Buscar

matriz_ai_direito_societario_sociedade_limitada_Bárbara_Souto_Faria_Gonzaga

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Direito Societário | Sociedade 
LTDA 
Módulo: 4 
Aluno: Bárbara Souto Faria Gonzaga Turma: 0521-1_4 
Tarefa: Orientação Jurídica | Parecer 
Parecer e comentários críticos sobre a elaboração do contrato social de uma sociedade 
limitada 
 
EMENTA: DIREITO SOCIETÁRIO. SOCIEDADE LIMITADA. SÓCIO 
INCAPAZ OU RELATIVAMENTE INCAPAZ. INTEGRALIZAÇÃO DO 
CAPITAL SOCIAL COM BENS. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. 
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE POR PESSOA JURÍDICA. 
CONSELHO FISCAL. FALECIMENTO DE SÓCIO. QUOTAS 
PREFERENCIAIS. 
 
I. RELATÓRIO 
 
Trata-se de um parecer jurídico com esclarecimentos acerca da constituição de 
uma sociedade empresarial limitada, de prestação de serviços e a constituição do seu contrato 
social, em que será analisado, principalmente, os pontos acordados pelos sócios e a sua legalidade, 
bem como o apontamento de cláusulas obrigatórias e para mitigação de riscos. 
 
Conforme narrado, a pretensão dos sócios é a de que a sociedade seja denominada 
“XPTO-05 LTDA” (doravante, XPTO-05), tendo como objeto a prestação de serviços de redação 
de textos, com 1 (um) sócio Pessoa Jurídica e 8 (oito) sócios Pessoas Naturais, sendo um deles 
menor de idade. 
 
Ademais, pretendem que a socidade seja de prazo indeterminado; com capital 
social de R$10.000,00 (dez mil reais), com a integralização em um prazo de 1 (um) ano, dividido 
em 12 parcelas, sendo que o sócio Pessoa Jurídica e o sócio menor desejam integralizar o capital 
com bens. 
 
Pretendem, ainda, que a distribuição de lucros seja feita de forma desigual e que a 
administração seja feita por uma Pessoa Jurídica. 
 
 
 
2 
 
Por fim, os sócios não mencionaram nada a respeito da solução em caso de 
falecimento de sócio e da adoção de conselho fiscal ou de administração na sociedade. Também 
não abordaram a questão de inclusão de quotas preferenciais, a regra de fonte supletiva e as 
formas de cessão das quotas e exclusão de sócio minoritário. Além disso, demonstraram não 
possuir conhecimento a respeito do acordo de sócios nas sociedades limitadas. 
 
Ressalta-se, ainda, que o objeto social da empresa é lícito, possível e determinado, 
e especifica as atividades desempenhadas, estando de acordo com a lei. 
 
É o relatório. Passa-se ao parecer opinativo. 
 
II. DOS FUNDAMENTOS 
 
Importante ressaltar que a Sociedade Limitada é disciplinada pelo Código 
Civil, em seus arts. 1.052 a 1.087. Havendo omissão, serão aplicadas, de maneira subsidiária 
(ou supletiva), as normas que disciplinam a Sociedade Simples (arts. 977 a 1.032 do Código 
Civil) ou a Lei de Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76), caso assim estabelecido no 
Contrato Social. 
 
Com relação ao Contrato Social, necessário que contenha os requisitos 
presentes no art. 977, no que for compatível. Nesta toada, curial transcrever as cláusulas 
obrigatórias para posterior análise. Vejamos: 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se 
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos 
sócios, se jurídicas; 
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo 
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em 
serviços; 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais. 
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, 
contrário ao disposto no instrumento do contrato. 
 
 
Apresentadas as cláusulas obrigatórias, passa-se à análise dos questionamentos 
levantados pelos sócios. 
 
II.a) Da composição da sociedade 
 
De acordo com as características descritas, a sociedade será composta por 9 
(nove) sócios, sendo um deles uma Pessoa Jurídica e outro menor de idade. Neste contexto, 
curial realizar alguns apontamentos sobre a composição societária pretendida. 
 
