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Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Disciplina: Hidráulica Aplicada SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES CONCEITOS ESCOAMENTO EM SISTEMA DE CONDUTOS FORÇADOS: • Esta unidade trata de problemas hidráulicos em sistemas de condutos forçados, com escoamentos em regime permanente. • São analisados, inicialmente, os casos em que a vazão é constante ao longo das tubulações, englobando os casos de condutos em série, em paralelo e dos condutos interligando vários reservatórios. • Finalmente, são estudados alguns casos de variação contínua de vazão ao longo dos condutos, enfatizando o caso das redes de distribuição de água. Fonte: Azevedo Netto, (1998). Fonte: Azevedo Netto (1998) CONDUTOS EQUIVALENTES • Um conduto é equivalente a outro (s) quando transporta a mesma vazão sob a mesma perda de carga. • Este conceito é utilizado para simplificar os cálculos hidráulicos de tubulações interligadas, cujas características dos condutos são diferentes, quer pelo coeficiente de perda de carga, quer pelo seu diâmetro. • Tal como são os condutos em série e em paralelo, que, devido a esse conceito, podem ser transformados, para efeito de cálculo, em condutos simples, cuja metodologia de calcular já é conhecida. UMA TUBULAÇÃO SIMPLES EQUIVALE A OUTRA 𝐿2 = 𝐿1 𝐷2 𝐷1 5 𝐿2 = 𝐿1 𝐶2 𝐶1 1,85 𝐷2 𝐷1 4,87 Equação Universal, para coeficientes de rugosidade iguais Equação de Hazen-Willians 𝐿2 = 𝐿1 𝐷2 𝐷1 4,87 Equação de Hazen-Willians, para coeficientes de rugosidade iguais 𝐿2 = 𝐿1 𝐾1 𝐾2 𝐷2 𝐷1 5 K = 0,0827.f Equação Universal EXEMPLO 01: Uma tubulação de 250 mm de diâmetro tem 360 m. Determinar o comprimento equivalente de uma tubulação equivalente de 200 mm de diâmetro, com a mesma rugosidade da primeira. Resultado: Fonte: Adaptado de Azevedo Netto (1998). EXEMPLO 02: Seja o mesmo exemplo anterior, supondo que a tubulação de 250 mm tem rugosidade igual a 1 mm (C1=105) e a tubulação de 200 mm tem rugosidade de 0,20 mm (C2=130). Admitindo-se uma velocidade de 1,5 m/s, considerada normal para tubos desses diâmetros. Resultado: Fonte: Adaptado de Azevedo Netto (1998). CONDUTOS INTERLIGADOS EM SÉRIE • Quando uma tubulação é formada por trechos de características distintas, colocados na mesma linha e ligados pelas extremidades, de tal maneira a conduzir a mesma vazão, é considerada constituída por condutos em série. • Condutos em série: as perdas de cargas se somam para uma mesma vazão. Esquema de condutos em série. • Desprezando-se as perdas de carga localizadas, a linha de carga piezométrica pode ser representada como apresentado na figura abaixo. • Desta forma, quanto menor o diâmetro, maior a perda de carga (para uma mesma vazão). • O problema consiste em substituir a tubulação dos condutos em séries por uma equivalente, de um único diâmetro, ou seja: Esquema de conduto equivalente. UTILIZANDO A EQUAÇÃO UNIVERSAL: • Para o conduto em série: • Para o conduto equivalente de diâmetro único: Sendo que: Substituindo, teremos: Generalizando: • Se for utilizada a Equação de Hazen-Willians, teríamos: Quando os coeficientes de rugosidade podem ser admitidos como iguais: EXEMPLO 03: Seja uma tubulação ligando dois pontos distantes 18 Km, para