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Curso: Fronteira e Direitos Humanos (mestrado) Disciplina: Fronteira e direitos humanos: perspectivas conceituais interdisciplinares Docente: Thaísa Maira Rodrigues Held Discente: Katia Pereira Petelin Aula 6: Diálogos sobre sustentabilidade. LEFF, Enrique. Complexidade, racionalidade ambiental e diálogo de saberes. Tradução Tiago Daniel de Mello Cargnin. Educação & Realidade, 34 (3), set./dez. 2009, p. 17-24. (controle de leitura) O mundo se encontra em constantes mudanças, avanços e retrocessos, valorização do capital e desvalorização da natureza, das culturas, dos saberes tradicionais, dos seres humanos. É nesse viés que Leff e também Capra expõem suas ideias ao longo dos textos. Conforme ensinamentos de Leff, “o saber ambiental muda o olhar do conhecimento e com isso transforma as condições do saber no mundo na relação que estabelece o ser com o pensar e o saber, com o conhecer e o atuar no mundo”. Ainda menciona que “o saber ambiental se faz assim solidário de uma política do ser, da diversidade e da diferença”. A partir das afirmações supracitadas, podemos verificar a necessidade de uma construção de saberes no mundo globalizado pautado no processo coletivo e planejado tendo como ponto de partida a articulação do saber tradicional e científico. Reconhecer que o crescimento da globalização econômica traz riscos e estimula o crescimento das injustiças tanto na esfera ecológica e social. Para Enrique Leff, a meta é criar, transformar o cenário global, onde haja pensamento crítico que reflita a diversidade e construa uma alternativa baseada no saber ambiental, uma vez que a “pedagogia ambiental reconhece o conhecimento; observa o mundo como potência e possibilidade; entende a realidade como construção social, mobilizada por valores, interesses e utopias”. Nesse sentido devemos estimular “um processo de emancipação que permita novas formas de reapropriação do mundo e de convivência com os outros”, onde o pensamento predominante seja aquele que defenda os oprimidos e resgate as culturas silenciadas, de modo que o mundo seja um espaço de contínua formação de práticas inovadoras e emancipatórias, onde a sociedade compreenda a importância da valorização ambiental, dos saberes tradicionais, da pedagogia ambiental para sua evolução, que não seja como na atualidade que sinônimo de evolução seja pautado apenas no crescimento do capital, ainda que este custe a vida humana e ecológica. É preciso refletir que “a racionalidade ambiental abre um mundo pleno de muitos mundos por meio de um diálogo de seres e saberes, da sinergia da diversidade e da fecundidade da outredade, de uma política da diferença.” Urgentemente o trabalho de base que precisamos desenvolver segundo Leff, é o pensamento coletivo, articulando uma formação na construção do conhecimento, da organização e na luta olhando para a realidade ambiental, precisamos abrir novos caminhos para que ainda tenhamos esperança de vencer as barreiras e abrir os olhos do mundo sobre a verdadeira realidade que se encontra o planeta e a necessidade de reversão desse cenário desastroso, que é ocultado em detrimento ao estímulo do crescimento econômico global. Uma economia que só enriqueceu a elite mundial segundo Capra, contribuindo para o acúmulo de capital concentrado na mão de poucos, na sua grande maioria nos países desenvolvidos, deixando ainda mais miseráveis àqueles que já não caminhavam bem, assim, os efeitos da nova economia só tem aumentado ainda mais a pobreza e a desigualdade social. Mostrando que a dominação é o requisito da exploração de concentração e controle poder no capitalismo mundial. Contudo esse capitalismo é insustentável e essa era de globalização necessita ser reestruturada desde as suas bases para que o mundo globalizado não se torne um espaço de guerra e destruição, mas que seja um espaço onde iguais e diferentes possam disputar seus espaços de liberdade e juntos possam lutar para que a construção cultural, os saberes tradicionais e a natureza sejam levadas em consideração quando da análise do que é desenvolvimento do capitalismo mundial. Por fim essa rotina da desgraça não pode continuar, já dizia Eduardo Galeano que o desenvolvimento desenvolve as desigualdades e desse modo não podemos continuar contribuindo para a destruição da natureza e da humanidade que ainda nos resta. Devemos lutar pela preservação dos recursos naturais e dos povos, das comunidades tradicionais, dos saberes, da preservação dos direitos humanos.
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