Em relação ao sócio menor de idade, nos termos do art. 972 do Código Civil, 
“podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade 
civil e não forem legalmente impedidos”. 
 
Sobre o tema, o item 3.1 do Manual de Registro da Sociedade Limitada, 
aprovado pelo Anexo IV da Instrução Normativa nº 81/2020 do Departamento de Registro 
Empresarial e Integração (DREI)1, assim dispõe: 
 
 3.1. CAPACIDADE PARA SER SÓCIO 
Pode ser sócio de sociedade limitada, desde que não haja impedimento legal: 
I - o maior de dezoito anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), que estiverem 
em pleno gozo da capacidade civil; 
II - o menor emancipado; 
III - os relativamente incapazes desde que assistidos; 
IV - os menores de dezesseis anos (absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil), desde que representados; 
V - pessoa jurídica nacional ou estrangeira; e 
VI - o Fundo de Investimento em Participações (FIP), desde que 
devidamente representado por seu administrador. 
(Grifou-se) 
 
Nesta toada, conforme se infere do item acima descrito, terá capacidade para 
ser sócio o menor de dezesseis anos (menores impúberes), desde que representado. Sobre o 
tema, o art. 1.690 do Código Civil assim dispõe: 
 
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com 
exclusividade, representar os filhos menores de dezesseis anos, bem como 
 
 
1Manual de Registro da Sociedade Limitada – Anexo IV, item 3.1. Disponível em: 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-
a_Anexoa_IV.pdf acesso em 26/05/2021. 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
 
 
4 
 
assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados. 
(Grifou-se) 
 
O que se extrai, portanto, da inteligência do artigo supra, é que os menores de 
16 (dezesseis), desde que representados por seus pais ou tutor, poderão participar como sócios 
quotistas de sociedades limitadas. 
 
Já os relativamente incapazes, maiores de 16 (dezesseis) anos e menores de 18 
(dezoito) anos, denominados menores púberes, devem ser assistidos por seus pais ou tutores2 
 
Cabe ressaltar que em ambas as situações, os pais ou tutor do menor deverão 
constar no preâmbulo do Contrato Social e assiná-lo. Desta forma, ressaltados os pormenores 
referente ao sócio menor, necessário novos esclarecimentos acerca da sua idade, para 
determinar se será assistido ou representado. 
 
II.b) Da administração 
 
Em relação à administração da empresa, infere-se do Manual de Registro da 
Sociedade Limitada3, que menores de dezesseis anos e relativamente incapazes não poderão 
ser administradores de sociedade limitada. 
 
Inclusive, no mesmo sentido é pacificado o entendimento pelo egrégio 
Supremo Tribunal Federal (STF). Vejamos: 
 
SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. 
PARTICIPAÇÃO DE MENORES, COM CAPITAL INTEGRALIZADO E 
SEM PODERES DE GERENCIA E ADMINISTRAÇÃO COM 
COTISTAS. ADMISSIBILIDADERECONHECIDA, SEM OFENSA AO 
ART. 1 DO CÓDIGO COMERCIAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
NÃO CONHECIDO. 
(RE 82433, Relator(a): XAVIER DE ALBUQUERQUE, Tribunal Pleno, 
julgado em 26/05/1976, DJ 08-07-1976 PP-05130 EMENT VOL-01027-09 
PP-02692 RTJ VOL-00078-02 PP-00608) 
 
 
2 Art. 71 do Código de Processo Civil, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm acesso em 26/05/2021; 
3 Manual de Registro da Sociedade Limitada – Anexo IV, item 3.3. Disponível em: 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-
a_Anexoa_IV.pdf acesso em 26/05/2021. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
 
 Insta salientar que, nos termos do art. 972, §3°, II, do Código Civil, em caso 
de participação de sócio menor de 18 (dezoito) anos, não emancipado, o capital social da 
sociedade deve estar totalmente integralizado no momento do registro do ato constitutivo4. 
 
Desta forma, cabe ressaltar que, in casu, a intenção de realizar o parcelamento 
em 12 (doze) vezes, em um prazo de 1 (um) ano, não é possível, ante a existência de sócio 
menor. 
 
