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Schistosoma mansoni – Esquistossomose mansônica Estima-se que, no mundo, cerca de 150 a 200 milhões de pessoas estão parasitadas por alguma espécie de Schistosoma, mas nas Américas ocorre apenas uma, o Schistosoma mansoni. No Brasil, existe cerca de 6 milhões de pessoas infectadas, muitas com retocolite, mas outras com hepatoeplenomegalia. Áreas Endêmicas: MA, AL, BA, PB, RN, PE, SE, MG e ES. Área com transmissão focal: PA, PI, CE, RJ, SP, PR, SC, RS, GO e DF 1. Classificação taxonômica ➢ Filo: Plathyhelminthes ➢ Classe: Trematoda ➢ Ordem: Digenea ➢ Família: Schistosomatidae ➢ Espécie: Schistosoma mansoni 2. Morfologia ➢ Macho – 1 cm; esbranquiçado e dotado de canal ginecóforo; corpo achatado. ➢ Fêmea – 1,5 cm; corpo achatado e alongado. ➢ Ovo – formato oval e dotado de um espículo, é encontrado nas fezes. ➢ Miracídio – forma cilíndrica, corpo ciliado. Poderá gerar de 200 a 300 mil cercárias, já com sexo pré- estabelecido. ➢ Cercárias – forma alongada, de cauda bifurcada. 3. Habitat no organismo humano ➢ Adultos no sitema porta-hepático; com a maturidade sexual -> veias mesentéricas (plexo hemorroidal) 4. Formas evolutivas 5. Ciclo biológico 6. Ciclo de vida 7. Transmissão ➢ Penetração ativa de cercárias em valas de irrigação, córregos, açudes e lagoas. Picos de transmissão: entre 10 a 16 horas. 8. Patogenia ➢ Está ligada a: • Carga parasitária e resposta imunológica do paciente (principalmente) • Cepa do parasito. • Idade do paciente • Estado nutricional a) Cercárias: dermatite cercariana ou dermatite do nadador. • Sensação de comichão (“lagoas de coceira”); • Erupção uritcariforme; • Eritema, edema, pápulas e dor (24 horas depois da penetração). b) Esquistossômulos: em três semanas vão de pele aos pulmões e daí ao sistema porta-hepático. • Linfadenia generalizada; • Febre; • Aumento do volume do baço; • Sintomas pulmonares. • Quadro clínico da esquistossomíase: FASE AGUDA (INICIAL) A penetração das cercárias pode acompanharse de dermatite, com exantema, prurido ou manifestações alérgicas locais. O quadro é dito forma toxêmica da esquistossomíase. Mas nem sempre está presente. c) Adultos • Vivos – espoliação – 2,5 mg de Fe e 1/5 de seu peso em glicose por dia. • Mortos – lesões extensas e circunscritas; d) Ovos: elementos mais patogênicos. Quanto maior a quantidade de ovos chegando ao intestino, maior a quantidade de lesões. • Antígeno excretado pelo ovo – reação inflamatória granulomatosa; • Granulomas: ▪ Fase necrótica exudativa – zona necrótica em torno do ovo com eosinófilos, neutrófilos e histiócitos presentes. ▪ Fase produtiva ou de reação histiocitária – reparação da área necrosada. ▪ Fase de cura ou fibrose – nódulos (granuloma endurecido). • Fibrose esquistossomótica: o Caso os ovos permaneçam na mucosa sem sair, seus produtos desencadeiam uma reação inflamatória local de tipo granuloma. o Granulomas: 1- Numerosos macrófagos seguidos de eosinófilos, linfócitos e alguns plasmócitos cercam o ovo. 2- Macrófagos fundem-se e formam gigantócitos, que envolvem o ovo e começam a digeri-lo. 3- Após a morte do embrião, diminuem os granulócitos e multiplicam-se aí os fibroblastos (derivados de macrófagos) que assumem disposição em camadas circulares concêntricas e começam a depositar fibras reticulares e colágeno com igual disposição. 4- Por fim, os fibroblastos se tornam simples fibrócitos. 5- As escleroproteínas da casca ovular ainda tardam algum tempo para desaparecer. O resultado é a formação de uma estrutura cicatricial fibrosa. 9. Evolução da doença 1) Fase aguda: 50 a 120 dias após a infecção. • Disseminação miliar de ovos – necrose no intestino e formação de granulomas no fígado e até no pulmão -forma toxêmica. • Forma Toxêmica: SINDROME DE KATAYAMA ➢ Febre e sudorese; ➢ Calafrio; ➢ Emagrecimento; ➢ Fenômenos alérgicos; ➢ Diarréia (mucossanguinolenta), disenteria, cólicas e tenesmo; ➢ Hepatoesplenomegalia discreta -antígenos secretados pelos ovos; ➢ Leucocitose com eosinofilia 2) Fase crônica • Alterações intestinais, hepatointestinais ou hepatoesplênicas a) Alterações intestinais ➢ Nos casos crônicos graves, fibrose, com diminuição do peristaltismo e constipação constante. ➢ Passagem dos ovos pela mucosa provocam hemorragias – diarréias mucossanguinolentas. b) Alterações do fígado ➢ Relacionadas a formação de granulomas o Aumento de volume e dor (palpação) o Redução dos espaços porta por fibrose - “Fibrose de Symmers”: retração da cápsula de Glisson, hipertensão portal,formação de saliências ou lobulações. c) Esplenomegalia ➢ Provocada por um fenômeno imunoalérgico. d) Varizes esofagianas- hematêmese e) Ascite ou barriga d’água f) Outras localizações- ovos nos pulmões, sêmen humano, granulomas na pele, pâncreas, testículos e ovários, raramente no baço.
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