conduzir uma vazão de 500 L/s. Tal tubulação será construída parte em tubos de concreto de bom acabamento, D = 800 mm, (10 Km) e parte em tubos de grés cerâmico vidrado, D = 600 mm (8 Km), uma vez que se dispõe desses tubos no almoxarifado. Pergunta-se (a) qual a perda de carga resultante, para que se possa especificar as bombas a serem instaladas se C1 = 130 e C2 = 110 e (b) qual a perda de carga para C1 = C2 = 130. Resultado: Fonte: Adaptado de Azevedo Netto (1998). CONDUTOS INTERLIGADOS EM PARALELO • Os condutos em paralelo são aqueles cujas extremidades de montante estão reunidas num mesmo ponto, o mesmo acontecendo com as extremidades da jusante em outro ponto. • A vazão é dividida entre as tubulações em paralelo e depois reunida novamente a jusante. • Condutos em paralelo: as vazões se somam para uma mesma perda de carga. Esquema de condutos em paralelo. Como: UTILIZANDO A EQUAÇÃO UNIVERSAL: Substituindo as equações, teremos: • Utilizando a Equação de Hazen-Willians: EXEMPLO 04: Para os condutos equivalentes da figura abaixo f = 0,03. Qual a perda de carga, desprezando-se as perdas localizadas? Considerar um valor pra o diâmetro equivalente (D = 500 mm). Resultado: Fonte: Adaptado de Guedes, H. A. S. at all, 2015. SISTEMAS RAMIFICADOS • Um sistema hidráulico é ramificado quando em uma ou mais seções de um conduto ocorre variação da vazão por derivação de água. • A derivação pode ser para um reservatório ou para consumo direto em uma rede de distribuição. EXEMPLO: PROBLEMA DE DOIS RESERVATÓRIOS INTERLIGADOS COM TOMADA DE ÁGUA Fonte: Adaptado de Azevedo Netto (1998). 𝑄 = ℎ𝐷5 𝐾 𝐿1 + 𝐿2 𝑄 = ℎ𝐷5 𝐾𝐿1 𝑄 = ℎ𝑓𝐷 5 𝐿1 + ℎ𝑓 − ℎ 𝐷 5 𝐾𝐿2 𝑄𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝐻𝐷5 𝐾𝐿1 + 𝐻−ℎ 𝐷5 𝐾𝐿2 Válvula fechada 𝑅1 abastece 𝑅2 Válvula aberta de tal maneira 𝑅1 abastece 𝑂𝑃 Válvula bastante aberta 𝑅1 e 𝑅2 abastecem OP D = O Obs.: Para efeito de cálculo, K = 0,0827.f PROBLEMA DOS TRÊS RESERVATÓRIOS INTERLIGADOS Fonte: Adaptado de Azevedo Netto (1998). 𝑄1 = 𝑄2 + 𝑄3 𝑄1 + 𝑄2 = 𝑄3 𝑄1 = 𝑄3 𝐶𝑃𝐴 > 𝑁𝐴2 𝐶𝑃𝐴< 𝑁𝐴2 𝐶𝑃𝐴 = 𝑁𝐴2 EXERCÍCIOS PROPOSTOS Exercício 01: Seja uma tubulação constituída de três trechos em série, com as características indicadas a seguir: Trecho I: D = 100 mm; L = 200 m; C = 110. Trecho II: D = 150 mm; L = 700 m; C = 120. Trecho III: D = 200 mm; L = 100 m; C = 100. Qual o diâmetro de uma tubulação de diâmetro único que substitui o sistema em série descrito, seguindo a mesma diretriz (mesmo traçado, ou seja, mesmo comprimento)? Exercício 02: Seja uma tubulação constituída de três trechos em série, com as características indicadas a seguir: Trecho I: D = 150 mm; L = 500 m. Trecho II: D = 200 mm; L = 800 m. Trecho III: D = 250 mm; L = 250 m. Qual o diâmetro de uma tubulação de diâmetro único que substitui o sistema em série descrito, seguindo a mesma diretriz (mesmo traçado, ou seja, mesmo comprimento)? REFERÊNCIAS AZEVEDO NETTO. Manual de Hidráulica. 8 ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 1998. BAPTISTA, M., LARA, M. Fundamentos da Engenharia Hidraúlica. 3 ed. Belo Horizonte: UFMG, 2010. BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos . 2 ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2011.
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