Noutro giro, em que pese à sócia Pessoa Jurídica, não há nenhum óbice. 
Inclusive, conforme mencionado alhures, o item 3.1 do Manual de Registro da Sociedade 
Limitada, em seu inciso V, prevê que pessoas jurídicas tanto nacionais como estrangeiras 
possuem capacidade de serem sócias. 
 
Contudo, em que pese a administração da sociedade, no item 3.3 do Manual, 
bem como no art. 997, inciso VI, do Código Civil, está prevista a impossibilidade de a Pessoa 
Jurídica figurar como administradora da sociedade. Vejamos: 
 
3.3. IMPEDIMENTOS PARA SER ADMINISTRADOR 
Não pode ser administrador de sociedade limitada a pessoa: 
I - menor de dezesseis anos e/ou relativamente incapaz (art. 974 do Código 
Civil); 
II - pessoa Jurídica (art. 997, inciso VI e art. 1.053 do Código Civil); 
(Grifou-se) 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
(Grifou-se) 
 
Cabe ressaltar que, nos termos do art. 1053 do Código Civil, “a Sociedade 
limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples”. Desta 
forma, o artigo (art. 997, CC) acima transcrito – que trata da Sociedade Simples – deve ser 
aplicado ao caso em tela, ante ausência de especificação acerca da Sociedade Limitada. 
 
 
4 Manual de Registro da Sociedade Limitada – Anexo IV, item 4.3.1. Disponível em: 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-
a_Anexoa_IV.pdf acesso em 26/05/2021. 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS_2020/IN81/INa_DREIa_81a_2020a_-a_Anexoa_IV.pdf%20acesso%20em%2026/05/2021
 
 
6 
 
 
Ademais, no próprio Capítulo IV, que trata da Sociedade Limitada, infere-se, 
da norma contida no art. 1.062, §2º, o seguinte: 
 
Art. 1.062. O administrador designado em ato separado investir-se-á no 
cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração. 
§ 2 oNos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administrador 
requerer seja averbada sua nomeação no registro competente, 
mencionando o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência, com 
exibição de documento de identidade, o ato e a data da nomeação e o 
prazo de gestão. 
 
Ou seja, para que seja averbada a nomeação do administrador no registro 
competente, é imprescindível a apresentação de nome, nacionalidade, estado civil, residência 
e exibição de documento de identidade, pressupostos que apenas podem ser cumpridos por 
pessoa natural. 
 
Inclusive, o Enunciado 66 da Jornada de Direito Civil, corrobora com esse 
entendimento, afirmando que, a teor do art. 1.062, §2º do CC, a administração da empresa 
só poderá ser exercida por pessoa natural. 
 
Desta forma, a despeito da inexistência de legislação específica neste sentido, 
resta demonstrada a impossibilidade de que a administração da sociedade limitada seja 
exercida por uma Pessoa Jurídica, sendo, portanto, necessária a indicação de um sócio ou um 
terceiro para que exerça tal função. 
 
 II.c) Do capital social e sua integralização 
 
Nos termos do art. 1.052 do Código Civil, na sociedade limitada, a 
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem 
solidariamente pela integralização do capital social. 
 
Infere-se do art. 1.055, §2º, que é vedada a integralização do capital social por 
meio de prestação de serviços, devendo a contribuição ter origem em aporte de dinheiro ou 
bens, móveis ou imóveis, tangíveis ou intangíveis. 
 
Inclusive, o art. 997, inciso III, do CC, neste mesmo sentido, dispõe o que 
segue: 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo 
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação 
pecuniária. 
(Grifou-se) 
 
Desta forma, no que tange a integralização por meio de bens, conforme 
pretendem o sócio menor e o sócio Pessoa Jurídica, não há nenhum óbice legal, desde que tais 
bens sejam suscetíveis de avaliação pecuniária. 
 
Inclusive, nas sociedades limitadas não há a obrigatoriedade de préva avaliação 
dos bens por peritos ou empresa especializada, tal como ocorre nas sociedades anônimas (Lei 
nº 6.404/76, art. 8º), contudo, todos os sócios respondem solidariamente até o prazo de 5 
(cinco) anos da data do registro da sociedade (art. 1.055, §1º CC). 
 
