrágico anovulatório. 
 Tumor de células da granulosa. 
 Cistos uterinos. 
 O útero possui defesas: 
 Neutrófilos, imunoglobulinas, anticorpos uterinos, contrações uterinas (para expulsar o excesso de 
sêmen da inseminação/cobertura), barreiras anatômicas (lábios vulvares colabados e cérvix – 
relaxada no estro e contraída no diestro) e sistema linfático. 
 Toda cobertura ou inseminação gera um processo inflamatório fisiológico no útero/endométrio, 
devido ao contato com o sêmen! 
 O estrógeno é imunoestimulante (durante o estro, há aumento da imunidade uterina). 
 No diestro, o útero já deve estar “limpo”, livre do sêmen, para a cérvix poder fechar, considerando 
que a progesterona não é imunoestimulante. 
 Conformação perineal 
 
Fonte: material apresentado na aula . 
 
 O ideal é a conformação perineal ser correta e a vulva estar colabada. 
 Se houver retração do períneo (não está mais reto, ângulo quase de 45°), isso favorece a caída de 
fezes na vulva. Se houver má colabação vulvar, também predispõe à problemas nessa região. 
 Em éguas magras e idosas a conformação perineal pode estar incorreta, pois há retração da região 
perineal, predispondo à infecções e endometrites constantes. 
 Falha no mecanismo de defesa uterino em eliminar antígenos (bactérias ou espermatozóides) e 
agentes inflamatórios do útero. 
 Gera prejuízos econômicos na indústria equina. 
 Endometrite clínica: sinais de inflamação aparentes (edema anormal); presença de líquido no útero. 
 Endometrite subclínica: sinais discretos, pode ocorrer repetição de cio, a fêmea pode não emprenhar. 
Sinais se manifestam normalmente durante o estro, pois o estrógeno estimula o sistema imune 
uterino. Pode ter líquido na cavidade uterina durante o estro. 
 Endometrite não causa efeitos sistêmicos na égua! 
 Streptococcus equi spp. zooepidermicus; Escherichia coli; Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella 
pneumoniae. 
 Formação de biofilme (ambiente que a bactéria cria para se proteger do sistema imune e se 
proliferar, barreira para ação do antibiótico) → dificulta o tratamento. 
 Doença localizada em éguas, portanto a maioria dos tratamentos são locais; quando há biofilme há 
dificuldades no tratamento, então pode-se usar acetilcisteína (capacidade de quebrar o biofilme das 
bactérias). 
 Tratamento: lavagem uterina (introduzir 1 litro de solução fisiológica ou RL estéril, dependendo do 
caso, ir colocando e tirando o líquido, até lavar completamente o útero, realizando sucessivas 
lavagens); uso de antibióticos (em casos mais crônicos, antibioticoterapia intra-uterina ou sistêmica 
– cuidado com resistência bacteriana, realizar cultura e antibiograma). 
 
Fonte: material apresentado na aula . 
 
 Candida spp e Aspergillus spp. 
 O tratamento é oneroso, com baixa chance de sucesso e alta chance de recidivas. 
 Acomete éguas idosas geralmente (pluríparas), que possuem conformação perineal ruim, ou éguas 
“virgens” com incompetência cervical (dificuldade de abrir e fechar a cérvix), além de éguas que 
receberam várias aplicações de antibióticos (uso indiscriminado). 
 Éguas “virgens” com incompetência cervical: acontece em éguas que são famosas geneticamente, e 
são retirados embriões desde cedo, mesmo púbere porém nova. Insemina e coleta embrião várias 
vezes. O fato dela nunca ter parido, geralmente estar só em provas, predispõe à incopetência cervical. 
A fêmea nunca pariu e houve manipulação excessiva a cada ciclo (éguas mais velhas geralmente, 
mais predispostas à endometrite fúngica). 
 Tratamento: soluções intra-uterinas “desinfetantes” → peróxido de hidrogênio (1-3%); ácido acético 
(2%); iodopovidine (0,1 – 0,2%); DMSO (20%). 
 
Fonte: material apresentado na aula . 
 
