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Transferência e posicionamento correto do paciente PROFª ESP. MARCIELLE ALINE DE MEDEIROS BRITO DISCIPLINA: RECURSOS TERAPÊUTICOS Posicionamentos e sugestões de adaptações ❑ Diferentes posturas, posições e sua influência no tônus e no movimento podem ser consideradas para determinar a posição mais apropriada no tratamento de pacientes acamados. ❑ A posição mais favorável não é sempre possível devido à condição clínica do paciente ou à presença de contraturas. ❑ As trocas de decúbito e os posicionamentos no leito, também, tem por objetivo reduzir as úlceras por pressão (escara ou úlcera de decúbito). Úlceras por pressão ❑ Úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento. ❑ As úlceras por pressão são uma importante causa de morbidade e mortalidade, especialmente para pessoas com sensibilidade reduzida, imobilidade prolongada ou idade avançada Como surgem as úlceras por pressão? ❑ A úlcera por pressão ocorre em virtude de mudanças degenerativas da pele e/ou tecido subcutâneo expostos às forças de pressão e cisalhamento. ❑ A pressão sobre a proeminência óssea prejudica a circulação sanguínea favorecendo a morte celular e o consequente aparecimento da úlcera. ❑ O cisalhamento é fenômeno de deformação da pele que ocorre quando as forças que agem sobre ela provocam um deslocamento em planos diferentes Quais os riscos para adquirir úlceras por pressão? ❑ Pessoas com sensibilidade diminuída, imobilidade prolongada, ou acamadas com idade avançada são mais susceptíveis para aquisição de úlceras por pressão. ❑ Os locais de maior risco das úlceras são as regiões mentoniana, occipital, escapular, cotovelo, sacral, ísqueo, trocanter, crista ilíaca, joelho, maléolo e calcâneo. ❑ Essa complicação ainda representa uma importante causa de morbidade em hospitais, instituições de longa permanência e na assistência domiciliar dos susceptíveis Principais locais de pressão e risco de úlceras Fatores de risco ❑ Pessoas com perda da sensibilidade (lesado medular) ❑ Idoso incapacitado ❑ Pessoa incapaz ou com dificuldade de mobilidade do corpo ❑ Doenças degenerativas ❑ Tolerância tecidual reduzida (pele frágil) ❑ Incontinência urinária ou intestinal ❑ Desnutrição ou obesidade Prevenção de úlceras por pressão ❑ Avaliar diariamente o aparecimento de áreas avermelhadas sobre proeminências ósseas que, quando pressionadas, não se tornam esbranquiçadas ❑ Observar o aparecimento de bolhas, depressões ou feridas na pele. Documentar todas as alterações observadas ❑ Instituir terapêutica apropriada imediatamente ao sinal de qualquer lesão tecidual ❑ Reposicionar o cliente acamado com mobilidade reduzida, no mínimo a cada 2 horas para aliviar a pressão ❑ Utilizar uma programação sistematizada de mudança de posicionamento ❑ Orientar e garantir a mobilização do cadeirante em posição sentada a cada 1 hora ❑ Utilizar itens que possam ajudar a reduzir a pressão, como travesseiros e colchões para redução de pressão, acolchoamento de espuma, e outros ❑ Garantir um plano nutricional com a quantidade necessária de calorias, proteínas, vitaminas e minerais ❑ Fornecer e incentivar a ingestão diária adequada de líquidos para hidratação ❑ Incentivar e auxiliar na estruturação de atividades físicas ❑Manter a pele limpa, seca e hidratada ❑ Prevenir dermatites associadas à incontinência evitando o contato com urina e fezes, higienizando após eliminações e utilizando cremes de barreira, se necessário ❑ NÃO massagear áreas com sinais de ulceração ❑ Não utilizar almofadas em forma de anel, pois não garantem o princípio de distribuição da pressão Estágios da úlcera ❑A úlcera por pressão pode ser classificada em Categorias com base no grau de destruição tecidual com uma variação de I a IV, de acordo com a severidade. Estágio I ❑ Hiperemia não branqueável da pele intacta: A pele intacta com hiperemia não branqueável de uma área localizada geralmente sobre uma saliência óssea. Descoloração da pele, calor, edema, endurecimento