Ademais, importante ressaltar que caso integralização do capital pelo menor 
seja feita em em bens imóveis, nos termos do item 4.3.4. do Manual de Registro da Sociedade 
Limitada, será necessária previa autorização judicial. Vejamos: 
 
4.3.4. Integralização com bens 
Poderão ser utilizados para integralização de capital quaisquer bens, desde 
que suscetíveis de avaliação em dinheiro. 
No caso de imóvel, ou direitos a ele relativo, o contrato social por 
instrumento público ou particular deverá conter sua descrição, identificação, 
área, dados relativos à sua titulação, bem como o número de sua matrícula 
no Registro Imobiliário. 
No caso de sócio casado, salvo no regime de separação absoluta, deverá 
haver a anuência do cônjuge no contrato ou declaração arquivada em 
separado. 
 A integralização de capital com bens imóveis de menor depende de 
autorização judicial. 
(Grifou-se) 
 
Desta forma, caso o sócio menor pretenda integralizar o capital social com 
imóvel, necessária prévia autorização judicial. Quanto a integralização do capital social em 
bensimóveis feita pela Pessoa Jurídica, não há nenhum óbice na legislação. 
 
Ademais, a legislação pátria não estabelece um valor mínimo do capital social 
para sociedades limitadas, sendo, portanto, possível, o valor pretendido (R$10.000 – dez mil 
 
 
8 
 
reais). Contudo, conforme descrito alhures, ante a existência de sócio menor, não é possível 
realizar o parcelamento da integralização. 
 
II.d) Da distribuição de lucros desigual entre os sócios 
 
Nos termos do art. 997, inciso VII do Código Civil, deverá constar, no contrato 
social, a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas. Ademais, o art. 1.007 também do 
Código Civil, prevê que: 
 
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e 
das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja 
contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção 
da média do valor das quotas. 
(Grifou-se) 
 
Assim, conforme se observa dos dispositivos acima transcritos, a distribuição 
de lucros deve observar a forma expressamente prevista em contrato. Ademais, cabe ressaltar 
que o Contrato Social poderá prever proporção de distribuição distinta da participação do 
sócio. 
 
Desta forma, não há nenhum impedimento que os lucros sejam distribuídos de 
forma desigual entre os sócios, desde que essa situação esteja expressamente prevista no 
Contrato Social. 
 
Inclusive, tal entendimento já é consolidado nos tribunais pátrios. Apenas em 
caráter elucidativo, colaciono abaixo decisão proferida pelo egrégio Tribunal de Justiça de 
São Paulo. Vejamos 
 
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS DE SOCIEDADE LIMITADA. 
Autora que alega fazer jus à distribuição dos lucros durante período que 
figurava como sócia da empresa, ainda que já estivesse afastada da atividade 
social, por força de decisão tomada em assembleia. Empresa ré especializada 
na produção de filmes publicitários. Sociedade de capital intelectual, que 
depende necessariamente da expertise e do trabalho dos sócios. Art. 1.007 
do Código Civil permite que o contrato social fixe critérios especiais 
para distribuição de lucros. Estipulação dos sócios de que os dividendos 
não são proporcionais às quotas de cada sócio, mas sim à qualidade 
quantidade dos serviços prestados por cada um deles e ao faturamento 
gerado para a sociedade. Remuneração dos sócios administradores que se 
dava por distribuição de lucros e não por pro labore por razões fiscais. 
Autora que, afastada da atividade produtiva da sociedade não faz jus ao 
recebimento da remuneração mensal, a qual tem a mesma função de pró-
labore à vista do que contém no contrato social. (...) 
(TJ-SP – APL: 01061118420098260004 SP 0106111-84.2009.8.26.0004, 
Relator: Francisco Loureiro, Data de Julgamento: 28/08/2014, 6ª Câmara de 
Direito Privado, Data de Publicação: 29/08/2014) 
(Grifou-se) 
 
Cabe ressaltar, ainda, que nos termos do art. 1.008, “é nula a estipulação 
contractual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas”. Desta forma, 
conclui-se que não há nenhuma vedação na previsão de distribuição desigual de lucros entre 
os sócios, independentemente da sua participação no capital social, contudo, nenhum sócio 
pode ser excluído da distribuição. 
 