 É possível associar antifúngicos tópicos, sistêmicos e a lavagem intra-uterina. 
 Sinais clínicos (tanto endometrites fúngicas quanto bacterianas): edema exacerbado em útero, que 
não é comum no estro (edema 3+, 4+); líquido anecoico com pontos hiperecoicos em região de 
lúmen uterino, diferente do que se observa na gestação (líquido “limpo”); pode ocorrer ou não 
descarga vaginal. 
 Endoscopia uterina: possível visualizar placa bacteriana, úlceras no epitélio uterino (casos crônicos) 
e presença de líquido inflamatório. 
 Diagnóstico: cultura uterina (swab, lavado uterino de baixo volume e biópsia); citologia endometrial 
(aumento de 400x: menos de 2 neutrófilos por campo – normal; de 2 a 5 – leve queda na fertilidade; 
mais que 5 – interfere na fertilidade; podem aparecer também hifas fúngicas). 
 Realizar esses procedimentos durante o estro! 
 Ocorre falha nas barreiras anatômicas (vulva não colabada, conformação perineal ruim, urovagina – 
urina volta na vagina e chega na cérvix contaminando o útero por falha na conformação do períneo; 
pneumovagina – entrada de ar na vulva por falta de colabação dos lábios vulvares, favorecendo 
infecções). 
 Diminuição ou falha das contrações miometriais. 
 Predisposições: idade e conformação anatômica. 
 Presença de reação inflamatória exacerbada no útero após inseminação ou cobertura (a reação é 
fisiológica, mas não é exacerbada), ocorrendo maior produção e liberação de agentes inflamatórios, 
maior demora na eliminação do sêmen e maior produção de líquidos uterinos. 
 Patogenia: o transporte de espermatozóides do útero até o oviduto demora cerca de 4 horas após 
cobertura ou IA. Ocorre no útero uma resposta inflamatória fisiológica, para que ocorra a eliminação 
do sêmen do trato reprodutivo da égua. Quando há falha nos mecanismos de defesa uterina em 
eliminar efetivamente os antígenos e agentes inflamatórios do útero, resulta na endometrite 
persistente pós cobertura. 
 Diagnóstico: apenas após a primeira cobertura; há grandes chances de recidivas; avaliar 24 horas 
após IA. 
 Éguas que apresentam líquido devem ser tratadas no próximo cio 6 horas após a IA. 
 Protocolo: 
 Se houver líquido 24-48 horas após cobertura ou inseminação, significa que não houve eliminação e 
há endometrite persistente pós-cobertura. 
 Pós IA: NÃO pode injetar antibiótico no útero, água oxigenada, iodo povidine etc → somente lavar!!! 
 Se com a lavagem do útero égua não emprenhou, no próximo ciclo trata a égua antes de inseminar, 
em estro → citologia, cultura se necessário, tratamento direcionado. 
 Realizar uma lavagem uterina por dia até 4 dias depois da IA: embrião ainda está na tuba uterina, 
então pode lavar o útero – embrião cai no útero por volta do 5°, 6° dia. 
 Tratamento: lavagem uterina (com ringer lactato ou solução fisiológica); aplicação de drogas 
ecbólicas (ocitocina), para induzir contrações uterinas; uso de corticosteroides (prednisolona, 
dexametasona) → estudos contraditórios, alguns mostrando aumento da taxa de prenhez, outros 
afirmando piora. 
 Objetivos do tratamento: reestabelecimento das barreiras anatômicas; lavagem uterina; 
antibioticoterapia (local ou sistêmica) por meio de antibiograma. 
 Folículo pré-ovulatório que cresce atipicamente além do normal (alguns podem chegar a cerca de 
60 mm de diâmetro). 
 Ocorre falha na ruptura do folículo e ovulação, e ele normalmente se preenche de sangue e fibrina. 
 Regride lenta e gradualmente (problema: perda do cio daquela fêmea, atrasando a estação de 
monta). 
 Relação com transição de outono (fim da estação). 
 Mais comum em éguas com mais de 10 anos e no final da estação de monta. 
 Na US: folículo preenchido com líquido anecoico, com leves pontos hiperecoicos. Podem aparecer 
fibrinas e formação de coágulo. 
 Possíveis causas: idade; inabilidadedo folículo de responder ao LH; inflamação persistente; infecção; 
laminite; resistência à insulina; altas concentrações plasmáticas de cortisol; obesidade. 
 As éguas mantém o compotramento de estro normal. Porém, o estro é prolongado, já que o folículo 
continua crescendo mesmo após o momento esperado da ovulação. 
 As células foliculares podem ir lentamente se luteinizando, passando a produzir progesterona (P4) 
e com o tempo responder à aplicação de prostaglandina (luteólise). Animal para de ter 
comportamento de estro, mas esse processo é lento. 
 Única forma de tratamento: aplicação de PGF2alfa (prostaglandina), mas sem saber quando esse 
folículo se tornará responsivo. Portanto vai realizando essas aplicações, após 5 a 6 dias aplica 
novamente, até ocorrer a regressão e a égua voltar a ciclar novamente. 
 Tumor benigno, unilateral na maioria dos casos, com crescimento lento. 
 Na US: vários cistos (“favo de mel”); massa sólida; um cisto grande. Ovário contralateral pequeno e 
inativo → produção de E2 e inibina pelas células da granulosa, impedindo o desenvolvimento folicular 
do ovário contralateral, que fica pequeno e inativo. 
 Tumor hormonalmente ativo (produção de E2). 
 Comportamento da fêmea: anestro prolongado; comportamento de garanhão; estro persistente. 
 Diagnóstico: US; dosagem hormonal (inibina alta – 90%); testosterona alta (50-60%) – produzida 
pelas células tumorais; progesterona abaixo de 1 ng/ml (não há CL ativo). 
 Tratamento: remoção cirúrgica do ovário acometido → ovário contra-lateral volta à ciclar 
normalmente 6 a 8 meses depois. 
 Podem ser glandular ou linfáticos. 
 Variáveis em número e tamanho, juntos ou separados, redondos ou outros formatos. 
 Interferem ou não na fertilidade: pode impedir fixação da placenta (epitélio corial) no útero, e 
precisa de grande superfície de contato entre eles para feto e égua manterem as trocas. Se o cisto 
está ocupando espaço no endométrio, pode ter problemas para ter a gestação. Depende muito de 
onde o embrião se fixa, pode ter chance de perda embrionária precoce (se for muito perto do cisto). 
 Estrutura redonda preenchida com líquido anecoico no lúmen uterino: cisto ou embrião (como 
diferenciar: avaliar com o tempo, o cisto não cresce, não se move, e o embrião cresce e se move; 
voltar a avaliar daqui 2 dias – embrião cresceu; ou 2 horas - embrião se movimenta muito nesse 
período, de 12 a 14 dias, então ele pode estar em outro local do útero). 
 Eliminação do cisto: rompimento dele; dá para retirar com esteroscopia (endoscopia), romper ele e 
retirar conteúdo (fazer a punção), porém tem muita recidiva. Não regridem sozinhos com o tempo. 
 Cistos pequenos: maioria tem fertilidade normal na égua; mas quando for muito grande pode 
interferir na fertilidade.

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