ou dor também podem estar presentes. Pele de pigmentação escura pode não ter branqueamento visível. ❑ Descrição mais detalhada: A área pode estar firme, dolorosa, amolecida, mais quente ou mais fria em comparação com o tecido adjacente. Categoria / Estágio I podem ser difíceis de detectar em indivíduos com tons de pele escura. A presença de descoloração da pele pode indicar pessoas “em risco”. Estágio II ❑ Perda parcial da espessura da pele ou bolha Perda parcial da espessura da derme apresentando uma úlcera superficial com leito da ferida vermelhorosa, sem esfacelo. Também podem apresentar como uma bolha preenchida de soro ou serosanguinolenta intacta ou aberta / rompida. ❑ Descrição mais detalhada: Apresenta-se como uma úlcera superficial seca ou úmida, sem tecido desvitalizado ou hematomas. Esta categoria / estágio não deve ser usada para descrever lacerações na pele, lesões por adesivos, dermatite associada à incontinência, maceração ou escoriação Estágio III ❑ Perda total da espessura da pele (gordura visível) Perda total da espessura do tecido. Tecido adiposo pode ser visível, mas não há exposição de osso, tendão ou músculo. Alguns esfacelos podem estar presentes. Pode incluir descolamento e túnel. ❑ Descrição mais detalhada: A profundidade de uma úlcera por pressão da Categoria / Estágio III varia de acordo com o local anatômico. O arco do nariz, orelhas, região occipital e maléolo não possuem tecido subcutâneo adiposo) e úlceras da Categoria / Estágio III podem ser superficiais. Em contraste, áreas de adiposidade significativa podem desenvolver úlceras por pressão extremamente profundas na Categoria / Estágio III. O osso / tendão Estágio IV ❑ Perda total de espessura de tecido (Músculo/osso visível) A perda total de espessura de tecido com tendão, osso ou músculo exposto. Necrose ou esfacelo podem estar presentes. Muitas vezes incluem descolamento e túnel. ❑ Descrição mais detalhada: A profundidade de uma úlcera por pressão da Categoria / Estágio IV varia de acordo com a localização anatômica. O arco do nariz, orelhas, região occipital e maléolo não possuem tecido subcutâneo (adiposo) e estas úlceras podem ser rasas. Úlceras da Categoria / Estágio IV podem se estender no músculo e / ou estruturas de apoio (por exemplo, fáscia, tendão ou cápsula articular), tornando provável o surgimento de osteomielite ou osteíte. Osso / músculo expostos ou diretamente palpáveis. ❑ Úlceras que não podem ser classificadas: Lesão com perda total de tecido, na qual a base da úlcera está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho) e/ou há escara (marrom, castanha ou negra) no leito da lesão. ❑ Suspeita de lesão tissular profunda: Área localizada de pele intacta de coloração púrpura ou castanha ou bolha sanguinolenta devidas a dano no tecido mole, decorrente de pressão e/ou cisalhamento. Materiais para alívio de pressão Conduta Fisioterapêutica ❑ Orientar e ensinar como e porque as trocas devem ser realizadas; ❑ Indicar mudança de decúbito de 1 em 1 hora, e no máximo de 4 em 4 horas; ❑Manter alinhamento biomecânico corporal; ❑ Avisar de pontos vermelhos para o corpo clínico; ❑Manter o paciente fora do leito sempre que possível; ❑ Usar técnicas adequadas para transferência do paciente da cama para cadeira e vice-versa. O paciente precisa ser erguido ao ser movimentado e nunca arrastado contra o colchão pois a fricção pode ser um fator que contribua para a formação de escaras; ❑ Usar aparelhos como o trapézio ou o lençol do forro da cama para movimentar (ao invés de puxar ou arrastar) o paciente impossibilitado de colaborar durante a transferência ou nas mudanças de decúbitos; ❑ A cabeceira da cama não deve ficar muito tempo na posição excessivamente elevada para não aumentar a pressão nas nádegas, o que leva ao desenvolvimentoda úlcera por pressão nessa região; ❑ Evitar cruzar os membros do paciente para não obstruir o fluxo sanguíneo desses segmentos corporal; ❑ Exercitar o paciente fazendo movimentos