Assim, ante a pretensão de distribuição desigual entre os sócios, recomenda-se 
que conste, expressamente, no Contrato Social uma clausula estipulando de como será feita a 
distribuição dos lucros e das perdas. 
 
II.e) Da duração da sociedade/Do seu objeto/Da sua denominação 
 
Nos termos do art. 997, inciso II, deverá constar no contrato social a 
denominação, o objeto, a sede e o prazo da sociedade. Em que pese o prazo da sociedade, 
conforme infere-se, é necessário que esteja expresso no contrato social, havendo a 
possibilidade de o prazo ser determinado, com a fixação de um prazo preestabelecido, ou 
indeterminado, como no caso em comento, sem nenhuma vedação legal para proceder desta 
maneira. 
 
Do mesmo modo, necessário constar no contrato social o objeto (art. 997, 
inciso II) da empresa. In casu, o objeto será a prestação de serviços de redação de textos, 
ressalta-se a importância de delimitar e especificar as atividades que serão exercidas e 
exploradas pela sociedade. 
 
Por fim, pretende-se denominar a sociedade de XPTO-05 LTDA, informação 
que deverá, também, constar expressamente no contrato social. Ademais, infere-se do art. 
1.158, caput, §2º e 3º, do Código Civil, o seguinte: 
 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, 
integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. 
(...) 
 
 
10 
 
§ 2 o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido 
nela figurar o nome de um ou mais sócios. 
§ 3 o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária 
e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a 
denominação da sociedade. 
 
Desta forma, a despeito da denominação escolhida para a sociedade incluir a 
abreviatura “LTDA”, limitando a responsabilidade dos sócios, conforme se infere do §3º 
acima transcrito, a denominação não cumpre o requisito previsto no §2º, já que não designa o 
objeto da sociedade. Assim, necessário que se complemente a denominação social com 
designação do objeto da sociedade, como por exemplo “XPTO-05 Redação de Textos 
LTDA”. 
 
II.f) Da adoção de Conselho Fiscal e de Administração 
 
O Conselho Fiscal e o Conselho de Administração, em Sociedades Limitadas, 
são órgãos facultativos. Inclusive, Instrução Normativa Nº 81 do Departamento de Registro 
Empresarial e Integração (DREI)5, no item 5.3 – Regência supletiva da Lei nº 6.404, de 1976, 
assim dispõe: 
 
O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada 
pelas normas da sociedade anônima, conforme art. 1.053, parágrafo único, 
do Código Civil. 
Para fins de registro na Junta Comercial, a regência supletiva: 
I - poderá ser prevista de forma expressa; ou 
II - presumir-se-á pela adoção de qualquer instituto próprio das sociedades 
anônimas, desde que compatível com a natureza da sociedade limitada, tais 
como: 
a) quotas em tesouraria; 
b) quotas preferenciais; 
c) conselho de administração; e 
d) conselho fiscal. 
(Grifou-se) 
 
O Conselho Fiscal, caso os sócios optem pela sua adoção, sem prejuízo dos 
direitos de fiscalização normalmente exercidos pelo sócio, terá a função de fiscalizar as 
atividades negociais desenvolvidas pelos administradores e as demonstrações financeiras. 
Sendo, portanto, um conselho técnico. 
 
 
5 Disponível em: < https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-
261499054> Acesso em 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-261499054
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-261499054
 
Desta forma, caso a empresa opte por adotar o Conselho Fiscal, a sua 
instituição deverá ser feita no Contrato Social, conforme determina o art. 1.066 do Código 
Civil, devendo ser composto por, no mínimo, 03 (três) membros, sócios ou não e residentes 
no país. In verbis: 
 
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o 
contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e 
respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na 
assembleia anual prevista no art. 1.078 
§ 1 o Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegíveis 
enumerados no § 1 o do art. 1.011, os membros dos demais órgãos da 
sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer 
delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes 
até o terceiro grau. 
§ 2 o É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos 
um quinto do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos 
membros do conselho fiscal e o respectivo suplente. 
(Grifou-se)Em que pese as atribuições dos membros do Conselho Fiscal, estão 
discriminadas no art. 1.069 do Códivo Civil6, salvo aquelas expressamente previstas no 
Contrato Social. 
 
Já em relação ao Conselho de Administração, também regido pelas normas 
previstas na Lei nº 6.404, será compost por, no mínimo, 03 (três) pessoas, sócias ou não, 
eleitas pela assembléia-geral (art. 140 da Lei nº 6.404). 
 
Sendo que, nos termos do art. 142 da Lei nº 6.404, é competência do Conselho 
 
 
6 Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato social, aos membros do conselho 
fiscal incumbem, individual ou conjuntamente, os deveres seguintes: 
I - examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o estado da caixa e da carteira, 
devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhes as informações solicitadas; 
II - lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos exames referidos no inciso I deste 
artigo; 
III - exarar no mesmo livro e apresentar à assembléia anual dos sócios parecer sobre os negócios e as 
operações sociais do exercício em que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado 
econômico; 
IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à sociedade; 
V - convocar a assembléia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou 
sempre que ocorram motivos graves e urgentes; 
VI - praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os atos a que se refere este artigo, tendo em vista 
as disposições especiais reguladoras da liquidação. 
 
 
 
12 
 
da Administração: 
 
Art. 142. Compete ao conselho de administração: 
I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia; 
II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, 
observado o que a respeito dispuser o estatuto; 
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e 
papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em 
via de celebração, e quaisquer outros atos; 
IV - convocar a assembléia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do 
artigo 132; 
V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria; 
VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto 
assim o exigir; 
VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou 
de bônus de subscrição; 
VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens 
do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de 
garantias a obrigações de terceiros; 
IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver. 
 
 
Assim, considerado a quantidade de sócios que terá a empresa, é recomendável 
a adoção de Conselho Fiscal e Conselho de Administração, para fiscalizar as questões 
referentes à administração da empresa, buscando uma boa governança corporativa, sendo 
necessário, portanto, a inclusão de clausula contratual neste sentido. 
 
II.g) Do Falecimento de Sócio 
 
Em que pese o falecimento de um sócio, nos termos do art. 1.028 do Código 
Civil, suas quotas serão liquidadas, salvo se houver disposição em contrário no Contrato 
Social. In verbis: 
 
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: 
I - se o contrato dispuser diferentemente; 
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; 
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio 
falecido. 
(Grifou-se) 
 
Assim, faz-se necessária a inclusão de cláusula contratual, estipulando qual 
será o procedimento em caso de falecimento de um sócio. Sendo certo que os incisos II e III, 
dispõe sobre a possibilidade de dissolução da sociedade e dos herdeiros substituírem o 
falecido na sociedade, respectivamente. 
 
Nesse sentido, buscando mitigar os riscos, especialmente em relação aos 
herdeiros, segue, abaixo, sugestão de cláusula contratual neste sentido: 
 
Cláusula X - A morte, incapacidade, retirada ou inabilitação de qualquer 
quotista não acarretará a dissolução da sociedade, na forma da lei. Para tanto, 
na data do evento, será levantado o balanço patrimonial para apurar os 
haveres cabíveis a cada um dos sócios. 
§ 1o – Nos casos de morte ou incapacidade de qualquer um dos quotistas, 
signatários do presente instrumento, o sócio(s) remanescente(s) poderá(ão) 
optar pela continuidade da sociedade, a qual deverá ser manifestada sob a 
forma de alteração contratual, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados 
do evento. 
§ 2o – O(s) herdeiro(s) ou beneficiário(s) receberão pela venda das quotas 
por ocasião do disposto no parágrafo anterior ̧ o valor que cada quota 
representa no próprio capital social, integralizado e registrado no respectivo 
órgão de arquivamento. O(s) sócio(s) remanescente irão adquirir as quotas 
de forma a se manter a mesma proporção na distribuição do capital social 
anterior a alteração. 
§ 3o – Eventual pagamento a herdeiros se dará da forma que permitir o fluxo 
de caixa da sociedade, garantindo com total preferência a sobrevivência da 
sociedade independente do tempo que levar para que sejam pagos os 
herdeiros por seus eventuais direitos a haveres da sociedade. 
 