passivos nas articulações das mãos, braços, pés e pernas. Posicionamentos preventivos Posicionamentos preventivos Paciente em decúbito dorsal hemiplégico à direita Paciente em decúbito dorsal paraplégico Paciente em decúbito lateral tetraplégico Paciente em decúbito dorsal tetraplégico Push Up Transferências ❑ Transferência Passiva: Feitas pelo fisioterapeuta, familiares ou acompanhantes. ❑ Transferência ativa: Realizada pelo próprio paciente. As transferências irão depender da capacidade funcional do paciente. Transferência passiva cadeira de rodas para a cama Paciente Tetraplégico Transferência ativa cadeira de rodas para a cama Paciente Paraplégico Paciente Paraplégico Transferência passiva cadeira de rodas para a cama Paciente Paraplégico Transferência ativa-assistida da cadeira de rodas para a cama Paciente Hemiplégico Transferência ativa-assistida sentado para em pé CERTO ERRADO SENTADO PARA EM PÉ Paciente Paraplégico SENTADO PARA DEITADO (PASSAR PARA DECÚBITO LATERAL) DECÚBITO LATERAL (PASSAR PARA DECÚBITO DORSAL) DECÚBITO DORSAL PARA DECÚBITO LATERAL DECÚBITO LATERAL PARA SENTADO (APOIO NA REGIÃO CERVICAL E NA FOSSA POPLÍTEA) DECÚBITO DORSAL PARA SENTADO DECÚBITO DORSAL PARA DECÚBITO VENTRAL DECÚBITO VENTRAL PARA DECÚBITO DORSAL Mobilidade no leito para hemiplégicos OBJETIVO: Ajudar e treinar hemiplégicos na troca postural de supino para sentado na beira do leito. INSTRUÇÕES: (Área cinza = lado plégico) 1- Paciente deitado em supino, o cuidador irá abordar o paciente pelo lado plégico para facilitar o manuseio 2- Dobre o joelho do lado não afetado 3- Role por sobre o lado afetado, com ou sem assistência. 4- Ao assumir o decúbito lateral, traga ambas as pernas para fora da cama. Use o braço do lado não afetado para empurrar o corpo para cima até alcançar a postura sentada. 5- O cuidador pode oferecer auxílio ajudando o paciente a terminar o movimento de sentar-se com segurança. 6- O cuidador permanece ao lado do paciente até que ele obtenha o equilíbrio necessário para se manter sentado com segurança. ASSISTÊNCIA PARA A TRANSFERÊNCIA DE SENTADO PARA DE PÉ OBJETIVO: Auxiliar e treinar o paciente na transferência postural de sentado para de pé de forma segura. INSTRUÇÕES: (Área cinza = lado plégico) 1- Para maior segurança, o cuidador deve se posicionar próximo ao lado afetado do paciente. 2- O cuidador usa as próprias pernas para bloquear a perna afetada na altura do joelho e pé do paciente para evitar que a perna escorregue ou se dobre, e assim garantir uma descarga de peso adequada sobre o lado plégico. O paciente é orientado a inclinar o tronco para frente no momento de iniciar o movimento. 3- O paciente deve usar o lado sadio para ficar de pé, enquanto o cuidador ajuda elevando o quadril e/ou tronco do lado plégico. 4- mesmo depois de ficar de pé, o cuidador deve se manter bloqueando o membro inferior parético par evitar que se dobre. ❑ Para descer um degrau com segurança, a cadeira de rodas deve ser puxada de ré. ❑ Já na subida, pise no ‘tubo’ inferior da cadeira para empiná-la e suba de frente. Tentar subir um degrau de ré costuma dar bons arrancos no pescoço do cadeirante. COMO SUBIR E DESCER UM DEGRAU? Próxima aula será prática! Local: Laboratório de Práticas Vestimenta: roupa composta, jaleco e sapato fechado Referências KISNER, Carolyn; COLBY, L.A.; Exercícios terapêuticos. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2013. Capítulo 1 ALEXANDRE, N. M. C; ROGANTE, M. M. Movimentação e transferência de pacientes: aspectos posturais e ergonômicos. Rev.Esc.Enf.USP, v. 34, n. 2, p. 165-73, jun. 2000. ALEXANDRE, N. M. C. Aspectos ergonômicos e posturais e o trabalhador da área de saúde. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde. Vol. 28, n. 2, p. 109-118, 2007. https://www.youtube.com/watch?v=nM7FD5adh8A https://www.youtube.com/watch?v=6fB4cqYEYc4 https://www.youtube.com/watch?v=nM7FD5adh8A https://www.youtube.com/watch?v=6fB4cqYEYc4
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