II.h) Das quotas preferenciais 
 
Conforme se observa do item 5.3.1 da Instrução Normativa Nº 81 do 
Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI)7, são admitidas as quotas de 
classes distintas em Sociedades Limitadas, cabendo o Contrato Social estabelecer as 
proporções e condições atreladas a tais quotas. Vejamos: 
 
5.3.1. Quotas preferenciais 
São admitidas quotas de classes distintas, nas proporções e condições 
definidas no contrato social, que atribuam a seus titulares direitos 
econômicos e políticos diversos, podendo ser suprimido ou limitado o 
direito de voto pelo sócio titular da quota preferencial respectiva, 
observados os limites da Lei nº 6.404, de 1976, aplicada supletivamente. 
Havendo quotas preferenciais sem direito a voto, para efeito de cálculo dos 
quoruns de instalação e deliberação previstos no Código Civil consideram-se 
apenas as quotas com direito a voto. 
(Grifou-se) 
 
Em suma, as quotas preferenciais conferem aos seus titulares vantagens 
 
 
7 Disponível em: < https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-
261499054> Acesso em 28/05/2021 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-261499054
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-261499054
 
 
14 
 
patrimoniais ou benefícios especiais não atribuídos às demais quotas, sendo que, podem 
possuir, como contrapartida, restrições ao direito de voto. 
 
Ademais, conforme citado supra, a Instrução Normativa Nº 81 do DREI8, no 
item 5.3 – Regência supletiva da Lei nº 6.404, de 1976, assim dispõe: 
 
O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada 
pelas normas da sociedade anônima, conforme art. 1.053, parágrafo único, 
do Código Civil. 
Para fins de registro na Junta Comercial, a regência supletiva: 
I - poderá ser prevista de forma expressa; ou 
II - presumir-se-á pela adoção de qualquer instituto próprio das sociedades 
anônimas, desde que compatível com a natureza da sociedade limitada, tais 
como: 
a) quotas em tesouraria; 
b) quotas preferenciais; 
c) conselho de administração; e 
d) conselho fiscal. 
(Grifou-se) 
 
Desta forma, caso os sócios entendam pela instituição das quotas preferenciais, 
necessária a inclusão de clausula no Contrato Social, estipulando e determinando os seus 
termos. 
 
II.i) Da exclusão de sócio minoritário 
 
Neste ponto, importante destacar que a saída de sócio minoritário poderá 
ocorrer por vontade propria ou através de exclusão promovida pelos demais sócios, conforme 
se infere da norma contida nos arts. 1.029e 1.030 do Código Civil, abaixo transcritos: 
 
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio 
pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante 
notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se 
de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. 
 
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o 
sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais 
sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por 
incapacidade superveniente. 
 
 
8 Disponível em: < https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-
261499054> Acesso em 28/05/2021 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-261499054
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-81-de-10-de-junho-de-2020-261499054
 
Em que pese a saída do sócio por vontade propria, conforme descrito no artigo 
supra, é necessário que seja enviada uma notificação aos demais sócios com antecedência 
minima de 60 (sessenta dias), podendo os sócios optarem, no prazo dos 30 dias subsequentes 
à notificação (art. 1.029, parágrafo único), se desejam dissolver a sociedade, caso contrário, a 
sociedade continuará suas atividades, ainda que com apenas um sócio. Ademais, caso a 
sociedade seja por prazo determinado, o sócio deverá comprovar judicialmente a justa causa 
para a sua retirada. 
 
Já em situação de exclusão de um sócio pelos demais, a legislação prevê a 
necessidade de que a exclusão seja feita judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos 
sócios, sendo pressuposto a falta grave do sócio excluído no cumprimento de suas obrigações 
ou sua incapacidade superveniente. 
 
Por outro lado, o art. 1.085 do Código Civil9 prevê a possibilidade de exclusão 
extrajudicial de sócio, quando “a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do 
capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da 
empersa, em virtude de atos de inegável gravidade”. Tal exclusão será feita mediante 
alteração do contrato social, sendo necessária que conste, no contrato social, a exclusão 
de justa causa. 
 
Pelo exposto, visando evitar dificuldades na exclusão de sócios por justa causa, 
recomenda-se a inclusão de clausula regulamentando e autorizando a exclusão, extrajudicial, 
de sócios. 
 
II.j) Do acordo de sócios nas Sociedades Limitadas 
 
O acordo de sócios (previsto na Seção V da Lei nº 6.404/76) é um documento 
 
 
9 Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da 
metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, 
em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato 
social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa. 
Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio 
somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o 
acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. 
 
 
 
16 
 
feito à parte do Contrato Social, que possibilita a estipulação de regras e normas – que não 
constem no Contrato Social -, especialmente para regulamentar as questões internas da 
sociedade. Cabe ressaltar a necessidade de arquivamento do document na Junta Comercial 
para que tenha validade perante terceiros. 
 
Ademais, para que sejam válidos, é ncessário que os requisitos de validade do 
negócio jurídico, previstos no art. 104 do Código Civil, estejam presentes, quais sejam: 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Por fim, é de suma importância que, além de estar em consonância com o 
ordenamento pátrio, esteja em consonância com o Contrato Social da empresa. 
 
II.k) Da cessão de quotas 
 
Conforme descrito no art. 1.057 do Código Civil, caso o Contrato Social seja 
omisso em relação à cessão de quotas, o sócio poderá ceder sua quota, total ou parcialmente, a 
quem seja sócio, independentemente da anuência dos demais, ou a estranho, se não houver 
oposição de mais de um quarto do capital social. 
 
Em outras palavras, salvo disposição em contrário no Contrato Social, o sócio 
poderá ceder às suas quotas, a qualquer tempo e sem necessidade de concordância dos demais 
sócios, a outro sócio, ou, caso queira, a um estranho, desde que não haja oposição dos sócios 
titulares de mais de um quarto do capital social. 
 
Cumpre ressaltar que, conforme se infere da norma acima transcrita, existe a 
possibilidade de que o Contrato Social disponha de forma diversa o procedimento de cessão 
de quotas, como por exemplo o percentual de sócios necessários para inviabilizar a cessão 
para um estranho, ou, ainda, prever a necessidade de autorização prévia dos sócios 
detentedores de determinada parcela do capital social para que seja efetuada a cessão. 
 
Nesta toada, recomenda-se a inclusão de cláusula que determine, de forma 
expressa, como será realizada a cessão de quotas a outros sócios ou a terceiros. 
 
III. CONCLUSÃO 
 
Diante do exposto, necessário que alguns pontos referents à constituição da 
sociedade sejam decididos e acordados entre os futuros sócios, para proceda à elaboração do 
Contrato Social, instrumento de constituição da sociedade XPTO-05 LTDA, observando o 
cumprimento dos requisitos das cláusulas obrigatórias. 
 
Ademais, ressalta-se a importância de que a elaboração do Contrato Social 
esteja em consonância com os apontamentos trazidos nesse parecer, com intuit de trazer maior 
segurança ao negócio e mitigar eventuais riscos. 
 
É o parecer. 
Belo Horizonte, 28 de maio de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
IV. REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm acesso em 26/05/2021. 
BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Código de Processo Civil Brasileiro. Brasília, DF: 
Senado, 2015. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm acesso em 26/05/2021. 
Jornadas de direito civil I, III, IV e V: enunciados aprovados / coordenador científico Ministro 
Ruy Rosado de Aguiar Júnior. – Brasília: Conselho da Justiça Federal, Centro de Estudos 
Judiciários, 2012. P. 23 e 68. Disponível em https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-
justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-
cej/EnunciadosAprovados-Jornadas-1345.pdf acesso em 27/05/2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-cej/EnunciadosAprovados-Jornadas-1345.pdf%20acesso%20em%2027/05/2021
https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-cej/EnunciadosAprovados-Jornadas-1345.pdf%20acesso%20em%2027/05/2021
https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-cej/EnunciadosAprovados-Jornadas-1345.pdf%20acesso%20em%2027/05/2021

Continue navegando